Acabou de fazer 50 anos que foi tapada a barragem de Vilarinho da Furna, a aldeia comunitária, localizada no sopé da Serra Amarela, vizinha do Gerês.
Aldeia de Vilarinho da Furna
As 57 famílias aí residentes já haviam abandonado a aldeia, até finais de 1970. Curiosamente, ainda lá estive no dia de Ano Novo de 1971.
É que a ameaça que pairava sobre Vilarinho transformou-se num espetro de morte. A companhia construtora da barragem chegou, montou os seus arraiais e meteu mãos à obra.
Esta surgiu progressiva e implacavelmente.
Construção da barragem
Cada um procurou levar consigo tudo o que pôde… Os telhados desapareceram de dia para dia. Apenas ficaram as paredes nuas…
A destruição da aldeia
A própria imagem do Crucificado foi transportada para a aldeia vizinha, para nunca mais voltar a Vilarinho.
Procissão a caminho da igreja paroquial
Os turistas levaram os seus carros até à aldeia, pela primeira vez, através de um estradão que os próprios moradores tiveram que fazer.
Turistas na aldeia
Os artistas fixaram na tela as últimas recordações…
Pintor capta ruela da aldeia
E a própria empresa construtora da barragem acabou por andar atarefada com o transporte de uma ponte e de algumas casas para a construção do Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna.
Desmontagem de uma casa para o Museu de Vilarinho
Vilarinho transformou-se num monte de ruínas. Da vida e recantos da aldeia comunitária não resta mais que um sonho.
Amortalhada num espesso manto de neve.
Terras de Vilarinho cobertas de neve
Vilarinho ficou pronta para ser coberta pelo mortífero lençol de água…
Assim se afogou uma aldeia
Os seus habitantes foram dispersos pelas mais variadas terras dos concelhos de Braga, Viana do Castelo, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Barcelos, Vieira do Minho, Terras de Bouro, etc., onde encontraram novas gentes, novos costumes.
Dispersão das famílias de Vilarinho
Que a morte tenha sido o princípio de uma vida nova para
Vista geral de um espigueiro, em 1951, na antiga Aldeia de Vilarinho das Furnas, desde 1971, submersa pela albufeira da barragem de Vilarinho da Furna.
São João do Campo, concelho de Terras de Bouro. Ponte romana sobre o rio Homem, perto de Vilarinho da Furna, atualmente submersa pela albufeira da barragem. A ponte estabelecia a ligação entre dois núcleos da povoação.
Vista geral de um espigueiro em 1951, da antiga Aldeia de Vilarinho da Furna, em São João do Campo, desde 1971 submersa pela albufeira da barragem de Vilarinho da Furna.
Tendo por objetivos promover a discussão sobre as oportunidades e problemas existentes no setor e ouvir os principais atores e empresas que atuam neste território, a CIM Cávado em parceria com o Município de Terras de Bouro, com a CIM do Alto Minho e com o INORDE – Orense, promoveu no dia 5 de dezembro o seminário Gerês - Xurês: Turismo de Natureza num espaço Transfronteiriço, evento que decorreu no Salão do Museu da Geira, Campo do Gerês em Terras de Bouro.
A Comunidade Territorial de Cooperação LIMA-LIMIA-CÁVADO é um projeto apoiado pelo POCTEP - Programa de Cooperação INTERREG VA Espanha-Portugal que tem por objetivo promover o desenvolvimento do território no espaço transfronteiriço Norte de Portugal – Galiza, envolvendo diretamente os territórios do Cávado, Alto Minho e Ourense. Um dos objetivos deste projeto é a promoção do turismo de natureza e das suas atividades.
Seminário Gerês-Xurês - Museu de Vilarinho da Furna - 05 de Dezembro
A Comunidade Territorial de Cooperação LIMA-LIMIA-CÁVADO é um projeto apoiado pelo POCTEP - Programa de Cooperação INTERREG VA Espanha-Portugal que tem por objetivo promover o desenvolvimento do território no espaço transfronteiriço Norte de Portugal – Galiza, envolvendo diretamente os territórios do Cávado, Alto Minho e Ourense. Um dos objetivos deste projeto é a promoção do turismo de natureza e das suas atividades.
Neste âmbito e com o objeto de promover a discussão sobre as oportunidades e problemas existentes no setor e ouvir os principais atores e empresas que atuam neste território, a CIM Cávado em parceria com o Município de Terras de Bouro, com a CIM do Alto Minho e com o INORDE – Orense, promovem no próximo dia 5 de dezembro o seminário Gerês - Xurês: Turismo de Natureza num espaço Transfronteiriço, que decorrerá no Auditório do Museu de Vilarinho da Furna, Campo do Gerês em Terras de Bouro, entre as 14h00 e as 17h30. A sessão é gratuita, mas a inscrição obrigatória, devendo ser feita através do link: https://forms.gle/SP5YeyNVNWK8fHZaA .
O Chefe de Estado inaugurou a Barragem de Vilarinho da Furna, mais um aproveitamento hidroeléctrico, construído pela Companhia Portuguesa de Electricidade. O Almirante Américo Tomás presidiu a uma sessão solene, em 21 de Maio de 1972.
A inauguração do Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna deu-se a 14 de Maio de 1989, com a presença do Senhor Presidente da Câmara Municipal, Dr. António Araújo e de sua Excelência o Primeiro-Ministro, Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva.
O Museu Etnográfico é uma criação manifestada pelos antigos habitantes da extinta aldeia comunitária de Vilarinho das Furnas, destacando-se o prezado empenho do Senhor Dr. Manuel Azevedo Antunes. No ano de 1981, a Câmara Municipal de Terras de Bouro deu início à sua construção consubstanciada no aproveitamento de matéria-prima originária da aldeia. Trata-se de uma construção de arquitetura popular em alvenaria tradicional, cujo desenho final enquadra-se, com perfeição, na cultura edificada da aldeia de Campo do Gerês.
Salvaguarda Patrimonial
Nos finais de 1968, o movimento humano da aldeia de Vilarinho das Furnas congregou-se para atingir um único fim: recolher o património etnográfico e salvaguardá-lo. A sua inventariação representou um trabalho em conjunto, do povo de Vilarinho das Furnas, da Junta de Freguesia e do Sr. Dr. Manuel A. Antunes. O espólio concentrado refere-se ao sector agrário, às tradições comunitárias, à vida doméstica e à ruralidade genuína da aldeia.
A convite do Grupo Folclórico Verde Minho, o Prof. Doutor Manuel Antunes proferiu hoje em Loures uma conferência subordinada ao tema “Vilarinho da Furna: História e Tradições Populares de uma Aldeia Afundada”. Tratando-se de um caso de elevado interesse mormente para estudiosos e investigadores, recomendamos entre outros a leitura do livro “Vilarinho da Furna: Memórias do Passado e do Futuro”,obra de referência, escrita por um dos seus antigos habitantes e, indiscutivelmente, a pessoa que mais tem contribuído para a preservação da sua memória.
Trata-se de uma obra da autoria do Professor Dr. Manuel Antunes, editado pelo Centro de Estudos da População, Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, com o apoio da AFURNA – Associação dos Antigos Habitantes de Vilarinho da Furna.
Neste livro, o autor reúne uma série de artigos seus dispersos por várias publicações ou editados, acrescentando-lhe uma recolha de natureza etnográfica acerca dos usos e costumes das gentes daquela localidade e outros documentos de grande interesse histórico sobre Vilarinho da Furna e a luta dos seus habitantes pelos direitos que lhes assistem.
Vilarinho da Furna reside na alma dos portugueses como um paraíso perdido onde se evoca a lembrança quase lendária de um passado comunitário, surgindo como um monumento sempre que novas aldeias submergem às águas de uma nova albufeira de uma barragem em qualquer outra região do país, sejam elas a Foz do Dão ou a Aldeia da Luz, afundadas respectivamente pelas águas das barragens da Aguieira e do Alqueva.
O Grupo Folclórico Verde Minho acaba de editar em livro a palestra proferida em Loures pelo Prof. Doutor Manuel Antunes, subordinada ao tema “Vilarinho da Furna: História e Tradições Populares de uma Aldeia Afundada”. Esta série está a registar imensa procura, razão pela qual as primeiras edições já se encontram praticamente esgotadas. A realização, no próximo dia 7 de Julho, do festival que encerra o FolkLoures’18, a ter lugar em Loures, constitui uma excelente oportunidade para quem esteja interessado em obter toda a coleção que já vai em 5 livros editados.
Do livro do Dprof. Doutor Manuel Antunes transcrevemos o respectivo prefácio:
“Vilarinho da Furna, uma povoação rural que conservava costumes comunitários, tornou-se devido à construção da barragem quase uma aldeia quase mítica aonde, ano após ano, al desce o nível das águas na albufeira, acorrem em peregrinação milhares de visitantes para contemplar o que ainda resta da localidade: as pedras das humildes casas rurais, o forno, os muros dos quinteiros e inúmeras recordações que os seus antigos habitantes guardam na sua alma.
O segredo de tal afecto que aquela humilde aldeia desperta em quem a visita, mesmo quem vai de paragens longínquas que pouca ou nenhuma ligação tiveram outrora com as gentes que ali habitavam, reside na crença profunda e na esperança de que a Humanidade possa um dia a viver numa grande aldeia que, à semelhança daquela, reine a justiça e a paz.
Dispersas pelo mundo, esquecidas e abandonadas para sempre são muitas as cidades que um dia surgiram devido à avidez da procura das riquezas materiais como sucedeu com a exploração do ouro. Ao contrário, Vilarinho da Furna conserva uma riqueza bem maior que, apesar de desabitada e sepultada nas águas da barragem, seja cada vez mais lembrada. É precisamente aquilo que representa em termos de valores espirituais e humanos que fazem de Vilarinho da Furna um bem de valor inestimável.
Vilarinho da Furna era em 1970 habitada por cerca de 250 pessoas, que tiveram de abandonar a povoação devido à construção de uma barragem. A barragem foi inaugurada a 21 de Maio de 1972 e encontra-se localizada no concelho de Terras de Bouro, sendo alimentada pelo Rio Homem. Submersa pelas águas, as ruínas da aldeia são visíveis sempre que a barragem está vazia.
Autor de vasta bibliografia e outros empreendimentos de vulto destinados à preservação da memória das gentes de Vilarinho da Furna, o Prof. Doutor Manuel de Azevedo Antunes é inquestionavelmente a pessoa mais indicada para nos descrever o que foi e representa a “aldeia afundada”, os usos e costumes das suas gentes e as perspectivas de futuro do local – porque, apesar de submersa, a aldeia que parece lendária permanece viva para sempre!”
Conferência realizada em Loures pelo Prof. Doutor Manuel Antunes serviu para “matar saudades” da aldeia que já quase se tornou uma lenda
Não foi sem sentida emoção que alguns antigos habitantes de Vilarinho da Furna recordaram a sua infância ao ouvirem as palavras do Prof. Doutor Manuel Antunes – também um antigo habitante da “aldeia submersa” e que tem sido o principal responsável pela preservação da memória das suas gentes. E, a emoção subia ainda mais de intensidade perante as imagens da aldeia ainda com gente e vida! Sucede que, Vilarinho da Furna ficou submersa nas águas da albufeira da barragem, mais jamais no coração e na memória daquelas que lá viveram…
A conferência decorreu no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, local onde se reúne a Assembleia Municipal de Loures, tendo sido expostos alguns quadros alusivos a Vilarinho da Furna, gentilmente cedidos para o efeito pelo Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna.
Vilarinho da Furna era habitada em 1970 por cerca de 250 pessoas, que tiveram de abandonar a povoação devido à construção de uma barragem. A barragem foi inaugurada a 21 de Maio de 1972 e encontra-se localizada no concelho de Terras de Bouro, sendo alimentada pelo Rio Homem. Submersa pelas águas, as ruínas da aldeia são visíveis sempre que a barragem está vazia.
De referir o especial destaque que foi conferido ao Museu Subaquático de Vilarinho da Furna – o primeiro do género a nível mundial – e a possibilidade de mergulhar literalmente nas águas que submergiram a aldeia, constituindo um convite e um desafio a todos quantos praticam o mergulho.
A iniciativa que constitui a abertura do programa FolkLoures’18, pertence ao Grupo Folclórico Verde Minho e contou a presença do Dr Francisco Sousa, membro do Gabinete de Cultura da Câmara Municipal de Loures e de Vitor Carreira, Tesoureiro da Casa do Concelho de Tomar. Refira-se que este evento culmina no próximo dia 7 de Julho, com um grandioso festival de culturas a ter lugar no Parque da Cidade, junto à réplica da fachada da Igreja de São Paulo, em Macau, e conta com o apoio da Câmara Municipal de Loures.
Para além da participação de ranchos folclóricos e grupos de cante alentejano, contará ainda com representações da cultura tradicional portuguesa e também do Tibete, por gentileza da Embaixada da República Popular da China. Um espectáculo que cresce a cada ano e coloca a cidade de Loures num patamar de primeira grandeza entre aquelas que dão primazia ao folclore e à cultura tradicional.
A próxima conferência a ser organizada pelo Grupo Folclórico Verde Minho está agendada para o próximo dia 20 de Outubro, pelas 15 horas, no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte. Vai ser proferida pelo Dr. Augusto Flor, Presidente da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, e será subordinada ao tema: “Rodopiando entre a tradição e a inovação – o Folclore como causa”. ”. Entretanto, o conteúdo desta conferência será editado em livro, o qual pode ser solicitado ao Grupo Folclórico Verde Minho.
Iniciativa do Grupo Folclórico Verde Minho no âmbito do FolkLoures’18
Vilarinho da Furna: História e Tradições Populares de uma Aldeia Afundada” é o tema da conferência que o Professor Dr. Manuel Antunes vai proferir AMANHÃ, dia 30 de Junho, a partir das 15 horas, no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, local onde se reúne a Assembleia Municipal de Loures. A iniciativa insere-se no âmbito da próxima edição do FolkLoures e deverá ser apoiada pela projecção de interessantes imagens que retratam os usos e costumes das gentes de Vilarinho da Furna, antes da aldeia ter ficado submersa nas águas da albufeira da barragem.
Vilarinho da Furna era habitada em 1970 por cerca de 250 pessoas, que tiveram de abandonar a povoação devido à construção de uma barragem. A barragem foi inaugurada a 21 de Maio de 1972 e encontra-se localizada no concelho de Terras de Bouro, sendo alimentada pelo Rio Homem. Submersa pelas águas, as ruínas da aldeia são visíveis sempre que a barragem está vazia.
Manuel de Azevedo Antunes é doutorado em Ciência Política (2009). Estudante nas Universidades de Lisboa (1966-1976) e Paris – Sorbonne (1976-1977), desenvolveu atividade docente nas Universidades de Lisboa (1975-1992) e Maputo (1979-1987). Foi Consultor das Nações Unidas (1989), em Moçambique. Na Guiné- Bissau (1988-1992), participou, como coordenador, metodólogo e estatístico, no Inquérito Demográfico e Sanitário, para o Ministério da Saúde, com apoio do Banco Mundial. É, atualmente, Professor Associado e Investigador na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Preside a AFURNA – Associação dos Antigos Habitantes de Vilarinho da Furna, tendo publicado “Vilarinho da Furna, Uma Aldeia Afundada” (Lisboa: Regra do Jogo, 1985), “Requiem por Vilarinho da Furna, Uma Aldeia Afundada” (Lisboa: Biblioteca da Universidade Lusófona, 1994) e “Vilarinho da Furna, Memórias do Passado e do Futuro” (Lisboa: Centro de Estudos da População, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2005).
Iniciativa do Grupo Folclórico Verde Minho no âmbito do FolkLoures’18
Vilarinho da Furna: História e Tradições Populares de uma Aldeia Afundada” é o tema da conferência que o Professor Dr. Manuel Antunes vai proferir no próximo dia 30 de Junho, a partir das 15 horas, no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, local onde se reúne a Assembleia Municipal de Loures. A iniciativa insere-se no âmbito da próxima edição do FolkLoures e deverá ser apoiada pela projecção de interessantes imagens que retratam os usos e costumes das gentes de Vilarinho da Furna, antes da aldeia ter ficado submersa nas águas da albufeira da barragem.
Vilarinho da Furna era habitada em 1970 por cerca de 250 pessoas, que tiveram de abandonar a povoação devido à construção de uma barragem. A barragem foi inaugurada a 21 de Maio de 1972 e encontra-se localizada no concelho de Terras de Bouro, sendo alimentada pelo Rio Homem. Submersa pelas águas, as ruínas da aldeia são visíveis sempre que a barragem está vazia.
Manuel de Azevedo Antunes é doutorado em Ciência Política (2009). Estudante nas Universidades de Lisboa (1966-1976) e Paris – Sorbonne (1976-1977), desenvolveu atividade docente nas Universidades de Lisboa (1975-1992) e Maputo (1979-1987). Foi Consultor das Nações Unidas (1989), em Moçambique. Na Guiné- Bissau (1988-1992), participou, como coordenador, metodólogo e estatístico, no Inquérito Demográfico e Sanitário, para o Ministério da Saúde, com apoio do Banco Mundial. É, atualmente, Professor Associado e Investigador na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Preside a AFURNA – Associação dos Antigos Habitantes de Vilarinho da Furna, tendo publicado “Vilarinho da Furna, Uma Aldeia Afundada” (Lisboa: Regra do Jogo, 1985), “Requiem por Vilarinho da Furna, Uma Aldeia Afundada” (Lisboa: Biblioteca da Universidade Lusófona, 1994) e “Vilarinho da Furna, Memórias do Passado e do Futuro” (Lisboa: Centro de Estudos da População, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2005).