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No âmbito das comemorações dos 900 anos do Foral Teresiano, o Centro de Interpretação do Território (CIT) – espaço de promoção etnográfica do Município de Ponte de Lima – vai promover, no próximo dia 31 de maio, pelas 14h00, uma oficina dedicada aos trajes regionais do Minho.
A iniciativa, inserida no ciclo de ateliers "Saberes e Sabores Ancestrais", será dinamizada pelo colecionador Ivo Rua e terá como objetivo a aprendizagem das regras básicas do bem trajar.
O atelier é gratuito, mas carece de inscrição prévia através do e-mail: cit@museuspontedelima.pt ou do telefone: 258 240 215 (lotação máxima de 15 participantes).
Garanta já o seu lugar! O CIT espera por si!
A ilustradora vianense Teresa Silva dedicou à Festa das Rosas de Vila Franca do Lima algumas ilustrações que se encontram em coleção particular.
Foram executadas com caneta permanente, marcador e lápis de aguarela sobre papel, nas dimensões 15x21cm, 2025.
Teresa Silva é natural de Viana do Castelo. Nasceu em 1979 e desde os primeiros anos de infância demonstrou sempre muita sensibilidade artística, sobretudo para as artes visuais com recurso a lápis ou tintas e trabalhos manuais.
É licenciada em Professores do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico, variante Educação Visual e Tecnológica na Escola Superior de Educação de Viana do Castelo e leccionou durante 7 anos na Região Autónoma dos Açores. Regressou ao continente e permaneceu 6 anos em Aveiro onde se dedicou ao Bordado de Viana tendo Carta de Artesã.
Em 2018 regressou a Viana do Castelo e passou a dedicar-se por completo às artes plásticas.
Em 2023 criou um atelier de ilustração, tendo sempre por base de inspiração os Trajes do Alto Minho, sobretudo o Traje à Vianesa.
Possui particular gosto por ilustrar registos fotográficos antigos, sobretudo do inicio do século XX.
Os principais materiais que utiliza são os lápis de carvão, lápis de aguarela secos, marcadores, marcadores de aguarela e papel rugoso de aguarlas. Esta Inspiração vem do profundo amor pelo Traje, sendo que a primeira vez que envergoui um em cortejos da Romaria de Nossa Senhora d’Agonia tinha apenas 6 anos de idade, tendo aprendido a trajar com o saudoso sr Amadeu Costa e a D. Maria Emília de Sena Vasconcelos, amigos próximos do seu pai. São já 36 anos a trajar Viana.
O seu maior desejo é poder expor o meu trabalho na terra que a viu nascer e perpectuar no tempo, através da técnica manual da ilustração, o valor incalculável que tem a memória do Traje à Vianesa.
A ilustre vianense D. Rosalina Viana
Sinto que o brio no trajar vem de um sentimento profundo de pertença.
É visível quando algumas pessoas usam o traje.
E este brio não é mensurável, tanto o tem a pessoa mais efusiva como a mais tímida.
Cumprem os preceitos de trajar bem porque sentem a responsabilidade de representar a freguesia onde nasceram ou a família nasceu, ou só mesmo a memória dos familiares.
É isto a tal "chieira", melhor dizendo, brio.
Quando se tem esse sentimento quer-se (até à perfeição) que cada cordão de avental ou colete seja bem apertado, que a camisa esteja impecávelmente passada a ferro e branquinha corada ao sol, que as chinelas estejam bem limpas e as meias irrepreensíveis. Que as franjas do lenço esvoacem pelo rosto e os brincos do tamanho perfeito. Os trajes negros de cerimónia, monumentais, e o cabelo exemplarmente preso com seus ganchos de osso e trança recolhida em rede. O ouro na quantidade certa, sem cobrir a riqueza do traje, e onde cada cordão é colocado ao pescoço e as peças e medalhas neles enfiadas e pendentes de forma harmoniosa.
A saia rodada por saiotes rendados e branquinhos, colocados meticulosamente por comprimento.
Processo que se repete como um cerimonial cada vez mais perfeito a cada ocasião de envergar o traje.
Há sempre algo a aprender, a melhorar.
Tudo bem ajustado ao corpo, que se quer direito mas não empertigado. Digno.
Não são peças de roupa, é História.
Desde que faço ilustração tenho o privilégio de conhecer histórias de pessoas que vestiram um único traje concreto, fazendo assim a história desse traje.
O traje torna-se algo com vida, tempo, lugar, família; numa palavra, pertença.
Dei por mim a desenhar o mesmo traje mas envergado por várias pessoas da mesma família.
Envergado porque "vestir" é um verbo onde não cabe o acto nobre de usar um traje.
E olhando para o traje, na pessoa que não desenho o rosto, penso que reconheceria todas as pessoas que o usaram, porque já as identifico com o seu lugar de pertença; Afife, Carreço, Meadela, Areosa, Geraz, Serra D'Arga, Santa Marta, Viana...
O que tenho constatado com muita alegria é que já não é só o traje que identifica a pertença a estes lugares, mas sim também os rostos, aqueles rostos, de quem os enverga com tanto brio.
É este sentimento de pertença que noto em algumas mulheres que, na verdadeira essência da palavra, trajam Viana.
E se para tudo ficar impecável se traja aquele traje apenas uma vez por ano, então é uma espera maravilhosa para se poder voltar a sentir, na realidade, o que é a inexplicável "chieira".
Foto: Mario Testino. "A Mordoma, woman of Authority". Exposição A Beautiful World Pallazo Bonaparte, Roma, Itália, 2024.
Teresa Morais Silva acaba de executar mais uma das suas magníficas ilustrações, desta feita alusiva à Mordomia do Senhor dos Passos. Nesta ilustração, representa trajes de Dó com o raminho de flores roxas que será este ano oferecido ao andor do Senhor dos Passos. Esta ilustração é inspirada numa fotografia do fotógrafo Ricardo Sousa.
“O meu pai era um fervoroso devoto do Senhor dos Passos e decorou o andor durante os mais de vinte anos que trabalhou na Sé de Viana. Era o sr Jerónimo Teles e é a ele, o meu pai, que dedico esta ilustração”, afirma a autora.
Este ano, Teresa Silva vai também participar no desfile envergando um traje de cerimónia de Morgada.
Teresa Silva é natural de Viana do Castelo. Nasceu em 1979 e desde os primeiros anos de infância demonstrou sempre muita sensibilidade artística, sobretudo para as artes visuais com recurso a lápis ou tintas e trabalhos manuais.
É licenciada em Professores do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico, variante Educação Visual e Tecnológica na Escola Superior de Educação de Viana do Castelo e leccionou durante 7 anos na Região Autónoma dos Açores. Regressou ao continente e permaneceu 6 anos em Aveiro onde se dedicou ao Bordado de Viana tendo Carta de Artesã.
Em 2018 regressou a Viana do Castelo e passou a dedicar-se por completo às artes plásticas.
Em 2023 criou um atelier de ilustração, tendo sempre por base de inspiração os Trajes do Alto Minho, sobretudo o Traje à Vianesa.
Possui particular gosto por ilustrar registos fotográficos antigos, sobretudo do inicio do século XX.
Os principais materiais que utiliza são os lápis de carvão, lápis de aguarela secos, marcadores, marcadores de aguarela e papel rugoso de aguarlas. Esta Inspiração vem do profundo amor pelo Traje, sendo que a primeira vez que envergoui um em cortejos da Romaria de Nossa Senhora d’Agonia tinha apenas 6 anos de idade, tendo aprendido a trajar com o saudoso sr Amadeu Costa e a D. Maria Emília de Sena Vasconcelos, amigos próximos do seu pai. São já 36 anos a trajar Viana.
O seu maior desejo é poder expor o meu trabalho na terra que a viu nascer e perpectuar no tempo, através da técnica manual da ilustração, o valor incalculável que tem a memória do Traje à Vianesa.
Como seria possível abotoar o casaco e o colete com botões e sem "casas" em ambas as abas, para além do corte curvilíneo?
Remonta ao terceiro milénio Antes de Cristo a origem do botão, encontrando-se confirmada na civilização do Vale do Indo. Com efeito, esse pequeno e quase insignificante objeto acompanha a história da humanidade, desde os seus primórdios até aos nossos dias, acompanhando a sua evolução através das mais variadas formas com que se vem apresentando ao longo dos tempos.
O botão foi inicialmente concebido para ser utilizado como forma de ajustar as roupas ao corpo fixando-a numa presilha em posição determinada e, dessa forma, agasalhar e proteger do frio. Porém, com a evolução social, o botão tornou-se também objeto de adorno e identificação social, quer através do seu elemento decorativo como pela posição em que eram colocados no vestuário.
Desde a primitiva utilização do osso e da pedra, o botão foi evoluindo para outros materiais como o metal, a madeira, o vidro e, mais recentemente, os poliésteres. O mesmo sucede quanto aos formatos empregues e a outros aspetos de natureza estética. A evolução das técnicas do design associada aos materiais disponíveis tem introduzido novos elementos gráficos na criação de novas formas visuais num objeto que, à partida, fora concebido para uma função meramente utilitária.
Vem tudo isto a propósito de certos anacronismos com que nos deparamos na indumentária de determinados ranchos folclóricos identificados com a região do Minho. Apresentando-se, alegadamente, como representativos de uma época determinada situada geralmente entre os finais do século XIX e começos do século XX, alguns desses grupos incluem nos seus trajes materiais que à época ainda não haviam sido inventados como sucede com o plástico empregue nos botões. E, para tornar ainda mais vistosa a sua fantasia, cobrem casacos e coletes com muitos botões, de preferência de cor branca e grandes formatos que nos fazem lembrar a jaqueta do palhaço. E, mais pano houvera mais botões se mostrariam…
Consta que esta moda fora em tempos importada do Brasil por um conceituado rancho folclórico minhoto e prontamente copiado por muitos outros ranchos folclóricos. Esta atitude resulta do fato da maior parte dos grupos folclóricos limitar-se a copiar os outros sem qualquer critério em vez de se documentar, da mesma forma que muitos dos nossos compatriotas, vivendo por longos períodos de tempo distantes da sua região de origem, prestam-se não raras as vezes a certas bizarrias com o propósito de alindar o nosso folclore.
Sucede que o folclore não deve ser alindado mas apenas preservado respeitando à época em que o mesmo é apresentado. O exemplo do botão é apenas um de tantos outros que devem ser tidos em consideração como sucede com o chapéu, o calçado, a algibeira e o vestuário de um modo geral. Da mesma forma que a dança deve reportar à sua região de origem e não ser transladada para outra região que não lhe pertence pois, a título de exemplo, jamais se viu uma lavradeira de Ponte de Lima a dançar a vareira. A representação do folclore deve sempre respeitar o tempo e o espaço, observando a História da evolução dos hábitos e mentalidades, de acordo com a geografia dos costumes relacionados com a religiosidade, o trabalho, o lazer, a organização social e todos os aspetos da vida comunitária.
5 de Abril – Loja de Turismo de Ponte da Barca
Neste ano em que o Vale do Lima é reconhecido como a Região Europeia da Gastronomia e do Vinho, a exposição "O Traje do Vale do Lima" oferece uma verdadeira viagem pela cultura e história desta região única.
A mostra traz um vasto conjunto de trajes representativos dos concelhos de Ponte da Barca, Arcos de Valdevez, Ponte de Lima e Viana do Castelo, do riquíssimo espólio de Ivo Rua.