A freguesia de Verdoejo recebe a décima edição da Feira das Tradições, este fim de semana, de 10 e 11 de junho, no Parque de São Tomé, com gastronomia, música, tradições locais, desporto e muito convívio.
As tasquinhas proporcionarão uma ampla diversidade de petiscos, sardinhada e o nosso famoso caldo verde (uma das 7 Maravilhas Gastronómicas de Portugal), bem como a doçaria, os licores e os vinhos. Não faltará a célebre queimada galega para aquecer a noite, com todo o seu ritual.
Do programa destaca-se uma exposição fotográfica que mostra a freguesia, os seus lugares, as suas festas e gentes, ao longo dos tempos. A animação contará com espetáculos a cargo dos grupos Jasper e Sons do Gadanha. No sábado à tarde merece, ainda, destaque o workshop de como elaborar bonecas de trapos e bordados para os pequenos e graúdos aprenderem a manter vivas as tradições.
No domingo o destaque vai para uma manhã desportiva com a primeira edição da prova de atletismo “2 Léguas da Contrasta” que terá como madrinha da prova Manuela Machado um dos grandes vultos de sempre do atletismo português.
A Feira das Tradições é uma iniciativa da Associação Cultural de Verdoejo, com a colaboração da Associação Desportiva Verdoejense e os apoios da Câmara Municipal de Valença e Junta de Freguesia de Verdoejo.
O magnífico trabalho das comissões de rua resistiu, em boa parte, ao temporal que acabou por chegar durante a noite. Mesmo assim, é possível ver a maioria das incríveis composições que resultaram de horas a fio de esforço, de uma dedicação que começou há muitos dias, ao fim da tarde, ao serão, preparando flores e restantes elementos. Optamos por incluir na reportagem fotográfica algumas zonas mais afetadas.
Parabéns a todos. Estavam e ainda estão magníficos os nossos tapetes que alegram a Festa do Corpo de Deus.
A confluência entre o sagrado e o profano gera, por si só, sensações e imagens indescritíveis. Fazer parte desse “cruzamento”, torna-nos testemunhas e guardiões de momentos belos. Ouvir, sentir e partilhar cada um deles, envolve-nos de corpo, alma e coração, fazendo de nós parte de um todo, fazendo de nós Monção.
De 7 a 11 de junho 2023, celebramos o Corpo de Deus – Coca de Monção, um evento cultural com raízes profundas no concelho, onde valorizamos a etnografia popular e afirmamos a identidade coletiva do nosso povo, do nosso território.
A próxima edição da Feira Tradicional, iniciativa promovida pelo Rancho Folclórico de Fafe com apoio do Município de Fafe, terá lugar no próximo sábado, dia 10 de junho, entre as 9h00 horas e as 18h00, na Praça 25 de Abril, onde durante muitos anos se realizou a feira semanal do concelho de Fafe.
Ao longo do dia, estarão vários expositores trajados a rigor, à época, com produtos agrícolas, louças, barros, fumeiro, doces tradicionais, artesanato e peças típicas da região, como os xailes, os lenços, as meias de lã, os cestos e os açafates. Estará também presente a padeira da região, o vinho verde, as pataniscas, o chouriço e a broa.
Não faltarão os pregões das vendedeiras ambulantes e os agricultores não deixarão de trazer até à cidade os seus produtos caseiros, como as batatas, os legumes, bem como os seus animais domésticos, exemplares bovinos, ovinos , caprinos e outros.
Estará criado um ambiente perfeito para o regresso à memória da vida no campo e às vivências individuais e coletivas do mundo rural do século XIX. Não faltará ao longo do dia a animação com concertinas, jogos tradicionais, cantares e danças folclóricas.
A Feira de 10 de junho é uma tradição em Fafe que permite apresentar a todos um cenário fidedigno dos usos e costumes de um povo, que o Rancho Folclórico de Fafe todos os anos evoca e recria, e transporta quem por lá passa à pureza das feiras que se realizavam há muitos anos.
Entre 7 e 11 de junho, Monção transforma-se em Vila Dragão, celebrando o Corpo de Deus – Coca de Monção, um evento cultural com raízes profundas e marcantes no concelho, onde valorizamos a etnografia popular e afirmamos a identidade coletiva do nosso povo, do nosso território.
Ponte de Lima revive no próximo dia 7 de Junho uma das suas tradições mais genuínas: a corrida da Vaca das Cordas. Ao começo da tarde, a vaca preta é presa ao gradeamento da igreja Matriz. Depois, dá três voltas em torno da igreja e é levada para o areal. O povo apinha-se no Largo de Camões e na ponte para ver os mais ousados correrem à frente da vaca que, por vezes é boi…
Existe deste tempos remotos na vila de Ponte de Lima o peculiar costume de, anualmente na véspera do dia de Corpo de Deus, correr uma vaca preta presa e conduzida pelos ministros da função que assim procedem com o auxílio de três longas cordas. Esse divertimento cuja verdadeira origem se desconhece mas que ainda se mantém e parece ganhar ainda mais popularidade, atraindo à terra numerosos forasteiros, era outrora executada por dois moleiros que a isso eram obrigados sob pena de prisão, conforme determinavam as posturas municipais. Muitos desses moleiros eram oriundos da Freguesia de Rebordões-Santa Maria, localidade que possuía numerosos moinhos e que, com a sua decadência, os moleiros da terra emigraram para o Brasil, fixando-se muitos em Goiás.
Ao começo da tarde, uma vaca preta é presa ao gradeamento da igreja Matriz, aí permanecendo exposta à mercê do povo que outrora, num hábito que com o decorrer do tempo se foi perdendo, por entre aguilhoadas e gritaria procurava embravecer o animal a fim de que ele pudesse proporcionar melhor espectáculo. Invariavelmente, às dezoito horas, lá aparecem os executantes da corrida que, após enlaçarem as cordas nos chifres da vaca, desprendem-na das grades e dão com ela três voltas em pesado trote em redor da igreja após o que a conduzem para a Praça de Camões e finalmente para o extenso areal junto ao rio Lima. E, por entre enorme correria e apupos do povo, alguns recebem a investida do animal aguilhoado e embravecido ou são enredados nas cordas, enquanto as janelas apinham-se de gente entusiasmada com o espectáculo a que assiste.
Quando soam as trindades, o espectáculo termina e dá lugar aos preparativos dos festejos que vão ocorrer no dia seguinte. As gentes limianas decoram as ruas com um tapete florido feito de pétalas e serrinha por onde a procissão do Corpo de Deus irá passar.
Com atrás se disse, desconhecem-se as verdadeiras origens deste costume antiquíssimo. Contudo, uma tela de Goya que se encontra exposta no Museu do Prado, em Madrid, leva-nos a acreditar que o mesmo era mantido noutras regiões da Península Ibérica. De igual modo, a tradicional corrida à corda que se realiza nos Açores sugere-nos ter este costume sido levado para aquelas ilhas pelos colonos que as povoaram a partir do continente.
Em meados do século dezanove, o cronista pontelimense Miguel dos Reys Lemos arriscou uma opinião baseada na mitologia, a qual publicou nos "Anais Municipais de Ponte de Lima" e que pelo seu interesse a seguir reproduzimos:
"Segundo a mitologia, Io, filha do Rei Inaco e de Ismene - por Formosa e meiga - veio a ser requestada por Júpiter. Juno, irmã e mulher deste apaixonado pai dos deuses, que lia no coração e pensamentos do sublime adúltero e velava de contínuo sobre tudo quanto ele meditava e fazia, resolvera perseguir e desfazer-se da comborça que lhe trazia a cabeça numa dobadoura.
Ele, para salvar da vigilância uxória a sua apaixonada, metamorfoseou-a em vaca: - mas Juno, sabendo-o, mandou do céu à terra um moscardo ou tavão, incumbido de aferroar incessantemente a infeliz Io, feita vaca e de forçá-la a não ter quietação e vaguear por toda a parte.
Io, assim perseguida e em tão desesperada situação, atravessou o Mediterrâneo e penetrou no Egito: aí, restituída por Júpiter à forma natural e primitiva, houve deste um filho, que se chamou Epafo e, seguidamente, o privilégio da imortalidade e Osiris por marido, que veio ter adoração sob o nome de Ápis.
Os egípcios levantaram altares a Io com o nome de Isis e sacrificavam-lhe um pato por intermédio de seus sacerdotes e sacerdotizas: e parece natural que, não desprezando o facto da metamorfose, exibissem nas solenidades da sua predilecta divindade, como seu símbolo, uma vaca aguilhoada e errante, corrida enfim.
Afigura-se-nos que sim e, portanto, que a corrida da vaca, a vaca das cordas, especialmente quanto à primeira parte, as três voltas à roda da Igreja Matriz, seria uma relíquia dos usos da religião egípcia, como o boi bento, na procissão de Corpus-Christi, é representativo do deus Osiris ou Ápis, da mesma religião. E esta foi introduzida com todos os seus símbolos na península hispânica pelos fenícios, aceite pelos romanos que a dominaram, seguida pelos suevos e tolerada pelos cristãos em alguns usos, para não irem de encontro, em absoluto, às enraizadas crenças e costumes populares.
É que essa Ísis, a vaca de Júpiter, a deusa da fecundidade, teve culto especial precisamente na região calaico-bracarense, na área de Entro Douro e Minho; no Convento Bracaraugustano, ou Relação Jurídica dos Bracaraugustanos (povos particulares de Braga), de que era uma pequeníssima dependência administrativo-judicial o distrito dos límicos, prova-o o cipo encravado na face externa dos fundos da vetusta e venerada Sé Arquiepiscopal, - cipo que a seguirtranscrevemos inteirado, conforme a interpretação que em parte, nos ensinou e em parte nos aceitou o eruditíssimo professor do Liceu, Dr. Pereira Caldas:
ISID · AVG · SACRVM LVCRETIAFIDASACERD · PERP · P ROM · ET · AVG
CONVENTVVSBRACARAVG · D ·
INTERPRETAÇÃO
ISIDI AUGUSTAE SACRUM; LUCRETIA FIDA SACERDOS PERPETUA POPULI ROMANI ET AUGUSTI, CONVENTUUS BRACARAUGUSTANORUM DICAT
TRADUÇÃO
"SENDO LUCRÉCIA FIDA SACERDOTISA PERPÉTUA DO POVO ROMANO E DE AUGUSTO, O CONVENTO DOS BRACARAUGUSTIANOS DEDICA A ISIS AUGUSTA (OU: À DEUSA ISIS) ESTE MONUMENTO SAGRADO"
Acredita-se porém que, no local onde se ergue a igreja matriz de Ponte de Lima existiu outrora um templo pagão onde se prestava culto a uma divindade sob a forma de uma vaca representada num retábulo, o qual era trazido para o exterior e efectuava as referidas voltas ao templo. Em todo o caso e atendendo à elevada importância deste animal na economia doméstica de uma região tão propícia à sua criação em virtude dos seus pastos verdejantes, é perfeitamente natural que a vaca tenha aqui sido venerada como símbolo de fertilidade e de abundância e, desse modo, sido prestado-lhe o devido culto. Não é completamente injustificada a frequente representação deste animal nomeadamente no artesanato da região minhota, ao qual a barrista barcelense lhe deu cores e vivacidade que o ajudaram a tornar-se famoso em todo o mundo.
LEMOS, Miguel Roque dos Reis - A corrida da Vaca das Cordas em Ponte de Lima. In Almanaque Ilustrado "O Comércio do Lima". Ponte de Lima: [s.n.]. N.º 2 (1908), p. 153-158. (Fonte: Arquivo Municipal de Ponte de Lima)
CONDE D’AURORA - A tradição Taurofila do Lima. In Almanaque Ilustrado "O Comércio do Lima". Ponte de Lima: [s.n.]. N.º 5 (1923), p. 140-151. (Fonte: Arquivo Municipal de Ponte de Lima)
umpre-se hoje, dia 15 de junho, a tradição da corrida de touros à corda na véspera do Corpo de Deus, cuja primeira referência documentada existente no Arquivo Municipal de Ponte de Lima, data de 1537. (Fonte: Arquivo Municipal de Ponte de Lima)
No concelho de Caminha, a tradição continua “viva”. Os tapetes floridos continuam a marcar a Solenidade do Corpo de Deus. No dia 8 de junho, Dia do Corpo de Deus, Caminha e Vilarelho vão “acordar” engalanadas de tapetes floridos realizados pelos caminhenses. O grupo de Jovens do concelho, que vai participar nas Jornadas Mundiais da Juventude, é o convidado, este ano, para participar na execução dos tapetes em Caminha.
Para além da religiosidade que lhe está associada, a Festa do Corpo de Deus continua a ser um cartão-de-visita da vila. Todos os anos, milhares de pessoas visitam Caminha e Vilarelho para admirarem as verdadeiras obras de arte elaboradas pelos caminhenses. Há várias semanas que as diferentes comissões de rua trabalham arduamente nos preparativos dos tapetes. De facto, na noite que antecede a festividade, passam a noite acordados a enfeitarem as ruas, com criatividade e empenho, motivos do quotidiano ou da sua fé, para que de manhã as ruas estejam prontas para serem admiradas. Este ano, os jovens do concelho que vão participar na Jornadas Mundiais da Juventude vão também contribuir para que os tapetes floridos continuem a ser um postal ilustrado do nosso concelho.
A Solenidade do Corpo de Deus é uma iniciativa do Arciprestado de Caminha, que conta com o apoio da Câmara Municipal. Para além de atribuir um subsídio à Paróquia de Caminha para apoio à festividade, o Município através dos seus trabalhadores está a dar o seu contributo para que os tapetes de flores continuem a ser uma referência. De facto, há várias semanas que os funcionários trabalham afincadamente: preparam os moldes para os desenhos, cortam os verdes, tingem as fitas de madeira e o serrim, que as diferentes comissões utilizam para engalanarem as ruas. No dia da elaboração dos tapetes também prestam todo o apoio necessário para que tudo corra dentro daquilo que é expectável. No final das celebrações, ainda fica a cargo do Município a limpeza das ruas.
Os tapetes floridos podem ser admirados a partir das primeiras horas da manhã. O dia termina com o Ofício Solene de Vésperas, na Igreja Matriz de Caminha, seguido da Procissão do Corpo de Deus e que conta com a participação de todas as paróquias do Arciprestado de Caminha e que percorrerá as ruas de Caminha e Vilarelho.