A imagem regista uma actuação em Sesimbra, no ano de 1976. Foto: João Aldeia
Há cinquenta, ao golpe militar que derrubou o Estado Novo sucedeu um movimento revolucionário que foi acompanhado e estimulado por um novo género musical – a música de intervenção – assim designada por pretender, através da mensagem que continha, intervir politicamente na transformação da sociedade portuguesa. Por outras palavras, um meio de propaganda com vista a promover um processo revolucionário.
A utilização da música popular como veículo destinado a passar uma mensagem política não se cingiu aos temas da Beira Baixa interpretados por Zeca Afonso ao ritmo do adufe e ao melodioso cancioneiro do Alto Alentejo trazido por Vitorino Salomé. Também o traje e as danças com a sua coreografia própria foram trazidas a terreiro com manifesta preocupação política.
Nos finais da década de 70 do século passado, eis que um pequeno grupo muito estilizado que dava pelo nomeGrupo de Danças Populares “Servir o Povo” , apresentava-se em palco com fatos que só muito vagamente poderíamos associar ao folclore, bem assim as músicas e danças que interpretavam. E, qual desiderato pleno de simbolismo, cruzavam a foice e o martelo apelando desse modo a uma aliança entre os operários e os camponeses – símbolo universal de todos os partidos comunistas – aqui representadas por umas toscas peças em madeira.
Este grupo estava associado ao então Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP) já desaparecido e fazia parte do Departamento de Propaganda daquele partido político, o qual integrava ainda o histórico Cine-Clube Universitário de Lisboa (CCUL), a revista Yenan, o Grupo de Teatro "Mundo Novo", o Coro Popular “O Horizonte é Vermelho” que chegou a efectuar várias gravações em disco, um comité de arquitectura e gráficos responsáveis pela produção de cartazes e pinturas murais.
Na actualidade, esta representação pode-nos parecer absolutamente ridícula e caricata. E é realmente! Porém, devemos compreender os fenómenos dentro do seu contexto histórico. Actualmente ocorrem situações no folclore que, a seu tempo, iremos de igual modo encarar da mesma forma ridícula!
No próximo dia 16 de Outubro, o Grupo Folclórico Verde Minho, sediado em Loures, vai actuar na despedida de Nossa Senhora do Cabo Espichel que se realizará em Santo Antão do Tojal às 16 horas.
A Romaria ao Cabo Espichel constitui uma das maiores tradições a juntar os círios da região de Lisboa e da margem sul naquele magnífico promontório situado perto de Sesimbra cuja vista deslumbrante alcança a própria Serra de Sintra. Costume antiquíssimo que também tinha lugar durante o mês de Agosto e que quase desapareceu, em grande medida em consequência de fanatismos políticos que tiveram o seu tempo, consistia na organização dos círios à Senhora do Cabo que se encontra num templo situado no Cabo Espichel, à Senhora da Nazaré e à Senhora da Atalaia, sempre muito concorridos de gente nomeadamente das localidades ao redor de Lisboa. O círio à Senhora do Cabo que se realizava desde 1430 era organizado por uma confraria que chegou a reunir trinta paróquias, incumbindo a cada uma delas organizar anualmente o respectivo círio. Há alguns anos atrás, coube tal incumbência à paróquia de Rio de Mouro que a realizou após cinquenta anos em relação à última que levou a efeito em virtude do círio não ter sido organizado após o 25 de Abril de 1974. Aliás, devido ao clima anti-religioso vivido durante a vigência da Primeira República que levou inclusive a uma tentativa de destruição verificada na igreja de Carnaxide onde a imagem se guardava, também este círio não se realizou desde 1911 até 1926, ano em que foi instaurada a ditadura militar. Levando consigo a imagem da Senhora do cabo e o respectivo pendão, o povo de Lisboa e de numerosas paróquias dos actuais concelhos de Oeiras, Sintra, Amadora, Cascais e Loures lá ia em cortejo processional de barco, atravessando o rio Tejo até à outra banda. Desembarcavam em Porto Brandão e de lá seguiam até ao santuário do Cabo Espichel onde se lhes ajuntava muita gente da margem sul. A tradição dos círios começou aparentemente entre nós como simples peregrinações organizadas por grupos de romeiros que de uma determinada localidade se deslocavam a um santuário, transportando consigo um círio que depunham no altar do santo da sua devoção. Um costume aliás que se origina dos cultos praticados às divindades locais durante a era pré-cristã e que certamente se encontra na génese das actuais romarias e festas que o nosso povo realiza aos santos padroeiros das suas localidades e ainda àqueles que habitam em pequenas ermidas às quais o povo sempre acorre em alegre peregrinação. É ainda relativo a tais tradições que se conserva o hábito de acender velas nos altares dos santos, embora as mesmas sejam em geral apenas acesas no local ou durante as cerimónias religiosas, costume este que também se encontra ameaçado como as novas técnicas de "velas electrónicas" cada vez mais empregue nos templos. É aos etruscos geralmente atribuída a invenção das velas ou círios, devendo-se tal facto estar associado aos seus cultos funerários e outros rituais religiosos que marcaram a sua civilização. Também na Roma antiga eram muito utilizados em cerimónias pagãs. Os gregos usavam para o efeito pequenas candeias de azeite, costume aliás ainda praticado entre nós. Contudo, os círios já eram conhecidos desde os povos da antiguidade que utilizavam para o efeito tochas formadas por paus de madeira resinosa para se alumiarem e prestarem os seus cultos. A designação de círios para identificar as romarias que se realizavam à Senhora da Nazaré, à Senhora da Atalaia e à Senhora do Cabo Espichel apenas se justifica por transportarem consigo o respectivo círio que, tal como os povos da antiguidade, íam depositar aos pés da santa como sinal de devoção. Os círios constituem uma das tradições que melhor caracterizam a identidade religiosa e cultural do povo português, razão pela qual se deveria desenvolver um esforço com vista à recuperação da sua grandeza de outros tempos.
Foto: ANTT. Em 1937, o círio de Nossa Senhora do Cabo à saída de Belas
Há quarenta e seis anos, ao golpe militar que derrubou o Estado Novo sucedeu um movimento revolucionário que foi acompanhado e estimulado por um novo género musical – a música de intervenção – assim designada por pretender, através da mensagem que continha, intervir politicamente na transformação da sociedade portuguesa. Por outras palavras, um meio de propaganda com vista a promover um processo revolucionário.
A imagem regista uma actuação em Sesimbra, no ano de 1976. Foto: João Aldeia
A utilização da música popular como veículo destinado a passar uma mensagem política não se cingiu aos temas da Beira Baixa interpretados por Zeca Afonso ao ritmo do adufe e ao melodioso cancioneiro do Alto Alentejo trazido por Vitorino Salomé. Também o traje e as danças com a sua coreografia própria foram trazidas a terreiro com manifesta preocupação política.
Nos finais da década de 70 do século passado, eis que um pequeno grupo muito estilizado que dava pelo nome Grupo de Danças Populares “Servir o Povo” , apresentava-se em palco com fatos que só muito vagamente poderíamos associar ao folclore, bem assim as músicas e danças que interpretavam. E, qual desiderato pleno de simbolismo, cruzavam a foice e o martelo apelando desse modo a uma aliança entre os operários e os camponeses – símbolo universal de todos os partidos comunistas – aqui representadas por umas toscas peças em madeira.
Este grupo estava associado ao então Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP) e fazia parte do Departamento de Propaganda daquele partido político, o qual integrava ainda o histórico Cine-Clube Universitário de Lisboa (CCUL), a revista Yenan, o Grupo de Teatro "Mundo Novo", o Coro Popular “O Horizonte é Vermelho” que chegou a efectuar várias gravações em disco, um comité de arquitectura e gráficos responsáveis pela produção de cartazes e pinturas murais.
Na actualidade, esta representação pode-nos parecer absolutamente ridícula e caricata. E é realmente! Porém, devemos compreender os fenómenos dentro do seu contexto histórico. Actualmente ocorrem situações no folclore que, a seu tempo, iremos de igual modo encarar da mesma forma ridícula!
Familiaridade marcou 9º Aniversário da Casa Cerveirense em Lisboa
Cerca de 400 cerveirenses participaram, este domingo, na festa do 9º aniversário da Casa Cerveirense em Lisboa. A Vereadora Aurora Viães e o Adjunto do Presidente Pedro Soares representaram o Município de Vila Nova de Cerveira, num dia marcado pelo convívio.
Todos os anos, a família cerveirense reúne-se num encontro entre residentes em Lisboa e no concelho. Trata-se de uma iniciativa que visa fomentar o associativismo e a convivência, inclusive entre as gerações mais novas, de forma a preservar a cultura e os valores da comunidade cerveirense.
Este ano, aos cerveirenses residentes em Lisboa juntaram-se 140 conterrâneos que continuam a viver no concelho e que fizeram algumas centenas de quilómetros para reencontrar amigos e antigos vizinhos, aproveitando a sua maioria o transporte que a Câmara Municipal disponibilizou para esta viagem.
A Quinta da Valenciana, em Fernão Ferro, foi palco de animação a preceito com as presenças do Rancho Folclórico da Casa do Minho e do Grupo de Bombos de S. Tiago de Sopo.
O dia terminou com uma simbólica troca de lembranças e o corte do bolo de aniversário.
O tradicional almoço da comunidade cerveirense radicada na região de Lisboa foi uma vez mais uma grandiosa jornada de confraternização regionalista a irmanar os naturais e descendentes do concelho de Vila Nova de Cerveira.
Mais de quatro centenas de pessoas juntaram-se ontem na Quinta da Valenciana, em Fernão Ferro, no concelho de Sesimbra, encontro que contou com a presença do Adjunto do Presidente da Câmara Municipal, Arquitecto Pedro Soares, e da Vereadora da Cultura, Drª Aurora Viães.
Para animar a festa veio directamente de Cerveira os Bombos de Sopo a que se juntou em Lisboa o Rancho Folclórico da Casa do Minho, instituição presidida por Paulo Duque, também ele cerveirense natural de Covas.
A iniciativa contou com a representação de todas as casas regionais minhotas e de outras regiões do país com quem a Casa Cerveirense mantém relações de proximidade, nomeadamente através da Associação das Casas Regionais em Lisboa (ACRL) da qual são filiadas.
Na ocasião, foi anunciada a abertura para os primeiros meses do ano que vem das novas instalações da Casa Cerveirense, para a qual se planeia convidar várias personalidades de relevo do seu concelho.
O anúncio foi dado a conhecer pela Drª Paula Brito, Presidente da Direcção, durante o Almoço Cerveirense que hoje juntou cerca de 4 centenas de conterrâneos em Fernão Ferro, no concelho de Sesimbra
No dia em que a Casa Cerveirense comemorava o seu 8º aniversário, as gentes de Vila Nova de Cerveira receberam a melhor prenda que há muito tempo aguardavam: A Casa Cerveirense em Lisboa acaba de obter instalações na Freguesia de Santa Maria dos Olivais, mais precisamente na Rua Cidade de Vila Cabral, Lote 352, graças a um acordo com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, I.P. O anúncio foi feito pela Presidente da Direcção no decorrer do almoço hoje realizado na Quinta da Valenciana, em Fernão Ferro, no concelho de Sesimbra.
A alegria foi imensa e a festa foi animada pelo Rancho Folclórico da Casa do Minho, curiosamente dirigido por um cerveirense – o sr. Paulo Duque – que também exerce as funções de Vice-Presidente daquela associação regionalista.
Apesar da Casa Cerveirense em Lisboa contar com 8 anos de existência, o regionalismo cerveirense na capital lisboeta remonta aos começos da década de oitenta do século passado, altura em que começaram a realizar anualmente os chamados “almoços cerveirenses”. Estes tiveram lugar durante vários anos consecutivos e eram organizados pela “Casa Cerveirense”, uma associação que reunia numas instalações na zona da Freguesia de Benfica mas que, contudo, jamais veio a ser legalmente constituída e que veio a desaparecer.
Entretanto, um punhado de cerveirenses tomou a corajosa iniciativa de reerguer na capital a bandeira do seu concelho e retomar o regionalismo, logrando agora obter as instalações onde passará a funcionar a sua sede social na capital do país. E o caminho está agora aberto para maiores e melhores realizações em prol de Vila Nova de Cerveira e dos cerveirenses, o mesmo é dizer do Minho!
Almoço Cerveirense foi uma grande festa dos minhotos que vivem em Lisboa
Perto de meio milhar de minhotos afluiu hoje à Quinta da Valenciana, em Fernão Ferro, para mais um grandioso almoço de confraternização regionalista a celebrar 6 anos de existência da associação que na capital congrega os naturais e descendentes do concelho de Vila Nova de Cerveira – a Casa Cerveirense em Lisboa!
Mais de uma centena de pessoas veio propositadamente de Vila Nova de Cerveira para abraçar os seus familiares e amigos. E, em representação do concelho, marcou presença o Presidente da edilidade, Dr. Fernando Nogueira acompanhado da respetiva esposa, o Presidente da Assembleia Municipal, Dr. Víctor Torres e a Vereadora Drª Aurora Viãis entre outras entidades.
Também o movimento associativo regionalista esteve bem representado através do Presidente da Associação das Casas Regionais de Lisboa (ACRL), sr. Joaquim Cerqueira de Brito, também em representação da Casa do Concelho de Arcos de Valdevez, do Presidente da Casa do Minho, Dr Júlio Villas Boas, Presidente da Liga dos Amigos do Concelho de Valença, sr. João Braga e ainda de Tábua, Ferreira do Zêzere e Arganil entre muitos outros representantes das mais variadas associações concelhias sediadas na capital..
Durante o repasto, foram lidas as mensagens recebidas nos últimos dias através do BLOGUE DO MINHO, do ilustre cerveirense sr. Roleira Marinho, do Diretor do Grupo de Folclore Casa de Portugal, em Andorra, sr. José Luís Carvalho e do Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Dr. Fernando Nogueira.
E, porque em festa minhota não falta a nossa música tradicional, coube ao rancho Folclórico da Casa do Minho animar o evento, cantando e dançando as mais alegres rapsódias do nosso folclore, a que se seguiram os tocadores de concertina e os cantadores ao desafio que mostraram os seus créditos na forma exímia de cantar como só os minhotos o sabem fazer.
Vai a Casa Cerveirense em Lisboa levar a efeito no próximo dia 8 de novembro, um almoço regionalista que visa congregar as gentes de Vila Nova de Cerveira radicadas na região de Lisboa e assinalar mais um aniversário da sua associação regionalista – a Casa Cerveirense.
A pedido do BLOGUE DO MINHO, o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Dr. Fernando Nogueira, dirige uma mensagem a todos os cerveirenses radicados na região de Lisboa, esperando reunir-se com todos no próximo Almoço Cerveirense, numa manifestação de unidade e amor à sua terra de origem.
- Que ninguém falte à chamada da Casa Cerveirense em Lisboa para mais este grandioso encontro regionalista!
Caros Cerveirenses em Lisboa,
O 6º Aniversário da Casa Cerveirense em Lisboa é a expressão verdadeira de que, apesar de separados por algumas centenas de quilómetros, as raízes cerveirenses ainda hoje permanecem bem vivas em cada um de vós.
O passado está bem presente na vossa história pessoal e profissional, assim como o futuro. Refiro-me ao compromisso assumido em preservar e perdurar esta identidade que é ser alto-minhoto, e em especial Cerveirense, às gerações vindouras que nascem na Capital mas que, graças a vós, ficam com a vontade e até necessidade de conhecer as suas origens.
A vossa determinação em afirmar-vos Cerveirenses é, sem dúvida, um motivo de orgulho ao concretizar com sucesso o projeto delineado para a vossa vida.
Estou certo que esta migração para uma outra localidade acarretou muitas dificuldades, mas sempre dignificando a identidade de Vila Nova de Cerveira.
Acredito que a morada de coração é Vila Nova de Cerveira, terra que é vossa e que estará sempre de braços abertos para vos receber.
Um bem-haja a todos vós.
Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira
No próximo fim-de-semana, os minhotos radicados na região de Lisboa rumam à localidade de Fernão Ferro, no concelho de Sesimbra. Trata-se do almoço comemorativo de mais um aniversário da Casa Cerveirense, a ter lugar na Quinta da Valenciana.
O Rancho Folclórico da Casa do Minho anima a festa. E, como não podia ser de outra maneira, não vão faltar os tocadores de concertina e cantadores ao desafio.
Além do repasto, haverá ainda lugar ao magusto para festejar o São Martinho, onde não vão faltar as castanhas e o vinho novo.
Para além do seu interesse gastronómico, o Almoço Cerveirense constitui uma jornada de confraternização entre cerveirenses e minhotos em geral, sob o signo do regionalismo da sua região.
Para o minhoto, tudo é pretexto para a festa: o trabalho e a romaria, a religião e a gastronomia. Por conseguinte, o Almoço Cerveirense vai seguramente traduzir-se numa grande festa minhota!
A Casa Cerveirense em Lisboa leva a efeito, no próximo dia 8 de novembro, o almoço comemorativo do seu 6º aniversário, o qual vai ter lugar na Quinta da Valenciana, em Fernão Ferro.
Para além do seu interesse gastronómico, o Almoço Cerveirense constitui uma jornada de confraternização entre cerveirenses e minhotos em geral, sob o signo do regionalismo da sua região.
A animar a festa, os cerveirenses contam com o Rancho Folclórico da Casa do Minho, não fosse este agrupamento folclórico dirigido por um cerveirense, aliás à semelhança da própria entidade regionalista de que faz parte.
Para o minhoto, tudo é pretexto para a festa: o trabalho e a romaria, a religião e a gastronomia. Por conseguinte, o Almoço Cerveirense vai seguramente traduzir-se numa grande festa minhota!