Carlos Braga é Associado número 574 da Associação Portuguesa de Poetas
Meu nome é Carlos Alberto da Silva Santos Braga, sou brasílico-português, com morada na cidade de Braga. Sou Oficial da Policia Militar do Estado de Minas Gerais no Brasil, com a patente de Major, já estou reformado.
Tenho especial admiração pelo Minho, suas cidades e os seus rios, especialmente o Rio Minho.
Escrevi sobre a minha família e a construção do Apelido no Brasil, especialmente na cidade de Bom Despacho, no Estado de Minas Gerais. Na história, falo do Rio Minho, e da me alegria de o conhecer desde a sua nascente, no Pedregal de Irimia, na Serra da Meira, até a sua foz em Caminha.
O tradicional Lanço da Cruz, uma das mais emblemáticas celebrações do Alto Minho, voltou a unir as comunidades de Cristelo Covo (Valença, Portugal) e Sobrada (Tomiño, Galiza) no Rio Minho, reafirmando-se como um Património Cultural Imaterial.
Esta cerimónia, que marca o ponto alto das Festividades em honra de Nossa Senhora da Cabeça, atraiu milhares de pessoas às margens do rio, num momento de profunda fé, tradição e convívio transfronteiriço.
Um Ritual que atravessa gerações
Às 16h00, os párocos de ambas as paróquias entraram em barcos de pesca tradicionais, levando consigo as Cruzes Pascais, e dirigiram-se ao meio do Rio Minho. Ali, as cruzes foram beijadas pelos sacerdotes e comitivas, simbolizando a união entre as duas margens.
A Cruz portuguesa seguiu para Sobrada (Galiza), enquanto a galega foi levada para Cristelo Covo (Portugal), sendo oferecida ao beijo dos fiéis de ambos os lados do rio. O momento foi acompanhado pelos sons tradicionais dos bombos, pandeiretas, castanholas, concertinas e gaitas de foles, que animaram a celebração.
Uma Festa que mistura Fé, História e Cultura
Além do ritual religioso, o Lanço da Cruz mantém traços de antigos cultos pagãos ligados às águas, fundindo-se com a tradição cristã. A presença de pescadores, que lançam as redes em busca da lampreia, reforça a ligação secular das comunidades ao Rio Minho.
Uma tradição que continua a unir
Sob um sol radiante, milhares de minhotos e galegos celebraram mais um capítulo desta tradição centenária, que continua a fortalecer os laços entre Portugal e a Galiza. O Lanço da Cruz não é apenas um ato de fé – é um património vivo, testemunho da riqueza cultural do Minho e da sua história partilhada.
Com as férias escolares da Páscoa a aproximarem-se, o Aquamuseu do Rio Minho apresenta uns dias marcados por atividades lúdico-pedagógica. De 14 a 17 de abril, no período da tarde, a sugestão aborda a temática "O Revestimento dos Animais", sendo dirigida a crianças com idades entre os 7 e os 13 anos. Inscrições já estão a decorrer.
Porque o revestimento corporal é uma caraterística fundamental dos seres vivos, influenciando a sua adaptação ao meio, as crianças inscritas vão ter a oportunidade de desenvolver atividades laboratoriais de observação e análise de diferentes tipos de revestimento animal. A proposta vai no sentido de explorar as funções, diferenças e particularidades, através do contacto direto com alguns animais. Complementarmente à aprendizagem prática, os técnicos do Aquamuseu do Rio Minho vão orientar os participantes na criação de um livro de registo das atividades e conhecimentos adquiridos, que cada criança levará consigo no final da iniciativa.
As Férias da Páscoa do Aquamuseu prometem ser momentos de descoberta, diversão e aprendizagem, incentivando o interesse pelo conhecimento científico e pelo meio natural. A participação está sujeita a inscrição ( https://aquamuseu.cm-vncerveira.pt/pages/1082 ), limitada a 15 crianças, com um custo de 15€.
Para mais informações, contacte o Aquamuseu do Rio Minho.
“Preocupa-nos que o Rio Minho se possa tornar num rio morto, sem atividade, sem vida, com perdas para a fauna e flora, a par das perdas económicas para o concelho, para a região e para o país”
O Executivo aprovou ontem, por unanimidade, uma Moção onde se exorta que o Governo de Portugal possa promover de forma urgente o desassoreamento do Rio Minho, pedindo ainda que estabeleça contactos diplomáticos para resolver este problema, também a curto e médio prazo, com o Governo de Espanha. O assoreamento do Rio Minho é um problema que aflige autarcas e população, especialmente a comunidade piscatória, sendo também um obstáculo determinante à navegação do ferry boat.
Em reunião ordinária e antes da ordem do dia, o Presidente da Câmara, Rui Lages, apresentou ao Executivo uma Moção, convidando todos os eleitos a unir-se em mais esta diligência, sendo certo que o Rio Minho, sendo um rio internacional, depende para o seu desassoreamento da vontade e ação dos governos de Portugal e Espanha.
Na Moção, Rui Lages lembra que a pesca constitui um dos principais motores económicos do Município de Caminha, a par da indústria do turismo e dos serviços: “as artes e a tradição da pesca são seculares no concelho de Caminha e, em particular na Vila de Caminha. O elevado estado de assoreamento do Rio Minho tem colocado em crise a atividade da pesca, dos desportos náuticos, da atividade marítimo turística e, bem assim, tem condicionado há alguns anos a esta parte a ligação fluvial entre Caminha e A Guarda”.
A Moção sublinha que o Rio Minho é um rio internacional, com características muito próprias, e com uma jurisdição partilhada entre o Estado Português e Espanhol e com a foz do rio cada vez mais assoreada, a falta de caudal e força do rio faz com que os inertes se depositem cada vez mais neste belíssimo estuário do Minho.
“Com este estado de coisas, torna-se quase impossível o exercício da pesca, um verdadeiro desafio, estando em causa a segurança dos nossos pescadores e, por vezes, há marés em que se torna impossível trabalhar. Como se pode verificar, os bancos de areia são imensos e com uma grande extensão, criando-se inclusive pequenas ilhas e praias. Para além do setor das pescas, também as marítimo turísticas se vêm com dificuldades em operar ficando, não raras vezes, as suas embarcações assentes em areia. O assoreamento tem também condicionado – e muito – a operacionalidade dos meios da Autoridade Marítima Nacional”, lê-se no documento.
Rui Lages alerta também para a segurança e defesa: “não se pode conceber que, num troço internacional, onde a defesa do país é base fundamental da soberania do Estado, estejam inoperacionais neste local meios da Autoridade Marítima Nacional e da Marinha Portuguesa. Preocupa-nos que o Rio Minho se possa tornar num rio morto, sem atividade, sem vida, com perdas para a fauna e flora, a par das perdas económicas para o concelho, para a região e para o país”.
Por fim, refere-se no texto, “num momento em que as relações transfronteiriças são tão propaladas, é dever do Governo da República fomentar essas mesmas relações e, para o concelho de Caminha, termos um canal fluvial que possa estar apto é fundamental, mas não menos importante é garantir que o nosso rio possa ser navegável em segurança, para o exercício das diversas atividades económicas, em concreto a pesca”.
Nestes termos, e por vontade unânime do Executivo e Caminha, decidiu-se exortar a que o Governo de Portugal possa promover de forma urgente o desassoreamento do rio Minho e pedir que estabeleça contactos diplomáticos para resolver este problema, também a curto e médio prazo, com o Governo de Espanha.
Da presente Moção será dado conhecimento ao Primeiro Ministro; Ministro da Agricultura e Pescas; partidos políticos com representação na Assembleia da República; Assembleia Municipal de Caminha e Associação de Pescadores de Caminha.
A Casa da Cultura acolhe a exposição coletiva “As artes de pesca nas Pesqueiras do Rio Minho”
Um convite para conhecer a história e a tradição destas construções milenares, que moldaram a vida ribeirinha e a atividade piscatória no Rio Minho.
A mostra reúne:
30 fotografias de Luís Borges, fruto de um trabalho do Projeto Raízes com a Associação de Pescadores das Pesqueiras do Rio Minho;
7 fotografias antigas, algumas do início do século XX, que retratam a ligação das populações de Arbo ao rio Minho e à pesca nas pesqueiras;
16 painéis que constituem o Plano Del rio Miño da Comisión Internacional de Limites entre Espanha e Portugal, datado de 1898, onde estão sinalizadas as pesqueiras dos dois lados do rio até àquela data;
Esculturas do artesão de Arbo, Vicente López Martinez, relacionadas com esta temática.
A entrada é gratuita e a exposição pode ser visitada até 11 de abril
Esta iniciativa resulta de uma colaboração entre o Município de Melgaço, as PESQUEIRAS – Associação de Pescadores do Rio Minho e a Asociación do Rio Miño Ignacio Gago.
𝐀𝐒 𝐏𝐄𝐒𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀𝐒 𝐃𝐎 𝐑𝐈𝐎 𝐌𝐈𝐍𝐇𝐎
As pesqueiras do Rio Minho constituem um bom exemplo da relação estabelecida entre o meio físico e o social, um marco histórico-cultural que comprova os usos e costumes de um povo, nomeadamente na arte de armar a pesca. Desde novembro de 2022, integram o Inventário Nacional do Património Imaterial.
A origem das suas construções perde-se na História: as primeiras referências documentadas são do séc. XI. Já eram utilizadas pelos romanos para a pesca daquela que é considerada uma das maiores iguarias do rio Minho: a lampreia. Testemunham saberes ancestrais na escolha dos melhores sítios para a sua implementação, na sua orientação em relação às correntes do rio, no processo de trabalhar a pedra e erguer os muros, na escolha das redes mais adequadas e, ainda, no sistema de partilha comunitária do seu uso.
Saiba-se que este rio internacional concentra, nas duas margens e apenas no troço de 37 quilómetros, entre Monção e Melgaço, cerca de 900 pesqueiras (das quais cerca de 350 estão ativas).
A Eurocidade Tui.Valença assinala hoje o seu 13º aniversário, marcando mais de uma década de cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha.
Desde a sua criação, esta parceria tem fortalecido laços culturais, sociais e económicos entre as duas cidades vizinhas, promovendo projetos conjuntos em áreas como tão diversas como o turismo, a mobilidade, o desporto e a cultura, entre outros.
O aniversário desta Eurocidade reforça o compromisso de Valença e Tui com a integração europeia, destacando o sucesso da colaboração que une estas comunidades e impulsiona o crescimento regional.
Todos os fins de semana, até 30 de março, 12 restaurantes do concelho de Vila Nova de Cerveira apresentam a saborosa lampreia do rio Minho, confecionada das mais diversas formas, preservando a tradição ou dando asas à imaginação.
A “Lampreia do Rio Minho – Um Prato de Excelência”, uma iniciativa gastronómica dinamizada pela ADRIMINHO, em parceria com os seis municípios do Vale do Minho, a restauração local e a Confraria da Lampreia do Rio Minho, apresenta-se como uma sugestão irresistível pela singularidade de sabores associada à vivência de experiências.
Receitas mais tradicionais baseadas em segredos transmitidos de geração em geração ou aquelas mais inovadoras que suscitam curiosidade com os olhos e comprovada pelo paladar. O convite vai no sentido de degustar as múltiplas formas de confecionar a lampreia, rainha desta época, na restauração aderente de Vila Nova de Cerveira.
Listagem dos restaurantes aderentes de Vila Nova de Cerveira:
Arranca hoje, o projeto “Lampreia do Rio Minho – Um Prato de Excelência” nos restaurantes aderentes do concelho de Caminha,
Este projeto é já uma aposta ganha na promoção da lampreia do rio Minho e é levado a cabos pelas Câmaras Municipais de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Valença, Monção e Melgaço, conjuntamente com a Adriminho.
Até 30 de março, aprecie esta iguaria gastronómica nos restaurantes aderentes do nosso território.
Até 30 de março, aprecie esta iguaria gastronómica nos restaurantes aderentes do nosso território.
O Presidente da Câmara Municipal de Valença, José Manuel Carpinteira, é o novo diretor do Agrupamento Europeu de Cooperação Transfronteiriça – AECT Rio Minho.
A coordenação deste agrupamento de cooperação será liderada pelo autarca valenciano nos próximos dois anos, ficando a vice-direção a cargo de Roberto Álvarez Carrero, Alcalde do Concelho de A Guarda.
Neste novo mandato a Alcaldesa de Ponteareas, Nava Castro e o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira ocuparão os lugares de vogais.
Para José Manuel Carpinteira “É uma honra e uma responsabilidade assumir a liderança da AECT Rio Minho e pugnar pelo fortalecimento e aproximação dos concelhos ribeirinhos do Rio Minho, maximizando as oportunidades proporcionadas pelos fundos comunitários para a qualificação deste território”.
A AECT Rio Minho é um agrupamento de cooperação territorial transfronteiriça, constituído em 2018 e que abrange 26 municípios, os 10 concelhos do Alto Minho e os 16 galegos da província de Pontevedra. Este organismo abrange um território de mais de três mil quilómetros quadrados onde vivem mais de 376 mil habitantes.
A sede das AECT Rio Minho está localizada na avenida Miguel Dantas, em Valença, nas instalações que acolhem vários organismos de gestão do território, nomeadamente a CIM Alto Minho, a Adriminho, a Valminho Florestal - Associação de Produtores Florestais do Vale do Minho e o EURES Transfronteiriço Norte de Portugal Galiza.
O especialista confirmou ainda que a ave nasceu no Jardim Zoológico de Halle, na Alemanha, em maio de 2023, e foi libertada em março deste ano na região de Cádis, em Espanha.
A íbis-eremita terá estado naquela zona espanhola durante "seis a sete meses" e depois desapareceu. Foi novamente avistada a 21 de outubro em Estoi, Faro, antes de ser encontrada junto ao rio Minho.
A ave foi classificada como estando em "perigo crítico", nos anos 90, numa altura em que restavam apenas alguns exemplares da espécie em Marrocos.
Em 2004, Espanha lançou um projeto para estabelecer a população residente desta espécie na região de Cádis. Desde então, tem acompanhado estas aves naquilo a que chamam de "migração assistida pelo homem".
Primeiro troço da Ecopista do Rio Minho completa, hoje, vinte anos de abertura ao público.
Com aproveitamento da antiga linha férrea entre os municípios de Monção e Valença, desativada no dia 31 de dezembro de 1989, o primeiro troço da Ecopista do Rio Minho, unindo o Apeadeiro de Cortes, em Monção, à ponte seca, em Valença, foi inaugurado no dia 14 de novembro de 2004.
Com a abertura deste percurso de 17 quilómetros, os dois municípios alargaram a capacidade desportiva, cultural e turística da região, reavivando a proximidade e o relacionamento de ambas as populações com o Rio Minho ou “Pai Minho” como, carinhosamente, os amigos e vizinhos galegos tratam aquele troço de água internacional.
Nos anos seguintes, o corredor ecológico, “colado” ao Rio Minho, ganhou mais quilómetros, chegando, numa primeira fase, ao Parque da Lodeira, junto à ponte internacional, e numa fase posterior, ao centro histórico de Monção, com entrada pela Porta de Salvaterra. Paralelamente, foi construído um passadiço de madeira no Parque das Caldas.
A partir de 2017, deu-se continuidade ao processo de alargamento daquele corredor ecológico, através da criação de novas estruturas e equipamentos que, gradualmente, potenciaram a utilização daquele trajeto ribeirinho propicio ao desporto e lazer em comunhão com a natureza.
Com uma intervenção profunda na Pedra Furada, procedeu-se à ligação pedonal entre a zona da Lodeira e o Parque das Caldas, garantindo-se a continuidade do percurso que, após três fases de execução, chegou ao Landre, na freguesia da Bela, espaço em fase de intervenção.
Em paralelo, foram construídos os passadiços de madeira “A Galiza Mail`o Minho”, revelando-se, desde a sua abertura ao público, em 21 de março de 2021, um extraordinário cartão de visita do nosso concelho, sendo muito frequentado pelos munícipes e procurado pelos turistas.
Entre Lapela, na extremidade com Valença, e a freguesia da Bela, o nosso município disponibiliza 12 quilómetros contínuos “pegados” ao rio Minho. Neste trajeto, distinguido como a terceira melhor via verde da Europa, em 2017, existem vários motivos de interesse que tem merecido, ao longo dos anos, rasgados elogios e aplausos pela generalidade das pessoas.
Numa perspetiva de valorização permanente daquele percurso surpreendente e apaixonante, o Município de Monção instalou, recentemente, uma nova sinalética com informações técnicas e quilométricas do percurso, bem como os equipamentos e locais visitáveis nas proximidades. Os painéis alertam, também, para uma utilização segura e sustentável.
A propósito dos rios Minho e Lima e sobretudo do porto de mar de Vila Praia de Âncora temos vindo a referir com certa frequência o fenómeno do assoreamento daqueles locais. O vocábulo é um termo relacionado com a Geologia e, naturalmente, pouco familiarizado pela maior parte dos leitores. Mas, afinal o que é o assoreamento?
De uma forma genérica, o assoreamento consiste na acumulação de sedimentos (areias ou terras) nos leitos dos rios e, com maior incidência, na margem sul das fozes dos rios, causando frequentemente a sua obstrução, incluindo os portos aí instalados.
O assoreamento pode ser provocado pela deslocação de arenitos resultantes da erosão das arribas devido à ação dos ventos, ao despreendimento dos solos causados pelos incêndios florestais, desmatação próximas dos cursos de água afluentes ou outras intervenções humanas, enchentes e construções de que resultam relevantes alterações na bacia hidrográfica.
Em consequência do assoreamento resultam não raras as vezes o transbordo das margens dos rios e ribeiras, favorecendo a ocorrência de cheias nas áreas urbanas e alagamento dos campos agrícolas como sempre se verificaram em Ponte de Lima, ou ainda a obstrução de portos como ocorre com frequência em Vila Praia de Âncora.
Em situações de extração de areias e eventual depósito nas suas margens sem avaliação prévia, a força da corrente pode inclusivamente ameaçar a estabilidade de estruturas como pontes e barragens, sendo necessário de se proceder ao enrocamento de maneira a reforçar as suas fundações.
O enrocamento é uma técnica de proteção de taludes e margens de rios que consiste na colocação de pedros ou blocos de cimento a fim de evitar a erosão e proteger contra a ação da água.
Em virtude da alteração do leito, o assoreamento impede a navegabilidade dos rios e o acesso aos portos marítimos tornando-os disfuncionais. Para além das obras hidráulicas e de engenharia, impõe-se o estudo hidrográfico dos locais afetados e dos ventos e correntes marítimas com vista nomeadamente à regularização das margens e construção de molhes que possibilitem o acesso e navegação no interior dos portos de abrigo.
Numa altura em que tanto se fala de cimeira ibérica, deixem-me dar a minha opinião
1- Os desassoreamentos são gestão corrente da responsabilidade dos governos de Portugal e Espanha, quando se trata de águas internacionais.
Têm que tratar desse assunto, no âmbito da gestão corrente, uma obrigação.
2- Não acho que fosse um assunto para ir à cimeira ibérica por não ser uma obra estrutural.
Aliás, a dragagem e limpeza de todo o Rio Minho tem que ser tratado nos fóruns próprios. Se na foz do Minho temos os problemas das areias, ao subirmos o rio ainda temos outros problemas como as espécies aquáticas invasoras que têm danificado barcos e provocado problemas de navegabilidade e segurança.
Pedirem para a cimeira iberica, com aquela ordem de grandeza, que se discuta o assoreamento da foz e não se tivessem colocado todos os problemas do rio Minho foi, de facto, muito redutor no seu propósito.
3- Está na altura de usarem a AECT do Rio Minho- Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Rio Minho, cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento e reforçar a coesão económica e social do seu território e tem como atribuições articular o espaço comum, promover as relações de cooperação territorial, aumentar a coesão institucional do território de ambas as margens do rio Minho, para fins como a promoção de reinvindicações e agendamentos de reuniões para resolver o desassoreamento e navegabilidade do Rio Minho.
Esse sim é um bom propósito, mas o concelho de Caminha, mais uma vez, tem revelado pouca capacidade de mobilização para trazer investimentos para o nosso concelho, no âmbito deste fórum também.
4- Para uma cimeira ibérica tinham que ter tido a grandiosidade ( aqueles que estão em posição para tal) para exigir a inclusão de um Ponte entre o concelho de Caminha e A Guarda.
5- O assoreamento do Rio Minho é centenário. É um problema que vai acontecer sempre, e não podemos limitar a mobilidade entre territórios a este problema.
Temos que ter uma ligação efetiva que permita o crescimento do concelho e permita as trocas comerciais, turísticas, empresariais, culturais e desportivas que são possíveis em zonas raianas como a nossa.
6- Somos o único concelho da ribeira Minho que não tem ligação rodoviária com Espanha.
A nossa capacidade de crescimento, captação de empresas e criação de postos de trabalho pode ser catapultado com a estratégia futura de criação desta ligação.
Mas também não é menos verdade que não precisamos de cimeiras ibéricas para o conseguir.
Basta haver capacidade de diálogo, de apresentar as mais valias e a importância desta ligação a quem de direito e pôr mãos ao trabalho para que este sonho se torne realidade.
Eu serei uma eterna defensora desta ligação.
No que de mim depender, se um dia estiver em posição de o fazer, irei concretizar esta ideia, vontade e projeto, porque o concelho de Caminha merece que lutemos por ele com força, convicção, resiliência, capacidade de trabalho e a sensibilidade política necessária.
Lei de 9 de agosto de 1860 (pelo ministerio das obras publicas — Diario de Lisboa n.° 188 de 20) auctorisando bem assim o governo a conceder um subsidio de 160$000 réis por mez a quem estabelecer carreiras diarias por barcos a vapor no rio Minho, e se obrigar em compensação ao transporte gratuito dos dinheiros do governo e malas do correio, e ao dos passageiros e objectos do estado por metade dos preços estabelecidos.
Contrato de 10 de abril de 1861 (pelo ministerio das obras publicas — Diario de Lisboa n.° 83 de 15) adjudicando a um emprezario a navegação a vapor do rio Minho entre Caminha e Valença.
Decreto de 24 de setembro de 1901 (Ministerio dos Estrangeiros — Diario do Governo, n.° 219, de 30 de setembro) modificando os artigos 10.° do capitulo VI, e 7.º do capitulo VIII, do regulamento da pesca no rio Minho, em harmonia com o acordo celebrado entre os Governos de Portugal e Hespanha.