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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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MORREU O VIMARANENSE RUI GUIMARÃES – UM DOS CAPITÃES DO 25 DE ABRIL

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Rui Guimarães morreu aos 80 anos no Hospital de Braga. Em 25 de abril de 1974, era capitão no Regimento de Infantaria n.º 8 de Braga.

O antigo capitão de Abril Rui Guimarães morreu esta terça-feira, aos 80 anos, disse à Lusa o coordenador da Comissão Promotora de Homenagem aos Democratas de Braga.

Segundo Paulo Sousa, Rui Guimarães morreu no Hospital de Braga, vítima de doença prolongada.

Natural de Guimarães, Rui Rolando Xavier de Castro Guimarães participou na Guerra Colonial, tendo cumprido três comissões em Angola e na Guiné.

Em 25 de abril de 1974, era capitão no Regimento de Infantaria n.º 8 de Braga, onde fora eleito representante dos militares da Região Militar do Norte nas reuniões preparatórias no Movimento das Forças Armadas (MFA).

Fonte: Observador / Foto. Público

MUNICÍPIO DE PONTE DA BARCA INAUGUROU ESCULTURA COMEMORATIVA DOS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL NO DIA DE PORTUGAL

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Ao final da tarde do dia de ontem, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Município de Ponte da Barca inaugurou uma escultura comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril.

A cerimónia decorreu no Largo 25 de Abril, homenageando, como salientou o Presidente da Câmara, Augusto Marinho, durante a cerimónia “os verdadeiros heróis deste evento transformador: os Militares que ousaram derrubar a ditadura e o Povo, que aderiu de imediato e ergueu bem alto a bandeira da Liberdade, preservando-a até aos dias de hoje”.

A escultura, obra do artista Pedro Figueiredo, que agradeceu ao Município a “confiança para a criação desta obra que é, também, uma homenagem à celeste dos cravos”, é uma impressionante figura feminina moldada em bronze, com 1,90 metros de altura, que segura um cravo, símbolo icónico da revolução que mudou o curso da história portuguesa.

Neste dia, foi também assinalado o 500º aniversário do nascimento de Luís Vaz de Camões, um dos maiores símbolos de identidade de Portugal e uma referência para toda a comunidade Lusófona, com a inauguração de uma placa comemorativa para honrar a memória e o legado deste poeta maior.

A cerimónia contou com a presença de Presidentes de Junta de Freguesia, do Presidente da Assembleia Municipal,  Bombeiros Voluntários e cidadãos que quiseram prestar homenagem aos heróis da Revolução dos Cravos.

Este evento duplo reforça a ligação entre o passado e o presente, celebrando a liberdade conquistada em 1974 e homenageando um dos maiores poetas da língua portuguesa, num testemunho vivo da identidade e da cultura de Portugal.

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VIEIRA DO MINHO COMEMORA O 25 DE ABRIL

Comemorações 50 anos do 25 de Abril– Conversas de Abril

No âmbito das comemorações dos 50 do 25 de abril, vai ter lugar no próximo dia 07 de maio, pelas 15h00 , no Auditório Municipal de Vieira do Minho a iniciativa “Conversas de Abril”.

Peregrino Chindondo, deputado nacional de Angola e Manuel Barros, auditor de defesa nacional vão abordar o tema “ o 25 de abril visto por um angolano e por um português nascido em Angola”.

De salientar ainda que a iniciativa é aberta a toda a comunidade.

Neste sentido, convidamos o vosso prezado Órgão de Comunicação Social a estar presente em reportagem.

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ARCOS DE VALDEVEZ COMEMORA O 25 DE ABRIL ATRAVÉS DE EXPOSIÇÃO

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Para assinalar os 50 anos de Abril, o município apresenta a exposição Arcos de Valdevez 50 anos de Abril

A Câmara Municipal, através dos seus Serviços de Cultura, elaborou uma exposição onde são descritos os acontecimentos políticos vividos desde o dia da revolução, 25 de abril de 1974, ao dia das primeiras Eleições para os Órgãos das Autarquias locais, 12 de Dezembro de 1976, constituída por 24 painéis gráficos e uma projeção vídeo.

Focando as movimentações cívicas e políticas desses 2 anos e 8 meses, a exposição relembra os principais eventos e traz para a luz do dia outros factos menos conhecidos, dando a conhecer os protagonistas arcuenses do efervescente processo para a transição democrática. Passo a passo, são relatadas as assembleias e os plenários, organizados por entidades formais como a Câmara Municipal, a Comissão Administrativa e os partidos políticos.  É relembrada a chegada dos militares do MFA acompanhados de uma comitiva civil, cuja curta permanência deixou, no entanto, uma indelével marca naqueles que viveram essa época. Muitos se lembram ainda da chegada dos helicópteros e dos saraus culturais organizados pelos militares da Ação Verdade. Foca-se também a importante atuação de grupos informais como o Movimento Democrático Concelhio e os coletivos de jovens revolucionários, que emergiram em algumas freguesias. As manifestações do 1 de Maio em 1974 e 1975 e as caravanas partidárias são lembradas como momentos chave para fazer ecoar a palavra Liberdade pela vila e pelas freguesias.  

Falar de Liberdade e de Democracia implica relembrar os arcuenses que o regime fascista perseguiu, interrogou e prendeu por motivos políticos, tais como a publicação de livros de teor contrário à ideologia do regime, a associação ilegal, a filiação no partido comunista, entre outros “crimes”. Por essa razão, a exposição enuncia alguns desses perseguidos.

Esta exposição foi elaborada pelos Serviços de Cultura da Câmara Municipal e o grupo de trabalho do Portal da Memória Arcuense, e reúne conteúdos existentes no Arquivo e na Biblioteca Municipais (livros jornais, atas, fotografias, registos sonoros) e conteúdos fornecidos por entidades externas, sobretudo fotografias, cedidos por arcuenses que viveram o 25 de Abril na primeira pessoa, ou pelos seus familiares.  Nesta linha, foram também realizadas pesquisas junto de outras entidades nacionais.

Numa primeira fase a exposição estará patente no Foyer da Casa das Artes até 30 de junho, sendo que ainda durante o ano irá itinerar por outros locais do concelho, como escolas e freguesias.

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FOTÓGRAFO ALFREDO CUNHA APRESENTA EM FAMALICÃO LIVRO SOBRE O 25 DE ABRIL

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Apresentação do livro “25 de Abril de 1974, Quinta-feira” acontece amanhã, pelas 17h30, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco

“25 de Abril de 1974, Quinta-feira” é o nome do mais recente livro da autoria do prestigiado fotógrafo português Alfredo Cunha, desenvolvido com o contributo de Vhils, Rodrigo Leão, Carlos Matos Gomes, Adelino Gomes e Fernando Rosas.

A apresentação da publicação acontece amanhã, sexta-feira, 3 de maio, pelas 17h30, no auditório da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, com a presença do autor, bem como do Capitão de Abril, Carlos Matos Gomes. Inclui a projeção de um filme composto por fotografias de Alfredo Cunha, com banda sonora do consagrado músico português, Rodrigo Leão.

Alfredo Cunha reuniu no livro “25 de abril de 1974, Quinta-feira” um conjunto de imagens, algumas delas inéditas, repartidas pelos temas: “Guerra Colonial”, com texto de Carlos Matos Gomes; “Dia 25 de Abril”, com texto de Adelino Gomes, repórter que acompanhou os acontecimentos; e “Depois de Abril”, com texto de Fernando Rosas, historiador e protagonista dos anos quentes de 1974-1975.

A obra, editada pela Tinta-da-China e com o apoio da Comissão Comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril, inclui ainda gravuras criadas pelo artista Vhils sobre algumas das fotografias.

Recorde-se que está atualmente patente na Praça – Mercado Municipal de Famalicão uma exposição fotográfica também da autoria de Alfredo Cunha, composta por algumas das imagens mais icónicas do golpe militar de 25 de abril de 1974, com entrada livre.

A apresentação do livro "25 de Abril de 1974, Quinta-feira" está inserida no programa municipal das comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, desenvolvido pelo Município de Famalicão, através da Comissão de Honra e Científica das celebrações municipais, em articulação com a comissão nacional. A programação completa pode ser consultada no site oficial da autarquia, em www.famalicao.pt.

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BRAGA: 48 CRIANÇAS GRITARAM “LIBERTA-TE” NA COMEMORAÇÃO DO CINQUENTENÁRIO DO 25 DE ABRIL EM NOGUEIRA, FRAIÃO E LAMAÇÃES

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O auditório da União de Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães foi pequeno para acolher, esta terça-feira, o espetáculo de teatro, música, ilustração e poesia proporcionado por 48 crianças da Componente de Apoio à Família – CAF e traduzido num belo livro com o título “Liberta-te”.

Foi o culminar de um projeto artístico iniciado em novembro, coordenado pela secretária da Junta de Freguesia Suzana Leite e dinamizado pelo Projeto Expressar, por Pedro Seromenho e Carlo Giovani, que evocou o antes e o pós-25 de Abril de 1974 e envolveu a população mais jovem na comemoração do 25 de abril, através da interação entre gerações, para que se verifique uma passagem de testemunho das memórias da ditadura, da construção da democracia e do valor da liberdade.

As crianças frequentaram oficinas de expressão dramática que foram dinamizadas pela Projeto expressar, nomeadamente por Juliana Kleinubing, com o intuito de promover o conhecimento desta temática e de incutir nas crianças o sentido de responsabilidade na sociedade, e o respeito pela liberdade de cada um, mas também de todos nós.  Promoveram-se oficinas de escrita com o escritor Pedro Seromenho e oficinas de ilustração com o ilustrador Carlo Giovani.

Pedro Seromenho leu alguns dos poemas do livro que traduzem as definições de Liberdade dos seus autores, as crianças. Se para uns “é uma criatura que passa horas e horas sem fazer nada, porque não precisa. Tem Liberdade para isso” outros escrevem que ela “cabe na palma de uma mão, mas não a podemos fechar”.

Mas também pode ser um conselho, porque ela “gosta de comer gelados. E suja-se toda” ou “é como o mar. Perde-se de vista” embora haja quem peça: “se mandasse na Liberdade, os adultos teriam mais tempo para os seus filhos”.

Na presença do presidente da Junta da união, José Pinto Matos, que elogiou a “alma deste projeto”, Suzana Leite, o livro “Liberta-te” conta com poemas e desenhos das crianças que integram a CAF das EB de Nogueira e de Fraião, resultantes das oficinas que foram levadas a efeito.

Esta iniciativa, de acordo com o presidente da autarquia, traduz uma “aposta da Junta de Freguesia de investir no futuro que são as crianças, numa relação entre gerações, através da educação cultural e das artes”.

Pedro Seromenho acentuou que “este momento é deles e as oficinas de escrita e ilustração resultaram num livro que cresce quando o abrimos. É uma semente que vai crescendo se a regarmos. Esta semente é vossa e a mensagem tem de ser passada de geração em geração: o grito da liberdade”.

Carlo Giovani sublinhou que “a liberdade é o mais simples que há e fui apenas um guia para responder à pergunta: quem é a liberdade”.

A sessão fechou com a entrega dos prémios aos melhores classificados no Concurso de ilustração realizado no Natal.

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TERRAS DE BOURO COMEMOROU DIA DA LIBERDADE COM HOMENAGEM AOS ANTIGOS COMBATENTES

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O Município de Terras de Bouro prestou uma homenagem justa e reconhecida aos Antigos Combatentes do concelho, em um momento especial e significativo, em comemoração aos 50 anos da Revolução dos Cravos.

O Presidente da Câmara Municipal, Manuel Tibo, destacou que a coragem e a perseverança desses homens foram cruciais para que 25 de abril fosse possível, tendo sublinhado, ainda, que a memória do sacrifício na Guerra Colonial deve ser perpetuada entre as gerações futuras, como um marco essencial para a restauração da liberdade em Portugal, após mais de 40 anos sob um regime repressivo. Ainda na sessão oficial destaque para as intervenções alusivas ao Dia da Liberdade por parte dos deputados/ líderes das bancadas municipais na Assembleia Municipal de Terras de Bouro, Avelino Soares pelo PSD e Vítor Fernandes pelo PS.

Outras atividades decorreram também no âmbito dos “50 anos da restauração da Liberdade”, como o concerto musical pelos ANTIKUA, o Hastear das Bandeiras e uma visita à exposição dos “50 anos do 25 de abril”. Depois da sessão solene no Auditório Municipal, com um período musical a cargo da Escola de Música de Terras de Bouro, seguiu-se a Homenagem aos Antigos Combatentes. As cerimónias terminaram com a exibição do filme “Salgueiro Maia – O Implicado”.

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PROFESSOR ROCHA ARMADA PARTICIPOU EM PONTE DA BARCA NAS CELEBRAÇÕES DOS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL

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Ditadura do digital faz perigar a liberdade e a democracia

A ditadura do digital é uma das grandes ameaças atuais à nossa liberdade, 50 anos depois da Revolução do 25 de Abril, que derrubou o Estado Novo, com todas as suas arbitrariedades em relação aos direitos, liberdades e garantias.

O alerta foi lançado pelo Professor Doutor Rocha Armada, no decorrer de uma conferência na Casa do Conhecimento de Ponte da Barca, subordinado ao tema “Viagem no tempo: do Estado Novo à Revolução dos Cravos e às conquistas de Abril”.

Inserida nas celebrações dos 50 anos de Abril, promovidas pelo Município, a sessão foi aberta pela Vereadora da Educação e Cultura que, depois de saudar o público e de proceder ao enquadramento da iniciativa, apresentou o convidado, com um vasto currículo académico-científico e uma notável ação à escala global, em termos de formação nas áreas da gestão e da liderança.

Já medalhado pelo Município e homenageado pelo Rotary Club de Ponte da Barca, Rocha Armada, para além de investigador e orador convidado em grandes eventos internacionais, tem a particularidade rara de ter vivido como militar o antes, o 25 de Abril e o depois da Revolução, pelo que é uma honra e um enorme privilégio contarmos com a presença do Senhor Professor, um homem com ligações familiares a Ponte da Barca – referiu Rosa Maria Arezes.

Na sua intervenção, o convidado abordou o tema, mas fez questão de ir além e de chamar a atenção para as ameaças que, na atualidade, põem em causa as conquistas de Abril, tais como a democracia e a liberdade.

A Revolução dos Cravos cumpriu a sua missão há 50 anos, com os capitães e o Movimento das Forças Armadas a derrubarem a ditadura e a proclamarem a liberdade. Acontece que, passadas cinco décadas, são muitas as ameaças da ditadura do digital, com os algoritmos e a Inteligência Artificial a orientarem os nossos comportamentos e a manipularem as nossas decisões, explicou Rocha Armada.

Em última instância, com a utilização abusiva dos nossos dados pessoais, não só a nossa privacidade desaparece, como a nossa própria liberdade e poder de decisão são postas em causa, fazendo perigar os regimes democráticos, muitas vezes sem que as próprias pessoas tenham consciência disso.

A Democracia, a Liberdade e o Desenvolvimento são um trabalho diário

Sempre num registo muito cativante, com recurso frequente a episódios pessoais e à extraordinária experiência da sua vida, o Professor Catedrático Jubilado e antigo Presidente da Escola de Economia e Gestão da UMinho fez uma viagem pelas suas memórias, recuando aos tempos de estudante universitário e do serviço militar, entre 1973 e 1975, como oficial miliciano de transmissões do exército.

Lembrou as arbitrariedades e proibições do Estado Novo, o poder omnipresente da censura e do medo, a miséria e o atraso do tempo de Salazar, a emigração, o desgaste e descontentamento gerados pela Guerra Colonial e as primeiras manifestações contra o regime ditatorial, do meio académico ao Golpe ou Levantamento das Caldas, cujas movimentações intercetou, ao nível das telecomunicações, a partir do quartel em Mafra.

Até que, agora já no quartel em Tomar, chegou o 25 de Abril e a alegria da participação nas celebrações do 1.º de Maio, atitude de Rocha Armada que lhe valeu um castigo e que, não fora a intervenção do General Spínola, poder-lhe-ia ter custado a despromoção, com tudo o que isso significaria de penoso, tanto mais que estava prestes a partir para Angola.

E dos tempos de Angola, recordou a passagem pela selva e, depois, a guerrilha urbana em Luanda, quantas vezes debaixo de fogo cruzado entre as tropas do MPLA e da UNITA, e falou da descolonização e do êxodo de centenas de milhar de portugueses que regressaram a Portugal, numa situação muito difícil.

Já no período de interação com o público, Rocha Armada respondeu às questões colocadas, reiterando que Abril se cumpriu há 50 anos, naquele radioso dia 25, com a proclamação da liberdade e a devolução ao povo da sua capacidade de decidir, num regime em que há respeito pelos direitos, liberdades e garantias. Mas os desafios continuam, mais ainda agora com a ditadura do digital, insistiu.

Quanto à Descolonização, defendeu que se realizou dentro das condições possíveis, num ambiente de enorme instabilidade, mas – na sua opinião – foi o mal menor. O Desenvolvimento, esse continua em curso. Os progressos económicos e sociais da nossa Democracia são notáveis, mas os descuidos pagam-se caros, como aconteceu, por exemplo, no período a seguir ao 25 de Abril, em que os desmandos da época quase levaram Portugal à bancarrota e conduziram ao pedido da primeira intervenção de ajuda externa do FMI, concluiu Rocha Armada.

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FAMALICÃO: CINQUENTA ANOS DEPOIS DA REVOLUÇÃO, BACELAR FERREIRA CONTINUA A LUTAR POR UM PAÍS MELHOR

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Capitão de Abril e fundador da Dar as Mãos é um dos Rostos de Famalicão Região Empreendedora Europeia

José Luís Bacelar Ferreira recorda o dia 25 de Abril de 1974 e as tarefas que lhe tinham sido atribuídas pelo Comando Operacional das Forças Armadas: ocupar a ponte sobre o Ave, em Vila do Conde, vigiar o itinerário Viana-Porto e ocupar o centro retransmissor do Rádio Clube Português na Azurara.

Passados 50 anos do dia em que viveu na pele as emoções de uma revolução, o Capitão de Abril natural de Vila Nova de Famalicão continua a olhar para a Revolução dos Cravos como um sonho por cumprir.

“Fizemos uma revolução extraordinária. Não conheço uma revolução que tenha sido tão bem feita como esta, mas ainda há tanta coisa por fazer. Cinquenta anos não são nada. Temos que ter a noção de que o 25 de Abril não se cumpriu totalmente. A democracia é importante, não podemos viver sem ela, mas tem que ser aperfeiçoada e isso está nas mãos de cada um nós”.

Bacelar Ferreira, que em 2023 foi condecorado pelo Presidente da República com a Ordem da Liberdade, fala no desejo de continuar a cumprir Abril, o mesmo que há 30 anos o levou a fundar a Dar as Mãos, associação famalicense focada na proteção e apoio às pessoas em situação de carência económica.

“Um verdadeiro exemplo de altruísmo, de alguém que acredita que o 25 de Abril não se fez apenas naquele dia de 1974”, enalteceu o presidente da Câmara Municipal que esta semana apontou Bacelar Ferreira como um dos Rostos de Famalicão Região Empreendedora Europeia.

Mário Passos enalteceu ainda o trabalho efetuado ao longo dos últimos 30 anos pela Associação Dar as Mãos, “que todos os dias nos mostra que o empreendedorismo, neste caso social, tem um poder transformador e pode causar um impacto muito positivo na nossa sociedade”.

Atualmente a servir mais de 70 refeições diárias, a Associação Dar as Mãos “está  na primeira linha para ajudar os que mais precisam”, garante Bacelar Ferreira que olha com otimismo para o futuro da associação que tem na construção da “Casa” o grande projeto dos próximos tempos.

O projeto inclui a construção de alojamento de emergência, com quartos individuais para 32 pessoas adultas e alojamento de transição para quatro agregados familiares, assim como áreas de apoio e técnicas e espaços para o crescimento pessoal, educacional e bem-estar, visando a capacitação e a formação profissional de pessoas sem abrigo, com deficiência e em situação de carência socioeconómica.

Será construído num terreno com nove mil metros quadrados, no lugar do Pelhe, em Calendário, recentemente cedido pela autarquia à associação e resultará num investimento na ordem dos 2,5 milhões de euros.

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PÓVOA DE LANHOSO ASSINALA OS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL

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“Ler os sinais do presente e assegurar a estabilidade democrática”

O momento mais alto e solene das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril na Póvoa de Lanhoso decorreu na manhã de ontem, nos Paços do Concelho.

Para além da cerimónia do Hastear da Bandeira, o programa englobou ainda a Sessão Solene Evocativa dos 50 anos da Revolução, com diferentes intervenções, e uma largada de pombos.

Tratou-se de uma cerimónia emotiva e muito participada, que se revestiu da grandeza que a data merece. Com uma viatura Pandur como cenário, pretendeu-se representar simbolicamente o contributo crucial das forças armadas para a Revolução da Madrugada de Abril.

Também expostos e enquadrados estavam quadros da exposição de Alfredo Cunha “O Dia 25 de Abril”, que ficarão patentes nos Claustros dos Paços do Concelho, também durante o mês de Maio.

O programa das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril foi desenhado pelas Comissões de Honra e Executiva constituídas para o efeito e foi apresentado a 13 de Janeiro. É desde essa data que as iniciativas estão a acontecer, estendendo-se o programa até Dezembro, marcando assim, no Concelho da Póvoa de Lanhoso, esta data tão significativa da história de Portugal.

Foram várias as intervenções nesta cerimónia, destacando-se o discurso do Presidente da Comissão de Honra, Amândio de Oliveira. Com a emoção a toldar-lhe a voz, partilhou com a numerosa assistência que “o meu coração está hoje invadido por uma alegria indescritível, por ter tido o privilégio de viver o desejado 25 de Abril, ter podido testemunhar os seus primeiros 50 anos e ter dedicado parte significativa da minha vida à causa pública em diferentes funções, para as quais fui eleito democraticamente!”

Frederico Castro, Presidente da Câmara Municipal e Presidente da Comissão Executiva imprimiu ao seu discurso a força que quis transmitir à juventude, dizendo que “o nosso desafio, hoje, passa por comemorarmos fortemente e respeitarmos estes 50 anos e o quanto foram decisivos para o Portugal democrático e contemporâneo que conhecemos hoje!” Exaltou ainda que “devemos saber ler os sinais do presente e assegurar a estabilidade democrática e o futuro de Portugal”.

De tarde, o programa incluiu a inauguração da recriação do Monumento ao 25 de Abril, do Parque Infantil Inclusivo, a abertura da exposição “Confidências do Estado Novo” e o espetáculo “Aromas de Abril”. A fechar o dia mais alto da festa da Democracia, os/as alunos/as da Escola Secundária representaram um quadro vivo com base numa caricatura de João Abel Manta, conhecido cartoonista, nos Paços do Concelho.

Deste conjunto de iniciativas merece especial referência o primeiro momento. O monumento ao 25 de Abril foi inaugurado aquando das comemorações dos seus 25 anos, e, volvidos outros 25 foi entendimento deste executivo pedir ao seu autor, o Prof. Domingos Silva uma recriação do monumento, tendo na sua base o reconhecimento do passado, a esperança no futuro. Foi também inaugurado o Parque Infantil Inclusivo, também localizado na Avenida 25 de Abril. Este Parque recebeu agora uma nova roupagem incluindo funcionalidades adequadas à sua segura utilização, mas mais abrangente e inclusivo. Esta é mais uma estratégia diferenciadora que o executivo quer aportar aos espaços públicos.

O programa das comemorações procura maximizar o envolvimento da comunidade, através das diversas instituições concelhias, designadamente as escolas, associações e grupos, sociais ou culturais e recreativas ou desportivos que têm demonstrado o seu apoio e colaboração.

Manter o significado de Abril presente nas consciências de todos/as é mote transversal a este programa que se deseja abrangente e participado por todos/as os/as povoenses.

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CELORICO DE BASTO CELEBROU “50 ANOS DE ABRIL” COM HOMENAGENS E ASSEMBLEIA MUNICIPAL COMEMORATIVA

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Homenagem póstuma a dois grandes celoricenses com uma vida de entrega a causas sociais, politicas e associativas, promovida com a atribuição dos topónimos, Avenida Comandante António Manuel Marinho Gomes e Rua Fernando Freitas.

Assembleia Municipal comemorativa permitiu a homenagem às coletividades locais com 25, 50 e 100 anos e aos órgãos de comunicação social locais.

“Celebramos Abril com a homenagem a dois grandes homens de Celorico de Basto” disse José Peixoto Lima, Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto. O autarca reforçou que  “não poderíamos ter escolhido melhor data para prestar esta homenagem a dois homens que deram o exemplo do que deve ser a tolerância democrática. De partidos diferentes, um do partido socialista e outro do partido social democrata, souberam sempre ser amigos, souberam sempre respeitar-se e foram sempre, para com todos, um exemplo de tolerância. Desempenharam funções no Município de Celorico de Basto, e estiveram, ambos, ao serviço da associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários celoricenses. São pessoas como estas que nos servem de exemplo, que nos fazem refletir nos valores de Abril, bem presentes neste concelho”. Visivelmente emocionado, José Peixoto Lima disse que “tive com um e com outro uma profunda amizade, tive a oportunidade e a felicidade de com eles conviver durante muitos e bons anos, a nível profissional e pessoal, e sou testemunha dos seres humanos extraordinários que eram. É uma honra para Celorico de Basto homenagear tão grandes figuras que ficam agora, perpetuadas neste arruamento”.

Esta cerimónia foi um momento de comoção para todos os presentes pelas relações de amizade que estes dois celoricenses construíram ao longo das suas vidas. Uma certeza apontada por Teresa Marinho Gomes, esposa de António Manuel Marinho Gomes, que agradeceu a homenagem e destacou o legado deixado por estes homens que “ao longo do seu percurso de vida deixaram marca em tanta gente com quem privaram, quer a nível pessoal, profissional, no associativismo, nomeadamente nos bombeiros, marca que resultou em tão sentida homenagem, ao colocar o seu nome numa rua de Celorico de Basto, sua terra natal, onde eles adoravam viver”.

Em sequência desta homenagem decorreu uma Assembleia Municipal comemorativa, um momento formal com discursos alusivos aos 50 anos do 25 de Abril, seguidos de uma homenagem realizada pelo Executivo Municipal às coletividades locais e aos órgãos de comunicação social locais.

Durante esta cerimónia solene o Presidente da Câmara Municipal mostrou-se muito agradado por ver a Assembleia Municipal reunida para celebrar “meio século de liberdade e democracia, meio século de conquistas fundamentais para a vida livre em sociedade, sendo uma delas o poder local democrático que aqui está tão bem representado com os atuais titulares e muitos daqueles que ao longo deste período democrático dedicaram parte da sua vida à causa pública”. Destacou o primeiro presidente da câmara eleito no pós 25 de Abril, eleito em dezembro de 1976, João Pulido de Almeida, “a quem tivemos a honra de homenagear durante o último ano, e nele homenagear todos os autarcas”. O edil celoricense diz que a comemoração dos 50 anos do 25 de Abril “levou-nos a desenvolver uma justa homenagem às coletividades celoricenses que, no decurso das atividade desenvolvidas se distinguiram pelo amor à terra, pelo desenvolvimento social, desportivo e social da nossa comunidade. O associativismo livre é uma conquista do 25 de Abril que aqui hoje celebramos e a quem agradecemos pelo trabalho extraordinário que desenvolvem permanentemente. Celebramos também a liberdade de imprensa ao homenagear os órgãos de comunicação social locais, que desempenharam um papel fundamental e insubstituível na evolução da identidade local e regional no fortalecimento do sentido de pertença e coesão social, na preservação dos usos e costumes e tradições locais, na defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão, a imprensa livre é uma conquista de Abril pelo que não podíamos deixar de aqui a evocar e homenagear”.

O autarca não pode deixar de desenvolver uma reflexão sobre as “conquistas alcançadas, as virtudes e os desafios da democracia, bem como a importância do poder local e da participação de cada um e da comunidade na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva”. Elencou as transformações profundas que o concelho viveu ao longo dos 25 anos e as necessidades que ainda urge lutar para conseguir. ” O caminho rumo à democracia plena é um processo continuo e repleto de desafios, a liberdade é um bem precioso que deve ser constantemente construído, devemos permanecer vigilantes contra qualquer forma de autoritarismo, intolerância ou violação dos direitos fundamentais, bem como a retrocessos no nosso processo civilizacional que ponham em causa os direitos conquistados”.

A cerimónia solene contou ainda com os discursos dos grupos com assento na Assembleia Municipal e do Presidente da Assembleia Municipal, António Machado. Discursos alusivos à liberdade e à democracia.

Seguiu-se a homenagem a 27 coletividade com 25, 50 e 100 anos, que receberam a medalha de mérito de grau cobre, grau prata e grau ouro, respetivamente. O Jornal Povo de Basto e a Rádio Região e Basto receberam a medalha de mérito grau ouro.

A cerimónia terminou com a interpretação de Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso pelo coro da Academia de Música de Basto.

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PONTE DE LIMA EVOCA O CANTOR ZECA AFONSO – DESCENDENTE DE LIMIANOS – NO DIA EM QUE SE CELEBRA O CINQUENTENÁRIO DO 25 DE ABRIL

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Cantor Zeca Afonso descendia pelo lado materno de famílias limianas

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos de seu nome completo, era filho de José Nepomuceno Afonso dos Santos, natural do Fundão, e de Maria das Dores Dantas Cerqueira. Aliás, Zeca Afonso viveu em Ponte de Lima os primeiros três anos de vida, antes de ter sido levado para Angola.

Sua mãe foi professora primária e nasceu em Ponte de Lima nos começos do século XX. Outros antepassados do cantor eram oriundos de Arcozelo e São Martinho da Gandra. Domingos José Cerqueira, seu avô materno, foi professor de instrução primária em Ponte de Lima. Porém quis o destino que José Afonso viesse a nascer em Aveiro, em 2 de agosto de 1929.

Angola, Moçambique, Belmonte, Coimbra, Faro e Setúbal são algumas referências geográficas que se encontram na rota da sua vida. Ponte de Lima é, porventura a menos conhecida. De resto, além de não ter ao que se saiba vivido alguma vez em terras limianas, também não deverá ter encontrado matéria-prima para as suas letras, apesar da fonte de inspiração que o rio Lima sempre constituiu para muitos poetas.

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BARCELOS: DISCURSO DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL NA SESSÃO SOLENE DOS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Dr. Mário Constantino Lopes.jpg

Começo por partilhar o meu regozijo por este ano as celebrações da data que hoje celebramos estar a ter, nesta cidade, uma comemoração da qual todos os partidos políticos são parte, contribuindo ativamente com atividades que engradecem e enobrecem essa comemoração. Uma celebração que orgulha e honra Barcelos. Esse regozijo é tanto maior, porque se trata da comemoração dos 50 anos da Revolução do Cravos, 50 anos do 25 de Abril. Meio século.
É, com efeito, uma data muito simbólica, que nos recorda aquele dia em que deixamos para trás um regime ditatorial e opressivo e nos anunciou a Liberdade e a Democracia.
Ao celebrarmos este Abril, estamos a celebrar um caminho, com certeza difícil, de avanços e recuos, mas um caminho que permitiu um desenvolvimento do país, inimaginável há 50 anos.
Temos já mais tempo de Democracia e Liberdade do que de ditadura, mas as liberdades do regime democrático não podem nunca ser dadas como adquiridas perpetuamente.
A construção e consolidação da Democracia e da Liberdade exigem empenho, dedicação, intervenções diárias por parte de todos nós, num permanente e pleno exercício de Cidadania.
Por isso, recordo aqui o que disse Salgado Zenha na 1ª sessão das celebrações do 25 de Abril, na Assembleia da República: celebrar Abril é transformar a esperança em realidade.
Minhas senhoras e meus senhores,
Não vou aqui falar do passado remoto, tanto mais que os diversos intervenientes, cada um a seu modo, já o fizeram.
Importa-me compartilhar convosco e com os barcelenses algumas considerações sobre o nosso presente e o nosso futuro.
Tomando como mote um excerto de uma das mais emblemáticas e conhecidas canções de Sérgio Godinho: “Só há liberdade a sério quando houver paz, pão, habitação, saúde, educação / Só há liberdade a sério quando houver Liberdade de mudar e decidir”, gostaria de, nesta data, sublinhar que, apesar de todas as conquistas, o grito que a canção de Sérgio Godinho ecoava em 1974, faz ainda hoje todo o sentido e reveste-se da maior importância e pertinência.
PAZ - O 25 de Abril acabou com a nossa guerra colonial, mas a verdade é que em peno século XXI, o mundo assiste a uma onda de conflitos bélicos que colocam em causa não só a segurança e sobrevivência das populações, como os valores civilizacionais da Europa e do Mundo Democrático.
O que se passa na Ucrânia e na Faixa de Gaza, são apenas exemplos dos últimos episódios de horrores bélicos que têm acontecido no primeiro quartel do século XXI. Importa, pois, celebrar Abril com votos de que a racionalidade humana impere e os dirigentes máximos de todo o mundo tudo façam para que a PAZ seja uma realidade.
Recordo a mensagem do Papa Francisco por alturas da Páscoa: quando disse: "Basta, por favor", deixando o “desejo de que a comunidade internacional compreenda que o desarmamento é um dever moral, e isto requer a coragem de todos os membros da grande família das nações".
PÃO - Se é verdade que, nestes últimos 50 anos, houve uma evolução positiva nas condições de vida dos portugueses, não deixa de ser confrangedor verificar que dados do INE referentes a 2022, indicam que quase quatro milhões e meio de portugueses seriam pobres se não houvesse transferências sociais. No entanto, apesar de todos os apoios, a verdade é que a taxa de risco de pobreza, após pensões e antes de transferências sociais, é de 21 por cento.
Importa, por isso, deixar um apelo aos nossos governantes e dirigentes partidários para que, em vez de polémicas estéreis que só interessam à bolha político-mediática, estabeleçam estratégias e consensos no sentido de aumentar a riqueza nacional, senão o único, pelo menos o mais importante fator capaz de diminuir o ciclo estrutural de empobrecimento.
É tempo de o Governo, ao longo do seu mandato, prestar atenção às questões sociais, cumprir as promessas eleitorais como o aumento de pensões e complemento solidário, e apoiar apoio às famílias para que as crianças possam frequentar creches, sem discriminação.  
Da nossa parte, Câmara Municipal de Barcelos, temos vindo a tomar medidas de apoio às pessoas social e economicamente mais vulneráveis, nomeadamente através dos programas de combate à exclusão social, como o Programa de apoio ao pagamento da renda de casa, que atualmente abrange 298 agregados familiares; o Programa de apoio à requalificação de habitação própria e permanente; isenção de custos as refeições escolares de agregados familiares em situação sócio económica vulnerável, assim como transporte gratuito de pessoas portadoras de doenças graves para realização de tratamento e consultas, a que acrescem as mais recentes medidas de introdução de tarifas sociais nos serviços de água e resíduos urbanos.
Tema na ordem do dia, a escassez de habitação e consequentemente e simultaneamente o alto valor das rendas de casa, é um dos problemas que mais afetam a vida de uma faixa muito significativa dos portugueses.
É certo, que o anterior governo lançou o Pacote “Mais Habitação”, mas seja pela inoperacionalidade de algumas medidas, ou porque o problema é estrutural, os portugueses vivem numa situação dramática nunca vista.
O que se pede ao poder central é que atue sobre a carga fiscal, não só da construção como também dos encargos administrativos. O que se exige é que a bolsa de habitação pública suba para patamares mais elevados, atingindo os rácios que se verificam nos países mais desenvolvidos da União Europeia.
Aqui, no concelho de Barcelos, depois de mais de década e meia sem construção de habitação social, a Câmara Municipal vai, no âmbito do Programa 1º Direito, dar um passo decisivo no que respeita à construção de habitação Social, tendo já efetivado candidaturas junto do IHRU para adquirir ou construir mais de 300 habitações, de modo a realojar os agregados identificados na Estratégia Local de Habitação.
E, sobre este assunto, faço questão de sublinhar o seguinte: sendo a habitação um dos compromissos de Abril e um direito Constitucional, considero que é um retrocesso civilizacional que em pleno século XXI haja ainda no nosso concelho cerca de 1500 pessoas a viver em condições indignas de habitabilidade.
Saúdo, por isso, os Senhores Presidentes de Junta que ajudaram a identificar essas situações nas suas freguesias e aproveito para esclarecer que no desenvolvimento deste programa do 1º Direito, tivemos em consideração dois vetores fundamentais: primeiro, que a resposta da Habitação Social seja criada junto onde já habitam as pessoas que dela precisam; segundo, que na medida do possível, esses fogos sejam construídos em terrenos que já pertencem ao Município ou às Juntas de Freguesia.
Mas em relação à Habitação Social, quero ainda dizer que lamento e repudio que alguns partidos e também movimentos inorgânicos populistas usem o estigma e a segregação social como arma de arremesso de luta política.
É lamentável, repito, lamentável, que se utilizem as respostas às fragilidades habitacionais de pessoas carenciadas para fomentar e alimentar posições que colocam em causa os direitos humanos.
Relativamente ao setor da Saúde, o nosso país vive uma situação muito grave, com o ano de 2023 a terminar com um milhão e setecentos mil portugueses sem médico de família, uma cifra que representa mais de 16% do total de pessoas inscritas nos cuidados de saúde primários.
A isto, juntam-se os problemas de atendimento nas urgências e as enormes listas de espera para cirurgias (265.000 no final do ano) e ainda consultas com tempos de espera que, em algumas especialidades, chegam a ser de três anos.
Entretanto, o Governo anunciou que ia lançar um programa de emergência para, senão resolver, pelo menos atenuar estes problemas, mas, como todos sabermos, as doenças não esperam nem têm data marcada. Urge que o Estado resolva esta gravíssima situação!
No nosso Concelho, no que a este setor diz respeito, tivemos boas notícias nos últimos tempos. Depois de em julho de 2007 o Ministério da Saúde e a Câmara de Barcelos terem assinado um protocolo que previa a construção, até 2012, do Novo Hospital de Barcelos, a verdade é que o assunto esteve sem qualquer avanço significativo até 2022, ou seja mais de 15 anos, tendo sido recolocado na agenda política desde que tomamos posse.
Neste caso particular, quero saudar todas as forças políticas barcelenses sem exceção, que se uniram à nossa reivindicação e esforços, e que muito recentemente tiveram mais um avanço, através do despacho do ex-ministro da Saúde que aprova o perfil assistencial do Novo Hospital de Barcelos.
A esta notícia, junta-se também a garantia que a Câmara Municipal teve de um financiamento de cerca de 3,6 milhões de euros, destinados a efetuar obras de requalificação em cinco Centros de Saúde.
É certo, que ainda falamos tão só e apenas de procedimentos legais e administrativos, mas não é menos verdade que estes passos nos permitem já perspetivar um horizonte temporal para a concretização destes importantes equipamentos para a saúde e bem-estar dos barcelenses.
Finalmente, chegamos à Educação. Setor vital no desenvolvimento humano e da sociedade, estamos em crer que foi nesta área que mais avanços significativos se registaram. Desde logo, a democratização no acesso ao ensino; depois, na extensão da escolaridade obrigatória; e mais recentemente, na massificação no acesso ao Ensino Superior.
É a Educação e pela Educação que as pessoas conseguem ascensão social, pelo que todo o investimento neste sector, seja de melhoria dos equipamentos escolares, seja em programas de combate ao insucesso ou de promoção do sucesso educativo é um investimento virtuoso.
Destaco aqui, que no último ano, não só avançamos e concluímos a substituição das coberturas de dezoito escolas, retirando o amianto e colocando coberturas energeticamente mais sustentáveis, como inauguramos as obras de requalificação de três escolas em outras tantas freguesias.
Fizemos ainda a candidatura de 4 escolas ao PRR, no valor aproximado de 80 milhões de euros (Gonçalo Nunes, Secundária de Barcelinhos, Vale d’Este e Vale de Tamel), bem como a candidatura de 4 creches ao mesmo programa de financiamento.
Acresce ao investimento de capital, o investimento nos processos de ensino e aprendizagem.
Assim, em estreita colaboração com a comunidade escolar - professores, técnicos, alunos, pais e outros encarregados de educação - temos implementado no terreno um conjunto de projetos educativos integrados na RISEe - Rede de Inovação, Sucesso Educativo e Equidade, que operacionalizam mais de uma dezena de programas que visam, justamente, o sucesso escolar das nossas crianças.
A isto, junta-se o investimento acrescido que o Município tem vindo a fazer através da Plataforma digital “Escola Virtual”, disponibilizada a todos os alunos e professores, do 9.º ao 12.º ano de escolaridade, potenciando acesso gratuito a conteúdos imprescindíveis para um bom desempenho escolar.  
Sabendo que o meu tempo já vai longo, não queria deixar de acrescentar a esta reflexão, uma questão que ultimamente tem estado na ordem do dia, principalmente em Portugal.
Trata-se dos problemas que afetam a Comunicação Social, que, como é sabido, é um instrumento fundamental de qualquer democracia.
Com efeito, os media não só garantem o direito dos cidadãos ao livre acesso à informação, mas também são um dos maiores vigilantes do poder instituído.
E tanto assim é, que uma das primeiras preocupações dos regimes não democráticos é o controlo da informação e dos meios de comunicação social.
A dificuldade porque passa a maioria dos órgãos de Comunicação Social poderá advir da redistribuição do mercado publicitário, com o investimento a ser canalizado e diversificado para os meios digitais, mas também pela descrença cada vez maior na informação prestada.
Notícias enganosas, especulativas e escandalosas são campo fértil para alimentar e fazer crescer descrenças e populismos, que colocam em causa este importante pilar da Democracia.
Perante este quadro, é imperioso que não só se avance nas escolas para abordagens à literacia mediática, como, para recuperar a confiança do público, têm de ser abandonadas as estratégias mercantis da informação e as abordagens ardilosas que obedecem a agendas escondidas.
Vou terminar, recorrendo às palavras do filósofo Agostinho da Silva, por muitos considerado o maior pensador português.
Agostinho da Silva, em entrevista, em 1990, à jornalista Maria Elisa, no programa “Conversas vadias”, afirmou e passo a citar: “o que é necessário haver num país é os três S:  S número um, Sustento; S número dois, Saber; S número três, Saúde.

E, de facto, esses são os pilares fundamentais e substantivos para que um cidadão possa viver com dignidade. Sem eles, não há Liberdade, nem Democracia que resistam.
Sustento; Saber; Saúde!
Ou, como em 1974 cantou Sérgio Godinho - Paz, Pão, Habitação, Saúde, Educação / Só há liberdade a sério quando houver Liberdade de mudar e decidir”.

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BARCELOS REALIZA SESSÃO SOLENE DO 25 DE ABRIL

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"Celebrar Abril é transformar a esperança em realidade”. Esta foi a frase de Salgado Zenha que o Presidente da Câmara Municipal de Barcelos citou hoje para sublinhar que “a construção e consolidação da Democracia e da Liberdade exige empenho, dedicação, intervenção diárias por parte de todos nós, num permanente e pleno exercício de Cidadania”.
Ao discursar na Sessão Solene da Assembleia Municipal das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, Mário Constantino Lopes disse que já vivemos mais tempo em democracia do que vivemos em ditadura, mas alertou que “as liberdades do regime democrático não podem nunca ser dadas como adquiridas perpetuamente”.
Referindo-se à programação que o Município tem vindo a promover no âmbito destas comemorações, o autarca barcelense destacou a contribuição que todos os partidos políticos têm dado para o desenrolar das atividades que engradecem e enobrecem estas comemorações: “É uma celebração que orgulha e honra Barcelos”, disse.
Recordando que desde Abril de 1974 o caminho tem sido difícil e de avanços e recuos, o presidente da Câmara destacou, todavia, que esse caminho levou a “um desenvolvimento do país, inimaginável há 50 anos”.
Tomando como mote um excerto de uma das mais emblemáticas e conhecidas canções de Sérgio Godinho: “Só há liberdade a sério quando houver paz, pão, habitação, saúde, educação / Só há liberdade a sério quando houver Liberdade de mudar e decidir”, o edil barcelense aludiu aos problemas que afetam o mundo, nomeadamente à onda de conflitos bélicos que colocam em causa a segurança e sobrevivência das populações e valores civilizacionais da Europa e do Mundo Democrático, pelo que a comunidade internacional tem o dever moral de promover o desarmamento.
Relativamente à situação do nosso país, o presidente da Câmara enunciou uma série de problemas que ainda afetam os portugueses, nomeadamente a pobreza, a habitação, a saúde e a educação.
Deixando um alerta e um desafio para que o novo Governo implemente políticas que resolvam aqueles graves problemas, Mário Constantino Lopes aproveitou a ocasião para enumerar algum do trabalho feito pelo seu Executivo. Assim, referiu as medidas de apoio às pessoas mais vulneráveis, nomeadamente os programas de combate à exclusão social, caso do apoio ao pagamento da renda de casa, que atualmente abrange 298 agregados familiares, bem como a isenção de custos das refeições escolares para filhos de agregados familiares em situação sócio económica vulnerável. Aludiu também ao transporte gratuito de pessoas portadoras de doenças graves e a introdução de tarifas sociais nos serviços de água e resíduos urbanos.
Relativamente à escassez de habitação, o autarca salientou que, “depois de mais de década e meia sem construção de habitação social, a Câmara Municipal vai, no âmbito do Programa 1º Direito, dar um passo decisivo no que respeita à construção de habitação social, tendo já efetivado candidaturas junto do IHRU para adquirir ou construir mais de 300 habitações, de modo a realojar os agregados identificados na Estratégia Local de Habitação”.
Quanto ao setor da Saúde, com o país a viver uma situação muito grave; 2023 terminou com um milhão e setecentos mil portugueses sem médico de família, Mário Constantino Lopes vincou que “o Estado tem de resolver esta gravíssima situação”. Recordando que Barcelos teve recentemente boas notícias sobre o processo de construção do Novo Hospital, o presidente da Câmara salientou que “a Câmara Municipal tem um financiamento garantido de cerca de 3,6 milhões de euros, destinados a efetuar obras de requalificação em cinco Centros de Saúde”.
Sobre a Educação, “setor vital no desenvolvimento humano e da sociedade”, o presidente destacou as obras de substituição das coberturas de dezoito escolas, retirando o amianto e tornando-as mais sustentáveis, e a inauguração das obras de requalificação de três escolas em outras tantas freguesias. Entretanto, o autarca disse que o Município apresentou candidaturas ao PRR no valor aproximado de 80 milhões de euros, destinadas à requalificação integral de 4 escolas (Gonçalo Nunes, Secundária de Barcelinhos, Vale d’Este e Vale de Tamel), bem como a candidatura de 4 creches ao mesmo programa de financiamento.
A concluir a sua intervenção, Mário Constantino Lopes fez questão de abordar a conjuntura muito difícil que a Comunicação Social vive, uma situação, disse, “muito preocupante pois os media não só garantem o direito dos cidadãos ao livre acesso à informação, mas também são um dos maiores vigilantes dos poderes instituídos”. Na análise que faz ao setor, o autarca entende que a dificuldade porque passa a maioria dos órgãos de Comunicação Social será resultado de dois fatores: “a redistribuição do mercado publicitário; e a descrença cada vez maior na informação prestada. “É importante que não só se avance nas escolas com abordagens à literacia, como, para recuperar a confiança do público, têm de ser abandonadas as estratégias mercantis da informação e as abordagens ardilosas que obedecem a agendas escondidas”, disse.
A concluir o seu discurso, o presidente da Câmara recorreu às palavras do filósofo Agostinho da Silva, que, em entrevista de 1990, à jornalista Maria Elisa, no programa “Conversas vadias”, afirmou: “o que é necessário haver num país são os três S:  S número um, o Sustento; S número dois, o Saber; S número três, Saúde”. “Esses sim são os pilares fundamentais e substantivos para que um cidadão possa viver com dignidade. E sem eles, não há Liberdade, nem Democracia que resistam”, concluiu o presidente da Câmara.

 

BRAGA: DIGNIFICAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DIÁLOGO SÃO FUNDAMENTAIS PARA CUMPRIR VALORES DE ABRIL

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Sessão comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril decorreu esta manhã, no Theatro Circo

Na comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, alertou para a necessidade de dar continuidade ao processo de transformação que a Revolução dos Cravos proporcionou ao país. Na sessão comemorativa, realizada no Theatro Circo, Ricardo Rio apontou a dignificação, a descentralização e o diálogo como “os três novos D’s que são necessários para cumprir os valores de Abril”.

“Não podemos falar em democracia se estivermos, constantemente, a pôr em causa as instituições e a minar a credibilidade de todos aqueles que nelas exercem funções”, afirmou o Edil na sessão promovida pela Assembleia Municipal.

No que se refere à descentralização, acrescentou, “é preciso dar mais poder às Autarquias e reconfigurar o mapa administrativo do Estado”. E, a par da promoção de um diálogo a nível internacional, o Autarca Bracarense sublinhou também a importância do diálogo à escala local. “Não podemos aceitar que seja estimulada a xenofobia e o racismo porque Portugal é, por excelência, um país integrador”, frisou, salientando que é necessário “devolver a esperança aos portugueses”.

A par do presidente da Câmara Municipal e da presidente da Assembleia Municipal, Hortense Santos, a sessão solene contou com as intervenções dos líderes e/ou dos representantes dos grupos parlamentares da Assembleia Municipal, nomeadamente João Marques (PSD), Gonçalo Pimenta de Castro (CDS-PP), Pedro Borges de Macedo (PPM), Nuno Durval Silva (Aliança), Palmira Maciel (PS), João Baptista (CDU), António Lima (BE), Márcia Ferraz (Chega), Tiago Teixeira (PAN), Bruno Machado (Iniciativa Liberal), João Oliveira (Grupo dos Presidentes de Junta/Uniões de Freguesia eleitos em listas independentes) e Ricardo Silva (Grupo Freguesia de S. Victor).

A convidada especial da sessão foi Margarida Isaías, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, que deixou um testemunho da forma como os estudantes assinalam os 50 anos de Abril de 1974. “Como jovem estudante, celebro esta data juntamente com outras duas. O 24 de Março de 1962, data em que nos proibiram de celebrar o Dia Nacional do Estudante, e o 17 de Abril de 1969, quando a ditadura nos recusou a palavra. Duas datas fundamentais na luta pelo Ensino, pela Liberdade e pela Democracia”, afirmou.

A sessão contou ainda com dois momentos musicais protagonizados pelo grupo “Mulheres do Minho” e pelo Coro da Fundação Bomfim.

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