A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira promove uma vasta e diversificada programação cultural para assinalar o 51.º aniversário do 25 de Abril, reforçando o compromisso com a democratização do acesso à cultura e a valorização da memória histórica. De 24 a 26 de abril, a celebração faz-se com diferentes expressões artísticas - cinema, música, teatro e literatura. Entrada gratuita.
As comemorações da ‘Revolução dos Cravos’ em Cerveira arrancam, no dia 24, às 21h30, com o recente e inovador projeto municipal ‘Cinema no Palco’, e a estreia nacional do filme “Camarada Cunhal”. Assinalando os vinte anos da morte de Álvaro Cunhal, o realizador Sérgio Graciano propõe uma leitura cinematográfica de um dos momentos mais simbólicos da resistência política em Portugal: a fuga da prisão de Peniche. Esta estreia nacional também assinala o primeiro aniversário de portas abertas do Palco das Artes, vivenciado como um momento refundacional da vivência Democrática.
Para o dia 25 de abril estão agendadas as cerimónias protocolares nos Paços do Concelho, a partir das 09h30, com a saudação ao Poder Local Democrático, seguido do habitual hastear das bandeiras com guarda de honra dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira ao som do Hino Nacional, Hino de Cerveira e música Grândola Vila Morena pela AMFF – Academia de Música Fernandes Fão. Segue-se a sessão solene, no Salão Nobre da Câmara Municipal, com a presença do Porta-Estandarte dos Bombeiros Voluntários. Finda a sessão solene está prevista a abertura da Feira do Livro junto à Biblioteca Municipal e um Verde de Honra no Jardim do Solar dos Castros.
Para a noite do dia 25 de abril, às 21h30, o Palco das Artes recebe o Espetáculo “Se uma gaivota viesse”. Numa ode ao pensamento crítico, à liberdade de expressão e ao pensamento divergente, “Se uma gaivota viesse” ensaia a reflexão de uma Ave que, vigorosa e destemida, passeia o seu olhar vigilante pelas gaivotas do bando, com ideias diferentes das suas, não melhores, não piores, mas que determinam formas distintas de poder abrir asas e voar, para lá de gaiolas, de horizontes, de ideais, cumprindo ou mudando fados previamente determinados.
Para 26 de abril, a Biblioteca Municipal recebe, às 15h00, a apresentação do Livro ‘Matarás Um Culpado e Dois Inocentes’ do reconhecido jornalista e escritor Rodrigo Guedes de Carvalho. Numa atmosfera de realismo mágico, somos envolvidos em meio século de História ibérica onde se cruzam emoção familiar, ideais políticos e fosso social, amor e amizades indestrutíveis. Com violência e misericórdia, é o relato cru de alguém que regressa e não vira a cara ao julgamento. A busca incessante de ternura e paz numa longa jornada de redenção.
E o ciclo comemorativo encerra, às 21h30, com a arte da música no Palco das Artes, com o Concerto ‘Abril a Cantar’. Com atuação conjunta do Coral Polifónico de Vila Nova de Cerveira e da Pauta de Caprichos – Associação Musical de Vila Nova de Cerveira, este espetáculo, inspirado pelas comemorações do cinquentenário do 25 de Abril, pretende revisitar alguns dos temas musicais mais emblemáticos e alusivos ao contexto de 25 de abril de 1974.
Ao promover um ’25 de Abril’ culturalmente rico, participativo e intergeracional, a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira reafirma a cultura como um instrumento de cidadania ativa, preservando os valores de Abril e estimulando o pensamento crítico e o envolvimento da população na vida democrática.
No âmbito das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e integrada na programação da Capital Portuguesa da Cultura, a Cidade de Braga promove, entre os dias 24 e 29 de Abril, um conjunto alargado de iniciativas culturais, artísticas e participativas, sob o mote “Toda a Liberdade é uma Inquietação”.
Inspirada no segundo ‘D’ do programa do Movimento das Forças Armadas – a Democratização –, a cidade convida a reflectir sobre os caminhos da liberdade e os desafios da democracia contemporânea, através de uma programação descentralizada que cruza diferentes públicos, linguagens e gerações.
O programa arranca a 24 de Abril, com a animação de rua, evocando a imprensa popular da Revolução, e um concerto na Igreja da Misericórdia com a Academia Sénior do Município de Braga, intitulado “Nunca Esquecer Abril – A Música como Voz da Liberdade”.
O 25 de Abril será marcado por oficinas para crianças, jogos inclusivos, laboratórios criativos, oficinas de rádio e serigrafia, performances e um espectáculo de teatro. Destaque para a performance “Mercado das Madrugadas”, por Patrícia Portela (uma parceria com Aveiro 2024), e para o espectáculo “O 25 de Abril Nunca Aconteceu”, do Teatro da Palmilha Dentada, com entrada livre no Auditório Vita.
A Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva acolhe, no dia 29, a conversa “Do Cartoon de José Veiga à Actualidade Democrática do Cartoon”, com Adão Silva, Paulo Monteiro, Damião Pereira e moderada por Helena Mendes Pereira, a propósito da exposição do artista bracarense.
A programação inclui ainda a exposição de grande escala “Somos Todos Capitães – 50 Anos em Liberdade”, com curadoria de Paulo Mendes, patente de 26 de Abril a 29 de Junho no RC6, Museu Nogueira da Silva e Fórum Braga, com programa paralelo de cinema e conversas em três sessões abertas ao público.
PROGRAMA EM DESTAQUE
24 de Abril
09:00 – Animação de Rua “Ardinas Braga 25” (Centro Histórico)
21:00 – Concerto “Nunca Esquecer Abril” (Igreja da Misericórdia)
25 de Abril
09:30 às 12:30 – Oficina “Abril para as Crianças” (Biblioteca de Jardim)
09:30 às 12:30 – Jogo de Basquetebol em Cadeira de Rodas (Avenida Central)
10:00 e 15:00 – Oficina de Rádio (Posto de Turismo)
10:00 às 18:00 – Laboratório de Cartazes Serigrafados (Campo da Vinha)
11:00 e 16:00 – Animação de Rua “Ardinas Braga 25” (Centro Histórico)
19:00 – Performance “Mercado das Madrugadas” (Praça Braga 25 – Campo da Vinha)
21:30 – Espectáculo “O 25 de Abril Nunca Aconteceu” (Auditório Vita)
29 de Abril
18:00 – Conversa “Do Cartoon de José Veiga à Atualidade Democrática do Cartoon” (BLCS)
26 Abril a 29 Junho
Exposição “Somos Todos Capitães – 50 Anos em Liberdade”
(RC6, Museu Nogueira da Silva e Fórum Braga)
Programa paralelo “Somos Todos Capitães – 50 Anos em Liberdade” – Sessões de conversa “Conversas para Revolucionar o Pensamento”: 17 Maio, 7 e 28 Junho – 15:00 às 17:00 (Museu Nogueira da Silva)
Cinema “Sessões de Cinema em Revolução” (gnration) – 22 Maio, 20:30 – Aqueles que ficaram – Em toda a parte todo o mundo tem, documentário de Mariana Valverde e Humberto Candeias; 29 Maio, 20:30 – Bom Povo Português, documentário de Rui Simões sobre o PREC.
A Câmara Municipal aprovou designar como “Rua Salgueiro Maia” a rua das Piscinas, no âmbito dos 50 anos do 25 de Abril.
Esta decisão foi tomada em consonância com a Junta de Freguesia de Arcos de Valdevez (São Paio) e Giela que também concordou com esta atribuição.
De lembrar que, à data, Capitão Salgueiro Maia, tendo sido um dos conspiradores fundadores da Movimento das Forças Armadas, liderou na madrugada de 25 de Abril a sua unidade da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, no cerco ao Terreiro do Paço e ao Quartel do Carmo, tendo obtido a rendição de Marcello Caetano, o último Presidente do Conselho do Estado Novo. Foi, para além de um comandante militar exímio, uma figura de solidez de carácter inquebrável, um exemplo de abnegação e entrega à Democracia e às causas justas.
Esta será uma forma de perpetuar a memória do Capitão Salgueiro Maia na Toponímia arcuense e de enaltecer o seu papel na luta pela liberdade durante a Revolução de Abril de 1974.
Para o próximo dia 7 de dezembro está marcada a Sessão de Encerramento das Comemorações dos 50 anos do 25 de abril, que o Município da Póvoa de Lanhoso tem vindo a comemorar ao longo de todo este ano.
A sessão, marcada para as 16h00, na Praça Eng. Armando Rodrigues, irá decorrer dentro do espaço que também servirá de grande palco para a iniciativa “Natal na Praça”, que já está a acontecer, ou não percorrêssemos já os primeiros dias Dezembro.
Com momentos musicais protagonizados pela Banda de Música de Calvos e pela Banda de Música dos Bombeiros Voluntários, e pela jovem povoense Beatriz Torres, haverá tempo, no decorrer desta cerimónia, para ouvir a declamação de poemas por alunos/as do Agrupamento de Escolas da Póvoa de Lanhos e da EPAVE e, no final, caberá às crianças do Agrupamento de Escolas Gonçalo Sampaio a responsabilidade de cantar o Hino Nacional.
Para a sessão de encerramento formal destas comemorações, que o Município da Póvoa de Lanhoso quer ver revestida da maior dignidade, estão convidados todos os elementos da Comissão de Honra, presidida por Amândio Oliveira, bem como todos os elementos que compõem a Comissão Executiva das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
O Programa começou a cumprir-se logo no primeiro domingo de Janeiro com a partilha nas redes sociais do Município de imagens de memórias povoenses. Desde então e até ao final do ano, tem vindo a ser publicada, pelas 12h00 de cada domingo, uma imagem relativa a cada ano, de um evento ou iniciativa marcante do mesmo, assinalando assim o percurso do concelho, em diferentes dimensões, nestes 50 anos da Revolução dos Cravos.
No entanto, outras iniciativas marcaram este cartaz, desenvolvidas em parceria com os Agrupamentos de Escolas Gonçalo Sampaio e da Póvoa de Lanhoso e da EPAVE, que decorreram em vários locais, envolvendo toda a comunidade.
Destacam-se os “testemunhos” que foram recolhidos juntos dos/das mais idosos/as que partilharam para memória futura as suas vivências antes do 25 de Abril. Com esta recolha extensa e rica foram produzidos vários vídeos que estão a ser publicados e partilhados aos sábados nas redes sociais, contribuindo para o melhor conhecimento de todos/as de como era a vida antes do 25 de Abril e logo nos anos seguintes, que foram de grandes mudanças.
Também mesas redondas, assembleias jovens, peças de teatro, espetáculos musicais, apresentações de livros, exposições, ações de âmbito social, iniciativas desportivas, a Inauguração da Recriação do Monumento ao 25 de Abril, do Jardim Mural dos 50 Anos do 25 de Abril na Avenida da República conferiram a este, que foi um programa tão ambicioso quanto extenso, tão inclusivo como abrangente, no qual todas as áreas tiveram o seu momento de expressão, o impacto que todos/as lhe exigiram.
No âmbito da parceria entre a Câmara e a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, uma centena de estudantes do 6ºº ano recebeu o fotojornalista Alfredo Cunha para “aula” na primeira pessoa sobre o 25 de Abril
O fotojornalista Alfredo Cunha esteve esta semana na Escola Básica e Secundária de Caminha para falar com cerca de uma centena de estudantes do 6º ano sobre o 25 de Abril. O mote foi a exibição de um filme, produzido especificamente para as comemorações dos 50 anos da Revolução pela Comissão Comemorativa. A iniciativa enquadra-se no programa que está a ser levado a cabo pela Câmara Municipal, parceira da Comissão neste cinquentenário.
Muitas perguntas, muita curiosidade sobre os protagonistas, sobre o fotojornalista e sobre o 25 de Abril. Foi assim a sessão desta quinta-feira na EBS de Caminha. Recorde-se que a associação da Câmara Municipal de Caminha à edição do livro “25 de abril de 1974, Quinta-Feira”, de Alfredo Cunha, trouxe vários benefícios, entre eles o direito de exibição pública de três filmes produzidos especificamente para as comemorações dos 50 anos de Abril pela Comissão, com imagens do referido livro, com design de Alexandre Farto/Vhils, e banda sonora de Rodrigo Leão.
Depois de assistirem à exibição de um destes filmes, abriu-se o período de perguntas, e foram muitas, num escrutínio muito salutar. Alfredo Cunha entusiasmou-se e respondeu a todas, numa manhã diferente e animada, em que se falou de coisas muito sérias, com vivacidade e na primeira pessoa. E os estudantes quiseram saber um pouco de tudo. Desde logo sobre o dia 25 de abril de 1974 e sobre o que se passou nas ruas. Curiosos, os estudantes questionaram o jornalista, por exemplo, sobre a razão porque estava no local naquele dia; quando decidiu ser fotógrafo e porquê; quantas fotos tirou dos acontecimentos; e em que outros palcos de conflito esteve Alfredo Cunha. Muitos, foi a resposta, entre eles o Iraque, Afeganistão, Síria, Angola ou Moçambique. Alfredo Cunha também teve de explicar como se percebe o ambiente de alegria e a presença simultânea de material de guerra. Apesar do aparente ambiente caótico da Revolução dos Cravos havia muita felicidade, explicou o fotojornalista, que também foi convidado a eleger a figura mais importante da Revolução. Resposta pronta: Salgueiro Maia, amizade que se prolongou por três dezenas de anos.
No final da sessão houve fotos e autógrafos: uma animada aula de História, ao vivo, revendo os acontecimentos e interpelando os protagonistas. A experiência deverá ainda se repetida, de acordo com o calendário escolar e a disponibilidade de Alfredo Cunha.
A Câmara Municipal de Caminha associou-se à “Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril” patrocinando, juntamente com outras entidades, a edição especial do livro “25 de abril de 1974, Quinta-Feira”, com fotografias e coordenação do fotógrafo Alfredo Cunha.
No âmbito das comemorações do Dia do Município que se celebraram, no dia 15 de Novembro, a freguesia de Rossas inaugurou um monumento em homenagem aos heróis do 25 de Abril, reconhecendo aqueles que lutaram pela liberdade do povo português.
A cerimónia contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Vieira do Minho, António Cardoso, do presidente da Junta de Freguesia de Rossas, Armando Alves, além de representantes de várias entidades militares, civis e religiosas. O evento reuniu ainda crianças da Escola Básica de Rossas e muitos populares da freguesia.
Durante o ato solene, destacaram-se as intervenções do presidente da Junta de Freguesia e do presidente da Câmara Municipal, que sublinharam a importância histórica do 25 de Abril e o papel fundamental dos soldados na conquista da liberdade. A cerimónia foi enriquecida pela declamação de um poema dedicado aos soldados, realizado por um aluno da Escola Básica de Rossas, numa demonstração de respeito e reconhecimento.
O monumento, localizado no antigo Largo da Feira, é descrito como uma autêntica obra de arte, repleta de simbolismo, dedicada à memória de todos aqueles que lutaram e combateram pela liberdade.
Apesar da simplicidade da cerimónia, o momento foi profundamente significativo, reforçando os valores de liberdade, justiça e gratidão na comunidade de Rossas.
Rui Guimarães morreu aos 80 anos no Hospital de Braga. Em 25 de abril de 1974, era capitão no Regimento de Infantaria n.º 8 de Braga.
O antigo capitão de Abril Rui Guimarães morreu esta terça-feira, aos 80 anos, disse à Lusa o coordenador da Comissão Promotora de Homenagem aos Democratas de Braga.
Segundo Paulo Sousa, Rui Guimarães morreu no Hospital de Braga, vítima de doença prolongada.
Natural de Guimarães, Rui Rolando Xavier de Castro Guimarães participou na Guerra Colonial, tendo cumprido três comissões em Angola e na Guiné.
Em 25 de abril de 1974, era capitão no Regimento de Infantaria n.º 8 de Braga, onde fora eleito representante dos militares da Região Militar do Norte nas reuniões preparatórias no Movimento das Forças Armadas (MFA).
Ao final da tarde do dia de ontem, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Município de Ponte da Barca inaugurou uma escultura comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril.
A cerimónia decorreu no Largo 25 de Abril, homenageando, como salientou o Presidente da Câmara, Augusto Marinho, durante a cerimónia “os verdadeiros heróis deste evento transformador: os Militares que ousaram derrubar a ditadura e o Povo, que aderiu de imediato e ergueu bem alto a bandeira da Liberdade, preservando-a até aos dias de hoje”.
A escultura, obra do artista Pedro Figueiredo, que agradeceu ao Município a “confiança para a criação desta obra que é, também, uma homenagem à celeste dos cravos”, é uma impressionante figura feminina moldada em bronze, com 1,90 metros de altura, que segura um cravo, símbolo icónico da revolução que mudou o curso da história portuguesa.
Neste dia, foi também assinalado o 500º aniversário do nascimento de Luís Vaz de Camões, um dos maiores símbolos de identidade de Portugal e uma referência para toda a comunidade Lusófona, com a inauguração de uma placa comemorativa para honrar a memória e o legado deste poeta maior.
A cerimónia contou com a presença de Presidentes de Junta de Freguesia, do Presidente da Assembleia Municipal, Bombeiros Voluntários e cidadãos que quiseram prestar homenagem aos heróis da Revolução dos Cravos.
Este evento duplo reforça a ligação entre o passado e o presente, celebrando a liberdade conquistada em 1974 e homenageando um dos maiores poetas da língua portuguesa, num testemunho vivo da identidade e da cultura de Portugal.
Comemorações 50 anos do 25 de Abril– Conversas de Abril
No âmbito das comemorações dos 50 do 25 de abril, vai ter lugar no próximo dia 07 de maio, pelas 15h00 , no Auditório Municipal de Vieira do Minho a iniciativa “Conversas de Abril”.
Peregrino Chindondo, deputado nacional de Angola e Manuel Barros, auditor de defesa nacional vão abordar o tema “ o 25 de abril visto por um angolano e por um português nascido em Angola”.
De salientar ainda que a iniciativa é aberta a toda a comunidade.
Neste sentido, convidamos o vosso prezado Órgão de Comunicação Social a estar presente em reportagem.
Para assinalar os 50 anos de Abril, o município apresenta a exposição Arcos de Valdevez 50 anos de Abril
A Câmara Municipal, através dos seus Serviços de Cultura, elaborou uma exposição onde são descritos os acontecimentos políticos vividos desde o dia da revolução, 25 de abril de 1974, ao dia das primeiras Eleições para os Órgãos das Autarquias locais, 12 de Dezembro de 1976, constituída por 24 painéis gráficos e uma projeção vídeo.
Focando as movimentações cívicas e políticas desses 2 anos e 8 meses, a exposição relembra os principais eventos e traz para a luz do dia outros factos menos conhecidos, dando a conhecer os protagonistas arcuenses do efervescente processo para a transição democrática. Passo a passo, são relatadas as assembleias e os plenários, organizados por entidades formais como a Câmara Municipal, a Comissão Administrativa e os partidos políticos. É relembrada a chegada dos militares do MFA acompanhados de uma comitiva civil, cuja curta permanência deixou, no entanto, uma indelével marca naqueles que viveram essa época. Muitos se lembram ainda da chegada dos helicópteros e dos saraus culturais organizados pelos militares da Ação Verdade. Foca-se também a importante atuação de grupos informais como o Movimento Democrático Concelhio e os coletivos de jovens revolucionários, que emergiram em algumas freguesias. As manifestações do 1 de Maio em 1974 e 1975 e as caravanas partidárias são lembradas como momentos chave para fazer ecoar a palavra Liberdade pela vila e pelas freguesias.
Falar de Liberdade e de Democracia implica relembrar os arcuenses que o regime fascista perseguiu, interrogou e prendeu por motivos políticos, tais como a publicação de livros de teor contrário à ideologia do regime, a associação ilegal, a filiação no partido comunista, entre outros “crimes”. Por essa razão, a exposição enuncia alguns desses perseguidos.
Esta exposição foi elaborada pelos Serviços de Cultura da Câmara Municipal e o grupo de trabalho do Portal da Memória Arcuense, e reúne conteúdos existentes no Arquivo e na Biblioteca Municipais (livros jornais, atas, fotografias, registos sonoros) e conteúdos fornecidos por entidades externas, sobretudo fotografias, cedidos por arcuenses que viveram o 25 de Abril na primeira pessoa, ou pelos seus familiares. Nesta linha, foram também realizadas pesquisas junto de outras entidades nacionais.
Numa primeira fase a exposição estará patente no Foyer da Casa das Artes até 30 de junho, sendo que ainda durante o ano irá itinerar por outros locais do concelho, como escolas e freguesias.
Apresentação do livro “25 de Abril de 1974, Quinta-feira” acontece amanhã, pelas 17h30, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco
“25 de Abril de 1974, Quinta-feira” é o nome do mais recente livro da autoria do prestigiado fotógrafo português Alfredo Cunha, desenvolvido com o contributo de Vhils, Rodrigo Leão, Carlos Matos Gomes, Adelino Gomes e Fernando Rosas.
A apresentação da publicação acontece amanhã, sexta-feira, 3 de maio, pelas 17h30, no auditório da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, com a presença do autor, bem como do Capitão de Abril, Carlos Matos Gomes. Inclui a projeção de um filme composto por fotografias de Alfredo Cunha, com banda sonora do consagrado músico português, Rodrigo Leão.
Alfredo Cunha reuniu no livro “25 de abril de 1974, Quinta-feira” um conjunto de imagens, algumas delas inéditas, repartidas pelos temas: “Guerra Colonial”, com texto de Carlos Matos Gomes; “Dia 25 de Abril”, com texto de Adelino Gomes, repórter que acompanhou os acontecimentos; e “Depois de Abril”, com texto de Fernando Rosas, historiador e protagonista dos anos quentes de 1974-1975.
A obra, editada pela Tinta-da-China e com o apoio da Comissão Comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril, inclui ainda gravuras criadas pelo artista Vhils sobre algumas das fotografias.
Recorde-se que está atualmente patente na Praça – Mercado Municipal de Famalicão uma exposição fotográfica também da autoria de Alfredo Cunha, composta por algumas das imagens mais icónicas do golpe militar de 25 de abril de 1974, com entrada livre.
A apresentação do livro "25 de Abril de 1974, Quinta-feira" está inserida no programa municipal das comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, desenvolvido pelo Município de Famalicão, através da Comissão de Honra e Científica das celebrações municipais, em articulação com a comissão nacional. A programação completa pode ser consultada no site oficial da autarquia, em www.famalicao.pt.
O auditório da União de Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães foi pequeno para acolher, esta terça-feira, o espetáculo de teatro, música, ilustração e poesia proporcionado por 48 crianças da Componente de Apoio à Família – CAF e traduzido num belo livro com o título “Liberta-te”.
Foi o culminar de um projeto artístico iniciado em novembro, coordenado pela secretária da Junta de Freguesia Suzana Leite e dinamizado pelo Projeto Expressar, por Pedro Seromenho e Carlo Giovani, que evocou o antes e o pós-25 de Abril de 1974 e envolveu a população mais jovem na comemoração do 25 de abril, através da interação entre gerações, para que se verifique uma passagem de testemunho das memórias da ditadura, da construção da democracia e do valor da liberdade.
As crianças frequentaram oficinas de expressão dramática que foram dinamizadas pela Projeto expressar, nomeadamente por Juliana Kleinubing, com o intuito de promover o conhecimento desta temática e de incutir nas crianças o sentido de responsabilidade na sociedade, e o respeito pela liberdade de cada um, mas também de todos nós. Promoveram-se oficinas de escrita com o escritor Pedro Seromenho e oficinas de ilustração com o ilustrador Carlo Giovani.
Pedro Seromenho leu alguns dos poemas do livro que traduzem as definições de Liberdade dos seus autores, as crianças. Se para uns “é uma criatura que passa horas e horas sem fazer nada, porque não precisa. Tem Liberdade para isso” outros escrevem que ela “cabe na palma de uma mão, mas não a podemos fechar”.
Mas também pode ser um conselho, porque ela “gosta de comer gelados. E suja-se toda” ou “é como o mar. Perde-se de vista” embora haja quem peça: “se mandasse na Liberdade, os adultos teriam mais tempo para os seus filhos”.
Na presença do presidente da Junta da união, José Pinto Matos, que elogiou a “alma deste projeto”, Suzana Leite, o livro “Liberta-te” conta com poemas e desenhos das crianças que integram a CAF das EB de Nogueira e de Fraião, resultantes das oficinas que foram levadas a efeito.
Esta iniciativa, de acordo com o presidente da autarquia, traduz uma “aposta da Junta de Freguesia de investir no futuro que são as crianças, numa relação entre gerações, através da educação cultural e das artes”.
Pedro Seromenho acentuou que “este momento é deles e as oficinas de escrita e ilustração resultaram num livro que cresce quando o abrimos. É uma semente que vai crescendo se a regarmos. Esta semente é vossa e a mensagem tem de ser passada de geração em geração: o grito da liberdade”.
Carlo Giovani sublinhou que “a liberdade é o mais simples que há e fui apenas um guia para responder à pergunta: quem é a liberdade”.
A sessão fechou com a entrega dos prémios aos melhores classificados no Concurso de ilustração realizado no Natal.
O Município de Terras de Bouro prestou uma homenagem justa e reconhecida aos Antigos Combatentes do concelho, em um momento especial e significativo, em comemoração aos 50 anos da Revolução dos Cravos.
O Presidente da Câmara Municipal, Manuel Tibo, destacou que a coragem e a perseverança desses homens foram cruciais para que 25 de abril fosse possível, tendo sublinhado, ainda, que a memória do sacrifício na Guerra Colonial deve ser perpetuada entre as gerações futuras, como um marco essencial para a restauração da liberdade em Portugal, após mais de 40 anos sob um regime repressivo. Ainda na sessão oficial destaque para as intervenções alusivas ao Dia da Liberdade por parte dos deputados/ líderes das bancadas municipais na Assembleia Municipal de Terras de Bouro, Avelino Soares pelo PSD e Vítor Fernandes pelo PS.
Outras atividades decorreram também no âmbito dos “50 anos da restauração da Liberdade”, como o concerto musical pelos ANTIKUA, o Hastear das Bandeiras e uma visita à exposição dos “50 anos do 25 de abril”. Depois da sessão solene no Auditório Municipal, com um período musical a cargo da Escola de Música de Terras de Bouro, seguiu-se a Homenagem aos Antigos Combatentes. As cerimónias terminaram com a exibição do filme “Salgueiro Maia – O Implicado”.
Ditadura do digital faz perigar a liberdade e a democracia
A ditadura do digital é uma das grandes ameaças atuais à nossa liberdade, 50 anos depois da Revolução do 25 de Abril, que derrubou o Estado Novo, com todas as suas arbitrariedades em relação aos direitos, liberdades e garantias.
O alerta foi lançado pelo Professor Doutor Rocha Armada, no decorrer de uma conferência na Casa do Conhecimento de Ponte da Barca, subordinado ao tema “Viagem no tempo: do Estado Novo à Revolução dos Cravos e às conquistas de Abril”.
Inserida nas celebrações dos 50 anos de Abril, promovidas pelo Município, a sessão foi aberta pela Vereadora da Educação e Cultura que, depois de saudar o público e de proceder ao enquadramento da iniciativa, apresentou o convidado, com um vasto currículo académico-científico e uma notável ação à escala global, em termos de formação nas áreas da gestão e da liderança.
Já medalhado pelo Município e homenageado pelo Rotary Club de Ponte da Barca, Rocha Armada, para além de investigador e orador convidado em grandes eventos internacionais, tem a particularidade rara de ter vivido como militar o antes, o 25 de Abril e o depois da Revolução, pelo que é uma honra e um enorme privilégio contarmos com a presença do Senhor Professor, um homem com ligações familiares a Ponte da Barca – referiu Rosa Maria Arezes.
Na sua intervenção, o convidado abordou o tema, mas fez questão de ir além e de chamar a atenção para as ameaças que, na atualidade, põem em causa as conquistas de Abril, tais como a democracia e a liberdade.
A Revolução dos Cravos cumpriu a sua missão há 50 anos, com os capitães e o Movimento das Forças Armadas a derrubarem a ditadura e a proclamarem a liberdade. Acontece que, passadas cinco décadas, são muitas as ameaças da ditadura do digital, com os algoritmos e a Inteligência Artificial a orientarem os nossos comportamentos e a manipularem as nossas decisões, explicou Rocha Armada.
Em última instância, com a utilização abusiva dos nossos dados pessoais, não só a nossa privacidade desaparece, como a nossa própria liberdade e poder de decisão são postas em causa, fazendo perigar os regimes democráticos, muitas vezes sem que as próprias pessoas tenham consciência disso.
A Democracia, a Liberdade e o Desenvolvimento são um trabalho diário
Sempre num registo muito cativante, com recurso frequente a episódios pessoais e à extraordinária experiência da sua vida, o Professor Catedrático Jubilado e antigo Presidente da Escola de Economia e Gestão da UMinho fez uma viagem pelas suas memórias, recuando aos tempos de estudante universitário e do serviço militar, entre 1973 e 1975, como oficial miliciano de transmissões do exército.
Lembrou as arbitrariedades e proibições do Estado Novo, o poder omnipresente da censura e do medo, a miséria e o atraso do tempo de Salazar, a emigração, o desgaste e descontentamento gerados pela Guerra Colonial e as primeiras manifestações contra o regime ditatorial, do meio académico ao Golpe ou Levantamento das Caldas, cujas movimentações intercetou, ao nível das telecomunicações, a partir do quartel em Mafra.
Até que, agora já no quartel em Tomar, chegou o 25 de Abril e a alegria da participação nas celebrações do 1.º de Maio, atitude de Rocha Armada que lhe valeu um castigo e que, não fora a intervenção do General Spínola, poder-lhe-ia ter custado a despromoção, com tudo o que isso significaria de penoso, tanto mais que estava prestes a partir para Angola.
E dos tempos de Angola, recordou a passagem pela selva e, depois, a guerrilha urbana em Luanda, quantas vezes debaixo de fogo cruzado entre as tropas do MPLA e da UNITA, e falou da descolonização e do êxodo de centenas de milhar de portugueses que regressaram a Portugal, numa situação muito difícil.
Já no período de interação com o público, Rocha Armada respondeu às questões colocadas, reiterando que Abril se cumpriu há 50 anos, naquele radioso dia 25, com a proclamação da liberdade e a devolução ao povo da sua capacidade de decidir, num regime em que há respeito pelos direitos, liberdades e garantias. Mas os desafios continuam, mais ainda agora com a ditadura do digital, insistiu.
Quanto à Descolonização, defendeu que se realizou dentro das condições possíveis, num ambiente de enorme instabilidade, mas – na sua opinião – foi o mal menor. O Desenvolvimento, esse continua em curso. Os progressos económicos e sociais da nossa Democracia são notáveis, mas os descuidos pagam-se caros, como aconteceu, por exemplo, no período a seguir ao 25 de Abril, em que os desmandos da época quase levaram Portugal à bancarrota e conduziram ao pedido da primeira intervenção de ajuda externa do FMI, concluiu Rocha Armada.
Capitão de Abril e fundador da Dar as Mãos é um dos Rostos de Famalicão Região Empreendedora Europeia
José Luís Bacelar Ferreira recorda o dia 25 de Abril de 1974 e as tarefas que lhe tinham sido atribuídas pelo Comando Operacional das Forças Armadas: ocupar a ponte sobre o Ave, em Vila do Conde, vigiar o itinerário Viana-Porto e ocupar o centro retransmissor do Rádio Clube Português na Azurara.
Passados 50 anos do dia em que viveu na pele as emoções de uma revolução, o Capitão de Abril natural de Vila Nova de Famalicão continua a olhar para a Revolução dos Cravos como um sonho por cumprir.
“Fizemos uma revolução extraordinária. Não conheço uma revolução que tenha sido tão bem feita como esta, mas ainda há tanta coisa por fazer. Cinquenta anos não são nada. Temos que ter a noção de que o 25 de Abril não se cumpriu totalmente. A democracia é importante, não podemos viver sem ela, mas tem que ser aperfeiçoada e isso está nas mãos de cada um nós”.
Bacelar Ferreira, que em 2023 foi condecorado pelo Presidente da República com a Ordem da Liberdade, fala no desejo de continuar a cumprir Abril, o mesmo que há 30 anos o levou a fundar a Dar as Mãos, associação famalicense focada na proteção e apoio às pessoas em situação de carência económica.
“Um verdadeiro exemplo de altruísmo, de alguém que acredita que o 25 de Abril não se fez apenas naquele dia de 1974”, enalteceu o presidente da Câmara Municipal que esta semana apontou Bacelar Ferreira como um dos Rostos de Famalicão Região Empreendedora Europeia.
Mário Passos enalteceu ainda o trabalho efetuado ao longo dos últimos 30 anos pela Associação Dar as Mãos, “que todos os dias nos mostra que o empreendedorismo, neste caso social, tem um poder transformador e pode causar um impacto muito positivo na nossa sociedade”.
Atualmente a servir mais de 70 refeições diárias, a Associação Dar as Mãos “está na primeira linha para ajudar os que mais precisam”, garante Bacelar Ferreira que olha com otimismo para o futuro da associação que tem na construção da “Casa” o grande projeto dos próximos tempos.
O projeto inclui a construção de alojamento de emergência, com quartos individuais para 32 pessoas adultas e alojamento de transição para quatro agregados familiares, assim como áreas de apoio e técnicas e espaços para o crescimento pessoal, educacional e bem-estar, visando a capacitação e a formação profissional de pessoas sem abrigo, com deficiência e em situação de carência socioeconómica.
Será construído num terreno com nove mil metros quadrados, no lugar do Pelhe, em Calendário, recentemente cedido pela autarquia à associação e resultará num investimento na ordem dos 2,5 milhões de euros.