A VOZ DO MINHO : SEMANÁRIO REPUBLICANO INDEPENDENTE E REGIONALISTA / DIR. CELESTINO DE AZEVEDO PIRES ; ED. ANTÓNIO MARTINS DE SOUSA TORRES – PUBLICADO EM CAMINHA
Fonte: Biblioteca Nacional de Portugal
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Fonte: Biblioteca Nacional de Portugal
Passam precisamente 113 anos desde a realização do grande banquete que, após os confrontos que levaram à implantação do regime republicano, teve lugar no acampamento da Rotunda onde um punhado de soldados e meia centena de carbonários se entrincheiraram às ordens do Comissário Naval Machado dos Santos.
Os cestos com as duas mil pescadas. Um aspeto da confraternização. À esquerda vê-se um militar agarrado à sua namorada.
Uma vez alcançado o cessar-fogo na manhã do dia 5 de outubro, as hostilidades republicanas dirigiram-se para alvos mais comestíveis e nutritivos. O acampamento manteve-se por mais cinco dias que foram preenchidos com a realização de um autêntico festim que, a avaliar pelas quantidades de alimentos digeridos, reuniu largas centenas de comensais que, não tendo embora participado nos combates, não quiseram deixar os seus créditos de bravura por mãos alheias.
Desse extraordinário sucesso que não deveria ser omitido nas páginas da nossa História contemporânea onde se inscrevem tão gloriosos feitos revolucionários, dá-nos conta a insuspeita revista “Ilustração Portugueza”, na sua edição de 7 de novembro de 1910, sob o curioso título “Subsídios photographicos para a História da Revolução”:
“O reducto da Avenida, que foi o verdadeiro baluarte da republica, offereceu aspectos deveras curiosos, mesmo depois de passados os combates. Durante os dias que os soldados e os civis ali se encontraram foi montado um serviço regular de subsistências, confeccionando-se em improvisadas cosinhas, rancho de que partilharam todos os que lá se tinham juntado nos dias da revolta. Na manhã do dia seis foram cozinhadas no acampamento duas mil pescadas em nove fogões de campanha e desde que se estabeleceu o serviço regular até ao dia 10, em que se retiraram os militares e paisanos, consumiu-se dez mil kilos de carne de vacca e quarenta mil kilos de pão, não sendo possível averiguar o numero de pessoas que foram alimentadas durante esse tempo na rotunda que se tornou um logar histórico”.
- Esqueceu-se o cronista de mencionar quantos litros de vinho regaram tão lauto repasto !
A confeção do rancho no acampamento da Rotunda. O corneteiro, ao centro, aguardando ordens para tocar para o rancho...
Fonte: “Ilustração Portugueza”, 7 de novembro de 1910
Ofício confidencial do Governador Civil de Viana do Castelo, José Antunes Viana, ao Ministro do Interior, acerca da vigilância sobre movimentações monárquicas conspirativas, endereçado ao Ministro do Interior. Datado de Sexta, 28 de Fevereiro de 1913 e classificado de Confidencial. Com a divisa republicana “Saúde e Fraternidade”.
Fonte: Fundação Mário Soares
O culto da árvore – atualmente celebrado como Dia da Árvore e da Floresta – no qual se insere a festa que lhe era dedicada constituiu uma das iniciativas que os republicanos fomentaram nos começos do século passado com vista à introdução na sociedade portuguesa de novos valores e símbolos com os quais procuraram substituir os valores tradicionais associados à Igreja Católica e ao Cristianismo em geral. Tratava-se, com efeito, de uma campanha de penetração ideológica nos meios rurais, promovida pela própria maçonaria, utilizando para esse meio os seus próprios órgãos de propaganda como era o caso do jornal “O Século Agrícola”, suplemento do jornal “O Século” dirigido por Magalhães Lima que, conforme o próprio título sugere, propunha-se promover a secularização da sociedade.
Tratava-se, com efeito, de criar uma nova liturgia, celebrado por altura do equinócio da Primavera, preconizando o retorno aos antigos ritos pagãos anteriores ao estabelecimento do Cristianismo em detrimento das celebrações da Páscoa e da Ressurreição de Jesus Cristo, crença essencial da fé cristã.
A “Festa da Árvore” realizou-se pela primeira vez no Seixal em 1907, por iniciativa da Liga Nacional de Instrução, tendo nos anos que se seguiram atingido especial visibilidade as que tiveram lugar na Amadora por iniciativa da Liga de Melhoramentos da Amadora, organização de inspiração republicana onde pontificava o escritor Delfim Guimarães.
De uma maneira geral, a realização da “festa da árvore” ocorreu nas localidades onde os republicanos dispunham de maior organização, sobretudo nas regiões mais a sul do país. Porém, é sabido que em Viana do Castelo também dispunham de uma certa influência, mantendo inclusive em funcionamento uma loja maçónica – a Loja Fraternidade – com mais de três dezenas de membros.
A revista Ilustração Portugueza, de 30 de março de 1914, dá-nos conta da realização nesse ano da festa da árvore em Viana do Castelo, nos seguintes termos: “Em Viana do Castelo a festa da árvore teve o concurso de todas as autoridades civis e militares, escolas oficiais e particulares. No Campo da Agonia foram plantadas duas laranjeiras e duas cerejeiras tendo assistido imenso povo. Falaram o alferes sr. Alpedrinha e o sr. Dr. Rodrigo Abreu sendo o cortejo dirigido pelo capitão sr. Malheiro. As tropas da guarnição da cidade também tomaram parte n’essa encantadora cerimónia em que foi exaltado o culto da árvore que O Século Agrícola tanto tem propagandeado.”
A comemoração do Dia da Árvore manteve-se durante a vigência do Estado Novo, desprovida contudo da carga ideológica que inicialmente encerrava, tendo chegado até aos nossos dias como um ritual que se cumpre anualmente como um aceno à chegada da Primavera.
Não obstante o propósito original de tal iniciativa, a comemoração do Dia da Árvore e da Floresta, dirigida especialmente às crianças em idade escolar, veio cumprir uma função pedagógica e cívica, sensibilizando-os para a necessidade de preservação da floresta e do meio ambiente.
Arrolamento dos bens cultuais situados na freguesia de Romarigães, concelho de Paredes de Coura, distrito de Viana do Castelo, constando de: Igreja Matriz de São Tiago de Romarigães; Capela de São Roque, em São Roque. Comissão Juridiscional dos Bens Cultuais. Data: 27 de Setembro de 1911.
Fonte: Arquivo Histórico do Ministério das Finanças
Fonte: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada. Nº 299. 1 de Julho de 1911
Fonte: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada. Nº 299. 1 de Julho de 1911
Fonte: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada. Nº 299. 1 de Julho de 1911
Festival Música e Monumentos com a participação da banda da Sociedade Musical Arcuense
5 de outubro | 15h30. Campo do Trasladário (anfiteatro)
A Banda da Sociedade Musical Arcuense apresenta-se novamente ao público no próximo dia 5 de outubro, pelas 15.30h no Campo do Trasladário (anfiteatro), no âmbito do festival Música e Monumentos.
Este é um evento de âmbito nacional, promovido pela Confederação Musical Portuguesa, apoiado pelo Ministério da Cultura através do programa "Garantir Cultura", e com o alto patrocínio de Sua Excelência o Sr. Presidente da República.
Com este evento, pretende-se assinalar os 111 anos da Implantação da República em Portugal, através da atuação descentralizada de bandas filarmónicas junto a monumentos e sítios históricos em todo o país.
Fonte: Arquivo Histórico-Militar
Raimundo Enes Meira (Viana do Castelo, Afife, 25 de Maio de 1866 — Viana do Castelo, Afife, 30 de Junho de 1946) foi um coronel da Artilharia do Exército Português e político ligado ao Partido Democrático de Afonso Costa. Eleito deputado e senador no Congresso da República entre 1915 e 1926, foi o principal organizador do Partido Democrático no Alto Minho.
Nasceu em Afife em 25 de Maio de 1866, filho de Joaquim Alves Meira e Custódia Enes Ramos Bezerra.
Alistou-se como voluntário no Regimento de Infantaria N.º 3 em 1886.
Foi 1.º Sargento Graduado Cadete no Regimento de Artilharia N.º 2. Concluiu o curso de Artilharia da Escola do Exército em 1893, sendo promovido a 2.º Tenente no mesmo ano. Serviu nos Regimentos de Artilharia N.º 3 e N.º 5.
Promovido a 1.º Tenente em 1895. Foi destacado, em missão de serviço, para o Estado da Índia em Maio de 1896 na brigada de artilharia de montanha, num corpo expedicionário comandado por S.A.R o Infante D. Afonso de Bragança e onde faziam parte Norton de Matos e Alfredo de Sá Cardoso. Retornou à metrópole em Novembro de 1897 para o Regimento de Artilharia N.º 3.
Promovido a Capitão em 1908 e no mesmo ano contrai matrimónio com Laura Pinto de Lemos Pereira. Recebeu a Medalha de Prata Rainha D. Amélia.
Em 1911 é destacado para o grupo de artilharia de montanha que é colocado na Serra do Gerês por motivos da 1ª incursão de Paiva Couceiro.
Nomeado em Junho de 1913, Governador-Civil do Distrito de Viana do Castelo, é destacado durante o mês de Julho para Governador-Civil do Distrito de Coimbra, por motivos de uma greve geral da cidade. Retorna em Agosto a Viana do Castelo, e exerce o cargo até Março de 1914
Eleito deputado por Viana do Castelo em 1915 pelo Partido Democrático.
Promovido a Major em 1916, é colocado no 1º Batalhão de Obuses de Campanha, embarca para França em 1917, integrado na 2ª Divisão do Corpo Expedicionário Português comandado pelo General Simas Machado. Em França passa pelos Regimentos de Artilharia N.º 6 e N.º 11. Promovido a Tenente-Coronel em Fevereiro de 1917, é transferido para o Estado-Maior de Artilharia de Campanha.
É desmobilizado em Outubro de 1918. Regressado a Portugal é nomeado 2.ºcomandante do Regimento de Artilharia N.º 6 (Serra do Pilar). A 17 de Maio de 1919 é feito Comendador da Ordem Militar de Avis e a 28 de Junho do mesmo ano Comendador da Ordem Militar de Cristo.
É eleito Senador por Viana do Castelo, nas listas do Partido Democrático em 1919, sendo reeleito em 1923 e 1925.
Promovido a Coronel em 1922, assume o comando do Regimento de Artilharia N.º 6 (Serra do Pilar). A 5 de Outubro de 1923 é elevado a Grande-Oficial da Ordem Militar de Avis. Recebeu ainda a Medalha de Ouro de Comportamento Exemplar.
Nomeado em 16 de outubro de 1924 governador de Timor, reorganiza as finanças da colónia, conseguindo equilibrar o orçamento. Cria o Imposto Predial rústico e urbano, o Imposto Industrial, cria em Díli a primeira feira agrícola-industrial naquela colónia e atribui as primeiras concessões para a prospecção de Petróleo naquela colónia.
Exonerado do cargo em junho de 1926 pelo governo saído da Revolução Nacional, é passado à reserva em fevereiro de 1927. Faleceu em Afife em 30 de junho de 1946.
Fonte: Wikipédia
O Ministério da Justiça e dos Cultos - Direcção Geral da Justiça e dos Cultos - 2.ª Repartição (Cultos), através da Portaria nº. 6154, publicada em Diário do Govêrno n.º 114/1929, Série I de 22 de Maio de 1929, determinou a entrega de vários bens à corporação encarregada do culto católico na freguesia de Esposende, concelho do mesmo nome.
O Ministério de Instrução Pública - Repartição da Instrução Primária e Normal - Repartição das Escolas Móveis, po rmeio de decrecto publicado em Diário do Govêrno n.º 271/1913, Série I de 19 de Novembro de 1913, concedeu um subsídio de 100 escudos ao Centro Republicano de Ponte do Lima, para sustentação duma escola movel.
Através de Portaria publicada em Diário do Governo n.º 150/1912, Série I de 28 de Junho de 1912, o Ministério do Interior - Direcção Geral de Assistência - 1.ª Repartição, autorizou a Confraria do Santíssimo de Vascões, a desviar dos seus respectivos fundos várias quantias, destinadas a fazer face às despesas com a reforma dos seus estatutos, exigida pela Lei da Separação. O mesmo princípio foi aplicado às confrarias de Paredes e de Padornelo.
Fonte: Centro Português de Fotografia
Fonte: Centro Português de Fotografia
Em 2 de Outubro de 1911, um ano após a implantação da República, Narciso da Cunha informava Bernardino Machado por carta a partir de Paredes de Coura, não ter informações relativas à inauguração do Centro Republicano de Arcos de Valdevez.
Fonte: Fundação Mário Soares
Em 16 de Julho de 1913, Justino Cruz na sua qualidade de Governador Civil de Braga, endereçou ao Ministro do Interior um ofício confidencial, enviando cópia de ofício do Administrador de Vieira do Minho de 14 de Julho de 1913, participando o regresso à Galiza de conspiradores que estavam no Brasil. O Governador Civil sugere reforço dos postos da guarda fiscal. Contém "visto" de Rodrigo Rodrigues e indicação para ser dado conhecimento ao Ministério das Finanças.
Fonte: Fundação Mário Soares