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Passam precisamente 70 anos desde a data da fundação da ex-Casa do Minho em Lourenço Marques, na antiga província ultramarina portuguesa de Moçambique. Há 50 anos, a bandeira das quinas deixou de flutuar na capital do Índico e a maioria dos nossos compatriotas que viviam naquele território regressou à metrópole e, muitos minhotos às suas próprias origens. Outros, porém, refizeram a sua vida noutras paragens, na região de Lisboa ou noutras cidades e vilas de Portugal.
Durante duas décadas consecutivas, aquele foi o elo de ligação das nossas gentes em terras moçambicanas. Ali se construíram novas amizades e mantinham as suas tradições. A constituição de um Rancho Folclórico no seio da Casa do Minho constituiu um dos melhores exemplos do seu apego às origens.
Na realidade, os antigos territórios ultramarinos portugueses foram o destino de muitos minhotos que decidiram ali construir as suas vidas. Rumando diretamente a partir da metrópole ou fixando-se após o cumprimento do serviço militar naquelas paragens, Angola e Moçambique vieram a tornar-se a segunda terra para muitos dos nossos conterrâneos que assim trocavam a estreita courela pela desafogada machamba ou simplesmente empregavam-se na atividade comercial das progressivas cidades de Luanda e Lourenço Marques, atual Maputo.
Porém, a recordação do Minho distante não os abandonou e permaneceu sempre nos seus corações. E, a provar esse amor filial, criaram as suas próprias associações regionalistas a fim de manterem mais viva a sua portugalidade e as raízes minhotas. Em Lourenço Marques, fundaram a Casa do Minho em 1955, já lá vão 70 anos!
Muitos foram os minhotos e outros portugueses que em Moçambique construíram as suas vidas. Contudo, o seu curso tranquilo e próspero veio a ser abruptamente interrompido em consequência do processo de descolonização do território e a guerra civil que se seguiu, determinando o seu regresso à metrópole e consequente extinção da Casa do Minho.
Não obstante, muitos dos minhotos e amigos da Casa do Minho, que dela fizeram parte ou de alguma forma por lá passaram, não esquecem esses tempos saudosos e continuam a reunir-se todos os anos em alegre e amistosa confraternização, partilhando recordações e revivendo a terra que continuam a amar – Moçambique!
XXVII-Convívio da Casa do Minho em LOURENÇO MARQUES.
Como vem sendo hábito anualmente na época da Primavera a realização do nosso Convívio, conforme anunciado no último, este ano irá realizar-se em Viana do Castelo como é do conhecimento de todos. Depois de bem ponderado, o Evento já está marcado para o dia 26 de Abril de 2025 (Sábado), visto que na véspera será um feriado.
Apenas avanço com esta informação a pensar em todos os Amigos que vivem no nosso País desde o Minho ao Algarve, mas também para aqueles que vivem no Estrangeiro, para que possam participar na Festa e terem tempo para se prepararem para uma eventual viagem até Portugal e neste caso até ao Coração do Minho, Viana do Castelo, Terra de Homens e Mulheres que fundaram a Célebre Casa do Minho de Lourenço Marques em Agosto de 1955.
O programa do Convívio será publicado lá mais para diante para que todos saibam mais pormenores e também para se efetuar as respetivas inscrições que já se estão a iniciar a partir deste momento.
Espero que não falte lá ninguém para passarmos um dia Feliz e Alegre, por a conversa em dia e sempre reencontramos pela primeira vez todos aqueles que connosco passaram horas Felizes em Terras banhadas pelo Índico.
Até breve e para todos um Grande Abraço.
Em frente ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Fátima Gomes, Presidente da Casa do Minho, celebra, ao lado do Rancho Folclórico Maria da Fonte, os 70 anos deste grupo de dedicação à cultura minhota, escrevendo mais um capítulo dessa bela história. Uma homenagem ao nosso passado, presente e futuro.
Foto: @jorgemarfotosart
Entrega de Medalha Municipal de Mérito à Casa Cerveirense marca 15º convívio
Mais um ano a enaltecer o sentimento de pertença e a amizade por Vila Nova de Cerveira. Cerca de 350 cerveirenses e amigos juntaram-se, este domingo, 10 de novembro, na capital portuguesa, para comemorar mais um aniversário da Casa Cerveirense em Lisboa. Momento de confraternização e de partilha foi testemunhado, uma vez mais, pelo Presidente da Câmara Municipal, Rui Teixeira, e pelo Presidente da Assembleia Municipal, António Quintas.
A entrega da Medalha Municipal de Mérito – Grau Cobre à Casa Cerveirense em Lisboa abrilhantou o 15º convívio (medalha atribuída no Dia do Município – 1 de outubro), com o Município de Vila Nova de Cerveira a reconhecer e valorizar o seu papel e ação no campo cultural e social. “Cada um de vós desempenha uma função muito importante e digna, a de embaixadores de Cerveira em Lisboa, fomentando o sentimento de pertença ao concelho, inclusive entre as gerações mais novas, preservando as tradições, a cultura e os valores da comunidade cerveirense”, disse o Presidente da Câmara Municipal, Rui Teixeira.
Este convívio de 2024 acolheu conterrâneos residentes em Lisboa e mais de meia centena que se deslocou de Cerveira a Lisboa para um dia marcado pela festa e partilha. A boa-disposição entre os presentes foi evidente, com muitos momentos de conversa, complementados com a animação a cargo do Rancho Folclórico da Casa do Minho.
A Casa Cerveirense foi fundada, a 29 de junho de 2009, por cerveirenses residentes em Lisboa, e desde então tem dinamizado diversas atividades anuais de cariz regionalista, em conjunto com a Associação das Casas Regionais em Lisboa, culminando com a organização de um convívio anual, convidando os conterrâneos para uma festa de reencontros.
Foto: José Gomes
A Casa do Concelho de Tomar em Lisboa, no seguimento do almoço – convívio com o Bacalhau ao Gosto de Eça de Queirós e António Feijó, no passado dia 26 de Outubro, pretende retomar essa temática gastronómica e literária no próximo ano.
Deste modo, aquela instituição regionalista e o Clube de Gastronomia de Ponte de Lima voltarão a unir-se, desta vez para assinalar os 180 anos do nascimento do escritor, ocorrido a 25 de Novembro de 1845 na Póvoa de Varzim, em casa de Francisco Augusto Pereira Soromenho, fiscal do pescado e irmão da avó materna de Eça, Ana Francelina Pimentel Amado Soromenho , oriundos de Lagos, Algarve, família radicada na capital poveira e em Ponte de Lima.
O programa em elaboração incluirá algumas evocações bio - biográficas do autor de “Os Maias”, com percurso pedonal na baixa lisboeta, salientando-se as suas residências no Rossio e no Chiado (Rua Nova da Trindade), antes de se mudar para a Quinta dos Castanhais em Sintra. Depois, uma recordação dos restaurantes predilectos de Eça, situados na Rua da Prata e na Vítor Córdon, ou o Hotel Mata, entre outros locais de referência do escritor, diplomata e gastrónomo falecido em Paris a 16 de Agosto de 1900.
Também, prosseguem investigações para indagar o local do decesso da mãe do escritor, Carolina Augusta Pereira de Eça, natural de Monção ocorrido na freguesia de Arroios em 1908, com a idade de 82 anos.
Mas, para a recriação histórica desses tempos da Lisboa fin de siécle, também o cardápio retomará a narrativa queirosiana. Mas isso, será responsabilidade da equipa de cozinha do Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, com os chefs Paulo Santos e Domingos Gomes e o “chefinho” João Leonardo Matos. Das pesquisas em curso, salientamos a possibilidade dos participantes debicarem os cogumelos recheados com alheira, trecho colhido n O Crime do Padre Amaro, que no próximo ano também completa 150 anos da sua publicação, ou outras referências escritas, como o caldo de galinha ou o arroz de favas para confraternidade nas mesas do salão da Casa do Concelho de Tomar.
A vila de Ponte de Lima prepara um conjunto de iniciativas que serão memoráveis a assinalar os 900 anos da atribuição do foral pela Condessa D. Teresa de Leão – mãe de D. Afonso Henquiques, 1º Rei de Portugal – em 4 de março de 1125. Entre tais iniciativas conta-se a participação da Casa do Minho do Rio de Janeiro e a eventual participação do Rancho Folclórico Maria da Fonte que integra aquela instituição regionalista.
De registar que a Câmara Municipal de Ponte de Lima, liderado pelo seu presidente, engº Vasco Ferraz, recebeu no passado mês de agosto a presidente da Casa do Minho do Rio de Janeiro, Fátima Gomes.
Na receção, o presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima fez-se acompanhar dos vereadores Gonçalo Rodrigues e Carlos Lago. Este momento teve como objetivo o estreitar de relações com as instituições ligadas ao nosso território, que promovem e divulgam em outros países as tradições e a cultura do Minho, permitindo a interculturalidade, tornando-se também elas embaixadoras do Minho nas suas comunidades.
Na ocasião houve a oportunidade de trocar algumas impressões com a presidente da Casa do Minho do Rio de Janeiro sobre cooperação cultural e turística e uma possível atuação do Rancho Folclórico da Casa do Minho em Ponte de Lima no âmbito das Comemorações dos 900 Anos de Ponte de Lima.
De registar que o Município de Ponte de Lima e a cidade do Rio de Janeiro estão geminadas.
Fundada em 8 de Março de 1924 – comemorou recentemente o seu centenário – a Casa do Minho no Rio de Janeiro foi criada com o propósito de estabelecer solidariedade e prestar auxílio aos nossos compatriotas que, nos anos difíceis do começo do século XX, se viram desamparados pela sorte e à beira da miséria, muitos dos quais tiveram então de ser expatriados, a Casa do Minho viria a constituir-se num baluarte do regionalismo minhoto e da afirmação do patriotismo dos portugueses em terras de Vera Cruz, precisamente a que ostenta no seu próprio emblema.
Ultrapassadas as dificuldades iniciais com que os nossos conterrâneos se debateram para conseguirem uma vida mais digna, as gentes minhotas deram à Casa do Minho uma nova missão que consiste na preservação da sua identidade, mormente através das mais variadas manifestações culturais, tertúlias literárias, manifestações religiosas, divulgação do folclore e, sobretudo, da união e convívio familiar dos seus associados.
Desde a sua fundação, a Casa do Minho no Rio de Janeiro é obra de muitos homens e mulheres que ao longo de oitenta e oito anos de existência souberam erguer uma grandiosa instituição que dignifica a comunidade minhota radicada no Brasil e prestigia o nosso país.
Localizada na rua Cosme Velho, na zona sul do Rio de Janeiro, a Sede social da Casa do Minho dispõe para além das instalações propriamente ditas, de uma grande arborizada, parque de estacionamento e dois magníficos recintos desportivos.
De entre as suas principais finalidades, cumpre-nos destacar a promoção da fraternidade Luso-Brasileira; o desenvolvimento da prática de atividades desportivas, recreativas, culturais e sociais; a difusão do culto à Comunidade Lusíada; a luta pelos interesses do Minho tornando conhecidas sua história, belezas naturais, gastronomia e o seu folclore.
Fotos: Casa do Minho do Rio de Janeiro
A Casa do Minho do Rio de Janeiro foi constituída em 8 de março de 1924. Em 1967, adquiriu a velha moradia que vemos na foto acima, situada na Rua Cosme Velho, no Bairro das Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro. Procedeu à sua demolição para nesse local edificar a sua atual sede social.
Trinta anos após a criação da Casa do Minho, foi constituído no seu seio o Rancho Folclórico Maria da Fonte
A Casa do Minho preserva as nossas tradições junto das gerações mais jovens da nossa comunidade radicada no Brasil
A imagem mostra um aspeto panorâmico do salão social da Casa do Minho
Aprofundar a pesquisa, elaborar cardápio e escolha de produtos para satisfazer desejos e pedidos de comensais e amigos das Letras, foram o motivo para o “regresso” de Eça de Queirós á mesa da Casa do Concelho de Tomar em Lisboa, no próximo ano, instituição regionalista de que é presidente o Dr. Carlos Galinha. Depois do sucesso do almoço literário no passado sábado 26 de Outubro, sucedem-se os pedidos de conterrâneos, apreciadores da vida e da obra do autor d” Os Maias”, para a realização dum evento similar ou repetido em 2025.
Deste modo, o Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, e o líder da instituição regionalista dos Templários na capital portuguesa, voltarão a organizar esse convívio de faca e garfo, interrompido com umas evocações gastronómicas na obra do grande escritor do último quartel do século XIX, falecido aos 16 de Agosto de 1900, em Neuilly, Paris, como cônsul de Portugal. De salientar, que no encontro marcaram presença elementos do Círculo Eça de Queirós, uma agremiação lisboeta fundada em 1940, com sede no Chiado.
Para o também gastrónomo que considerava como “ … coisas mais deliciosas de Portugal, legumes, vinhos e doces, o lombo de porco e vitela de Lafões”, como regista na sua obra A Correspondência de Fradique Mendes, ou “… espumar o vinho verde, fazendo-o cair de uma caneca vidrada…”, trecho d’ A Ilustre Casa de Ramires, ou ainda os “ cogumelos recheados com alheira”, referidos em O Crime do Padre Amaro, levam-nos a recriar uma ementa com esses ou outros produtos regionais lusitanos, elencados por Eça de Queirós.
Mas, em tempo de balanço, é de agradecer aos colegas responsáveis pela confecção do almoço, esse Bacalhau (de cebolada) ao gosto de Eça de Queirós e António Feijó, subscrito pelas dezenas de participantes no repasto: Paulo Santos, João Leonardo Matos, Domingos Gomes e Filipe Matos, e quanto aos vinhos, Guilherme Galante.
Oito dezenas de comensais participaram no Sábado último, 26 do corrente mês, numa apresentação do Bacalhau ao Gosto de Eça de Queirós (1845-1900) e de António Feijó (1859-1917), cujo perfil gastronómico de ambos foi evidenciado com esse evento.
A iniciativa vem no seguimento de parceiros e amigos do Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, este conjunto de conterrâneos apreciadores de comida tradicional portuguesa, no qual proliferam chefs e ajudantes de cozinha, produtores de vinhos, doces e enchidos, que no nosso Portugal e mais além divulgam esses produtos regionais.
Os artistas da culinária foram quatro: os Chefs Paulo Santos, da Casa de S. Sebastião em Ponte de Lima; o colega Domingos Gomes, do Restaurante Rio Lima, em Cardielos, Viana do Castelo, e os jovens ajudantes, com experiência na área: Filipe Matos, do “Fátima Amorim”, na Correlhã, e João Leonardo Matos, da Taverna da Cadeia Velha, mais duas unidades limianas da restauração.
Mas, elenquemos o programa alimentar do dia: a começar, entreténs diversos com enchidos como o paio de suíno Pontelimês e, um similar, mas das Argas, completados com mais lambarices na forma de queijos curado e de mistura.
A antever a chegada do Rei das mesas de Portugal , uns taquinhos de bacalhau frito, seguido do cardápio queirosiano / limiano: o Bacalhau ao gosto dos dois escritores e diplomatas, esse pitéu oitocentista do receituário do desaparecido Hotel Espanhol na Rua da Prata, e num outro, o Bragança, para os lados do Chiado, e essoutro refúgio alimentar, o Restaurante Augusto, na Travessa Portas da Trindade.
Como capítulo da história alimentícia de Portugal, recordemos que essa especialidade piscícola já é mencionada pelo ilustre escritor já em 1887 n “A Relíquia”; relembrado nas “Últimas Páginas”, e “Eça de Queirós Entre os Seus”, duas edições póstumas publicadas em 1912, e ainda na “Correspondência”, lançada só em 1925. A variante do Bacalhau ao Gosto de Eça de Queirós e António Feijó, consiste principalmente na substituição das batatas fritas ás rodelas, por outras cozidas com a casca ou pele, e depois laminadas aos cubos ou também rodelas.
A rematar a deliciosa refeição o habitual Leite Creme queimado, muito comum na restauração de Ponte de Lima.
Quanto a vinhos por selecção do painel de provadores do Clube de Gastronomia, o aconselhamento foi predominante o Loureiro. Este serviço, esteve confiado e bem, a Guilherme Galante com sua Pipa de Sabores, promotor de néctares minhotos e outros, com epicentro em Ponte de Lima, na região de Lisboa.
Quanto aos convidados, salientamos o Presidente da Junta de Alvalade, Miguel Tomás Gonçalves e seu tesoureiro Paulo Moura; o Secretário da de Arroios, João Borges da Costa; o ex-eurodeputado nas comissões de Segurança Alimentar e Saúde Pública, e agora deputado á Assembleia Municipal de Lisboa, José Inácio Faria.