O Município de Ponte de Lima acolheu entre os dias 4 e 5 de março o I Congresso Ponte de Lima: do Neolítico à Idade Média que pretendeu assinalar o início das celebrações dos nove séculos da atribuição do foral de D. Teresa, que antes mesmo do despontar da nacionalidade fez Vila o lugar de Ponte, em 4 de março de 1125.
O evento contou com a presença de vinte e cinco conceituados professores universitários e investigadores das Universidades do Porto, Coimbra, Minho e NOVA de Lisboa, que presentearam Ponte de Lima e todos os presentes com estudos de elevado valor que dão a conhecer novas luzes sobre diversas temáticas da história deste concelho, desde o período mais remoto até à Idade Média, bem como estimulam a reflexão e o debate em torno da preservação e valorização da nossa memória coletiva e do nosso património material e imaterial.
Seguir-se-á um segundo congresso, agendado para os dias 14, 15 e 16 de novembro, cuja temática incidirá sobre os períodos modernos e contemporâneo da história de Ponte de Lima.
O I Congresso Ponte de Lima: da Idade do Bronze à Idade Média, inserido no programa das comemorações dos 900 anos de Ponte de Lima, irá realizar-se nos dias 4 e 5 de março, no auditório dos Paços do Concelho.
Este primeiro congresso conta com a presença de conceituados investigadores que irão abordar temas relacionados com a génese da vila e do concelho de Ponte de Lima.
Convidam-se os historiadores, professores, investigadores e a comunidade a juntarem-se a marcarem presença neste congresso cujo programa será divulgado em breve.
Acaba de ser inaugurada, na presença do autarca de Viana do Castelo, Luís Nobre, a requalificação e conservação de um dólmen/mamoa encontrado na freguesia. Este monumento funerário foi alvo de qualificação e estudo graças a uma parceria entre a autarquia e uma empresa local e está agora disponível para visita.
Trata-se de um monumento funerário megalítico do período calcolítico com 7.30 metros de largura e, junto ao dólmen, foi encontrada uma cista também do mesmo período. O monumento fica agora visível e pode ser visitado, depois de ter sido qualificado. Para o Presidente da Junta local, Manuel Salgueiro, trata-se de um excelente exemplo de “responsabilidade civil em parceria entre autarquia e empresa”, frisando que agora pode ser visitada “com a dignidade que merece”.
Na cerimónia de inauguração, o autarca Luís Nobre enfatizou o trabalho desenvolvido pelas freguesias e o facto de “uma empresa ter cedido o espaço para o bem coletivo graças à capacidade de mobilização da junta de freguesia que transforma ideias para o bem de todos”.
Depois de inaugurar o monumento, o autarca inaugurou também o novo parque infantil da freguesia, onde voltou a reiterar a importância da coesão territorial e do valor e importância das freguesias para o coletivo e para a Câmara Municipal. “Viana do Castelo são todas as freguesias”, reiterou, vincando que existe uma política municipal que ouve os presidentes de junta e que, em conjunto, são implementados diversos projetos, onde se inclui os que foram agora inaugurados em S. Romão de Neiva.
Em curso projeto para instalação do futuro Espaço da Memória do Mar de Vila Praia de Âncora
Os trabalhos em curso no Forte da Lagarteira, em Vila Praia de Âncora, revelaram um conjunto de exemplares de indústria lítica talhada, pré-histórica, com 15 a 20 mil anos. Os achados foram devidamente registados e acautelados, e delimitado o respetivo perímetro, suspendendo-se aí a intervenção. A Câmara Municipal está a desenvolver no Forte um projeto de recuperação e valorização para instalação do Espaço da Memória do Mar de Vila Praia de Âncora, intervenção financiada pelos programas Norte 2020 e Mar 2020, num investimento global um pouco superior aos 200 mil euros.
O acompanhamento arqueológico que está a ser levado a cabo no âmbito do projeto de recuperação e valorização do Forte da Lagarteira permitiu a identificação de uma sequência estratigráfica que evidencia a existência de vários níveis com materiais arqueológicos enquadráveis na Pré-História. Os achados estão ainda a ser alvo de um estudo mais pormenorizado por técnicos especializados, mas sabe-se já que terão entre 15 e 20 mil anos.
Esta descoberta revelou a necessidade de realização de trabalhos arqueológicos ajustados à natureza dos achados, que serão afetados pela execução do projeto. Assim, foi necessário proceder a escavação arqueológica manual nas áreas de afetação do projeto, de forma a possibilitar por um lado, o registo e compreensão da sequência estratigráfica do sítio, bem como a minimização dos impactes decorrentes da obra.
De acordo com o estudo já elaborado, foi no âmbito do acompanhamento arqueológico dos desaterros realizados na Praça de Armas que se registou a presença de uma sequência estratigráfica na qual se evidencia, pouco abaixo do nível de circulação, a presença de um depósito composto por seixos. “Este assenta sobre uma sequência de depósitos sedimentares homogéneos, globalmente de coloração escura, que cobrem um conjunto de níveis sedimentares acinzentados ou negros, com pouca potência estratigráfica. Na base destes níveis foi possível identificar outro nível de seixos envoltos numa sedimentação fina de coloração acinzentada que assenta sobre o substrato geológico composto por granito.
No âmbito destes trabalhos foi possível identificar um conjunto de exemplares de indústria lítica talhada. Trata-se de indústria macrolítica constituída, nomeadamente, por seixos afeiçoados (unifaciais e bifaciais), picos pesos de rede, lascas, etc. Algumas destas peças apresentam um elevado índice de desgaste.
Os achados recolhidos e a sequência estratigráfica observada enquadram-se na problemática geoarqueológica das formações quaternárias do litoral minhoto”.
Como referimos, a Câmara Municipal de Caminha começou a desenvolver, no final de 2022, o Projeto de Recuperação e Valorização do Forte da Lagarteira A obra permitirá instalar, naquele Forte, o Espaço da Memória do Mar de Vila Praia de Âncora e criar mais um polo de atração para Vila Praia de Âncora e para o concelho.
O futuro Espaço da Memória do Mar de Vila Praia de Âncora (EMMVPA) nasceu pela vontade da Câmara ver recuperado aquele exemplar do património, abrindo-o ainda mais ao público. O futuro Espaço da Memória do Mar de Vila Praia de Âncora resultara de um projeto candidatado a fundos comunitários, nomeadamente ao Programa Mar 2020 e Programa Norte 2020. O apoio solicitado foi de 208 468,74 €, conseguindo-se um apoio de 177 198,43 €.
O Espaço da Memória do Mar de Vila Praia de Âncora será um Núcleo Museológico a instalar no Forte da Lagarteira, dedicado ao património cultural e natural marítimo da costa do concelho de Caminha. Nele, os visitantes poderão conhecer as raízes históricas desta póvoa marinheira e a rica biodiversidade da nossa costa. O mar foi, desde a origem, o garante económico de gerações e gerações de habitantes de Vila Praia de Âncora.
O Forte da Lagarteira é um Monumento de Interesse Público desde 1967 e parte integrante da memória da paisagem de Vila Praia de Âncora.
O Presidente da Câmara Municipal, Frederico Castro, a Vice-Presidente e Vereadora da Cultura, Fátima Moreira e os Vereadores Paulo Gago e Ricardo Alves, visitaram no Dia do Ambiente, a Mamoa do Madorro, localizada na União de freguesias de Calvos e Frades. Os terrenos onde se localiza a mesma, que são propriedade da autarquia, são contíguos ao já sobejamente conhecido Centro de Interpretação do Carvalho de Calvos.
A visita do executivo ao local, acompanhados pelo técnico de arqueologia do município, pretendeu acompanhar a evolução dos trabalhos de delimitação do terreno, a criação de acessos e marcar a decisão de avançar com as várias dinâmicas previstas para aquele espaço arqueológico e que serão determinantes para, além da preservação, para a potencialização e valorização turística do mesmo.
Assim, está previsto que a breve trecho se levem a efeito, entre outras, intervenções arqueológicas, estabelecendo parcerias com Universidades; a sua musealização, garantindo a integridade e prossecução do monumento, para a fruição pública das gerações vindouras; a interpretação da mamoa, recorrendo a painéis informativos; a sua divulgação turística; a dinamização de serviços educativos e a promoção de visitas guiadas.
É também intenção, devido à proximidade do Centro Interpretativo do Carvalho de Calvos, proceder à criação de um polo interpretativo dos resultados arqueológicos nesse espaço.
A “mamoa do Madorro”, que remonta ao período do Neolítico (aproximadamente 4 º milénio a.C.) foi descoberta em 2006, quando iniciou o projeto de valorização da via romana XVII no concelho da Póvoa de Lanhoso. Foi no decorrer desses trabalhos que, nas imediações do Carvalho de Calvos, foi identificada uma estrutura circular de grandes dimensões e com ligeira depressão central, presumindo-se tratar de um monumento sob tumulus, conhecido por mamoa. Esta informação foi posteriormente confirmada com a realização de um estudo de geo radar no qual se verificou a presença de estruturas arqueológicas, caracterizadas com a câmara de inumação, o átrio e o corredor de acesso ao monumento, virado a nascente, tudo coberto pelo montículo artificial de terra.
Até à presente data, esta é a maior mamoa conhecida no concelho da Póvoa de Lanhoso.
Espaço vai ser alvo de um projeto de valorização patrimonial
Está confirmado, o Castro de S. Miguel-o-Anjo, em Vila Nova de Famalicão, foi local de vivência humana desde o segundo milénio a. C. A confirmação chegou depois de concluídos os trabalhos de escavação realizados entre fevereiro e dezembro de 2021, onde foram identificadas várias estruturas medievais nomeadamente sepulturas e alguns muros que poderão ter pertencido ao edifício fortificado, tantas vezes associado ao local.
Os trabalhos de escavação foram coordenados por uma equipa de arqueólogos tendo contado com o apoio e logística do Gabinete de Arqueologia do Município de Vila Nova de Famalicão bem como, com a participação de voluntários do Banco de Municipal de Voluntariado. As escavações concentraram-se na parte mais elevada do povoado (Acrópole), onde foram intervencionados três setores, criteriosamente selecionados para obtenção da maior quantidade de dados possível.
Refira-se que o Castro de S. Miguel-o-Anjo se encontra classificado como imóvel de interesse público desde 1990.
Para as além das descobertas arqueológicas que permitiram comprovar que o local teve ocupação humana, também se detetaram estruturas circulares relacionadas com a Idade do Ferro. Mas muitas foram destruídas para que as suas pedras fossem reaproveitadas na construção dos edifícios medievais. Ficou, contudo, nos níveis de revolvimento uma grande quantidade de espólio cerâmico indício de que a acrópole teve uma forte ocupação durante a este período cronológico.
Da Idade do Bronze recolheram-se materiais cerâmicos e pétreos que sugerem a possibilidade de se poderem identificar níveis de ocupação daquela época.
Para o presidente da Câmara Municipal, Mário Passos, “os resultados obtidos com estes trabalhos permitiram confirmar a importância do local possibilitando também, o arranque da valorização do espaço, que se encontra em fase de projeto, e se vai associar a outros projetos em curso por parte do município, como por exemplo a rede de trilhos atualmente em desenvolvimento pelo Pelouro do Desporto”.
Entretanto foram já colocados painéis informativos no Monte de São Miguel-o-Anjo marcando cada um dos acessos com um painel de sensibilização e informação ao visitante, destacando a entrada em Zona Arqueológica, espaço de cultura onde os trajetos devem respeitar os vestígios e a proteção do património, estando, também os comportamentos em harmonia com a fauna e a flora existentes. No topo do Monte, painéis acolhem e identificam a memória do espaço, com informação que permitirá o reconhecimento de uma história, identidade e herança comuns, e uma fruição de um espaço onde a cultura e o ambiente se unem.
O dolmen da Barrosa ou a Lapa dos Mouros fica junto à ponte de Abadim, na freguesia de Gontinhães, hoje Vila Praia de Âncora. Na fotografia, junto ao dolmén, foi fotografada uma jovem mulher de ceitoura ou foice na mão.
Aspeto da "pedra dos namorados", baixo-relevo funerário procedente das imediações da estação luso-romana de Bilhares, Freguesia de São Silvestre da Ermida, na Serra Amarela, concelho de Ponte da Barca. Pertencente ao Museu Municipal do Porto e exposta no claustro da Biblioteca Municipal do Porto, atualmente na secção lapidar do Museu Nacional de Soares dos Reis. Deve-se a Rocha Peixoto a recolha desta obra de pedra a qual fora descobrindo nas suas digressões de férias.
Fonte: Arquivo Municipal do Porto
O QUE DIZ O ETNÓLOGO ROCHA PEIXOTO?
Mesmo em S. Silvestre da Ermida, na Serra da Amarela, como noutras povoações de Barroso e do Gerês, os « ajuntos » frequentes para a decisão em comum dos serviços de interesse colectivo – sementeiras e regas, segadas e queimadas, consertos e festividades – a sobrevivência ainda não de todo obliterada dos seis « homens do acordo» para a liquidação de pendências, o regime das vezeiras, a reunião, no mesmo local, dos espigueiros de todos, outros despojos bem vivazes de algumas formas de vida comunal, dão a imagem, com o aspecto da terra, o vestuário, a alfaia, a religiosidade e os costumes, dum aglomerado social já bem remoto.
2A Pedra dos Namorados encontra-se actualmente no « Museu Nacional de Soares dos Reis» (Porto).
2Para a cultura da Veiga do Meio, que é a mais próxima da freguesia, o « vivo» fornece uma parte do adubo desde o Outono à Primavera, alojado e mantido nas cortes do lugar ; mas de Junho a Setembro toda a rês é conduzida mais para o alto, para o sítio de Bilhares, e aí fornece então o elemento essencial ao cultivo da campina adjacente. As « cortes de Bilhares » são pequenos casinholos dispostos em grupos e de forma quadrada, com uma só porta de ingresso e saída, coberturas de colmo e apicotadas, elementarmente edificados com pedra solta e assentes num solo do qual se exuma, com frequência, muita pedra aparelhada, restos de cerâmica, telhas de rebordo e umas pequenas mós – que eram as que serviam aos mouros para moerem o ouro e a prata.2
3Pertence hoje ao Museu Municipal do Porto para onde foi conduzida a instâncias do actual Conservado (...)
3Pouco distante desta estação luso-romana, numa bouça para onde, aliás, ainda em tempos não esquecidos, fora transportada dum lugar próximo, existia a Pedra dos Namorados. (3) É uma laje pesada e espessa, com a forma que a ilustração representa e já danificada à esquerda e para a base. Jazendo fora do lugar onde primitivamente tivera assento, com o relevo para o alto, revestida de musgos e líquenes, e quase oculta pelo giestal de em volta, o povo denominou-a, na conformidade da representação figurativa, já à data em que fora deslocada. A tradicional atribuição aos mouros deu mesmo origem à lenda dum suposto tesouro que a laje ocultava :
Quem me virar,
Debaixo há de achar.
4E depois de inutilmente voltada :
Já há muito ia,
Que deste lado jazia.
5A natureza dum mau granito, o dilatado tempo de exposição, o meio cósmico, áspero e desabrido, porventura mais do que uma deslocação, tudo concorreu para que deste interessantíssimo monumento subsista apenas um fruste monólito com figuração quase indistinta. Apura-se entretanto que duas personagens, vestidas com uma túnica ou saio que apenas excede os joelhos, dão as mãos direita e esquerda, numa acomodação escultórica bem ingénua e bárbara. A cabeça duma personagem é coifada e a sua mão direita sustenta no peito, já indistinto mesmo ao tacto, um objecto que verosìmilmente era discóide. A outra personagem,. numa posição simétrica do braço esquerdo, mantinha um outro objecto que, pela palpação, se verifica ser alongado, talvez cilindro-cónico. Nenhum outro pormenor avulta a não serem as saliências das orelhas na personagem de cabeça descoberta. Só inferiormente e à direita, num despojo de almofada saliente, mal se divisam uns ténues vestígios do que poderia ter sido um depoimento lapidar.
6Toda a laje mede de alto 1,80 m. e pesa actualmente 740 kgs. A largura na base é de 1 metro e, a meia altura, de 0,95 m. A face posterior bombeia, e a espessura oscila entre 0,15 m. e 0,21 m. Das figuras a altura total não excede 1,10 m. Por fim um rebaixo de 0,02 m. no fundo da laje é outro pormenor que importa registrar.
4PIERRE PARIS, La sculpture antique, pág. 154 e segs. Quantin ed. Paris. S. d.
7JULES MATHA, Manuel d’archéologie étrusque et romaine, págs. 63-4 e 67, Quantin ed. Paris. S. d. – (...)
7As dimensões, a forma e a intenção simbólica do marido e mulher que parece ressaltar desse baixo relevo de modelação tão grosseira e rude, convergem para que se lhe atribua um inicial destino funerário. Ocorrem, ao examinar essa escultura quase informe, as numerosas estelas funerárias cartaginesas e de Esparta, por igual esculpidas com figuras de arte rudimentar (4), os cipos esculturados e dispostos juntos aos túmulos em certas necrópoles etruscas, as estelas, ao alto, ornamentadas com baixos-relevos, ainda na Toscana, as lajes redondas ou ovais, com 1 metro e 2 de altura, muito numerosas em Bolonha (5). Por outro lado é bem sabido que o tema ordinário dos sarcófagos etruscos consistia em representar nas tampas a mulher e o marido (6) numa atitude convencional e quase invariável. Em regra, como nas proximidades de Chiusi, o marido meio deitado mantém numa das mãos um símbolo e com a outra toca familiarmente numa espádua da mulher ; mais pormenorizados, os baixos-relevos narram os factos capitais da vida dos esposos, desde a cerimónia do casamento à última viagem que realizam inseparáveis até à eternidade ; outras vezes o tema apenas varia na atitude, representando os cônjuges deitados face a face e amorosamente abraçados para sempre (7).
8Admitindo o mesmo destino para a Pedra dos Namorados restaria averiguar se como estela ou tampa de sepulcro ela foi esculpida.
9A forma arredondada só na parte superior, a provável inscrição sobposta ao figurado e o rebaixo já aludido levariam a atribuir-lhe o papel duma estela. Mas é bem insignificante a altura do rebaixo para, por via dele, presumirmos uma erecção com solidez ; e convém ainda não desdenhar, considerando a magnífica conservação do granito no lado posterior, esta circunstância do desigual efeito atmosférico nas duas faces do moimento. Como tampa de sarcófago as dimensões já exaradas asseguram a plausibilidade absoluta quanto à largura e mais reduzida apenas, mas suficiente, na altura.
8LÉON MOREL, La Champagne souterraine, pág. 9, Matot ed. Reims. S. d.
10Ao cognominar o baixo-relevo o povo teve aproximadamente a intuição do assunto representado. Independentemente dos casos conhecidos e dos já citados convém recordar o das sepulturas gaulesas em que marido e mulher estavam colocados lado a lado, olhando-se e dando-se as mãos (8), e ainda os numerosos exemplos dos túmulos romanos em demasia vulgarizados. A obliteração do modelado e a sua infantil incorrecção deixam perceber entretanto e suficientemente as mãos que se unem.
10MARQUARDT, La vie privée des romains, II, pág. 208. Fontemoing ed. Paris, 1893.– DE BELLOGUET, (...)
11SALOMON REINACH, La sculpture en Europe avant les influences greco-romaines, in L’Anthropologie, V, (...)
12DAREMBERG et SAGLIO, , voc. Matres, fasc. 32, págs. 1637 e ainda 1638. Hachette ed. Paris, 190 (...)
13PERROT et CHIPIEZ, Histoire de l’art dans l’antiquité, III, Phénicie, pág. 469. Hachette ed. Paris, (...)
11Os vestuários dum e doutra não se distinguem, como acontecia de resto, em certos casos, nos romanos e nos gauleses (9) sendo até comum o saio a lusitanos, a gauleses, a lígures e a germânicos (10); a capucha (cuculla ?), todavia, diferenceia os sexos. Por fim os símbolos ou atributos que em uma mão cada um suspende recordam motivos similares exibidos como acessórios em algumas esculturas pré-históricas e em certos baixos-relevos hititas, como os cornos ou crossas, os vasos ad umbilicum em várias figuras galo-romanas11, a maçã emblemática da fecundação e o corno da abundância na plástica gaulesa (12), a pátera, contra o peito, de certas terras-cotas fenícias (13) e romanas. A actual situação do modelado, já inicialmente reduzido a uma evidente indigência artística, não permite transpor os horizontes duma conjectura apenas verosímil.
12Esta Pedra dos Namoradas partilha, com as estátuas dos guerreiros lusitanos e outra escultura esparsa de algumas nossas estações proto-históricas, o mesmo carácter duma arte rudimentar que, de resto, é comum aos povos de génio ou dotado ou rebelde a outras e mais altas aspirações estéticas. Todavia pela forma, pelo destino e pela intenção representada constitui um documento de viva curiosidade e indefectível interesse para a arqueologia nacional.
Porto, Maio de 1903.
O Censual de Braga omite no concelho de Ponte da Barca, até ao século XVIII, a freguesia de São Silvestre de Ermida. Porém, segundo alguns autores, o topónimo da freguesia poderá derivar de "uma ermida" com comunidade monástica pré-nacional dedicada a São Silvestre, mártir bracarense do século V.
Américo Costa, descreve-a como um curato anexo à abadia de São Miguel de Entre-Ambos-Os-Rios, pertencendo a apresentação do seu cura ao abade desta freguesia.
Refere ainda que São Silvestre da Ermida viria posteriormente a autonomizar-se de São Miguel de Entre-Ambos-Os-Rios, voltando. contudo, a anexar-se-lhe na primeira metade do século XIX.
Em termos administrativos aparece, em 1839, na comarca de Braga, em 1852, na de Pico de Regalados. Em 1862 fazia parte da comarca de Vila Verde e, em 1878, da de Ponte da Barca.
Em 1927, pelo Decreto-lei nº 13 917, de 9 de Julho, a comarca de Ponte da Barca foi suprimida, ficando as suas freguesias anexas à comarca de Arcos de Valdevez, para efeitos judiciais.
Pertence à Diocese de Viana do Castelo desde 3 de Novembro de 1977.
Reunião Pública do Executivo Municipal de Braga: Segunda-feira, dia 27 de Julho, pelas 09h30, no gnration, Braga
O Município de Braga realiza a Reunião pública do Executivo Municipal que terá lugar na Segunda-feira, dia 27 de Julho, pelas 09h30, no edifício gnration, em Braga.
Em análise estarão, entre outros assuntos, a proposta de execução do projecto ‘Eu já passo Aqui’; o regulamento de funcionamento e utilização das instalações desportivas municipais; a proposta de classificação da Mamoa de Lamas e do Edifício n.º1 da Praça da República como Bens Culturais de interesse Municipal; a requalificação da Avenida Padre Júlio Fragata; as respostas socioeducativas de fornecimento de refeições escolares e actividades de animação e apoio à família destinadas às crianças do pré-escolar e do 1º Ciclo do Ensino Básico da rede pública do Concelho; o Programa Municipal de Enriquecimento Curricular para o ano lectivo de 2020/2021 e propostas de apoios financeiros.
A ordem de trabalhos desta Reunião está disponível para download em: http://goo.gl/7ETwJX
As imagens mostram vários aspectos do povoado fortificado de Cossourado, no concelho de Paredes de Coura, em nomeadamente o sector escavado, o núcleo reconstituído, achados arqueológicos como uma mó de vaivém com bolotas e uma panela com asas de suspensão e ainda a reconstituição provável do povoado.
Trata-se de imagens de Augusto de Lemos insertas numa publicação da Câmara Municipal de Paredes de Coura, editada pelo Gabinete de Arqueologia e Património.
Arrancaram as intervenções arqueológicas do “Circuito Megalítico do Planalto de Vila Chã”, inseridas num projeto mais vasto designado por “Circuito Megalítico de Esposende”. Com um investimento de cerca de 30 mil euros, estas ações serão financiadas através da candidatura PROVERE MINHO Inovação.
Entre as primeiras manifestações do Homem no Município de Esposende, podemos encontrar os monumentos megalíticos, construções funerárias em pedra (dólmen) e terra (mamoa), enquadráveis genericamente no III milénio a. C.
Pela quantidade deste tipo de monumentos existentes no concelho, a maioria concentrada no planalto de Vila Chã, constata-se a importância que estas manifestações tiveram no atual território de Esposende.
Assim, entende o Município de Esposende que estes sítios arqueológicos constituem um recurso patrimonial ao serviço da sociedade e pretende valorizar, promover e dinamizar, despertando uma consciência coletiva para a preservação e o conhecimento de um passado comum.
Este projeto, concebido em 2007 por técnicos da Divisão de Cultura e objeto de candidatura em 2018, reúne agora condições para a sua implementação no terreno. São desenvolvidas escavações arqueológicas, levantamentos fotogramétricos e M.R.M. (“Morphological Residual Model”), método que permite identificar arte rupestre em superfícies erodidas nos três monumentos megalíticos contemplados. No final do processo estes ficarão dotados de sinalética de orientação e painéis informativos.
De referir que, entre 2019 e março de 2020, mais de 350 visitantes usufruíram de visitas orientadas pelo Serviço de Património Cultural. Este serviço municipal está sediado no Centro Interpretativo de S. Lourenço, onde o visitante pode apreciar alguns dos objetos arqueológicos recuperados dos dólmens do Rápido e da Cruzinha na exposição “Mar de Histórias” e obter mais informações na exposição “IDENTIDADE(S): O Homem e o Território”.
O Mezio foi um local de eleição das comunidades humanas da Idade da Pedra, há pelo menos 5000 anos atrás.
Aqui caçavam, encenavam rituais e criavam muita mas mesmo muita arte.
No próximo dia 9 de Fevereiro, venha descobrir e conhecer várias Antas (túmulos) e gravuras (um dos complexos de arte rupestre pré-histórico mais importantes do Noroeste da Península Ibérica) desvendando mistérios de um mundo perdido.
Trata-se de um percurso, ora paisagístico, ora panorâmico que permite contactar com este valores arqueológicos, históricos e naturais.
Após o trilho, poderá desfrutar de um excelente almoço convívio com iguarias típicas tradicionais.
Os interessados devem inscrever-se em www.portadomezio.com ou através do telefone 258 510 100.
Programa:
Data: 9 de Fevereiro de 2020
Local de encontro: Porta do Mezio, Arcos de Valdevez
8h30 – Receção dos Participantes
9h00 – Inicio da caminhada
9h15 – Visita e interpretação do núcleo megalítico do Mezio
10h30 – Visita e interpretação das gravuras rupestres do Gião
12h00 – Chegada à aldeia de Boimo
13h00 – Fim da caminhada
13h30 – Almoço no restaurante da Porta do Mezio
Nota: A hora de fim da atividade pode alterar-se conforme as condições e os participantes.
Câmara Municipal de Famalicão está a executar trabalhos de limpeza florestal
A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão está a executar trabalhos de limpeza florestal no terreno do Castro de S. Miguel-O-Anjo, na freguesia de Calendário. O espaço com cerca de 80 mil metros quadrados foi adquirido pela autarquia em 2017, com o objetivo de salvaguardar e preservar este património, permitindo o estudo e a investigação sobre o passado histórico deste local.
Neste âmbito, a autarquia está a elaborar um plano estratégico com um conjunto de ações, donde sobressai a prospeção arqueológica do local e respetivo levantamento topográfico. Mas para já estão a ser desenvolvidos trabalhos, que permitirão disponibilizar em breve um espaço verde, cuidado e qualificado ao serviço população. Para isso, os serviços municipais da proteção civil estão no terreno a desenvolver trabalhos de limpeza de eucaliptos e desmatação, protegendo e salvaguardando as espécies autóctones.
“Estamos a criar condições para que a população possa desfrutar deste espaço, convivendo com a natureza, através de atividades desportivas como caminhadas ou simplemente em ações de lazer e descanso”, explica o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha. E acrescenta: “pela sua localização que permite uma vista panoramica de grande beleza, mas também pelo seu valor histórico e patrimonial, enquanto gardião de um passado longinquo, este terreno merece ser recuperado e qualificado e devolvido à população”.
Refira-se que espaço que está classificado como imóvel de interesse público desde 1990, acolhe as ruínas de um povoado fortificado cujos achados arqueológicos apontam para uma datação que se situa entre o séc. I a.C. e o séc. I d.C..
Localizado num pequeno outeiro que se destaca do vale, o Castro de S. Miguel -o -Anjo goza de uma ampla vista em todo o seu redor (360º). Da sua plataforma central (acrópole) usufrui-se de um domínio visual privilegiado sobre a cidade de Vila Nova de Famalicão, o Monte do Facho e de quase todo o concelho; quando as condições atmosféricas são favoráveis também são visíveis os concelhos vizinhos (Trofa, Santo Tirso, Guimarães e Vila do Conde) e o mar.
Aprovada Intervenção Arqueológica no acampamento Romano do Alto da Pedrada
A Câmara municipal aprovou a abertura de um procedimento concursal, tendo em vista a realização de uma intervenção arqueológica no Sítio do Alto da Pedrada, pelo valor base de 11.500,00.
A presente intervenção decorre da importância e singularidade deste Sítio arqueológico, o qual corresponde a um acampamento do período romano ainda muito bem preservado. Este projeto está integrado num projeto ibérico de investigação dedicado ao estudo das relações estabelecidas entre o exército romano e as comunidades indígenas do Noroeste da Península Ibérica, coordenado pelo arqueólogo João Fonte.
Esta intervenção contribuirá para a posterior valorização desta importante estação arqueológica do nosso concelho, e, ao mesmo tempo para a dinamização cultural e turística de Arcos de Valdevez.