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Resistência é a primeira banda confirmada do Festival 900 Anos de Foral de Ponte de Lima.
O Município de Ponte de Lima promove, nos dias 22 e 23 de agosto, o Festival 900 Anos de Foral, no Areal do rio Lima. Inserido nas comemorações que assinalam a outorga do foral a Ponte de Lima pela Rainha D. Teresa a 4 de março de 1125, o festival apresenta a 22 de agosto, às 21h30 os Resistência.
A banda portuguesa é a primeira a subir ao palco. Considerada como uma das mais emblemáticas formações da música portuguesa, foi fundada na década de 90, por Pedro Ayres Magalhães, Fernando Cunha, Tim e Miguel Ângelo.
Este festival é mais uma das muitas iniciativas que confirmam Ponte de Lima como um destino cultural de referência. As celebrações que assinalam os 900 Anos do Foral a Ponte de Lima decorrem até 4 de março de 2026.
Para mais informações consulte: www.pontedelima900.pt
À semelhança do que se verifica em outros locais do país e sobretudo nas grandes cidades, tempos houve que se sentiu a necessidade de eliminar os recantos de muitos edifícios a fim de anular a possibilidade de serem utilizados para atos criminosos.
Com efeito, esses sítios eram frequentemente utilizados como esconderijo à espera de surpreender algum incauto com vista a um assalto tendo por objetivo o roubo ou simpresmente a agressão, por motivos pessoais e não raramente políticos.
O confronto político incluía frequentemente a violência física e por vezes incluía o próprio assassinato das vítimas.
Com vista a impedir a utilização de tais recantos para fins criminosos, os municípios optaram por preencher os recantos, construindo na parte superior um plano inclinado que tornasse instável o sem emprego. Muitos destes “calhamaços” foram entretanto removidos, guardando-se a sua memória em registos fotográficos antigos. Outros, porém, permanecem até aos nossos dias, como é o caso do exemplar que as fotos mostram junto à Igreja Matriz de Ponte de Lima.
Tal como estava anunciado, no prenúncio da Festa da Vaca das Cordas em Ponte de Lima, realizou-se na Confeitaria Havaneza uma evocação do seu fundador e aficionado pela sua realização, António Vieira Lisboa (1907-1968), formado em Direito mas com perfil literário dominante na poesia. E, resultado dessa sua veia, legou-nos vários livros, nomeadamente: Testamento Sentimental, Versos Estranhos, Mulheres e Ao Longo do Rio Azul.
Na residência do homenageado, o palacete setecentista levantado já num estilo rococó- Casa Dos Da Garrida – descansava o touro numa corte improvisada nos baixos do edifício, para além do contributo pecuniário de António Vieira Lisboa, permitindo assim a realização durante anos da velha usança Pontelimense.
Participaram na cerimónia três dezenas de convidados, provenientes de Lisboa, Porto, Cinfães de Douro, Arcos de Valdevez, Viana do Castelo e Ponte de Lima, para além de felicitações recebidas por parte de familiares que residem na Póvoa de Varzim e Nova Iorque, e representação dos pegadores das cordas do animal. Quanto a entidades oficiais destaquemos a presença de Pedro Ligeiro, Presidente da Assembleia Geral da associação promotora da tradição taurófila, que na sua intervenção destacou o trabalho e empenho de muitos conterrâneos na concretização da Vaca das Cordas e “recordar alguns de referência como acontece aqui hoje”, rematou; Carlos Lago, vereador da Câmara Municipal com o pelouro da Vaca das Cordas, agradeceu o momento de recordar a História da Vaca das Cordas e identificou toda uma logística para a Festa, pois desde há uns anos que ela envolve já um vasto programa, que se prolonga noite fóra com o baile e o sector da restauração a receber centenas de visitantes e o fazer os tapetes nas ruas do centro histórico, a necessitar do apoio do município e das forças de segurança.
Da nossa parte, a primeira palavra foi de agradecimento a todos por ocuparem uns momentos do dia festivo para se juntarem a um tributo a quem estava um pouco esquecido como apoiante ou apreciador da Vaca das Cordas; António Vieira Lisboa é mais um nome a completar o elenco dos que contribuíram para a existência da tradição na segunda metade do século XX, em vias de ser classificada como Património Imaterial.
A encerrar a sessão, a jovem Maria, filha do advogado Alberto Pita Meireles e esposa, Profª Helena, residentes no Porto, apresentou o vinho Lethes, produzido na Quinta de Vilar, Arcozelo, propriedade com quatrocentos anos, vencedor de dois concursos emblemáticos: o dos 900 anos do foral de Ponte de Lima em Junho do ano passado, e o da 33ª edição da Festa do Vinho Verde a semana passada. Para acompanhar, mais uma panóplia de iguarias por selecção do nosso Chefinho João Leonardo Matos, de Arcozelo: uns salgados com rissóis de camarão, croquetes de carne, laminados de salpicão, queijo tipo flamengo, presunto das Argas e paio produções da Arte dos Sabores (Sá e Talho Miguel); os pães a acompanhar foram o de milho de São Martinho da Gândara e um outro de beterraba de Refóios do Lima. Mas, para os que se inscreveram no prolongamento do desejo gastronómico, após a tourada à corda e de rua, o dedicado elemento do nosso Clube, cozinhou um Arroz de feijão com panados, a rematar com leite creme queimado, na reabertura do icónico “Gasparinho do Arrabalde”. Foi tudo um cheirinho dum pitéu confecionado por ele em Estocolmo, na Suécia, há um mês em parceria com o colega Chef Domingos Gomes, de Cardielos, Viana do Castelo.
Fátima Egger e João Leonardo Matos, os autores da receita
20 de junho de 1917 – Morte do poeta e diplomata António de Castro Feijó. Passam hoje 108 anos. Nasceu na vila de Ponte de Lima em 1 de junho de 1859. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e, depois de uma curta passagem pela advocacia, seguiu a carreira da diplomacia, primeiro como Adido na Legação do Rio de Janeiro e, depois, como Adido de Portugal no Rio Grande do Sul. Foi a seguir colocado no Consulado de Pernambuco. Em 1891 regressou à Europa, terminando a sua carreira nos países nórdicos (Dinamarca, Suécia e Noruega). Dedicou-se à poesia, tendo publicado várias obras de poesia de que destacamos “Transfigurações”, “Líricas e Bucólicas”, “Cancioneiro Chinês”, “Ilha dos Amores”, “Bailatas”, “Sol de Inverno” e “Novas Bailatas”.
Fonte: Sociedade Histórica da Independência de Portugal
A festividade do Corpo de Deus surge para a Igreja Católica contrapor o ideal protestante da não aceitação da hóstia enquanto personificação do Corpo de Cristo. No século XIII a Igreja estende a obrigação do Corpus Christi a todo o mundo cristão.
Em Ponte de Lima o primeiro documento que a relata data de 1537, embora o mesmo refira a confirmação do costume, ou seja, já se realizaria antes desta data. As festividades do Corpo de Deus extravasavam o limite da procissão, havendo festa pagã, corridas de touros e outras animações, muitas vezes punidas pela Igreja. É o caso da Vaca das Cordas!
Os mesteres e as confrarias eram chamadas a assumir quadros da procissão e outras tarefas associadas às comemorações. São exemplo, os carros dos ramos e o das ervas. Os primeiros destinavam-se a carregar ramos para revestir a Igreja Matriz, o carro das ervas tinha de estar pronto no dia da procissão e abria o cortejo. Provavelmente será esta a origem dos tapetes, ambos com a mesma função, a de aromatizar e disfarçar os maus cheiros das ruas por onde passava o Santíssimo. Não nos podemos esquecer que as condições sanitárias e os usos e costumes eram muito distantes dos atuais.
Após vários anos de interrupção a procissão voltou às ruas limianas, sobre magníficos tapetes coloridos, sem a intenção original de disfarçar cheiros mas com muita criatividade; dignos de registo.
Fonte: Visit Ponte de Lima
A Casa do Concelho de Ponte de Lima viu em 1996 impedida a realização em Lisboa de uma demonstração da corrida da Vaca das Cordas, procurando por esse meio divulgar a tradição de Ponte de Lima. A iniciativa deveria ocorrer no dia 2 de junho daquele ano, junto à igreja do Santo Condestável, em Campo de Ourique, e contava nomeadamente com o apoio da respetiva Junta de Freguesia.
Apesar de se tratar de uma manifestação cultural que não integra qualquer ato de crueldade em relação aos animais e terem sido acautelas todas as necessárias medidas de segurança, uma alegada e praticamente desconhecida associação de defesa dos animais à qual, os jornalistas, por dificuldades de melhor identificação, a designaram de “protectora dos animais” logrou convencer o governo civil dos seus intentos ao ponto daquela entidade mobilizar para o local o corpo de intervenção. Não satisfeitos, procuraram de seguida inviabilizar a corrida da vaca das cordas em Ponte de Lima, o que resultou em vão.
Um mar de gente inundou ontem as ruas de Ponte de Lima, a ponte medieval e o extenso areal à beira do rio Lima para assistir e participar na tradicional corrida das Vaca das Cordas.
A cada ano, em cada edição deste grandioso espetáculo popular, cresce o número de pessoas que de todo o Minho e até da Galiza afluem a Ponte de Lima. É enorme o entusiasmo tal como é o sentimento de pertença a esta comunidade. É a nossa identidade!
Velho burgo medieval com nove séculos de História onde a cada esquina os monumentos descrevem-nos páginas grandiosas do seu passado – Ponte de Lima acordou hoje coberta de tapetes floridos por onde vai percorrer a procissão de Corpo de Deus.
É uma manifestação de Fé e Tradição, de orgulho de sermos quem somos. É a nossa identidade!
Fotos: Centro de Interpretação do Território de ponte de Lima