VIANA TAURINO CLUBE DÁ MÚSICA TODAS AS SEXTAS-FEIRAS DO MÊS
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Criaturinhas do senhor, cristãos, mafarricos, ateus.... e a tua!
Apareçam na próxima sexta-feira, dia 20, às 21 horas para um novo recomeço Tertuliano
A animação musical estará a cargo de quem tiver motivação para tal, mas já sabemos atempadamente da participação de um cavalheiro chamado Roosevelt Alves. Será um tempinho cultural, de bom gosto, excelente disposição, alguma formalidade e fronteiras, mas será um momento bem passado.
POESIA E MUSICA NO VIANATAURINO é acima de tudo um encontro de gente que ama a escrita e a música. um encontro de versos diversificados, onde os participantes se atrevem a "despir - se", rodeados de amigos e amantes da leitura, o resto, todo o resto é secundário.
Os descendentes suecos do poeta limiano António Feijó chegaram há minutos a Ponte de Lima e a primeira paragem da visita foi na Correlha. Aqui Tomás e Alexander foram presenteados com um Sarrabulho a moda de Ponte de Lima no Sonho do Capitão.
Os ilustres visitantes vão permanecer três dias na festa com programa diversificado conforme divulgamos ontem. Mas a curiosidade genealógica levou-os a conhecer a origem dos Feijós na Correlha, Ponte de Lima.
Assim, após o repasto Fátima Oliveira a Presidente da Junta de Freguesia da Correlhã desloca se com a comitiva a Casa da Anta, construção iniciada cerca 1750 onde se destaca Tomás Correia Feijó, o primeiro Administrador do vínculo e Quinta da Anta, que foi Governador do forte de Vila Praia de Âncora, Caminha.
O programa de hoje prossegue na sede do Agrupamento de Escolas António Feijó, à Câmara Municipal de Ponte de Lima, ao monumento erigido ao poeta e diplomata e observação de suas fardas oficiais no Museu dos Terceiros.
Amarra os ventos
À segurança das tuas mãos,
Leva como canastra
O destino à cabeça.
Remas os mares presos
No teu corpo.
Levas as horas sagradas
Na tua capela interior... que chora solidão.
O manto com estrelas,
O barco com peixe,
E no teu terço a devoção.
Entretanto, o homem chega bem,
Com amor a pulsar da sua mão,
São as preces que foram ouvidas,
Porque as pediste no teu verso chão.
E para ver a Senhora passar,
Ofereço-lhe silêncio, devoção
Preces e pedidos
Mistura de lágrimas e emoção!
Procissão ao Mar - 2024
Menina que és lavradeira
E me sabes encantar
Com o rigor e a chieira
Com o que te sabes trajar
Menina que és lavradeira
E me sabes encantar
Com o rigor e a chieira
Com o que te sabes trajar
Menina que trazes um traje vestido
A saia rodada, o lenço colorido
O lenço colorido, a saia rodada
Um traje vestido, um chinelo à calçada
Menina que trazes um traje vestido
A saia rodada, o lenço colorido
O lenço colorido, a saia rodada
Um traje vestido, um chinelo à calçada
Lavradeira vianesa
Tens trajes de fidalguia
Desfilas tua beleza
Em dia de mordomia
Lavradeira vianesa
Tens trajes de fidalguia
Desfilas tua beleza
Em dia de mordomia
Menina que trazes um traje vestido
A saia rodada, o lenço colorido
O lenço colorido, a saia rodada
Um traje vestido, um chinelo à calçada
Menina que trazes um traje vestido
A saia rodada, o lenço colorido
O lenço colorido, a saia rodada
Um traje vestido, um chinelo à calçada
Vi inspiração camponesa
Tecido com fina linha
Completa a sua riqueza
Com alguns brincos a rainha
Vi inspiração camponesa
Tecido com fina linha
Completa a sua riqueza
Com alguns brincos a rainha
Menina que trazes um traje vestido
A saia rodada, o lenço colorido
O lenço colorido, a saia rodada
Um traje vestido, um chinelo à calçada
Menina que trazes um traje vestido
A saia rodada, o lenço colorido
O lenço colorido, a saia rodada
Um traje vestido, um chinelo à calçada
Menina que trazes um traje vestido
A saia rodada, o lenço colorido
O lenço colorido, a saia rodada
Um traje vestido, um chinelo à calçada
Composição: Sons do Minho
Vem comigo à Romaria
Trás os brincos e o cordão
Aquele que te dei Maria
Tem bordado um coração
Vem ver o Minho alegre e franco
De verão verdinho de inverno é branco
Se vens ao minho
Não percas nada
Vai ver á noite a desfolhada
Se vens ao minho não percas nada
Vem ver á noite a desfolhada
Há no minho uma menina
Que por mim tanto suspira
Alegre, fresca e nabina
Quando anda a dançar o vira
Vem ver o Minho alegre e franco
De verão verdinho de inverno é branco
Se vens ao minho
Não percas nada
Vai ver á noite a desfolhada
Composição: Autor desconhecido / Interpretação: António Mourão
“(…) Quanto ao primeiro, sou üa pobre velha estrangeira, o meu nome é Comédia; mas não cuideis que me haveis por isso de comer, porque eu naci em Grécia, e lá me foi posto o nome (…). Ali vivi muitos anos a grande meu sabor; passaram-me despois a Roma, pera onde então, por mandado da fortuna, corria tudo. (…) despois a grandeza daquele Império que parecia pera nunca acabar, todavia acabou. E assi como a sua queda foi grande, assi levou tudo consigo, ali me perdi eu com muitas das boas artes, e aí jouvemos longo tempo como enterradas, que já quase não havia memória de nós, té que os vizinhos em que duns nos outros ficara algüa lembrança cavaram tanto que nos tornaram à vida, maltratadas porém, e pouco para ver. Agora que já íamos (como dizem) ganhando pés, sentiu-nos logo aquela nossa imiga poderosa, que nos da outra vez destruíra, foi-se lá, pôs outra vez tudo por terra. Bem entendeis que digo pola guerra, imiga de todo bem. Venho fugindo, aqui neste cabo do mundo acho paz, não sei se acharei assossego. (…) Eu trato cousas correntes, sou muito clara. (…) Cuidáveis que não havia de trazer de mulher senão o trajo? Ora vistes que também trouxe a língua. Agora sabei que inda havemos de fazer um caminho longo. (…)”
Os Estrangeiros
Sá de Miranda, autor de cantigas, vilancetes, sonetos e comédias, nasceu neste dia 28 de agosto, no ano de 1481.
Fonte: EGEAC
Sá de Miranda e a sua esposa D. Briolanja de Azevedo adquiriram uma propriedade em 1530, que, anexando terrenos, se veio a transformar na Quinta da Tapada, na freguesia de Fiscal em Amares, de cuja Casa Sá de Miranda foi 1.º Senhor até à sua morte. Encontra-se hoje sepultado na Igreja de Carrazedo – Amares.
A Casa da Tapada é uma propriedade classificada como Imóvel de Interesse Público, tendo sido adquirida recentemente pelo conceituado grupo alentejano de vinho, Herdade das Servas, numa aposta de investimentos no Vinho Verde Loureiro e potencial turístico da quinta.
António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo a 24 de Janeiro de 1923, filho de um ilustre minhoto e de uma asturiana, e faleceu em Lisboa a 8 de Junho de 2010. Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, gastrólogo e autor de livros para crianças, foi também empresário teatral, director artístico, encenador e ator.
Com vasta obra publicada nas mais variadas vertentes literárias, António Manuel Couto Viana foi um dos maiores poetas do nosso tempo. Ensaísta, poeta, dramaturgo, tradutor e encenador, O livro de poemas O Avestruz Lírico, publicado em 1948, marca o início da sua carreira literária.
Ao longo da sua vasta carreira literária e artística, publicou mais de uma centena de livros, muitos dos quais traduzidos para inglês, francês, castelhano e mandarim, vulgo chinês. Encenou e dirigiu companhias de Ópera do Teatro Nacional de São Carlos, do Círculo Portuense de Ópera e da Companhia Portuguesa de Ópera. A sua paixão pelo teatro começa desde muito novo, quando recebeu por herança o Teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo, mantendo-se sempre durante toda a vida ligado a companhias de teatro para a infância.
António Manuel Couto Viana à conversa com o Engº Manuel de Sá Coutinho (Aurora) e Carlos Gomes (Administrador do BLOGUE DO MINHO).
João Gonçalves Ribeiro de seu nome completo nasceu na freguesia de Rebordões - Santa Maria, no concelho de Ponte de Lima, em 25 de Abril de 1913.
Foi vasta a sua produção literária que se encontra publicada. De entre ela, salientamos, em poesia, “Um Novo Mundo Perfeito”, “Colonizados”, “Ode Terrestre – Separata do “Cardeal Saraiva”, “Manhãs de Abril”, “O Ser e o Nada”, “Meu Verde Minho”, “Epopeia do Homem Cósmico”, “Balaio de Camarinhas”, “Versos do Fim do Dia” e “Epopeia do Homem Lusíada”. Na ficção, “Entre o Amor e a Loucura”. “Uma Terra que se chamou Geridel”, “Nas Ourelas do Fogo” e “Estrasburgo 1964”. Na investigação histórica, “O Conde da Barca na política europeia do pré-liberalismo” e “O Cardeal Saraiva – Evocação de Frei Francisco de S. Luís”. Deixou também inéditos a aguardar publicação.
Evocando a sua memória, transcreve-se seguidamente o artigo “João Marcos: Decano dos Poetas Limianos”, da autoria de Carlos Gomes, publicado em 2004, escassos meses antes de falecer, na revista “O Anunciador das Feiras Novas”, nº. 21, publicação anual de informação, cultura, turismo e artes limianas que se edita em Ponte de Lima.
JOÃO MARCOS: DECANO DOS POETAS LIMIANOS
“Não é em vão que se nasce em terras limianas, glorificadas pelos nossos maiores poetas como Diogo Bernardes, Frei Agostinho da Cruz e António Feijó. Ponte de Lima, coração desta região encantada onde os montes de Parnaso envolvem o mítico Letes, tem o privilégio de poder contar com muitos desses poetas entre os seus filhos mais extremosos. João Marcos, justamente considerado o decano dos escritores da Ribeira Lima, é natural de Rebordões – Santa Maria e nunca esqueceu a terra que lhe serviu de berço, mesmo quando o exílio o forçou a partir para terras distantes” – foi com estas palavras que o autor deste artigo começou por prefaciar o livro “João Marcos – 50 anos de vida literária” que transcreve a conferência levada a efeito por Cláudio Lima, em 1997, nas instalações da Casa do Concelho de Ponte de Lima, em Lisboa. Com efeito, tratou-se de uma homenagem justíssima que conterrâneos e amigos resolveram prestar-lhe, revelando-lhe a admiração que sentem pela sua pessoa e pelo seu trabalho nomeadamente como escritor e poeta e ainda um tributo pelo que tem feito no sentido do engrandecimento de Ponte de Lima. E, por ser merecida, também a Câmara Municipal de Ponte de Lima decidiu atribuir-lhe a medalha de mérito cultural, gesto louvável porque teve a virtude de lembrar um dos seus filhos mais ilustres.
Não pretendemos com o presente trabalho proceder a uma análise exaustiva da obra literária de João Marcos nem tão pouco seguir o percurso da sua vida – Cláudio Lima fê-lo melhor do que ninguém, podendo com toda a justiça ser considerado o seu biógrafo. Apenas procuramos render a nossa humilde e sincera homenagem a um dos mais ilustres filhos da terra limiana de quem temos recebido inúmeras manifestações de amizade de que muito nos orgulhamos.
João Marcos não é apenas um poeta limiano. Ele é sobretudo um homem solidário que exprime nos seus versos uma preocupação com o sofrimento humano e revela um compromisso permanente com um ideal de paz e harmonia entre os homens e, simultaneamente, entre o Homem e o Universo. Como disse Cláudio Lima na conferência que proferiu em sua homenagem, “... a par das preocupações sociais (por vezes no seio delas), a poesia de João Marcos patenteia sempre uma inquietação metafísica, uma busca e aprofundamento da natureza do ser, uma incursão porfiada às fronteiras-limite do mistério”.
João Marcos Gonçalves Ribeiro de seu nome completo, o nosso ilustre conterrâneo nasceu na freguesia de Rebordões - Santa Maria, no concelho de Ponte de Lima, em 25 de Abril de 1917, tendo portanto já ultrapassado a provecta e respeitável idade de oitenta e sete anos. Como curiosidade, refira-se que o dia do seu nascimento é no calendário litúrgico dedicado a S. Marcos, facto que muito provavelmente determinou a escolha do seu nome, tanto mais que descende, pelo lado materno, de uma família influente e tradicionalmente monárquica oriunda de Vila Franca de Xira, donde se conclui também rigorosamente observadora dos costumes católicos. Mas esse é também o dia em que, sessenta e um anos após a data do seu nascimento, veio a ocorrer em Portugal um golpe militar que se transformou numa revolução que se prometia libertadora para o povo português e que, por um feliz acaso, ficou conhecida por “Revolução dos Cravos”, facto esse que também marcou um homem que, já em discordância com o regime do Estado Novo, embarca para o Brasil em 5 de Agosto de 1939 de onde só regressa oito anos depois. Aliás, a comprová-lo, foi precisamente o nome “Revolução dos Cravos” a designação escolhida que serviu de título a um poema que publicou no seu livro “Manhãs de Abril” e do qual extraímos a seguinte passagem:
1º acto: Quinta-feira central
de um ano como tantos mais.
Do meu dia natal
mais um beijo de outros natais.
Festa a ser resumida
num bolo de bastantes velas,
família reunida
em manifestações singelas
- mais um vinte e cinco de Abril
soprado na noite vil
Pese embora as influências sobre si exercidas pelas leituras de Rosseau, Proudhon e mais tarde Sartre e ainda o seu posicionamento político adverso à ditadura, João Marcos manteve sempre um elevado portuguesismo que o impeliu a regressar a Portugal. Como Cláudio Lima referiu, “se Ferreira de Castro, nos seringais amazónicos, sofria da lonjura do seu Caima debruado de choupos; se Miguel Torga, nos capinzais mineiros, obsessivamente lançava o pensamento ao seu Douro coleante e impetuoso, também João Marcos, nas poluídas avenidas do Rio ou de S. Paulo, suspirava pelas edénicas belezas do seu Lima”. Aliás, sendo nós conhecedores da sua opinião, entre outros aspectos, relativamente à situação em que ilegitimamente Olivença se encontra sob ocupação de Espanha e os direitos que a esse respeito assistem ao nosso país, estamos em condições de reconhecer o seu patriotismo. Ao prefaciar o seu livro “A Minha Alma Brasileira”, afirma a Drª Manuela Rodrigues tratar-se de “um português, minhoto da mais preclara cepa, com as suas raízes profundas nesse canto do país onde os celtas e os visigodos plantaram corações e almas fortes, de antes quebrar que torcer. Tão fortes que são capazes de partir, criar raízes e voltar, mantendo a portugalidade mais profunda, sem contudo deixarem de absorver de passagem o que de melhor as culturas locais lhes apresentam“.
Colaborador assíduo da revista “O Anunciador das Feiras Novas” e de numerosas publicações de índole cultural e regional, o escritor João Marcos possui uma obra literária assinalável repartida pela poesia, o conto literário, a ficção, o teatro e a investigação histórica. “Polifonia Singela” é o título do seu primeiro livro que publica em 1946, ainda no Brasil, editado pela Norte Editora, do Rio de Janeiro. Trata-se de um livro de poemas que, conforme o Jornal de S. Paulo referiu, são “de leitura agradável e sugestiva, com poesias realmente encantadoras, conseguirá este livro prender a atenção do leitor, pois tem sensibilidade, denota largueza de vistas e expressão justa”. É precisamente de “Polifonia Singela” que repingamos o seguinte quinteto:
Numa terra longe, à procura da sorte,
Vai um peregrino, talvez a pensar
No destino incerto, no inseguro norte:
Procurando a vida, pode achar a morte...
Mas a vida importa, tem de a procurar!
Desde então, a produção literária do escritor João Marcos não mais parou. Publicou em poesia “Um Novo Mundo Perfeito” em 1953, “Colonizados” em 1975, “Ode Terrestre – Separata do “Cardeal Saraiva” em 1986, “Manhãs de Abril” em 1994, “O Ser e o Nada” em 1996, “Meu Verde Minho” em 1997, “Epopeia do Homem Cósmico” em 2000, “Balaio de Camarinhas” em 2001, “Versos do Fim do Dia” em 2002 e “Epopeia do Homem Lusíada” em 2003. Na área da ficção estreou-se em 1987 com o romance “Entre o Amor e a Loucura”, em 1992 publicou “Uma Terra que se chamou Geridel”, em 1993 “Nas Ourelas do Fogo” e, em 1999, o romance “Estrasburgo 1964”. No domínio da investigação histórica publicou em 1993 “O Conde da Barca na política europeia do pré-liberalismo” e em 1995 “O Cardeal Saraiva – Evocação de Frei Francisco de S. Luís” que constitui a edição da conferência que entretanto realizou na Casa do Concelho de Ponte de Lima. Recentemente publicou “A minha Alma Brasileira” que constitui um livro de contos e narrativas que transmite o seu sentir e experiências vividas durante o seu exílio no Brasil, tendo ainda participado com um conto da sua autoria numa colectânea a que foi dado o título “Contos do Minho” e que reuniu duas dezenas de contistas minhotos. Além dos trabalhos publicados, João Marcos possui ainda numerosos inéditos a aguardar publicação, trabalhos de grande valor a aguardar o interesse de alguma editora ou, quem sabe, de qualquer outro organismo cuja actividade esteja orientada para finalidades culturais.
Ainda segundo Cláudio Lima, “em toda a sua obra poética explora João Marcos esse inesgotável veio da nossa tradição lírica moderna. Com maior ou menor ímpeto de militância a favor dos desfavorecidos da sorte e excluídos da sociedade; com diversificados modelos de composição e registos de inspiração, o ideal romântico da poesia como instrumento de denúncia e arma de combate (Victor Hugo, Antero de Quental, etc.) sempre tem apaixonado e mobilizado o vate limiano”. E é precisamente do seu livro “Epopeia do Homem Lusíada” que extraímos o seguinte poema:
Sou português e vou do Algarve ao Minho
sou marinheiro e vou até Timor
de leste a oeste abrindo o meu caminho
levando a língua, a fé e o meu amor.
Eu sou Vasco da Gama, sou Cabral,
Fernão de Magalhães... sou lusitano
e levo o coração de Portugal
além de toda a terra e mar oceano.
Eu levo a minha língua, a minha lei,
as normas e o sentir do meu viver;
além, em toda a parte, espalharei
as eternas raízes do meu ser.
Sem medo, para além do bem, do mal,
abrir um novo mundo é o meu destino,
levar o Império, a Fé, levar meu Hino,
os perigos vencer, sou Portugal.
Com efeito, parafraseando Cláudio Lima, a poesia de João Marcos constitui “um permanente convite à elevação, ao compromisso com a vida e os valores que a substantivam, à prática de um exercício reflectivo sobre o Homem e o Universo. Mesmo quando parece deter-se em coisas miúdas e prosaicas, mesmo quando a sua musa azougada o seduz aos bosques de um erotismo faunesco ou o tenta enredar nos liames de um telurismo primário e convencional – sempre o Poeta se esquiva ao conceito gasto, ao efeito fácil, e imprime o seu selo de autenticidade, fazendo do acto de escrever não um mero auto-enamoramento narcisista, mas o reflexo nítido do que de mais nobre e imperecível deve fundamentar a vida e sublimar a arte”.
Enquanto permaneceu no Brasil, João Marcos foi secretário de Direcção da Companhia de Navegação Aérea, redactor de publicidade científica na sucursal da Companhia Química Rhodia Brasileira e na filial dos Laboratórios Farmacêuticos Glassop. De regresso a Portugal, trabalha como correspondente comercial de uma empresa sediada no Porto, é chefe de correspondência estrangeira da Companhia Colonial de Navegação e, colaboração com a sua espôsa, Drª Agostinha Andrade, licenciada em Farmácia, funda em 1958 a Farmácia “Andrade Ribeiro” que ainda mantém, situada numa das mais movimentadas e bem situadas artérias de Lisboa – a avenida Infante Santo.
Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas, exerceu a carreira docente em diversos estabelecimentos de ensino oficial, leccionando Filosofia, História e Ciências Sociais. O escritor João Marcos é membro da Associação Portuguesa de Escritores, da Associação Portuguesa de Poetas, da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, do Círculo de Cultura Luso-Brasileira e da Sociedade de Língua Portuguesa. Faz ainda parte da Tertúlia Rio de Prata que reúne cerca de quatro dezenas de escritores os quais, todos os anos, vêm publicando um simpático livrinho de poemas com o título “Florilégio de Natal”. A convite da Casa do Concelho de Ponte de Lima, Cláudio Lima proferiu nas suas instalações em Lisboa uma palestra evocativa da passagem dos cinquenta anos de vida literária do escritor, iniciativa que decorreu no dia 25 de Janeiro de 1997 e contou com a presença de apreciável número de conterrâneos.
Com a sua primeira obra publicada há quase sessenta anos, João Marcos, em relação a quem curiosamente se desconhece qualquer pseudónimo literário, é actualmente o decano dos poetas limianos e muito provavelmente de todos os escritores portugueses. A sua obra literária é cada vez mais reconhecida e divulgada. Pena é que, apesar do ritmo a que tem vindo a editar os seus trabalhos literários, muitos dos seus inéditos continuem à espera de uma oportunidade de publicação. O talento e o valor de uma obra tem, frequentes vezes, a particularidade de levar um certo tempo a ser devidamente reconhecida e avaliada pelos espíritos menos iluminados.
BIBLIOGRAFIA:
LIMA, Cláudio. João Marcos – 50 anos de vida literária. O Anunciador das Feiras Novas. Ponte de Lima, 1996
LIMA, Cláudio. João Marcos – 50 anos de vida literária. Casa do Concelho de Ponte de Lima, Lisboa, 1997
A imagem mostra o escritor João Marcos (à esquerda) e Carlos Gomes (Administrador do BLOGUE DO MINHO)
Fonte: SOUSA, José de - Diogo Bernardes. In Almanaque Ilustrado "O Comércio do Lima". Ponte de Lima: [s.n.]. N.º 7 (1927), p. 142-144.
Natural de S. Pedro do Sul, o poeta António Corrêa d’Oliveira casou com uma minhota, tendo passado a fixar residência em Antas, no concelho de Esposende, tendo passado a viver na Casa de Belinho.
Ligado ao Integralismo Lusitano, identificou-se com o Saudosismo de Teixeira de Pascoaes e o neo-garrettismo, tendo a Ponte de Lima dedicado alguns dos seus versos.
Cantigas a Ponte de Lima
Curioso poema inédito de 1918 encontrado na reorganização do arquivo da Casa de Bertiandos (em que se têm empenhado Sebastião de Lancastre e João Gomes de Abreu de Lima), gentilmente cedido para divulgação neste Portal Cultural de Ponte de Lima, a propósito das comemorações que assinalaram em Novembro de 2018 a passagem dos 100 anos sobre o fim da Primeira Grande Guerra.
Faz parte de um pequeno caderno manuscrito com versos do Poeta António Corrêa d’Oliveira para uma quermesse de recolha de fundos, feita em Ponte de Lima no final da Primeira Grande Guerra e organizada pela Condessa de Bertiandos, em benefício dos soldados do Corpo Expedicionário Português.
Junto a este poema, deixou a Senhora Condessa de Bertiandos, D. Ana, as seguintes palavras:
“Por motivo de força maior não se realizou a «Festa» em favor dos nossos prisioneiros de guerra para a qual estas lindas quadras foram expressamente compostas.
Triste outono de 1918”
Rio Lima, porque choras?
Dantes, cantavas! – “Eu ando
A acompanhar, em seu chôro,
Quem acompanhei, cantando –“.
Vi preza a Aguia dos Céus,
E o Rei da Serra, o Leão;
Vi soldados portugueses
Sem liberdade e sem pão.
Palacio de Bertiandos
Mostra as torres a quem passa
- Ó torres, ao alto, ao alto!
Que sois como a nossa Raça.
Dize, tu que vens dos Tempos,
Velho Paço de Lanheses,
Se Portugal, algum dia,
Não será dos Portugueses…
– “Quando Portugal morresse,
Disse Deus (e eu tremo, e escuto),
Tinha que apagar o Sol
Para a terra andar de luto! –”
Lindo Paço de Calheiros,
Que fazes, lá tão acima?
– “Vejo partir e chegar
As aguas do rio Lima…”
Ó Ponte do Lima, ó ponte,
Quem te atravessou primeiro?
– “Foi, d’um lado, um Monge Santo;
D’outro, um Nobre Cavaleiro” –
Ó Fonte do Salgueirinho!
Passou um Santo, e bebeu…
Matas as sêdes da Terra,
Fazes a sêde do Céu!
Casa da Aurora, onde o Tempo
Fez lindo ninho, a seu gosto;
És da aurora, entre mistérios
De Avé-Maria, ao sol posto.
Deus pesou a nossa terra
E foi-lhe ao cimo a balança.
Só penas! O melhor d’ela,
– Oiro de lei, – anda em França!
Porque vaes tu, rio Lima,
Devagarinho, a espreitar?
“A ver se voltam da Guerra
Antes que me leve o Mar…”
António Corrêa d’Oliveira, Poeta e Dramaturgo, nasceu em São Pedro do Sul, em 1879, e faleceu em Belinho (Esposende), em 1960.
Da sua obra poética destacam-se os seguintes livros:
Fonte: Ponte de Lima Cultural
Fonte: Vida Mundial Ilustrada, Ano I, nº 34, 8 Janeiro 1942 / Hemeroteca Municipal de Lisboa
João Verde, pseudónimo de José Rodrigues Vale, poeta maior das letras monçanenses, nasceu em 1866, no Largo da Palma, e faleceu em 1934, na “Casa do Arco”, Rua Conselheiro Adriano Machado, conhecida localmente como Rua Direita.
São da sua lavra estes versos:
“Vendo-os assim tão pertinho,
A Galiza mail'o o Minho
São como dois namorados
Que o rio traz separados
Quasi desde o nascimento.
Deixalos, pois, namorar
Já que os pais para casar
Lhes não dão consentimento.”
Na outra margem do rio Minho – da vizinha e irmã Galiza – replicou o poeta galego Amador Saavedra que respondeu nos seguintes termos:
“Se Dios os fixo de cote
Um p’ra outro e teñem dote
Em terras emparexadas,
Pol'a mesma auga regadas
Com ou sem consentimento
D'os pais o tempo a chegar
Em que teñam que pensar
Em facer o casamento.”
Santiago Maior numa obra de Rembrandt
Remonta a 1919 a escolha do dia 25 de julho para celebrar o Dia da Pátria Galega, decisão que foi aprovada em Assembleia das Irmandades da Fala, reunidas em Santiago de Compostela. Refira-se que se trata do dia da festa litúrgica de Santiago Maior, Patrono da Galiza.
GALIZA E PORTUGAL: UM SÓ POVO E UMA SÓ NAÇÃO!
Por um compreensível desconhecimento que tem sobretudo a ver com a conveniência de se manterem boas relações entre Estados, grande parte dos portugueses ignora as verdadeiras afinidades que existem entre a Galiza e Portugal e, no âmbito deste, particularmente em relação ao Minho. Essa falta de conhecimento estende-se a vários domínios, mormente às raízes étnicas comuns de minhotos e galegos e até ao entendimento errado do idioma galego frequentemente confundido com o castelhano e impropriamente designado por “espanhol”. Mesmo entre pessoas que deveriam ser entendidas no domínio do folclore minhoto é recorrente ouvi-las referir-se a uma dança tradicional galega designando-a como “vira espanhol”.
Rosalía de Castro, figura cimeira das Letras Galegas
Na realidade e para além dos portugueses, a Península Ibérica é habitada por gentes de culturas e idiomas tão distintos como os vascos, os catalães, os asturianos e finalmente, os galegos e portugueses que possuem uma língua e uma identidade cultural comum, apenas separados em consequência das vicissitudes da História. A Espanha, afinal de contas, não representa mais do que uma realidade supranacional, cada vez mais ameaçada pelas aspirações independentistas dos povos que a integram.
Com as suas quatro províncias - Corunha, Lugo, Ourense e Pontevedra - e ainda alguns concelhos integrados na vizinha Astúrias, a Galiza constitui com Portugal a mesma unidade geográfica, cultural e linguística, o que as tornam numa única nação, embora ainda por concretizar a sua unidade política. Entre ambas existe uma homogeneidade que vai desde a cultura megalítica e da tradição céltica à vetusta Gallaécia e ao conventus bracarensis, passando pelo reino suevo, a lírica galaico-portuguesa, o condado portucalense e as sucessivas alianças com os reis portugueses, as raízes étnicas e, sobretudo, o idioma que nos é comum - a língua portuguesa. Ramon Otero Pedrayo, considerado um dos maiores escritores do reintegracionismo galego, afirmou um dia na sua qualidade de deputado do parlamento espanhol que "a Galiza, tanto etnográfica como geograficamente e desde o aspeto linguístico, é um prolongamento de Portugal; ou Portugal um prolongamento da Galiza, tanto faz". Teixeira de Pascoaes foi ainda mais longe quando disse que "...a Galiza é um bocado de Portugal sob as patas do leão de Castela". Não nos esqueçamos que foi precisamente na altura em que as naus portuguesas partiam à descoberta do mundo que a Galiza viveu a sua maior repressão, tendo-lhe inclusivamente sido negada o uso da língua galaico-portuguesa em toda a sua vida social, incluindo na liturgia, naturalmente pelo receio de Castela em perder o seu domínio e poder assistir à sua aproximação a Portugal.
No que respeita à sua caracterização geográfica e parafraseando o historiador Oliveira Martins, "A Galiza d'Aquém e d'além Minho" possui a mesma morfologia, o que naturalmente determinou uma espiritualidade e modos de vida social diferenciados em relação ao resto da Península, bem assim como uma diferenciação linguística evidente. Desse modo, a faixa atlântica e a meseta ibérica deram lugar a duas civilizações diferentes, dando a primeira origem ao galaico-português de onde derivou o português moderno e a segunda ao leonês de onde proveio o castelhano, atualmente designado por "espanhol" por ter sido imposta como língua oficial de Espanha, mas consignado na constituição espanhola como "castelhano". Não foi naturalmente por acaso que Luís Vaz de Camões, justamente considerado o nosso maior poeta possuía as suas raízes na Galiza. Também não é sem sentido que também o poeta Fernando Pessoa que defendeu abertamente a "anexação da Galiza", afirmou que "A minha Pátria é a Língua Portuguesa".
De igual modo, também do ponto de vista étnico as raízes são comuns a todo o território que compreende a Galiza e o nosso país, com as naturais variantes regionais que criam os seus particularismos, obviamente mais próximas do Minho, do Douro Litoral e em parte de Trás-os-Montes do que em relação ao Alentejo e ao Algarve, mas infinitamente mais distanciados relativamente a Castela e outras regiões de Espanha.
No seu livro "A Galiza, o galego e Portugal", Manuel Rodrigues Lapa afirma que "Portugal não pára nas margens do Minho: estende-se naturalmente, nos domínios da língua e da cultura, até às costas do Cantábrico. O mesmo se pode dizer da Galiza: que não acaba no Minho, mas se prolonga, suavemente, até às margens do Mondego". Torna-se, pois, incompreensível que continuemos a tratar o folclore e a etnografia galega como se de "espanhola" se tratasse, conferindo-lhe estatuto de representação estrangeira em festivais de folclore que se pretendem de âmbito internacional, quando na realidade deveria constituir uma participação assídua nos denominados festivais nacionais. Mais ainda, vai sendo tempo das estruturas representativas do folclore português e galego se entenderem, contribuindo para um melhor conhecimento mútuo e uma maior aproximação entre as gentes irmãs da Galiza e de Portugal. O mesmo princípio aliás, deve ser seguido pelos nossos compatriotas radicados no estrangeiro, nomeadamente nos países da América do Sul onde as comunidades portuguesas e galegas possuem uma considerável representatividade numérica. Uma aproximação e um entendimento que passa inclusivamente pelo cyberespaço e para a qual a comunidade folclórica na internet pode e deve prestar um inestimável contributo.
Afirmou o escritor galego Vilar Ponte na revista literária "A Nossa Terra" que "os galegos que não amarem Portugal tão pouco amarão a Galiza". Amemos, pois, também nós, portugueses, como um pedaço do nosso sagrado solo pátrio, essa ridente terra que se exprime na Língua de Camões – a Galiza!
O MINHO E A GALIZA – JOÃO VERDE E AMADOR SAAVEDRA
“Vendo-os assim tão pertinho,
A Galiza mail'o o Minho
São como dois namorados
Que o rio traz separados
Quasi desde o nascimento.
Deixalos, pois, namorar
Já que os pais para casar
Lhes não dão consentimento.”
Na outra margem do rio Minho – da vizinha e irmã Galiza – replicou o poeta galego Amador Saavedra que respondeu nos seguintes termos:
“Se Dios os fixo de cote
Um p’ra outro e teñem dote
Em terras emparexadas,
Pol'a mesma auga regadas
Com ou sem consentimento
D'os pais o tempo a chegar
Em que teñam que pensar
Em facer o casamento.”
João Verde, pseudónimo de José Rodrigues Vale, poeta maior das letras monçanenses, nasceu em 1866, no Largo da Palma, e faleceu em 1934, na “Casa do Arco”, Rua Conselheiro Adriano Machado, conhecida localmente como Rua Direita.
A “ROAD TRIP LITERÁRIA - 18 DISTRITOS, 18 BIBLIOTECAS, 18 LIVROS” do cronista João da Silva do jornal Público continua por terras minhotas.
A 12ª crónica leva-nos até à Biblioteca Municipal de Ponte de Lima e ao encontro do escritor António Feijó (1859-1917). Poeta e diplomata nascido em Ponte de Lima.
Idílica é a palavra que encontramos para a descrição da paisagem envolvente à biblioteca. Apetece visitar e conhecer. A crónica completa pode ser lida no jornal Público.
Quanto ao autor apresentado, resta-nos dizer que a Biblioteca Pública de Braga tem quase todas as obras publicadas por António Feijó e que podem ser consultadas na nossa sala de leitura.
Também podem conhecer melhor este Poeta, diplomata viajante do mundo, através dos estudos mais recentes sobre a sua vida e obra.
Recomendamos duas obras, disponíveis para empréstimo domiciliário:
“Fotobiografia de António Feijó”, ref. BPB nº 409433
“António Feijó : Diplomata”, ref. BPB 385349
Casa das Artes de Famalicão prolonga exposição de Constança Araújo Amador até final de julho
A Casa das Artes de Famalicão decidiu prolongar a exposição “O Vazio Desenhava desde Sempre — diálogos interartísticos II”, com obras de Constança Araújo Amador, até ao final do mês de julho.
Esta exposição, concebida a partir de poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen, está patente desde o início de maio e deveria encerrar a 30 de junho, mas a direção entendeu que a mesma deveria estender-se até ao encerramento da temporada do teatro municipal.
A exposição reúne obras em série, como exercício intermedial e ecfrástico em espelho: o verso e o seu reverso imagético. Uma forma de invocar a invisibilidade e o lugar imanente, da palavra obstinada à dimensão do olhar, como eco que se abre à atenção sobre as coisas. Do mecanismo da ilustração da poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, traça-se um círculo contínuo, a poesia desdobra-se e formam-se novos versos, escritos pela artista: derivações e uma vontade de um fazer-se-ser poema contínuo.
O acesso à exposição, patente no foyer da Casa das Artes de Famalicão, é livre e pode ser feito no horário normal do teatro municipal.
A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso vai assinalar os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, na próxima segunda-feira, dia 10 de Junho, em que se celebra também o Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas.
Com uma exposição composta por 40 painéis intitulada “Vida e Obra de Luís de Camões”, o Município quer aproveitar esta oportunidade única de fazer uma valorosa referência a este autor, que foi um dos maiores e mais emblemáticos da Literatura Portuguesa. Ao pensar-se Luís de Camões aflora de imediato à ideia de todos/as a grande obra dos Lusíadas, uma das mais importantes da nossa história que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal.
Com abertura marcada para segunda-feira, pelas 18h30, na Casa do Livro, uma parte dos painéis que integra esta exposição irá também estar disponível no Jardim António Lopes, o aprazível espaço contíguo às infraestruturas culturais povoenses localizadas naquele alinhamento, que são, além na Biblioteca, o Theatro Club e o Arquivo Municipal.
Nos dias seguintes, alguns dos painéis serão estrategicamente colocados em alguns espaços municipais, designadamente, nos Paços do Concelho, na Casa da Botica, na Piscina Municipal e no Espaço Jovem.
Irão ainda decorrer, nos dias 11 e 12, iniciativas com seniores, da Universidade Sénior e de Centros Sociais, que vão partilhar os seus testemunhos e memórias relativos ao que aprenderam, no seu percurso escolar, acerca de Camões.
Serão oferecidos, a partir desta data e ao longo de todo o ano, marcadores de livros alusivo ao autor, a todos/as os/as leitores/as da Biblioteca Municipal/Casa do Livro.
A efeméride que este ano se assinala é um momento irrepetível para pensar o legado de um poeta que marcou, quer a literatura, quer a identidade portuguesas, um dos maiores vultos da literatura universal.
Não podemos deixar de “cantar” hoje o autor cujo nome é indissociável da própria Língua Portuguesa, como versa a tão conhecida expressão "língua de Camões".
E a melhor maneira de lhe prestar homenagem é lembrá-lo, a ele e à sua obra.
Iniciativa decorre 10 de Junho no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian
O Município de Braga vai assinalar os 500 anos do nascimento de Camões com um recital intitulado “Um Cancioneiro Português – Um caminho entre poesia e música – LUÍS VAZ DE CAMÕES”. A iniciativa cultural irá realizar-se a 10 de Junho, pelas 16h00, no auditório Adelina Caravana do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga.
O recital contará com poesia de Luís de Camões e música de Jorge Croner de Vasconcellos, Luís de Freitas Branco, Frederico de Freitas, José Viana da Mota, Augusto Machado, Rui Coelho, João Arroio, Alexandre Delgado, Eurico Carrapatoso, Joly Braga Santos e Fernando Lopes-Graça.
A entrada é gratuita, mas de inscrição obrigatória através da plataforma cmbcultura.eventbrite.pt.
A vila de Ponte de Lima recordou anteontem o nascimento do poeta, diplomata e gastrónomo António Feijó (P. Lima 1 de Junho 1859 – Estocolmo 20 de Junho 1917), numa iniciativa do Agrupamento de Escolas que tem a Figura Limiana como seu patrono.
Na cerimónia, usaram da palavra o vereador da cultura e educação, Paulo Sousa; o Director do Agrupamento Escolar José António Silva, e o docente da Universidade Católica Portuguesa em Braga, José Cândido Martins. Para além de professores, alunos e demais público, participaram nesta actividade anual, a sobrinha – bisneta do homenageado, Maria José Torres Feijó, o Presidente da associação de Escritores, Jornalistas e Produtores Culturais de Ponte de Lima, Fernando Hilário e a coordenadora da Biblioteca Municipal, Ana Carneiro.
Entretanto, ultima-se o programa de acolhimento da família Feijó na Suécia, que desejam visitar Ponte de Lima, como nos informaram em Março último. Tratam-se dos descendentes directos, pois são a linha genealógica da esposa de António Feijó, Maria Luiza Carmen Lewin Mercedes (Paris 1878 - Estocolmo 1915), o ramo do filho, António Malcom Sixto Feijó, falecido na ilha de Palma de Maiorca em 1956.
Sara de Faria Lamela, do Jardim de Infância de Pontes - S. Veríssimo, Gabriela Alves Ribeiro e Vitória Ribeiro Pereira, da Escola Básica de Viatodos, Lucas Félix Carvalho do Vale, da Escola Básica e Secundária de Vale do Tamel, Dinis Durão Cepa Castelo, da Escola Básica e Secundária de Vila Cova, e Rodrigo Lima Araújo, da Escola Secundária de Barcelinhos, foram os grandes vencedores nos diferentes graus de ensino – categoria Declamação – da edição 2024 do concurso “Pequenos Grandes Poetas”.
No mesmo concurso, mas na categoria Poema Inédito, os vencedores foram: Alícia Oliveira Moreira, da Escola Básica de Carreira, Mariana Freitas Passos, da Escola Básica de Fragoso, Matilde Martins Barbosa, da Escola Básica e Secundária de Vale D'Este, e Catarina Monteiro Mota Magalhães, da Escola Secundária Alcaides Faria.
O concurso – organizado pelo Município de Barcelos, através da Biblioteca Municipal e da Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares – decorreu em duas sessões distintas e contou com a participação de 78 alunos de todos os agrupamentos de escolas do concelho, nos diferentes graus de ensino, desde a Educação Pré-Escolar ao Ensino Secundário.
O concurso “Pequenos Grandes Poetas” tem como objetivos promover os hábitos de leitura e de escrita, incentivar o gosto pela poesia e pela escrita criativa e estimular a manifestação artística e a criatividade, sendo dirigido a todos os alunos dos agrupamentos de escolas/escolas não agrupadas do concelho de Barcelos.
VENCEDORES “PEQUENOS GRANDES POETAS”
DECLAMAÇÃO
Pré-Escolar
Sara de Faria Lamela, do Jardim de Infância de Pontes - S. Veríssimo, com o poema “Boneco de Neve” (Rita Gonzalez)
1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO
Gabriela Alves Ribeiro e Vitória Ribeiro Pereira, da Escola Básica de Viatodos, com o poema “É urgente o amor” (Eugénio de Andrade)
2.º CICLO DO ENSINO BÁSICO
Lucas Félix Carvalho do Vale, da Escola Básica e Secundária de Vale do Tamel, com o poema “As Mãos” (Manuel Alegre)
3.º CICLO DO ENSINO BÁSICO
Dinis Durão Cepa Castelo, da Escola Básica e Secundária de Vila Cova, com o poema “Cântico Negro” (José Régio)
ENSINO SECUNDÁRIO
Rodrigo Lima Araújo, da Escola Secundária de Barcelinhos, com o poema “Tourada” (José Carlos Ary dos Santos)
POEMAS INÉDITOS
1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO
"Viva a liberdade", de Alícia Oliveira Moreira, da Escola Básica de Carreira, Agrupamento de Escolas Vale D’Este, Viatodos
2.º CICLO DO ENSINO BÁSICO
"Aquela lembrança", de Mariana Freitas Passos, da Escola Básica de Fragoso, Agrupamento de Escolas de Fragoso
3.º CICLO DO ENSINO BÁSICO
"Sou mulher!", de Matilde Martins Barbosa, da Escola Básica e Secundária de Vale D'Este, Agrupamento de Escolas Vale D’Este, Viatodos
ENSINO SECUNDÁRIO
"Liberdade", de Catarina Monteiro Mota Magalhães, da Escola Secundária Alcaides Faria, Agrupamento de Escolas Alcaides Faria