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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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BLOCO DE ESQUERDA REUNIU COM OS PESCADORES DE VILA PRAIA DE ÂNCORA

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No passado dia 30 de abril, a candidatura do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo, reuniu com a Associação de Pescadores Profissionais e Desportivos de Vila Praia de Âncora.

Esta reunião teve dois tópicos principais, a requalificação do porto de mar de Vila Praia de Âncora, reivindicação, com aproximadamente uma década, dos pescadores de Vila Praia de Âncora, e o parque eólico offshore.

Relativamente à requalificação do porto de mar de Vila Praia de Âncora, soube-se no mês passado que foi lançado o procedimento de contratação pública relativo à aquisição do projeto de execução, estudo de impacte ambiental e análise custo benefício da reconfiguração do layout portuário. Adicionalmente, foi também aberto o concurso público, para a dragagem do porto. É de salientar que o referido concurso apresenta um atraso de três meses, uma vez que o Ministério da Agricultura e Pescas previa o seu lançamento para janeiro, com o início das dragagens programado para abril. Para os sucessivos governos, seja do PS ou do PSD/CDS, o porto de mar de Vila Praia de Âncora só é relevante em vésperas de campanha eleitoral. Constatou-se isso memo aquando da apresentação do projeto escolhido no âmbito de um estudo do Instituto Superior Técnico, em dezembro de 2023, quando já sabíamos que o país iria a eleições em março de 2024. Agora a história repete-se, mais um anúncio sobre o porto de mar de Vila Praia de Âncora, em vésperas de eleições legislativas, desta vez feito pelo governo da AD. É importante relembrar, que o Bloco de Esquerda apresentou uma proposta para o Orçamento de Estado de 2025, para a requalificação do porto, que foi rejeitada com votos contra do PSD e CDS e com a abstenção do PS.

No que toca ao parque eólico offshore, foi-nos apresentado um dossiê com contributos e propostas para que os deputados eleitos possam assegurar o respeito pelo território e pelas comunidades que sofrerão os impactos da implementação do parque eólico, de forma que exista uma posição regional coesa.

Outro dos tópicos abordados, foi o da falta de regulamento portuário do porto de mar de Vila Praia de Âncora, questão já colocada ao governo pelo Bloco. Em setembro de 2024, foi-nos respondido que o governo já teria dado orientações à Docapesca para trabalhar no regulamento; em abril de 2025, o porto de mar continua sem regulamento.

Ainda foi possível abordar a falta de manutenção e o estado de degradação do edifício, sem energia e com infiltrações.

Para o Bloco de Esquerda, o Porto de Mar, embora devesse ser uma prioridade para o desenvolvimento regional, tem passado por sucessivas fases de estudos e apresentações de maquetes, sem que se verifique qualquer avanço concreto.

Todo este processo é demonstrativo do esquecimento, falta de interesse e pouco conhecimento das características do Alto Minho, que os sucessivos governos e executivos têm tido em relação à nossa região.

MITIGAÇÃO JÁ! CAMINHA NÃO PODE PAGAR O PREÇO DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA – CRÓNICA DE CARLOS SAMPAIO

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Quatro dias, quatro propostas. Porque o mar não se negocia sem quem dele vive.

1º Dia – Dossiê de Mitigação do Parque Eólico Offshore de Viana do Castelo

"Não basta ser costa. Temos de ser prioridade."

Nos próximos 4 dias, vamos divulgar publicamente as nossas propostas concretas para garantir que a instalação do parque eólico offshore de Viana do Castelo não prejudique o concelho de Caminha nem as comunidades que sempre viveram do mar.

O documento completo está disponível em anexo para leitura integral.

Hoje partilhamos a primeira parte do dossiê, onde explicamos:

Como surgiu este projeto nacional;

Como a nossa associação tem participado desde o início;

E o que propomos desde já para proteger Caminha

  1. Entre o mar e as decisões

Portugal assumiu metas ambiciosas na transição energética. O distrito de Viana do Castelo está na linha da frente com a produção de energia eólica offshore, uma mudança profunda no uso do mar e das zonas costeiras.

O leilão das áreas marítimas foi formalizado a 21 de abril de 2025 (Despacho n.º 4752/2025), após três fases públicas do PAER. A nossa associação esteve presente em todas. Não chegámos agora: participámos nas audições, entregámos propostas, defendemos o território.

Conseguimos impedir que Caminha ficasse cercada entre o parque português e o galego

Garantimos a libertação do pesqueiro da Serra do Norte

Lutámos por um canal de navegação de 4 milhas náuticas

Mas agora é tempo de propor, não só de reagir.

Caminha não pode ser apenas costa — tem de ser prioridade.

  1. Caminha contribuiu e quer soluções concretas

O concelho de Caminha está envolvido na transição energética. Tem comunidades piscatórias, identidade marítima e turismo costeiro. Não pedimos indemnizações: exigimos justiça territorial.

Destacamos duas propostas fundamentais:

A criaçao de um curso técnico especializado em manutenção de torres eólicas marítimas, uma visão estratégica lançado pela nossa associação em articulação com escolas técnico profissionais e empresas, pretende formar jovens do concelho para operar, manter e inovar na área da energia eólica.

Requalificação do Porto de Mar de Vila Praia de Âncora Tem de ser adaptado para servir de base técnica e logística à energia eólica offshore. Não se trata de “remendar” o porto — é uma oportunidade estratégica para Caminha.

Esta é apenas a primeira parte. Amanhã continuamos com as propostas sobre o porto de mar e a visão logística para o concelho.

Consulta o documento completo aqui.

CAMINHA – VILA PRAIA DE ÂNCORA – ESPOSENDE – VIANA DO CASTELO: ESTÁ DE VOLTA A SAFRA DA SARDINHA – NORTADA PROMETE BOA PESCARIA! – FOTOS DE LUÍS EIRAS

No S. João, a sardinha pinga no pão” – diz o povo imbuído na sua sabedoria empírica. Com efeito, é por esta altura que a sardinha é mais gorda, devendo-se tal facto a circunstâncias de ordem climática e geofísica únicas na costa portuguesa que fazem desta espécie um exemplar único em toda a Península Ibérica.

Tradição de origens remotas, a sardinha era tradicionalmente pescada por meio da arte xávega, método que consistia numa forma de pesca por cerco. Deixando uma extremidade em terra, as redes são levadas a bordo de uma embarcação que as vai largando e, uma vez terminada esta tarefa, a outra extremidade é trazida para terra. Então, o saco é puxado a partir da praia, outrora recorrendo ao auxílio de juntas de bois, atualmente por meio de tração do guincho ou de tratores. Entretanto, as modernas embarcações de arrasto vieram a ditar a morte da arte xávega e, simultaneamente, a ameaçar a sobrevivência das próprias espécies piscícolas, colocando em causa o rendimento familiar dos próprios pescadores.

A sardinha constitui um das suas principais fontes de rendimento, representando quase metade do peixe, calculado em peso, que passa nas lotas portuguesas. Matosinhos, Sesimbra e Peniche são os principais portos pesqueiros de sardinha em todo o país.

Quando, no início da Primavera, o vento sopra insistentemente de norte durante vários dias, os pescadores adivinham um verão farto na pesca da sardinha, do carapau, da cavala e outras espécies que são pescadas na costa portuguesa. A razão é simples e explica-se de forma científica: esta época do ano é caracterizada por um sistema de altas pressões sobre o oceano Atlântico, vulgo anticiclone dos Açores, o qual se reflete na observância de elevadas temperaturas atmosféricas, humidade reduzida e céu limpo. Verifica-se então uma acentuada descida das massas de ar que resultam no aumento da pressão atmosférica junto à superfície e a origem de ventos anticiclónicos que circulam no sentido dos ponteiros do relógio em torno do centro de alta pressão, afastando os sistemas depressionários. Em virtude da situação geográfica de Portugal continental relativamente ao anticiclone, estes ventos adquirem uma orientação a partir de norte ou noroeste, habitualmente designado por “nortada”.

Sucede que, por ação do vento norte sobre a superfície do mar e ainda do efeito de rotação da Terra, as massas de água superficiais afastam-se para o largo, levando a que simultaneamente se registe um afloramento de águas de camadas mais profundas, mais frias e ricas em nutrientes que, graças à penetração dos raios solares, permite a realização da fotossíntese pelo fito plâncton que constitui a base da cadeia alimentar no meio marinho. Em resultado deste fenómeno, aumentam os cardumes de sardinha e outras espécies levando a um maior número de capturas. E, claro está, o peixe torna-se mais robusto e apetecível.

O mês de Junho, altura em que outrora se celebrava o solstício de Verão e agora se festejam os chamados "Santos Populares" – Santo António, São João e São Pedro – é, por assim dizer, a altura em que a sardinha é mais apreciada e faz as delícias do povo nas animações de rua. Estendida sobre um naco de pão, a sardinha adquire um paladar mais característico, genuinamente à maneira portuguesa.

Por esta altura, muitos são os estrangeiros que nos visitam e, entre eles, os ingleses que possuem a particularidade de a fazerem acompanhar com batata frita, causando frequente estranheza entre nós. Sucede que, o “fish and chips” ou seja, peixe frito com batatas fritas, atualmente bastante popular na Grã-Bretanha, teve a sua origem na culinária portuguesa, tendo sido levado para a Inglaterra e a Holanda pelos judeus portugueses, dando mais tarde origem à tempura que constitui uma das especialidades gastronómicas mais afamadas do Japão.

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LEILÃO EÓLICO OFFSHORE CAMINHA QUER ESTAR À MESA ONDE SE NEGOCEIA TERRITÓRIO E MAR – CRÓNICA DE CARLOS SAMPAIO

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Com a publicação do Despacho nº. 4752/2025, no passado dia 21 de abril, o Governo deu início ao processo de preparação do leilão para atribuição de áreas marítimas à produção eólica. Estamos a entrar numa nova fase do ordenamento do mar português — e, com ela, numa fase crucial de negociação territorial e marítima, onde importa garantir que os concelhos costeiros não ficam de fora.

Este não é o momento da contestação, mas sim da exigência fundamentada. Não se trata de travar a transição energética — trata-se de garantir que ela respeita o território, garantir que ela respeita o território, valoriza as comunidades e cria oportunidades reais para quem vive e trabalha junto ao mar.

O concelho de Caminha tem uma posição geográfica e estratégica relevante neste processo.

Já vimos reconhecida a importância do pesqueiro da Serra do Norte, libertado do plano inicial, bem como a garantia de um canal de navegação de quatro milhas náuticas. Foram decisões corretas, mas que se limitaram a mitigar impactos — não representaram benefícios concretos.

Neste contexto, Caminha deve agora afirmar as suas exigências no plano territorial e marítimo:

Modernização do Porto de Mar de Vila Praia de Âncora e requalificação urgente do acesso à barra de Caminha.

Compensações financeiras diretas para a pesca profissional e náuticas de recreio, com base na atividade real nas áreas envolvidas;

Apoio à criação de emprego azul, formação especializada e oportunidades para os jovens do concelho;

Programas de valorização da pesca desportiva e do ecoturismo costeiro, aproveitando o potencial da nossa frente atlântica;

Instalação de base de apoio ou logística operacional no concelho, garantindo ligação direta ao novo setor;

Inclusão de Caminha nas receitas, nos investimentos e na estrutura futura da economia azul.

E porque a nossa costa não acaba em Caminha, mas prolonga-se na fronteira atlântica, exigimos que o parque eólico galego respeite as mesmas regras que impusemos em Portugal: uma distância mínima de 4 milhas náuticas da nossa linha de fronteira. Isso significa que, entre ambos os países, deve ser garantido um corredor livre de 8 milhas náuticas para navegação, pesca e biodiversidade.

A CIM Alto Minho tem aqui um papel determinante na coordenação de uma posição regional coesa. Mas cada concelho, em especial os diretamente afetados, deve assumir a sua responsabilidade e colocar as suas propostas em cima da mesa.

Porque não basta sermos costa. Temos de ser prioridade!

PORTO DE MAR DE VILA PRAIA DE ÂNCORA: MAIS UMA FASE NA REABILITAÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS DO NOSSO PORTO – CRÓNICA DE CARLOS SAMPAIO

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Hoje estive envolvido nos preparativos para a recolocação da passarela do pontão flutuante dos pescadores profissionais. Pude sentir, em primeira mão, a complexidade de tudo isto — engenharia, logística e recursos humanos que, muitas vezes, nem nos lembramos que estão por trás destas operações.

Uma grua de 250 toneladas, três camiões e uma equipa de 12 pessoas estiveram no terreno. Amanhã entram em ação os mergulhadores e muitas outras pessoas, todas a contribuir para reconstruirmos as nossas infraestruturas.

O caminho faz-se caminhando. Mais uma vez, deixo um agradecimento à Docapesca - Portos e Lotas, S.A. , pelo empenho, pela presença e pela preocupação constante com o nosso porto e com os nossos pescadores.

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PORTO DE MAR DE VILA PRAIA DE ÂNCORA: A CONQUISTA DA COMUNIDADE! – CRÓNICA DE CARLOS SAMPAIO

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Em meu nome, Carlos Sampaio, e em nome de Vasco Presa, da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora, dos pescadores profissionais e pescadores desportivos embarcados e de toda a comunidade em geral, quero expressar uma enorme gratidão. Está conquista este todos nós! Foramanos de luta, de persistência, de enfrentar marés e ventos, de nunca aceitar um “NÃO” e de lutar contra tudo e contra todos. Hoje colhemos os frutos da nossa determinação coletiva

O Concelho de Caminha, mais precisamente a Freguesia de Vila Praia de Âncora, está em festa! Hoje, celebramos um marco histórico: o Comemorações do Centenário da Elevação de Gontinhães a Vila Praia de Âncora - Centenário de Vila Praia de Âncora. E que melhor forma de comemorar do que com uma grande vitória para toda a comunidade?

A Raça de quem nunca desistiu!

Depois de uma década e meia de luta incansável podemos finalmente afirmar: o novo Porto de Mar de Vila Praia de Âncora está cada vez mais próximo!

Foram centenas de reuniões, quatro governos dissolvidos, diversos ministros e secretários de Estado que passaram, mas a determinação nunca esmoreceu. A nossa força sempre esteve na convicção de que este projeto era essencial para os pescadores profissionais e desportivos embarcados de Vila Praia de Âncora e de todo o concelho de Caminha.

A luta da comunidade: O verdadeiro motor desta conquista!

Esta conquista tem um nome coletivo: a comunidade piscatória de Vila Praia de Âncora. Durante anos, nunca baixámos os braços, mesmo quando tudo parecia estar contra nós. Eu, Carlos Sampaio , juntamente com Vasco Presa, estivemos na linha da frente desta luta, ao lado dos nossos pescadores, movidos pela certeza de que o Porto de Mar tinha de ser requalificado.

Ao longo de todos estes anos, enfrentámos dificuldades, ouvimos promessas e assistimos a avanços e recuos. Mas nunca desistimos, porque sabíamos que estávamos a lutar pelo futuro da nossa comunidade.

Este resultado é fruto da resistência, união e força de vontade de todos nós.

Reconhecimento ao Governo da Aliança Democrática (AD), ao Ministro Manuel Fernandes e à Secretária das Pescas Cláudia Aguiar

Agradecemos, naturalmente, o empenho do Governo da Aliança Democrática (AD), nomeadamente do Ministro José Manuel Fernandes e da Secretária de Estado das Pescas Cláudia Monteiro de Aguiar, que souberam ouvir as nossas reivindicações e reconheceram a urgência da situação.

A publicação do Estudo de Impacto Ambiental e o investimento previsto de 700 mil euros são passos importantes para concretizar este sonho.

O arranque em 2023 e 2024: Apresentação do novo layout e maquete.

Este caminho começou a ganhar força em 2023 com a apresentação do novo layout  do Porto de Mar de Vila Praia de Âncora, um momento crucial que demonstrou a importância desta obra para a comunidade piscatória. Em 2024, a apresentação da maquete da reconfiguração do porto consolidou a visão que todos nós queríamos ver realizada.

Centenário de Vila Praia de Âncora: Uma conquista histórica!

Nesta data simbólica, não podemos deixar de reconhecer que esta vitória reflete a raça e a persistência de uma vila que nunca baixou os braços.

Celebrar os 100 anos de Vila Praia de Âncora com esta conquista é, sem dúvida, um feito que orgulha todos os que lutam diariamente para manter viva a tradição piscatória.

Reconhecimento institucional e comunitário

Quero também deixar um agradecimento ao Caminha Município - Câmara Municipal de Caminha, na pessoa do Presidente Rui Lages , aos vereadores da Câmara Municipal de Caminha, aos deputados da Assembleia Municipal de Caminha, à junta Freguesia de Vila Praia de Âncora, que sempre esteve presente, aos deputados eleitos pelo círculo de Viana do Castelo, e aos partidos com assento parlamentar (PSD, PS, BE, PCP e CHEGA), que compreenderam a importância desta obra para a nossa terra.

Mas, acima de tudo, esta vitória é dos pescadores profissionais e pescadores desportivos embarcados do concelho de Caminha. Vocês foram e continuarão a ser a força motriz deste movimento, a razão pela qual nunca desistimos e sempre acreditámos que a mudança era possível.

Um novo Porto de Mar de todos e para todos!

Este é um porto que simboliza a garra e a resistência dos que nunca aceitaram desistir. Um porto que reflete o espírito de uma comunidade que nunca se rendeu, mesmo nos momentos mais difíceis.

Obrigado a todos os que nunca deixaram de lutar. Esta vitória é nossa, é da comunidade!

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PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMINHA, DR. RUI LAGES, CONGRATULA-SE PELA ABERTURA DO CONCURSO PARA A DRAGAGEM DO PORTO DE MAR DE VILA PRAIA DE ÂNCORA

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Congratulo-me por ver lançado, finalmente, o concurso para a dragagem do Porto de Mar de Vila Praia de Âncora. Como diz o povo “mais vale tarde e a más horas do que nunca”.

A pressão exercida surtiu os devidos efeitos.

Agora, torna-se necessário agilizar todos os procedimentos, encurtar os prazos possíveis, e esperar que hajam concorrentes para executar esta dragagem tão necessária.

Hoje é um dia bom.

Todos juntos, unidos, por uma causa somos sempre mais fortes.

Continuaremos a acompanhar de perto este dossiê e só descansaremos quando virmos a draga a tirar a areia daquele nosso Porto de Mar.

Agradeço ainda à Associação Pescadores Âncora, ao Carlos Sampaio e Vasco Presa, à comunidade local, ao Partido Socialista (Marina Gonçalves e José Maria Costa), ao PSD, à CDU, ao BE e ao CH por terem estado todos empenhados nesta causa.

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PORTOS DE PESCA DO NORTE: DRAGAGENS FINALMENTE A CAMINHO! – CRÓNICA DE CARLOS SAMPAIO

E por lotes grande vitória da comunidade piscatória

Ministério da Agricultura e Pescas, Ministro Manuel José Fernandes e DGRM - Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, obrigado!

Dragagens de Manutenção dos Portos de Pesca do Norte (2025/2027)

Boas notícias para as comunidades piscatórias do Norte de Portugal!

A Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos lançou a empreitada para as dragagens de manutenção dos portos de pesca do Norte no período de 2025 a 2027. Esta intervenção vai abranger vários portos, incluindo o de Vila Praia de Âncora, garantindo melhores condições de segurança e navegabilidade para os nossos pescadores.

Esta é uma medida há muito aguardada por todos os que dependem do mar para viver e que, diariamente, enfrentam dificuldades devido ao assoreamento e falta de manutenção dos portos.

Consulta o aviso oficial e mais informações sobre esta empreitada no link:

https://ted.europa.eu/pt/notice/-/detail/00209650-2025

 

  1. Lote

5.1.

Lote: LOT-0001

Título: Vila Praia Ancora, Castelo do Neiva, Povoa de Varzim, Vila do Conde e Angeiras

Descrição: Vila Praia Ancora, Castelo do Neiva, Povoa de Varzim, Vila do Conde e Angeiras

Identificador interno: Lote 1

5.1.1.

Finalidade

Natureza do contrato: Obras

Classificação principal (cpv): 45252124 Obras de dragagem e bombagem

5.1.3.

Duração estimada

Data de início: 31/03/2025

Data de fim da duração: 30/04/2025

5.1.6.

Informações gerais

Projeto de contratação pública não financiado por fundos da UE

O concurso é abrangido pelo Acordo sobre Contratos Públicos (ACP): não

5.1.9.

Critérios de seleção

Fontes dos critérios de seleção: Documento do concurso

5.1.11.

Documentos do concurso

Endereço dos documentos do concurso: https://www.anogov.pt

5.1.12.

Condições do concurso

Condições de apresentação: 

Apresentação por via eletrónica: Necessário

Endereço para apresentação: https://www.anogov.pt

Línguas em que podem ser apresentadas as propostas ou pedidos de participação: português

Catálogo eletrónico: Não autorizado

Prazo para a receção das propostas: 30/04/2025 23:59:00 (UTC+1)

Prazo até ao qual a proposta tem de permanecer válida: 90 Dias

Condições do contrato: 

A execução do contrato tem de ser efetuada no âmbito de programas de emprego protegido: Não

Faturação eletrónica: Necessário

Serão utilizadas encomendas eletrónicas: não

Será utilizado o pagamento eletrónico: sim

5.1.15.

Técnicas

Acordo-quadro: Inexistência de acordo-quadro

Informações sobre o sistema de aquisição dinâmico: Inexistência de sistema de aquisição dinâmico

Leilão eletrónico: não

5.1.16.

Informações adicionais, mediação e recurso

Instância de recurso: Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos

Informações sobre os prazos de recurso: O legalmente previsto

VILA PRAIA DE ÂNCORA: A IMPORTÂNCIA DA PESCA NAS PALAVRAS DO MINISTRO – CRÓNICA DE CARLOS SAMPAIO

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“Pesca: Identidade, Sustentabilidade, Gastronomia, Turismo, História e Coesão Territorial – Um Futuro com Renovação Geracional” – declarações do Ministro da Agricultura e Pescas, Dr José Manuel Fernandes

Durante a visita a Vila Praia de Âncora, o Ministro da Agricultura e Pesca destacou a importância da pesca como uma atividade que transcende a dimensão económica, reafirmando o seu papel fundamental na preservação da identidade e na coesão das comunidades costeiras.

O ministro sublinhou que “a pesca que aqui se faz é também gastronomia, é turismo, é coesão territorial, é História, é património cultural, é raíz e há muito trabalho a fazer no domínio da pesca. Com as várias vertentes que aqui referi, uma vertente económica que tem, uma vertente de coesão territorial e social, uma vertente de sustentabilidade e nós temos de aproveitar estes nossos recursos. Há um objetivo também que é o da renovação geracional”.

Esta afirmação reflete uma visão ampla e integrada da pesca, não só como um setor produtivo, mas como uma atividade que impulsiona o desenvolvimento económico local e garante a preservação das tradições culturais e sociais. No entanto, o Ministro frisou a urgência de enfrentar um dos maiores desafios do setor: a renovação geracional.

A continuidade da pesca depende da capacidade de atrair jovens para uma atividade que, apesar das suas dificuldades, continua a ser uma marca identitária das comunidades costeiras. Para tal, é necessário criar condições que tornem a profissão digna e atrativa, garantindo que as futuras gerações encontrem na pesca um meio de vida sustentável e integrado nas dinâmicas locais e turísticas.

A aposta na renovação geracional não é apenas uma estratégia de preservação da pesca tradicional, mas uma forma de assegurar que a pesca continue a desempenhar um papel vital na economia e na coesão social destas regiões, perpetuando um legado que é simultaneamente identidade e futuro.

VILA PRAIA DE ÂNCORA: ALGUÉM PODE FICAR INDIFERENTE A ESTA REALIDADE? – CRÓNICA DE CARLOS SAMPAIO

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Hoje, um barco entrou no Porto de Mar de Vila Praia de Âncora... com a barra completamente assoreada. As imagens falam por si! É esta a segurança que merecemos? É assim que se valoriza uma comunidade que vive do mar?

- Alguém pode ficar indiferente a esta comunidade?

- Alguém pode ver estas ilagens e não sentir que é preciso fazer mais?

- Alguém não tem a consciência de que o Porto de Mar de Vila Praia de Âncora está a morrer?

Nós, pescadores, já não conseguimos mais! Lutamos todos os dias contra as ondas, contra o vento... e agora também contra a falta de condições no nosso porto. Precisamos de ajuda, precisamos de soluções!

- Não nos abandonem! O Porto de Mar de Vila Praia de Âncora merece mais!

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VILA PRAIA DE ÂNCORA: COMPROMISSO! – CRÓNICA DE CARLOS SAMPAIO

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Palavra bonita. Mas… cumpre-se?

Prometer é assumir responsabilidade. É dar continuidade. É respeitar as populações e a palavra dada.

Maio de 2021. O então Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, anunciou e concretizou o estudo de requalificação do Porto de Mar de Vila Praia de Âncora. Um passo importante, há muito aguardado, que permitiu sonhar com um futuro mais digno para a nossa comunidade piscatória.

Dezembro de 2024. O atual Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes assumiu publicamente o compromisso de que os três estudos em falta: impacto ambiental, análise custo-benefício e projeto de engenharia iriam avançar e tornar-se uma realidade.

Dois Governos e dois Ministros, com cores políticas diferentes, partilharam o mesmo propósito: a requalificação do nosso Porto de Mar. Esse consenso deve ser valorizado — e, sobretudo, concretizado.

Estamos convictos de que os compromissos públicos não são meros anúncios – são obrigações.

A República deve ser respeitada.

E as palavras ditas em seu nome devem ser honrada

Com a serenidade de quem acompanha este processo há muitos anos.

E com a firmeza de quem não esquece.

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PRIMEIRO MINISTRO DECLINA AUDIÊNCIA À CÂMARA MUNICIPAL DE CAMINHA – AFIRMA RUI LAGES

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Em causa está um pedido de audiência que tive oportunidade de fazer ao Senhor Primeiro Ministro para que nos ouvisse quanto ha necessidade emergente da dragagem do Porto de Mar de Vila Praia de Âncora.

Aquando da minha reunião com a Associação Pescadores Âncora ficou combinado que iria solicitar esta audiência, a mesma foi declinada tendo sido informado que o assunto tinha transitado para a Secretaria de Estado das Pescas.

Este é um assunto que já por diversas vezes havia sido abordado com a Senhora Secretária de Estado sem resultados, por isso mesmo é que pedimos a intervenção do Primeiro Ministro.

Está em causa a segurança portuária, de navegação e de utilização do nosso porto de Mar.

Se alguma fatalidade existir haverá responsabilidades políticas a assacar, disso não tenho dúvida alguma.

Não ficaremos silenciados! De todo!

UM PASSO EM FRENTE PARA O PORTO DE MAR DE VILA PRAIA DE ÂNCORA – CRÓNICA DE CARLOS SAMPAIO

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A Docapesca - Portos e Lotas, S.A. deu um passo importante para melhorar as condições de trabalho dos pescadores de Vila Praia de Âncora, com a instalação da grua para descarga de pescado no molhe fixo do pontão do Porto de Mar. Em nome da comunidade piscatória local, endereçamos um agradecimento ao Presidente do Conselho de Administração da Docapesca, Eng Faia, e ao Diretor da Docapesca Norte, Arq Nuno Coelho, pelo empenho e compromisso com este investimento essencial para a operacionalidade do porto.

Nem sempre as diferenças de perspetiva são um obstáculo – pelo contrário, quando há diálogo persistente, respeito institucional e compromisso entre todas as partes envolvidas, é possível alcançar soluções que beneficiam toda a comunidade. As associações, as comunidades e as instituições públicas desempenham papéis complementares, e quando há pressão cívica bem dirigida, diálogo responsável e abertura para a construção de consensos, os avanços acontecem.

Mas o caminho ainda é longo. Há ainda muito por fazer para garantir que o Porto de Mar de Vila Praia de Âncora se torne uma infraestrutura moderna, segura e funcional para todos aqueles que dele dependem. Acreditamos nas instituições e na sua capacidade de responder aos desafios, e sabemos que a força da nossa comunidade e das nossas associações continuará a ser determinante para concretizar as mudanças necessárias.

No próximo dia 31 de março, terá início a requalificação do pontão flutuante destinado aos pescadores profissionais do porto. Mais uma etapa importante para a valorização desta infraestrutura, que precisa de ser encarada como um pilar fundamental para a sustentabilidade da pesca e do tecido económico e social de Vila Praia de Âncora.

Que este seja mais um passo num caminho de evolução, responsabilidade e compromisso entre as comunidades piscatórias, as entidades públicas e os decisores políticos. Só assim podemos garantir um futuro mais forte para a pesca e para aqueles que, todos os dias, fazem do mar a sua vida.

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VILA PRAIA DE ÂNCORA: DECLARAÇÕES DE VALDEMAR ATRÍCIO AO JORNAL DE VIANA EM 20 DE JUNHO DE 1996 – CRÓNICA DE CARLOS SAMPAIO

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“Interrogado pelo repórter sobre o porquê de tão grande emprenhamento na resolução deste assunto, Valdevar Patrício confessou-nos que depois de ter assistido, há já alguns anos, a uma cena trágica em que pescadores ancorenses se debateram entre a vida e a morte, sob o olhar imponente e angustiado dos seus familiares e amigos, ao entrar no Portinho, num dia de maior intempérie, prometeu a si mesmo tudo fazer para sensibilizar a Administração Central no sentido de criar condições mínimas de segurança aos pescadores de Vila Praia de Âncora”.

Palavras que arrepiam. Que nos obrigam a olhar de frente para o passado… e para o presente.

Quase 30 anos depois, o cenário que inspirou esta promessa continua por resolver.

A barra do Portinho permanece um espreito de morte. O Portinho, sem resguardo digno, arrisca-se a continuar a ser um poço de morte para quem ousa desafiar o mar para garantir o sustento das suas famílias.

Não podemos aceitar este abandono como destino.

Hoje, mais do que nunca, precisamos empenho, da mesma coragem e da mesma promessa que Valdemar Patrício fez naquele dia: tudo fazer para que os nossos pescadores tenham condições mínimas de segurança.

É altura de nos unirmos.

É altura de dizermos basta.

Não deixemos que a história se repita com mais luto, mais dor e mais promessas falhadas.

COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA REGIÃO DE COIMBRA RECOMENDA INTERDIÇÃO DE “PESCA” DE LAMPREIA A NÍVEL NACIONAL

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…mas desconhecem que a lampreia não é peixe mas ciclóstomo e não é pescada mas capturada. Melhor faria se não metesse o nariz naquilo que não lhes diz respeito nem cabe no rio Mondego!

“A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC) aprovou hoje uma posição em que recomenda a interdição da pesca de lampreia a nível nacional e uma intensificação da fiscalização, face à escassez deste peixe nos rios portugueses.

A posição foi discutida e aprovada por unanimidade hoje em conselho intermunicipal da Região de Coimbra, que decorreu na Câmara de Montemor-o-Velho.

No entanto, a proposta inicial que ia a discussão defendia apenas a interdição de pesca de lampreia no Médio Mondego, para garantir que o projeto apresentado recentemente de criação de santuários de lampreia a montante da ponte-açude, em Coimbra, pudesse ser feito com segurança, já que é nessa zona que ocorre a reprodução de lampreias e onde estas ficam em modo larvar durante alguns anos, antes de descerem o rio.

A proposta inicial defendia a proibição de captura de lampreias a partir de 24 de março no Médio Mondego, por forma a garantir o sucesso desse mesmo projeto.

Além dessa proposta, foi acrescentada uma recomendação para a proibição de pesca da lampreia a nível nacional, após discussão no conselho intermunicipal.

O presidente da Câmara de Penacova, Álvaro Coimbra, defendeu que a CIMRC deveria ser mais ambiciosa e não interditar apenas a pesca no Médio Mondego, mas em todo o rio.

“Em 2018, passaram na ponte-açude 10 a 15 mil [lampreias], em 2024 menos de duas mil. O grande contingente existe a jusante [da ponte-açude]”, notou o autarca, defendendo que a restrição não deveria ser apenas na zona do Médio Mondego mas estender-se para a principal zona de pesca, situada na Figueira da Foz e em Montemor-o-Velho.

Para o presidente da Câmara de Penacova, concelho onde a confeção da lampreia é uma tradição, a CIMRC deveria defender outras medidas, correndo-se o risco “de um dia destes não haver lampreia, que é um ativo importante para a economia e para os festivais”.

O presidente da CIMRC, que também preside à Câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, disse que é “favorável, incondicionalmente, à interdição”.

O autarca de Montemor-o-Velho, onde a confeção da lampreia também tem tradição, considerou que a decisão de interdição deveria ser “alargada a todos” os rios portugueses, para “não atingir apenas os pescadores” deste território.

Ao mesmo tempo, defendeu uma “intensificação da fiscalização”.

“Não podemos continuar a discutir o assunto sem tomarmos medidas concretas. O ciclo de vida da lampreia é de vários anos e, se deixarmos a coisa a marinar, corremos o risco de um dia destes não haver lampreia”, reforçou Álvaro Coimbra.

Nesse sentido, a proposta da CIMRC junto do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) aprovada hoje foi de interdição da pesca no Médio Mondego e recomendação da proibição da sua captura em todos os rios, a nível nacional.”

Fonte: Greensavers