Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

VIANA DO CASTELO: HENRIQUE PEREIRA CONQUISTA TÍTULO NACIONAL DE XADREZ

Capturar (1).JPG

O Mestre Nacional (MN) de Xadrez, atualmente jogador da Associação Desportiva e Cultural de Perre, festejou em São Pedro do Sul a conquista do título nacional de veteranos de partidas semi-rápidas, na categoria S65.

Os campeonatos nacionais de veteranos de partidas rápidas e semi-rápidas, disputaram-se em São Pedro do Sul, nos dias 9 e 10 de junho respetivamente, e foram organizados pela Federação Portuguesa de Xadrez.  

No primeiro daqueles torneios, o MN Henrique Pereira já mostrara ao que vinha ao terminar no top10 nacional, quatro posições acima do seu ranking inicial e apenas a um empate do último lugar do pódio.

Moralizado por aquele resultado, no torneio de partidas semi-rápidas o xadrezista vianense teve uma entrada fulgurante derrotando Manuel Frias (Clube Elvense de Natação), o CM italiano Andrea Gori (Oficina Criativa de Pombal-JRSF), João Maduro (Clube de Xadrez de Montemor-o-Velho) e Amílcar Miranda (Clube EDP Lisboa) nas quatro primeiras rondas. Esses resultados deixaram-no a um empate do título e dependendo apenas de si no confronto com José Prezado (Grupo de Xadrez do Porto), seu concorrente direto na luta pelo título.

Nesta última e decisiva ronda beneficiava de meio ponto de vantagem sobre o segundo classificado. O MN Henrique Pereira empatou a sua partida na primeira mesa do torneio, resultado que se verificou também na segunda mesa entre outros dois candidatos, e assegurou o título de campeão nacional de veteranos S65, sem precisar sequer de recorrer a critérios de desempate. Um feito notável para quem era apenas sétimo do ranking inicial.

Depois de uma pausa prolongada das lides xadrezisticas, Henrique Pereira regressou aos tabuleiros com as cores do emblema perrense no qual tem sido um elemento basilar na excelente performance do clube, que esta época terminou o campeonato nacional da terceira divisão na quarta posição do torneio. Já com o foco em novos objetivos, o MN Henrique Pereira afirmou que este triunfo individual lhe “dá animo para outras conquistas” e descreveu este regresso à ribalta do xadrez nacional como “um sentimento difícil de traduzir em palavras, mas que o transporta aos tempos áureos de há 30 anos atrás”.

1000005055.jpg

VIANENSE JOÃO ROCHA CANDIDATA-SE À CÂMARA MUNICIPAL DE SERPA

jrocha.jpg

O antigo autarca comunista João Rocha, natural de Perre, Viana do Castelo, vai ser o cabeça de lista de um movimento independente à Câmara Municipal de Serpa, no distrito de Beja, autarquia a que presidiu durante mais de 30 anos.

João Manuel Rocha da Silva nasceu em Perre, Viana do Castelo, no dia 6 de Novembro de 1950. É engenheiro mecânico e professor efetivo na Escola secundária de Serpa.

Em 1979 foi eleito Presidente da Câmara Municipal de Serpa, e sucessivamente reeleito, nas listas da CDU. Veio mais tarde a ser eleito presidente da Câmara Municipal de Beja.

João Rocha é reconhecido por ter instaurado as infraestruturas básicas que lançaram Serpa no desenvolvimento. Uma das suas grandes apostas é a dinamização cultural. Em 2007 Serpa foi um dos cinco municípios portugueses a participar no Primeiro Encontro da Rede internacional de Municípios pela Cultura, realizado no Brasil.

Foi Presidente do Conselho de Administração da Associação de Municípios do Distrito de Beja, do CCRA (Comissão de Coordenação da Região Alentejo), do MARD/Movimento Alentejo pela Regionalização, Vogal do Conselho Directivo do CEFA (Fundação para os Estudos e Formação Autárquica), membro do Conselho Directivo da ANMP (Associação Nacional de Municípios Portugueses), Presidente da Assembleia Geral da EDAB/ Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja, do Movimento BAAL 21 (em defesa do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral) e da enREDE – Rede Internacional de Municípios pela Cultura. É sócio fundador da Confraria do Cante Alentejano.

Fonte: http://www.esmonserrate.org/

FOLCLORE: “CONTRADANÇA” OU COUNTRY DANCE – A DANÇA QUE VEIO ATÉ NÓS COM AS INVASÕES FRANCESAS E OS ALIADOS INGLESES

22086974_gAtLw.jpeg

O Grupo de Danças e Cantares de Perre inaugurou em 2021, por ocasião das comemorações do seu 36º aniversário, um monumento alusivo à "contradança", da autoria do pintor Mário Rocha.

Uma das danças que se tornou característica em Portugal e é interpretada por numerosos grupos folclóricos é aquela que se designa por contradança. Esta dança é interpretada nomeadamente pelo Grupo de Danças e Cantares de Perre, de Viana do Castelo. Trata-se de uma dança ou, para falar com mais propriedade uma mistura de várias danças com melodias diversas, obedecendo os seus executantes à voz de um mandador, qual "baile mandado" que de algum modo nos faz lembrar a tradicional dança algarvia com aquele nome. Tendo dado origem às quadrilhas, foi a contradança uma dança muito apreciada nos bailes que se organizavam nos finais do século passado, nomeadamente no Palácio das Laranjeiras, no dos Condes de Farrobo e até na corte então instalada no Palácio da Ajuda. É que, à semelhança do que sucedeu com o folclore austríaco que viu as suas valsas invadirem os salões aristocráticos, também a contradança acabaria por animar os bailes da corte e da nobreza europeias e inclusive inspirar grandes compositores como Mozart e Wagner.

Em Malaqueijo, no concelho de Rio Maior é uma das localidades portugueses onde tal costume se encontra mais arreigado, sobretudo pelo modo como toda a comunidade revive esta tradição desde há muitas décadas, sempre por ocasião dos festejos em honra do seu padroeiro, dançando colectivamente a contradança nas ruas da terra. Dizem as suas gentes que aquela dança entrou nos costumes locais desde que um mancebo da terra que o serviço militar o levou para a combater em França por ocasião da primeira guerra mundial, trouxe para a sua terra a tradicional moda francesa que rapidamente foi adoptada pelo povo de Malaqueijo.

Na realidade e sem pretender contestar à influência que nalguns casos poderão ter exercido os soldados portugueses que regressaram de França e das trincheiras da Flandres, integrados no Corpo Expedicionário Português, tudo leva a crer que a contradança aparece no nosso país por altura das invasões francesas e ainda, muito provavelmente, em virtude dos numerosos portugueses que ingressaram as tropas napoleónicas. De acordo com a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, a "contradança" era originariamente um música popular inglesa cuja designação "country dance" que quer dizer "dança nacional" veio por corrupção a ser denominada "contredanse" desde que, no século XVII foi introduzida em França, e finalmente contradança com o seu aportuguesamento. Assim sendo, a própria designação contradança não constitui mais do que um equívoco resultante de uma deficiente tradução.

Em todo o caso é inquestionável a influência francesa nas origens da contradança no nosso folclore, como aliás atestam algumas expressões empregues pelo mandador aquando da sua execução. Contudo, não é de excluir por completo alguma influência que de igual forma poderão ter exercido os militares ingleses que então combateram ao lado dos portugueses o invasor napoleónico e por cá permaneceram enquanto a corte de D. João VI esteve exilada no Brasil. É que, afinal de contas, era aos nossos "amigos de Peniche" que originariamente pertencia a "country dance" e que com toda a certeza a executavam com maior requinte e perfeição.