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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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MAIS DE 8 MIL SÉNIORES FAMALICENSES CONVIVEM EM FÁTIMA

Mais de oito mil seniores famalicenses rumam esta semana a Fátima, para o tradicional Passeio Sénior concelhio promovido pela Câmara Municipal.

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O encontro volta a dividir-se por três dias, realizando-se entre os dias 6 e 8 de setembro.

Esta quarta-feira, dia 6, rumam a Fátima os seniores de Bairro, Delães, Fradelos, Landim, Lousado, Ribeirão, UF Avidos e Lagoa, UF Carreira e Bente, UF Esmeriz e Cabeçudos, UF Ruivães e Novais, UF de Seide e Vilarinho das Cambas.   

Quinta-feira, dia 7, é a vez de Castelões, Cruz, Joane, Mogege, Oliveira Santa Maria, Pedome, Pousada de Saramagos, Requião, Riba de Ave, UF Telhado, Vale São Cosme e Portela, Vale São Martim e Vermoim.

Por último, no dia 8, sexta-feira, é a vez de Brufe, Gavião, Louro, Nine, UF Antas e Abade Vermoim, UF Arnoso e Sezures, UF Gondifelos, Cavalões e Outiz, UF Lemenhe, Mouquim e Jesufrei, Oliveira São Mateus e UF Famalicão e Calendário.

Refira-se que o Passeio Sénior a Fátima é um dos maiores convívios seniores realizados no país. Participam neste encontro cidadãos com 65 ou mais anos e os reformados a partir dos 60 anos. Esta é uma iniciativa com uma longa tradição em Vila Nova de Famalicão que se traduz numa grande jornada de convívio entre a comunidade sénior do concelho. O passeio não tem qualquer custo para os seniores e é organizado pela divisão de Ação Social da Câmara Municipal, em estreita articulação com todas as Juntas de Freguesia do concelho.

ESCRITOR ALFREDO SOUSA TOMÁZ PUBLICA OBRA DE FICÇÃO

Em breve sairá da gráfica um novo livro da autoria do escritor Alfredo de Sousa Tomaz deu o título de “A Encantadora de Patos – No tempo em que os patinhos falavam”.

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Trata-se de uma obra de ficção cujo tema gira em torno de um grupo de patos do Rio Lima e de uma humana que tem a extraordinária faculdade de “falar” com eles.

Estabelece-se entre a humana (Maria do Encanto) e os patos do rio – principalmente a matriarca “Chiquinha” – uma sobrenatural empatia de que resultam interessantes diálogos à volta das questões ambientais e não só.

O livro sairá ilustrado com várias imagens a cores e o seu custo (sem portes de correio) será de 10,00 €.

Como optoui por edição de autor, o livro não vai estar à venda em livrarias pelo que, caso os leitores estejam interessados. Podem enviar mensagem em seu nome com o nome e contacto para o escritor elaborar uma lista de interessados, através do email: astom@sapo.pt ou https://www.facebook.com/alfredo.tomas.547/about

Alfredo Tomaz nasceu na Cova da Iria, Fátima, concelho de Vila Nova de Ourém, a 29 de Julho de 1942. Sexto filho de uma família numero a e modesta, seu pai, para dar melhores condições de vida aos seus, partiu para Angola no início da década de 50 com os seus irmãos mais velhos, tendo-se-lhes juntado pouco depois o resto da família. Em Outubro de 1961 regressou a Portugal para cumprir o serviço militar na Força Aérea, onde permaneceu até Janeiro de 1965. Pouco depois de regressar a Luanda conheceu Maria de Fátima, com quem veio a casar em Dezembro de 1967. Dessa união nasceram dois filhos.

Em Luanda a sua atividade profissional esteve quase sempre ligada às viagens e turismo, tendo trabalhado na Companhia Nacional de Navegação e numa agência de viagens.

Em 1976, depois de um quarto de século de aventuras, venturas e desventuras, o autor regressou definitivamente a Portugal com a família, tendo-se fixado em Matosinhos, onde exerceu a sua atividade comercial até 2007. Atingida a idade da reforma, foi viver com a esposa para Ponte da Barca, Alto Minho, onde permanecem até hoje, assumindo orgulhosamente a condição de “minhotos adotivos”.

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NOSSA SENHORA FEZ A SUA APARIÇÃO EM PONTE DA BARCA DOIS DIAS ANTES DE APARECER AOS PASTORINHOS NA COVA DA IRIA

O QUE ACONTECEU NO BARRAL A 10 E 11 DE MAIO DE 1917

O protagonista do caso foi um pobre pastorinho, de nome SEVERINO ALVES, de dez anos de idade, filho de uma pobre e virtuosa viúva, e irmão de mais outros seis, todos eles muito tementes a Deus.

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No dia 10 de maio de 1917, deviam ser oito horas da manhã, ia esse rapazinho a caminho do monte rezando o terço, como costumava fazer, quando numa ramada próxima da Ermida de Santa Marinha, sentiu um relâmpago que o impressionou.

Dá mais alguns passos, atravessa um portelo e defronta uma Senhora, sentada, com as mãos postas, tendo o dedo maior da mão direita destacado, em determinada direção. O seu rosto era lindo como nenhum outro, toda Ela cheia de luz e esplendor, de maneira a confundir vista, cobrindo-lhe a cabeça um manto azul e o resto do corpo um vestido branco.

Logo que o pequeno vidente a viu, caiu para o lado surpreendido com tal acontecimento.

Readquirindo ânimo, levantou-se, e exclamou: “Jesus Cristo!”. Nesse mesmo instante desapareceu a Visão.

O pároco da localidade, que não parecia ser um espírito que facilmente se dominava por factos, que não parecessem credíveis, ouviu com atenção o rapazinho, não só atendendo á fama de bem comportado, que gozava na localidade, mas atendendo à sinceridade e à precisão com que relatou tudo o que viu. O pároco aconselhou-o, finalmente, a que voltasse ao lugar da Aparição e pedisse a essa Visão que o informasse quem era.

No dia seguinte ao da primeira Aparição, dia 11 de maio de 1917, uma sexta-feira, deviam ser também oito horas da manhã, pois ia soltar as ovelhas e os carneiros a fim de os levar para o monte, sem que sentisse relâmpago algum, quando atravessava o portelo, deparou-se com a mesma Senhora, que estava sentada no mesmo sítio do dia anterior.

Nesse dia, 11 de maio de 1917, o rosto da Aparição desprendia-se em sorrisos. Quando a viu, o pastorinho caiu de joelhos e disse um pouco surpreendido (para não dizer assustado) o que o pároco lhe havia aconselhado: “Quem não falou ontem, que fale hoje”.

Então a Aparição com uma voz que era um misto de rir e cantar, diferente do falar de todos os mortais que tem visto, tranquilizou-o, dizendo-lhe: “Não te assustes, sou Eu, menino”. E acrescentou: “Diz aos pastores do monte que rezem sempre o terço, que os homens e mulheres cantem a ESTRELA DO CÉU, e se apeguem comigo, que hei-de acudir ao mundo e aplacar a guerra”.

Depois de dizer o que fica escrito, sem que a criança tivesse mais tempo que responder a tudo: “Sim, Senhora”, a Visão, olhando para uma ramada, acrescentou: “Que gomos tão lindos, que cachos tão bonitos!”

Mal o rapazinho tinha olhado para a ramada, voltando a cabeça, já a Visão tinha desaparecido. O privilegiado Vidente foi imediatamente avisar do acontecido as mães dos filhos da localidade que estavam no exército. A comoção do pequeno teria sido tamanha que depois destes factos, nunca mais quis voltar sozinho ao sítio da Aparição.

Às perguntas feitas, o rapazinho respondia sempre da mesma maneira: “Se quiserem acreditar, que acreditem, se não quiserem que não acreditem”, e acrescentava: “Eu fiz a minha obrigação, avisando como me mandaram”.

Local da Aparição de Nossa Senhora da Paz.

Texto e fotos: Maria Vilas Boas / https://www.facebook.com/aparicoes.barral/

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RESTOS MORTAIS DO MARQUÊS DE VALENÇA REPOUSAM EM OURÉM

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Na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Misericórdias é possível visitar a Cripta de D. Afonso, IV conde de Ourém e Marquês de Valença, construída no século XV. No centro, encontra-se o túmulo de D. Afonso, falecido em 1460, erigido em pedra de Ançã, com jacente. A figura ostenta uma túnica comprida pregueada. O seu rosto é considerado um dos melhores esculpidos, em todo o território nacional, antes do período renascentista. É um exemplar único dentro da arquitetura gótica, contendo uma forte influência militar.

Fonte: Câmara Municipal de Ourém

GASPAR MOREIRA: UM ARCUENSE EM TERRAS DE OURÉM

Conta a lenda que “No dia 4 de Agosto de 1578, ficou prisioneiro dos mouros, Gaspar Moreira, Moço de Câmara de El-Rei Dom Sebastião, Filho de Pedro Alves Bandeira, 4º Neto do Grande Gonçalo Pires Bandeira, era natural de Arcos de Valdevez, Nossa Senhora da Natividade, que se venera nesta Igreja, livrou-o da prisão e cativeiro”. Esta descrição consta num painel de azulejos existente na escadaria que dá acesso à Igreja Paroquial de Rio de Couros, no Concelho de Ourém, reproduzindo uma antiga gravura que outrora existiu na sacristia da antiga igreja que entretanto foi demolida, dela atualmente não restando mais do que a torre sineira.

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A LENDA DE RIO DE COUROS

A secção “Lendas de Portugal” que o Jornal “O Século” publicou em 25 de dezembro de 1970 narra-nos o seguinte:

“Porque, antigamente, abundavam, abundavam ali os curtumes, a terra passou a denominar-se Rio de Couros. Ao que se afirma, lá deve ter existido uma cidade ou grande povoação cujo nome se ignora, sendo também, de anotar que houve, nessa terra, uma capela consagrada a Nossa Senhora de Rio de Couros, ou Radecouros, como noutros tempos se dizia, e que, por fim, mudou para o título de Nossa Senhora da Piedade. Em escavações várias, feitas nas próximidades da igreja, foram encontrados não somente ossos de homens de grande estatura, crânios ainda com dentes, cipós, ou seja colunas próprias para a afixação de instruções de interesse público ou decisões do Senado romano, alicerces, pedaços de telha, tudo denotando grande antiguidade.

A fama do santuário da bonita e pitoresca localidade chegava longe, muita gente admirando o fervor religioso da população, de velhos e novos.

Em Rio de Couros passou a viver um dia, um homem, natural de Arcos de Valdevez, chamado Gaspar Moreira, que foi moço de câmara do rei D. Sebastião. Estava na corte de Lisboa quando o “Desejado” se encaminhou para África e travou com os mouros a célebre batalha de Alcácer Quibir, infausto combate ocorrido em 4 de Agosto de 1578, e no qual, entre outros portugueses e bons cristãos, intervieram, não só aquele monarca, como Gaspar Moreira, que ali ficou prisioneiro. A sua presença irritava constantemente os agarenos, que alimentavam o desejo de lhe dar morte violenta. Poucos cativos, como é da história, foram resgatados, e outros ali morreram em consequência de ferimentos que tiveram no duro combate, e, depois, cheios de fome ou maltratados. Os carcereiros mouros revelavam com as atitudes tomadas contra eles o seu rancor à Pátria lusitana.

Gaspar Moreira era tratado de maneira diferente pois estava preso à parte e às ordens de um oficial da moirama. Beneficiava de certo conforto na masmorra e de boa alimentação.

Numa noite luarenta, quando meditava sobre a sua vida, viu o tal oficial andar passeando perto dos muros da prisão. Na mão direita levava uma espada, e, com a esquerda, segurava uma forte corrente de ferro, a que prendia um grande e domado leão.

O lusitano, continuando junto das grades, ouviu, estupefacto e atemorizado, ele falar com a fera, dizendo que não tardaria muito que não lhe proporcionasse um farto banquete, pois o cristão estava engordando e ía atirar com ele para a sua boca para que o devorasse. Queria vingar-se dos portugueses, que tendo expulso os mouros das Espanhas, ali em Marrocos, os tinham, depois, atacado, mas sido vencidos por graça de Alá. Ante tal facto, atemorizado pela ideia de que o leão o mataria, recordou-se das suas romagens ao Santuário de Nossa Senhora de Rio de Couros, lembrando-se também da Batalha de Alcácer Quibir, dos seus companheiros de armas e de D. Sebastião, que ali tinha perdido a vida. No dia seguinte, viu entrar na prisão o oficial mouro que levava um pensamento: verificar se, com efeito, ele estava em condições de satisfazer o seu inclemente intento. Então, o agareno perguntou-lhe se desejava ficar liberto, ao que logo respondeu, afirmativamente. Nova atitude do oficial o deixou perturbadíssimo, pelo que fez uma prece a Nossa Senhora da Natividade para que, milagrosamente, o livrasse do cativeiro e o conduzisse para Portugal.

De repente, uma luz raiou na prisão, aparecendo-lhe a Virgem Maria com o Menino Jesus nos braços, fazendo-lhe sinal para que a seguisse. Então, as portas do cárcere abriram-se e ele acompanhou a sua libertadora, que, momentos após, desapareceu. De joelhos, tendo reconquistado a liberdade, agradeceu-a ao Céu e à Senhora da Natividade. Logrou, depois, regressar a Portugal, nessa altura já sob dominação castelhana, logo se dirigindo à ermida de Nossa Senhora de Rio de Couros para se lhe mostrar grato pelo seu milagre. Mais algum tempo passou e, quando sentiu a morte aproximar-se, rogou que o seu corpo – e assim se fez – fosse metido num caixão de pedra e sepultado junto da capela. Isso fortificou, justificadamente, a fé que já se tinha na miraculosa Senhora”.

A imagem mostra a igreja de Rio de Couros, em 1961, pouco tempo antes de ser demolida. Foto restaurada em Foto Vítor, de Caxarias, a partir de original cedido por Joaquim Gaspar, de Sandoeira, a quem agradeço a sua amabilidade.

A LENDA DE RIO DE COUROS

A secção “Lendas de Portugal” que o Jornal “O Século” publicou em 25 de dezembro de 1970 narra-nos o seguinte:

“Porque, antigamente, abundavam, abundavam ali os curtumes, a terra passou a denominar-se Rio de Couros. Ao que se afirma, lá deve ter existido uma cidade ou grande povoação cujo nome se ignora, sendo também, de anotar que houve, nessa terra, uma capela consagrada a Nossa Senhora de Rio de Couros, ou Radecouros, como noutros tempos se dizia, e que, por fim, mudou para o título de Nossa Senhora da Piedade. Em escavações várias, feitas nas próximidades da igreja, foram encontrados não somente ossos de homens de grande estatura, crânios ainda com dentes, cipós, ou seja colunas próprias para a afixação de instruções de interesse público ou decisões do Senado romano, alicerces, pedaços de telha, tudo denotando grande antiguidade.

A fama do santuário da bonita e pitoresca localidade chegava longe, muita gente admirando o fervor religioso da população, de velhos e novos.

Em Rio de Couros passou a viver um dia, um homem, natural de Arcos de Valdevez, chamado Gaspar Moreira, que foi moço de câmara do rei D. Sebastião. Estava na corte de Lisboa quando o “Desejado” se encaminhou para África e travou com os mouros a célebre batalha de Alcácer Quibir, infausto combate ocorrido em 4 de Agosto de 1578, e no qual, entre outros portugueses e bons cristãos, intervieram, não só aquele monarca, como Gaspar Moreira, que ali ficou prisioneiro. A sua presença irritava constantemente os agarenos, que alimentavam o desejo de lhe dar morte violenta. Poucos cativos, como é da história, foram resgatados, e outros ali morreram em consequência de ferimentos que tiveram no duro combate, e, depois, cheios de fome ou maltratados. Os carcereiros mouros revelavam com as atitudes tomadas contra eles o seu rancor à Pátria lusitana.

Gaspar Moreira era tratado de maneira diferente pois estava preso à parte e às ordens de um oficial da moirama. Beneficiava de certo conforto na masmorra e de boa alimentação.

Numa noite luarenta, quando meditava sobre a sua vida, viu o tal oficial andar passeando perto dos muros da prisão. Na mão direita levava uma espada, e, com a esquerda, segurava uma forte corrente de ferro, a que prendia um grande e domado leão.

O lusitano, continuando junto das grades, ouviu, estupefacto e atemorizado, ele falar com a fera, dizendo que não tardaria muito que não lhe proporcionasse um farto banquete, pois o cristão estava engordando e ía atirar com ele para a sua boca para que o devorasse. Queria vingar-se dos portugueses, que tendo expulso os mouros das Espanhas, ali em Marrocos, os tinham, depois, atacado, mas sido vencidos por graça de Alá. Ante tal facto, atemorizado pela ideia de que o leão o mataria, recordou-se das suas romagens ao Santuário de Nossa Senhora de Rio de Couros, lembrando-se também da Batalha de Alcácer Quibir, dos seus companheiros de armas e de D. Sebastião, que ali tinha perdido a vida. No dia seguinte, viu entrar na prisão o oficial mouro que levava um pensamento: verificar se, com efeito, ele estava em condições de satisfazer o seu inclemente intento. Então, o agareno perguntou-lhe se desejava ficar liberto, ao que logo respondeu, afirmativamente. Nova atitude do oficial o deixou perturbadíssimo, pelo que fez uma prece a Nossa Senhora da Natividade para que, milagrosamente, o livrasse do cativeiro e o conduzisse para Portugal.

De repente, uma luz raiou na prisão, aparecendo-lhe a Virgem Maria com o Menino Jesus nos braços, fazendo-lhe sinal para que a seguisse. Então, as portas do cárcere abriram-se e ele acompanhou a sua libertadora, que, momentos após, desapareceu. De joelhos, tendo reconquistado a liberdade, agradeceu-a ao Céu e à Senhora da Natividade. Logrou, depois, regressar a Portugal, nessa altura já sob dominação castelhana, logo se dirigindo à ermida de Nossa Senhora de Rio de Couros para se lhe mostrar grato pelo seu milagre. Mais algum tempo passou e, quando sentiu a morte aproximar-se, rogou que o seu corpo – e assim se fez – fosse metido num caixão de pedra e sepultado junto da capela. Isso fortificou, justificadamente, a fé que já se tinha na miraculosa Senhora”.

ONDE SE SITUA RIO DE COUROS?

A Freguesia de Rio de Couros situa-se a norte do Concelho de Ourém, a poucos quilómetros de Fátima e da estação ferroviária de Caxarias.

Todos os anos, por ocasião do dia 15 de agosto, realizam-se naquela localidade os tradicionais festejos em honra de Nossa Senhora da Natividade, sendo uma das mais concorridas que ocorrem na região.

A atual igreja, de traça bastante moderna, foi construída em 1964 em substituição da antiga igreja matriz que foi demolida por se encontrar em adiantado estado de degradação, não se verificando à época sensibilidade suficiente para preservar o património edificado.

A anterior igreja era de uma só nave, com dois altares laterais, tendo na sua construção sido empregues fragmentos de cipos e outras pedras romanas, algumas das quais com inscrições. Do monumento desaparecido apenas resta a torre sineira, de construção setecentista. Na atual igreja de Rio de Couros guarda-se uma imagem em pedra, de Nossa Senhora da Natividade, com o menino ao colo, remontando muito provavelmente á época em que Gaspar Moreira ali viveu.

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QUEM ERA GASPAR MOREIRA?

Gaspar Moreira, o herói da Lenda de Rio de Couros, era 4º neto de Gonçalo Pires Juzarte (Bandeira). Narra a História que, durante a Batalha de Toro, Gonçalo Pires Juzarte e outros portugueses, ao avistarem na escuridão da noite um grupo de cavaleiros castelhanos que, capitaneados por Pedro Velasco e Pedro Cabeza de Vaca, levavam o pendão de D. Afonso V como troféu de batalha, acometeram contra eles logrando recuperar a bandeira. Uma vez na sua posse, Gonçalo Pires levou o estandarte ao príncipe D. João que ainda se encontrava no campo de batalha com a sua ala.

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A bandeira em questão tratava-se da que os castelhanos haviam arrancado ao nosso porta-estandarte, o alferes D. Duarte de Almeida que haveria de ficar conhecido pelo “decepado” em virtude de a ter segurado com os dentes após lhe terem decepado os braços.

Como é sabido, o Príncipe veio a suceder a seu pai, o rei D. Afonso V, passando a reinar com o nome de D. João II. Então, como recompensa pelo feito de bravura, atribuiu a Gonçalo Pires Juzarte a tença de cinco mil reais e, tal como nos descreve o cronista Damião de Góis na sua “Crónica do Príncipe D. João”, foi ainda “satisfeito de armas de brasão, misturadas com fidalguia, que lhe o mesmo rei D. João concedeu, com alcunha e sobrenome de Bandeira”. Com efeito, o rei D. João II ordenou que Gonçalo Pires Juzarte e os seus descendentes passassem a usar o apelido de Bandeira e concedeu-lhe armas novas, datadas de 1483, as quais são as seguintes:

De vermelho, bandeira quadrada de ouro, hasteada do mesmo, perfilada de prata e carregada de um leão azul, armado e linguado de vermelho”. O timbre é constituído pelos móveis do escudo.

Gonçalo Pires Juzarte era natural de S. Martinho de Mouros que fica no concelho de Resende e tornou-se escudeiro honrado da casa do rei D. João II.

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A LENDA DE RIO DE COUROS

 

A fama de Rio de Couros

Já vem de há muitos anos;

Talvez do tempo dos Mouros

Ou do tempo dos Romanos.

 

Seria vila ou cidade

Antes da era dos Mouros?

Qual o nome de verdade:

Rio de Couros ou Radecouros?

 

Porque abundava o curtume

De peles nessa região

Daí proveio o costume

Do nome que hoje lhe dão

 

Numa bonita capela

Acima doutros tesouros

Havia a imagem bela

Da Senhora de Rio de Couros.

 

E este povo humilde e crente

Pelo seu fervor diário

Atraía muita gente

Ao bonito Santuário!

 

Entre a gente forasteira

Que a sua vida ali fez

Conta-se Gaspar Moreira

De Arcos de Valdevez.

 

Viveu nesta região

Até que teve de partir

Com o rei Dom Sebastião

Para Alcácer Quibir.

 

Na batalha contra os Mouros

Morreu Dom Sebastião

E o homem de Rio de Couros

Foi metido na prisão.

 

Embora que bem tratado

Dentro da dita prisão

Estava a ser engordado

Para alimento de um leão.

 

Certa noite à luz da lua

Olhando as grades em frente

Viu um oficial na rua

Com o leão preso à corrente

 

Falando então para a fera

Disse em voz de “mandarete”:

Só mais uns dias de espera

E terás um bom banquete.

 

Ao meditar que seria

Vítima de instintos mouros

Rezou à Virgem Maria

Senhora de Rio de Couros.

 

À Senhora da Natividade

Fez uma prece afinal:

Que lhe desse a liberdade

E o trouxesse a Portugal.

 

Nisto um milagre se deu:

No meio dum mar de luz

A Virgem lhe apareceu

Trazendo ao colo Jesus.

 

Então a porta se abriu

E com a sua libertadora

Para a saída seguiu

Desaparecendo a Senhora.

 

Voltando ao local de origem

Livre do jugo dos mouros

Prostrado agradece à Virgem

Da ermida de Rio de Couros.

 

O resto da sua vida

Foi de pura santidade

Orando no altar da ermida

À Senhora da Natividade.

 

E quando velho e cansado

Já prestes ao fim da vida

Pediu para ser sepultado

Junto da bonita ermida.

 

E assim desta maneira

Se ordenou e se fez:

Ali jaz Gaspar Moreira

De Arcos de Valdevez.

 

Daí cresceu mais a Fé

Nesse povo e nos vindouros

Vindo muita gente a pé

De romagem a Rio de Couros.

 

Muita Fé o povo tem

À Senhora da Natividade

Que outrora era também

Nossa Senhora da Piedade.

 

Há lindas recordações

Que valem grandes tesouros

Achados em escavações

No adro de Rio de Couros.

 

A graça desta região

É obra da natureza

Em que a nova geração

Não reparou com certeza.

 

Esta história se comenta

No “Século” de Dia de Natal

De mil novecentos e setenta

Em Lendas de Portugal!...

in INÁCIO, Manuel. Brincando com coisas sérias. 1995

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Foto: Igreja Paroquial de Rio de Couros

GRUPOS FOLCLÓRICOS LEVARAM AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA AS CORES DAS NOSSAS TRADIÇÕES NUMA MANIFESTAÇÃO DE FÉ

Mais de 1700 peregrinos, trajados a preceito com os seus fatos domingueiros, afluiram hoje à Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima.

A iniciativa é da Federação do Folclore Português e vem retomar uma tradições interrompida pela pandemia.

Foto: Federação do Folclore Português

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ESPOSENDE: ANTAS RECEBEU EM 1939 A MIRACULADA GRACINDA COSTA COM PÉTALAS DE FLORES QUANDO REGRESSAVA DE FÁTIMA

No dia 14 de maio de 1939, a freguesia de Antas, no concelho de Esposende, recebia em procissão, no seu regresso de Fátima, a jovem "miraculada" Gracinda Costa. Na imagem, vê-se a jovem junto ao pároco Padre António Dias Ferreira, sendo saudada com o lançamento de pétalas de flores.

Gracinda Martins da Costa, natural de Antas, foi notícia nos jornais da época (entre os quais “O Cávado”), por, alegadamente, ter sido curada no Santuário de Fátima, na peregrinação de 13 de maio de 1939, durante a bênção aos doentes, de uma doença grave que a deixou paralisada, O fenómeno deu azo a grande culto à Virgem Maria em Antas, aliás consubstanciado pelo poeta António Correia de Oliveira, que também esteve na receção à “miraculada”.

Data atribuída com base na informação do Sr. António Azevedo, de Antas, Esposende.

Fonte: Biblioteca Digital do Cávado

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GRUPOS FOLCLÓRICOS DE TODO O PAÍS PEREGRINAM AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA

XVIII Peregrinação Nacional a Fátima

O evento que muitos esperam está a chegar!

Dia 27 de novembro estaremos todos em Fátima, novamente juntos no espaço que já acolheu perto de 1500 folcloristas simultaneamente!

A inscrição pode ser feita através do seguinte link: https://docs.google.com/.../1FAIpQLScPs9KIsxwFFd.../viewform

Esta é uma organização da Federação do Folclore Português e da Associação Folclórica da Região de Leiria - Alta Estremadura, destinada aos associados de ambas as instituições.

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DAVID OLIVEIRA: O EXEMPLO DE UM “SELF-MADE MAN” LUSO-AMERICANO

  • Crónica de Daniel Bastos

A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, destaca-se hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico na principal potência mundial.

No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, destacam-se vários percursos de vida de compatriotas que alcançaram o sonho americano ("the American dream”).

Entre as várias trajetórias de portugueses que começaram do nada na América e ascenderam na escala social graças a capacidades extraordinárias de trabalho, mérito e resiliência, destaca-se o percurso de sucesso do empresário e dirigente associativo David Oliveira, umas das figuras mais proeminentes da comunidade luso-americana em Yonkers, a quarta maior cidade do estado de Nova Iorque.

Natural da freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias, concelho de Ourém, David Oliveira emigrou na década de 1980 para os Estados Unidos da América, na esperança de vir a construir um futuro melhor numa época em que Portugal vivia uma crise profunda, com níveis de inflação e de desemprego elevados. A chegada ao território americano, no início da idade adulta, adveio após passagem da fronteira com o México, tendo-se estabelecido na cidade de Yonkers, burgo do estado de Nova Iorque, onde encontraria trabalho como serralheiro no ramo das estruturas metálicas.

Atividade profissional, em que celeremente começou a trabalhar por conta própria, e cuja técnica, conhecimentos precisos e específicos o catapultou para um renomado empresário da metalurgia alicerçado na sua empresa de sucesso, a Westchester Metal Works Inc., fundada no alvorecer dos anos 90 e que hoje emprega cerca de meia centena de funcionários.

Entre as obras mais emblemáticas do self-made man luso-americano, muitas delas em Manhattan, o distrito mais conhecido e importante de Nova Iorque, encontram-se o restauro do carrossel de Coney Island, uma das incontornáveis atrações do Luna Park, na “Big Apple”, ou o restauro do Fulton Market.

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O empresário e dirigente associativo luso-americano David Oliveira, com o Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, em 2018 no âmbito da Gala anual da PUSCC, no Harvard Club em Nova Iorque 

Empresário e empreendedor com uma trajetória marcada pelo mérito e pela inovação, o sucesso que o emigrante oureense alcançou têm sido acompanhados de um apoio constante à comunidade luso-americana em Yonkers. Cidade onde tem sido no decurso dos últimos anos, um dos principais dinamizadores do Centro Comunitário Português, uma das mais ativas associações luso-americanas, conhecida pela sua escola portuguesa, bar, restaurante, sala de festas, rancho folclórico e clube de futebol, e que tem sido frequentemente distinguido pelo Conselho Municipal.

Nunca esquecendo as suas raízes, frequentemente visita o seu torrão natal, e ainda em 2019 no âmbito das cerimónias do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas no Estado de Nova Iorque, na qualidade de presidente do Clube de Yonkers, recebeu a delegação dos bombeiros de Ourém, na comemoração do 40.º aniversário da Fanfarra, aos EUA, o percurso de vida do empresário luso-americano David Oliveira recorda-nos a máxima do arquiteto Frank Lloyd Wright: “Eu sei o preço do sucesso - dedicação, trabalho duro, e uma incessante devoção às coisas que você quer ver acontecer”.

PÓVOA DE LANHOSO PARTICIPOU COM ENTUSIASMO NO PASSEIO CONCELHIO A FÁTIMA

Realizou-se no dia de ontem, 20 de setembro, o Passeio Concelhio da Póvoa de Lanhoso a Fátima. Os Povoenses marcaram presença numa iniciativa que acolhem com entusiasmo e alegria.

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“Este é um momento de reencontro para as gentes da Póvoa de Lanhoso. É um momento que tem uma carga emocional intensa e que estamos felizes por poder concretizar”, considera o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Frederico Castro. Participaram cerca de dois mil Povoenses.

Para além da vertente religiosa, marcada pela devoção a Nossa Senhora de Fátima, este Passeio Concelhio compreendeu uma igualmente importante vertente lúdica, que proporcionou oportunidades de confraternização e o reencontro entre as populações das diferentes freguesias da Póvoa de Lanhoso.

Por tudo isto, uma vez no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, teve lugar a celebração da eucaristia, presidida pelo Arcipreste da Póvoa de Lanhoso, Padre Albino Carneiro, à qual também assistiu o Presidente da Câmara Municipal, Frederico Castro, e elementos do seu Executivo e gabinete de apoio à presidência. Este momento de oração e recolhimento espiritual decorreu na Basílica da Santíssima Trindade, contando com a participação do grupo Voz dos Anjos, de Brunhais.

Aproximando-se a hora de almoço, com as toalhas estendidas, sobressaíram os farnéis desvendados em cima das mesas para piquenique. Na altura de alimentar o corpo, foi também possível recarregar energias nos momentos marcados pelo convívio, pelos abraços e reencontros, pelos muitos sorrisos. Houve tempo ainda para visitar a Capelinha das Aparições e para comprar as tradicionais lembranças.

O regresso à Póvoa de Lanhoso aconteceu ao final do dia, com os Povoenses de coração cheio e vontade de voltar – se não for antes, para o ano.

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MAIS DE SETE MIL SENIORES FAMALICENSES CONVIVEM EM FÁTIMA

Passeio anual promovido pela autarquia realiza-se esta semana, dividido em três dias, de quarta a sexta

Mais de sete mil seniores famalicenses rumam esta semana a Fátima, numa grande confraternização que marca o regresso do Passeio Sénior concelhio depois de dois anos de interrupção imposta pela pandemia da Covid-19.

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Ao contrário das realizações anteriores, este ano o encontro promovido pela autarquia vai dividir-se por três dias - de quarta, 7 de setembro, a sexta, dia 9 - numa aposta por menos concentração de pessoas e pela sua reunião à volta das comunidades de freguesia que lhes são mais próximas.
Assim, o dia 7 de setembro será o passeio da Comissão Social Interfreguesia (CSIF) de Castelões, Oliveira Santa Maria, Oliveira São Mateus, Pedome e Riba de Ave, da CSIF de Pousada de Saramagos, Joane, Mogege e Vermoim e da CSIF do Vale do Pelhe que abrange as freguesias de Requião, Vale de S. Martinho, Cruz, Vale S. Cosme, Telhado e Portela.
No dia 8 de Setembro é a vez da CSIF Vale do Este, que abrange as freguesias de Sezures, Arnoso Sta. Maria, Arnoso Sta. Eulália, Nine, Lemenhe, Mouquim e Jesufrei, da CSIF de Gondifelos, Cavalões, Outiz e Louro e da CSIF da Área Urbana de Calendário, Vila Nova de Famalicão, Antas, Abade de Vermoim, Gavião e Brufe.
Por último, no dia 9 de Setembro, é a vez da CSIF de Bairro, Carreira e Bente, Delães, Ruivães e Novais, da  CSIF de Landim, Avidos e Lagoa, Seide (S. Miguel e S. Paio), da CSIF de Lousado, Esmeriz e Cabeçudos e da CSIF de Fradelos, Ribeirão e Vilarinho das Cambas.

Refira-se que o Passeio Sénior a Fátima é um dos maiores convívios seniores realizados no país. Participam neste encontro cidadãos com 65 ou mais anos e os reformados a partir dos 60 anos. As inscrições decorreram durante o mês de julho.

Esta é uma iniciativa com uma longa tradição em Vila Nova de Famalicão que se traduz numa grande jornada de convívio entre a comunidade sénior do concelho. O passeio não tem qualquer custo para os seniores e é organizado pela divisão de Ação Social da Câmara Municipal, em estreita articulação com todas as Juntas de Freguesia do concelho.

COMENDADOR ARMANDO LOPES: UM DOS MAIS DESTACADOS EMPRESÁRIOS DA DIÁSPORA PORTUGUESA

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Foto: https://radioalfa.net/

  • Crónica de Daniel Bastos

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.

Nos vários exemplos de empresários lusos da diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento internacional do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso do comendador Armando Lopes.

Originário da freguesia de Urqueira, no concelho de Ourém, Armando Lopes, o mais velho de três irmãos, nasceu a 25 de Março de 1943 no seio de uma família modesta de agricultores. A morte precoce do pai, quando tinha 11 anos, desde cedo concorreu para que tivesse que lutar para manter o sustento do lar, forjando assim uma personalidade abnegada e profundamente comprometida com o trabalho. 

Próximo da maioridade, e em pleno início da Guerra do Ultramar (1961-1974), o jovem oureense, na esteira de milhares de compatriotas, impelido pela miséria rural, a ausência de liberdade e a procura de melhores condições de vida, partiu em direção à França. Principal destino da emigração portuguesa nos anos 60 e 70, e onde chegou no dia 3 de novembro de 1961, designadamente a Saint-Maur-des-Fossés, uma comuna a sudeste de Paris, começando desde logo a trabalhar na construção civil. 

Casado com Odete Lopes em 1964, grande suporte e companheira de vida, as capacidades extraordinárias de trabalho, mérito e perseverança, permitiram que uma década após a chegada ao território gaulês, Armando Lopes encetasse um percurso de empresário e empreendedor fulgurante, com investimentos em áreas ligadas aos transportes, à restauração, à extração de areias e movimentação de terras, e à construção.

A notável capacidade empreendedora do empresário de Ourém, radicado em França há mais de 50 anos, contribuíram para que Armando Lopes detenha 15 sociedades em França e três em Portugal (no ramo da construção civil) que dão emprego a 500 pessoas direta e indiretamente, e ostente no currículo o fornecimento de obras emblemáticas como a Eurodisney, as pirâmides do Louvre e o TGV.

O sucesso que o emigrante oureense alcançou ao longo do último meio século no mundo dos negócios, tem sido acompanhado de um apoio constante à comunidade luso-francesa. Destacando-se, a sua ligação umbilical a dois importantes símbolos da comunidade portuguesa em França, mormente, a Rádio Alfa, a emissora mais popular dos portugueses em Paris. E o clube de futebol Créteil-Lusitanos, uma base da diáspora lusa em França desde a década de 1970, que foi presidida por Armando Lopes entre 2002 e 2022.

Numa fase da vida em que tem procurado passar mais tempo com a família e dedicar-se a apoiar os filhos na gestão dos negócios familiares, o espirito empreendedor, a responsabilidade social e o referencial de envolvimento com a comunidade luso-francesa, foram distinguidos em maio de 1992, pelo então presidente da República Mário Soares, que lhe atribuiu uma Comenda. Três anos depois, em Lisboa, o comendador Armando Lopes alcançou da Associação Empresarial Portuguesa a medalha de reconhecimento de melhor empresário luso na Europa. E no alvorecer do séc. XXI, o antigo Presidente da República Francesa, Jacques Chirac, outorgou-lhe o grau de Cavaleiro da Legião de Honra.

Em 11 de junho de 2016, no âmbito das Comemorações do 10 de Junho junto da comunidade portuguesa em França, o comendador Armando Lopes, tornou-se o primeiro português vivo a dar nome a uma rua em França. Nesse dia foi inaugurada, em Cretéil, base dos seus escritórios nos arredores de Paris, a Rotunda Armando Lopes pelo primeiro-ministro, António Costa, pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelos então, Ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro.

Entre os aspetos mais proeminentes do comendador Armando Lopes sobressai ainda o profundo apego às suas raízes. Em 1982, dinamizou a geminação das cidades de Leiria e de Saint- Maur-des-Fossés. No ano seguinte, para a rotunda que fica em frente do Edifício 2000, Armando Lopes encomendou ao escultor Fernando Marques, um conjunto escultórico de homenagem ao Emigrante, que ofereceu à cidade.

No decurso da década de 1990, o Município de Ourém atribuiu-lhe a medalha de mérito da cidade. E em 2018, no âmbito do projeto de recuperação do edifício da antiga Companhia Leiriense de Moagem, uma obra a cargo do grupo do empresário luso-francês, foi inaugurada na cidade de Leiria a Praça Comendador Armando Lopes pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e pelo então Presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raúl Castro, a que se associou o Presidente da Câmara de Créteil, Laurent Cathala.

Como salienta, José Manuel Dias Poças das Neves, em Comendador Armando Lopes, um ouriense cidadão europeu, o insigne empresário luso-francês que em 2017 dinamizou uma relevante campanha de recolha de fundos em favor das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, e que ainda no ano transato inaugurou em Leiria, um Parque de estacionamento para 155 carros, é “um dos portugueses mais influentes de França, ao longo da sua vida não se limitou a ser um empresário de sucesso mas, fiel às suas origens, dedicou-se a criar pontes entre Portugal, o seu país de origem e França, o seu país de acolhimento. Não há povos sem memória e, por isso, projectou a região de Ourém e de Leiria além fronteiras, criando laços de afectividade, de solidariedade e de empreendedorismo”.

VIEIRENSES PEREGRINAM A FÁTIMA

Passeio a Fátima, inscrições nas Juntas de Freguesia e Câmara Municipal

A Câmara Municipal de Vieira do Minho informa que se encontram abertas as inscrições para o Passeio anual ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima.

Os interessados devem proceder à sua inscrição, até ao próximo dia 30 de Junho, na sua Junta de Freguesia ou na Câmara Municipal.

OURÉM: AUGUSTO CANÁRIO FEZ ARRAIAL NA FEIRA NOVA DE SANTA IRIA

Domingo em grande na Feira Nova de Santa Iria com “Somos Portugal” e Augusto Canário

A Feira Nova completou mais um dia com muita animação, com o programa “Somos Portugal” e o concerto de Augusto Canário a proporcionarem muita música e diversão a todos os visitantes.

Texto e fotos: Município de Ourém

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Desde cedo e apesar do mau tempo, foram muitos os que visitaram o tradicional mercado de Santa Iria, assim como os expositores e tasquinhas instaladas no Centro Municipal de Exposições. No período da tarde decorreu a transmissão em direto, a partir do recinto do certame, do programa “Somos Portugal” da TVI. O programa trouxe muitos artistas até Ourém que ofereceram ao público animação musical durante toda a tarde e levou algumas das tradições e atrações oureenses até todo o mundo.

A noite terminou com um grande concerto de Augusto Canário, que juntamente com a sua banda criou um verdadeiro arraial no Parque da Cidade António Teixeira, envolvendo o público nesta festa que encerrou a programação de domingo da Feira Nova de Santa Iria 2021.

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RESTOS MORTAIS DE D. JOÃO AFONSO TELES DE MENESES, 4º CONDE DE BARCELOS, REPOUSAM EM SANTARÉM

Os restos mortais do 4º Conde de Barcelos e 1º Conde de Ourém, D. Afonso Teles de Meneses, encontra-se sepultados na Igreja de Santo Agostinho da Graça, em Santarém.

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Embora tenha tido descendentes, onde se encontra o seu filho D. Pedro de Menezes fundador da Casa de Vila Real, o título não lhes foi confirmado, vagando para a Coroa com a morte do primeiro titular em 1381.

A D. João Afonso Teles de Meneses – Almirante do Reino – foi por volta de 1370, foi-lhe doada a vila de Ourém, com todas as suas rendas, padroados e igrejas, tornando-se 1º Conde de Ourém.

Era tio da rainha D. Leonor Teles de Meneses e foi o fundador do Convento da Graça, em Santarém, onde se encontra sepultado na Capela-Mor.