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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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MUNICÍPIO DE BRAGA PARTICIPOU EM FÁTIMA NO XI WORKSHOPS INTERNACIONAIS DE TURISMO RELIGIOSO

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O Município de Braga marcou presença no XI Workshops Internacionais de Turismo Religioso (IWRT), que decorreu em Fátima, nos dias 22 e 23 de Fevereiro, em simultâneo com o XX Congresso Internacional de Turismo Religioso e Sustentável (CITRyS).

Este evento, que conquistou um estatuto ímpar no panorama nacional e até mundial, decorre em Fátima há 10 anos e é organizado pela ACISO – Associação Empresarial de Ourém-Fátima. A iniciativa é considerada um capítulo importante da história do turismo religioso, um segmento que se afirma como uma âncora importante para a economia do país - alavancado não apenas em Fátima, mas também pela relevância que Braga detém em termos culturais e religiosos.

Este certame reuniu diversos agentes do sector turístico oriundos dos mais distintos países, como Filipinas, EUA, Japão e Coreia do Sul, e especialistas em turismo religioso, que assim tiveram oportunidade de partilhar experiências e conhecer todas as potencialidades do Município de Braga no que diz respeito a este segmento estratégico para o Concelho,

Neste contexto, as Solenidades da Semana Santa foram um dos maiores destaques nesta participação, quer pela proximidade das datas, quer pela relevância que assume em todo o mundo cristão, a par do património cultural, arquitectónico religioso e dos Caminhos de Santiago.

Após a conclusão dos trabalhos em Fátima, numa iniciativa conjunta entre a Associação de Turismo do Porto e Norte com o Município de Braga, foi realizada uma acção junto dos operadores turísticos que estiveram presentes no workshop, que tiveram oportunidade de visitar a Sé Catedral e as ruas do centro histórico, bem como uma acção de networking de interacção com os agentes locais.

Segundo dados disponibilizados pela organização, nas dez edições anteriores participaram mais de 5500 profissionais de mais de 60 países e realizaram-se mais de 40 mil reuniões.

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RESTOS MORTAIS DE D. AFONSO DE PORTUGAL, 1º MARQUÊS DE VALENÇA, REPOUSAM NA COLEGIADA DE OURÉM

Os restos mortais de D. Afonso de Portugal, 1º Marquês de Valença e 4º Conde de Ourém, repousam na cripta da Colegiada de Ourém, em pleno burgo medieval, por si mandada construir em 1445.

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Túmulo do Marquês de Valença, na Igreja da Colegiada, para onde foram trasladados em 1487.

No seu túmulo, magnífica obra de arte gótica da autoria do escultor Diogo Pires-o-Velho, pode ler-se o seguinte epitáfio: “Aqui jaz o Ilustre Príncipe D. Afonso, Marquês de Valença, conde de Ourém, primogênito de D. Afonso, Duque de Bragança, e conde de Barcelos, e neto del Rei D. João de gloriosa memória, e do virtuoso, e de grandes virtudes D. Nuno Alvares Pereira, Condestável de Portugal. Faleceu em vida de seu pai, antes de lhe dar a dita herança, de que era herdeiro, o qual foi fundador desta Igreja, em que jaz, cuja fama e feitos este dia florescem. Finou-se a 29 de agosto do ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1460 anos.”

Os restos mortais do IV Conde de Ourém repousam na cripta da Igreja da Colegiada, em Ourém.

Conforme refere o Portal da História em (http://www.arqnet.pt/), o 1º Marquês de Valença “Era filho primogénito do 1.º duque de Bragança, D. Afonso filho de D. João I, e de sua mulher D. Brites Pereira, condessa de Ourém, filha do condestável D. Nuno Álvares Pereira.

Nasceu em Lisboa, faleceu em Tomar a 29 de Agosto de 1460.

Depois de cultivar os estudos próprios da sua hierarquia, tornou se distinto pelas suas virtudes morais e políticas, pelas quais mereceu ser estimado dos príncipes do seu tempo. Seu tio, o rei D. Duarte, resolvido a mandar um embaixador ao concílio de Basileia, que se tinha congregado para pacificar as largas discórdias entre a Igreja Grega e a Latina, que depois foi transferido por Eugénio IV para Ferrara, o nomeou a ele, confiando na sua profunda capacidade, que felizmente desempenharia as obrigações do seu cargo. Com outros companheiros e mais comitiva, saiu de Lisboa a 21 de Janeiro de 1435, e chegando a Bolonha a 24 de Julho do mesmo ano, foi recebido pelo papa com as manifestações de paternal benevolência. Concluído o concilio, foi à Palestina visitar os lugares santos, regressando depois a Lisboa Mais tarde, também teve a incumbência de acompanhar D. Leonor, quando esta infanta, sua prima, foi desposar Frederico III, imperador da Alemanha. Saiu de Lisboa a 20 de Outubro de 1451, como general da armada que a conduziu a Leorne. Desta cidade caminhou até Sena, despertando todas as atenções pela numerosa e magnífica comitiva que os acompanhava Chegando a Roma, procedeu à coroação dos dois esposos o papa Nicolau V. Terminada a cerimónia, o imperador o armou cavaleiro.

Em 1415 fundou a importante colegiada de Ourém, consignando lho copiosas rendas para sustentação das dignidades e cónegos, de que ela se compunha. Edificou também N. Sr.ª das Misericórdias, de Ourém, sumptuoso templo e sede da referida colegiada. D. Afonso V, por decreto de 11 de Outubro de 1451, lhe fez doação da vila de Valença, com todos os seus termos e limites, concedendo-lhe também o título de marquês de Valença, sendo este o primeiro marquesado que houve em Portugal. O seu corpo foi trasladado para Ourém, em 1487, sendo sepultado na capela debaixo do coro da Igreja da colegiada, num soberbo mausoléu, em que se gravou um longo epitáfio.

Dizem alguns antigos escritores, que D. Afonso foi casado ocultamente com D. Brites de Sousa, filha de Martim Afonso de Sousa, senhor de Mortágua, de cujo matrimónio houve um filho, D. Afonso de Portugal, que pretendeu suceder na casa de seu avô, o que se não pôde provar, mas o que não padece dúvida é a existência desse filho, a quem, segundo a tradição, D. João II obrigou a ser clérigo, ainda em curta idade, e foi bispo de Évora do a 24 de Abril de 1552. O marquês de Valença compôs: Itinerario ao Concilio de Basileia no anno de 1435, que saiu impresso no tomo V das Provas da Historia Genealogica da Casa Real Portugueza, por D. António Caetano de Sousa, pág. 573.”

Tendo sido o primeiro título de marquês concedido em Portugal, este foi criado pelo rei D. Afonso V, através de carta régia de 11 de Outubro de 1451, em favor de D. Afonso de Portugal, constituindo um título nobiliárquico de juro e herdade.

Ao que tudo indica e segundo teoria avançada por José de Figueiredo, seguindo a observação de Virgílio Correia em 1924, da semelhança existente com a respectiva estátua jazente que se encontra na Colegiada de Ourém, a segunda figura de opa verde com colar é identificada com D. Afonso de Bragança, IV Conde de Ourém e Marquês de Valença, no painel dos cavaleiros.

Entretanto, a cripta e o túmulo do Marquês de Valença foram classificados na categoria de Arquitectura Religiosa, através do Decreto n.º 37366, publicado no Diário do Governo n.º 70, de 5 de Abril de 1949.

A este respeito, publicou o IGESPAR a seguinte nota Histórico-Artística:

“Edificada na Igreja Matriz de Ourém, a cripta de D. Afonso, conde de Ourém e Marquês de Valença, é o único exemplar desta tipologia, construída durante o período final do gótico, que subsiste actualmente.

Apresenta semelhanças estruturais e acústicas com a Sinagoga de Tomar (SIMÕES, 1992), desenvolvendo-se em planimetria quadrangular, formada por três naves de três tramos definidos pelas colunas que suportam a abóbada de arestas que cobre o espaço.

Ao centro foi erigida a arca tumular do Marquês de Valença, em pedra de Ançã, com jacente. Os frontais são totalmente decorados com motivos vegetalistas em relevo, integrando o escudo de armas do marquês; sob a tampa foi gravada uma inscrição biográfica de D. Afonso.

A tampa é rodeada por cinta lavrada com rosetas que alastram para a parte superior, onde se dispõe a estátua jacente de mãos postas, repousando a cabeça sobre almofadas, com pés assentes numa mísula. A figura do marquês enverga túnica comprida pregueada, tendo a cabeça coberta por barrete.

A arca tumular foi executada cerca de 1485-1487, tendo sido neste último ano que D. Afonso, que havia falecido em Tomar em 1460, foi trasladado para Ourém. A obra escultórica insere-se no gosto do Gótico final, sendo atribuída às oficinas coimbrãs, nomeadamente ao cinzel de Diogo Pires o Velho. A sua tipologia apresenta muitas semelhanças com o túmulo de Fernão Teles de Menezes, erigido na Igreja de São Marcos de Coimbra.

Catarina Oliveira

IPPAR/2006”

A D. Afonso de Portugal, Marquês de Valença e 4º Conde de Ourém, deve o burgo medieval grande parte da sua histórica grandeza e progresso que só veio a ser interrompido em consequência do terramoto de 1755 e, cerca de meio século depois, as invasões francesas que a pilharam e incendiaram às ordens do general Massena. Não obstante, ainda se conserva o castelo e o palácio que foram do Marquês de Valença e o túmulo onde repousam os seus restos mortais, a convidar a uma visita sobretudo dos valencianos, a escassa distância do Santuário de Fátima.

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Foto: Museu Municipal de Ourém

MAIS DE 8 MIL SÉNIORES FAMALICENSES CONVIVEM EM FÁTIMA

Mais de oito mil seniores famalicenses rumam esta semana a Fátima, para o tradicional Passeio Sénior concelhio promovido pela Câmara Municipal.

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O encontro volta a dividir-se por três dias, realizando-se entre os dias 6 e 8 de setembro.

Esta quarta-feira, dia 6, rumam a Fátima os seniores de Bairro, Delães, Fradelos, Landim, Lousado, Ribeirão, UF Avidos e Lagoa, UF Carreira e Bente, UF Esmeriz e Cabeçudos, UF Ruivães e Novais, UF de Seide e Vilarinho das Cambas.   

Quinta-feira, dia 7, é a vez de Castelões, Cruz, Joane, Mogege, Oliveira Santa Maria, Pedome, Pousada de Saramagos, Requião, Riba de Ave, UF Telhado, Vale São Cosme e Portela, Vale São Martim e Vermoim.

Por último, no dia 8, sexta-feira, é a vez de Brufe, Gavião, Louro, Nine, UF Antas e Abade Vermoim, UF Arnoso e Sezures, UF Gondifelos, Cavalões e Outiz, UF Lemenhe, Mouquim e Jesufrei, Oliveira São Mateus e UF Famalicão e Calendário.

Refira-se que o Passeio Sénior a Fátima é um dos maiores convívios seniores realizados no país. Participam neste encontro cidadãos com 65 ou mais anos e os reformados a partir dos 60 anos. Esta é uma iniciativa com uma longa tradição em Vila Nova de Famalicão que se traduz numa grande jornada de convívio entre a comunidade sénior do concelho. O passeio não tem qualquer custo para os seniores e é organizado pela divisão de Ação Social da Câmara Municipal, em estreita articulação com todas as Juntas de Freguesia do concelho.

ESCRITOR ALFREDO SOUSA TOMÁZ PUBLICA OBRA DE FICÇÃO

Em breve sairá da gráfica um novo livro da autoria do escritor Alfredo de Sousa Tomaz deu o título de “A Encantadora de Patos – No tempo em que os patinhos falavam”.

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Trata-se de uma obra de ficção cujo tema gira em torno de um grupo de patos do Rio Lima e de uma humana que tem a extraordinária faculdade de “falar” com eles.

Estabelece-se entre a humana (Maria do Encanto) e os patos do rio – principalmente a matriarca “Chiquinha” – uma sobrenatural empatia de que resultam interessantes diálogos à volta das questões ambientais e não só.

O livro sairá ilustrado com várias imagens a cores e o seu custo (sem portes de correio) será de 10,00 €.

Como optoui por edição de autor, o livro não vai estar à venda em livrarias pelo que, caso os leitores estejam interessados. Podem enviar mensagem em seu nome com o nome e contacto para o escritor elaborar uma lista de interessados, através do email: astom@sapo.pt ou https://www.facebook.com/alfredo.tomas.547/about

Alfredo Tomaz nasceu na Cova da Iria, Fátima, concelho de Vila Nova de Ourém, a 29 de Julho de 1942. Sexto filho de uma família numero a e modesta, seu pai, para dar melhores condições de vida aos seus, partiu para Angola no início da década de 50 com os seus irmãos mais velhos, tendo-se-lhes juntado pouco depois o resto da família. Em Outubro de 1961 regressou a Portugal para cumprir o serviço militar na Força Aérea, onde permaneceu até Janeiro de 1965. Pouco depois de regressar a Luanda conheceu Maria de Fátima, com quem veio a casar em Dezembro de 1967. Dessa união nasceram dois filhos.

Em Luanda a sua atividade profissional esteve quase sempre ligada às viagens e turismo, tendo trabalhado na Companhia Nacional de Navegação e numa agência de viagens.

Em 1976, depois de um quarto de século de aventuras, venturas e desventuras, o autor regressou definitivamente a Portugal com a família, tendo-se fixado em Matosinhos, onde exerceu a sua atividade comercial até 2007. Atingida a idade da reforma, foi viver com a esposa para Ponte da Barca, Alto Minho, onde permanecem até hoje, assumindo orgulhosamente a condição de “minhotos adotivos”.

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NOSSA SENHORA FEZ A SUA APARIÇÃO EM PONTE DA BARCA DOIS DIAS ANTES DE APARECER AOS PASTORINHOS NA COVA DA IRIA

O QUE ACONTECEU NO BARRAL A 10 E 11 DE MAIO DE 1917

O protagonista do caso foi um pobre pastorinho, de nome SEVERINO ALVES, de dez anos de idade, filho de uma pobre e virtuosa viúva, e irmão de mais outros seis, todos eles muito tementes a Deus.

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No dia 10 de maio de 1917, deviam ser oito horas da manhã, ia esse rapazinho a caminho do monte rezando o terço, como costumava fazer, quando numa ramada próxima da Ermida de Santa Marinha, sentiu um relâmpago que o impressionou.

Dá mais alguns passos, atravessa um portelo e defronta uma Senhora, sentada, com as mãos postas, tendo o dedo maior da mão direita destacado, em determinada direção. O seu rosto era lindo como nenhum outro, toda Ela cheia de luz e esplendor, de maneira a confundir vista, cobrindo-lhe a cabeça um manto azul e o resto do corpo um vestido branco.

Logo que o pequeno vidente a viu, caiu para o lado surpreendido com tal acontecimento.

Readquirindo ânimo, levantou-se, e exclamou: “Jesus Cristo!”. Nesse mesmo instante desapareceu a Visão.

O pároco da localidade, que não parecia ser um espírito que facilmente se dominava por factos, que não parecessem credíveis, ouviu com atenção o rapazinho, não só atendendo á fama de bem comportado, que gozava na localidade, mas atendendo à sinceridade e à precisão com que relatou tudo o que viu. O pároco aconselhou-o, finalmente, a que voltasse ao lugar da Aparição e pedisse a essa Visão que o informasse quem era.

No dia seguinte ao da primeira Aparição, dia 11 de maio de 1917, uma sexta-feira, deviam ser também oito horas da manhã, pois ia soltar as ovelhas e os carneiros a fim de os levar para o monte, sem que sentisse relâmpago algum, quando atravessava o portelo, deparou-se com a mesma Senhora, que estava sentada no mesmo sítio do dia anterior.

Nesse dia, 11 de maio de 1917, o rosto da Aparição desprendia-se em sorrisos. Quando a viu, o pastorinho caiu de joelhos e disse um pouco surpreendido (para não dizer assustado) o que o pároco lhe havia aconselhado: “Quem não falou ontem, que fale hoje”.

Então a Aparição com uma voz que era um misto de rir e cantar, diferente do falar de todos os mortais que tem visto, tranquilizou-o, dizendo-lhe: “Não te assustes, sou Eu, menino”. E acrescentou: “Diz aos pastores do monte que rezem sempre o terço, que os homens e mulheres cantem a ESTRELA DO CÉU, e se apeguem comigo, que hei-de acudir ao mundo e aplacar a guerra”.

Depois de dizer o que fica escrito, sem que a criança tivesse mais tempo que responder a tudo: “Sim, Senhora”, a Visão, olhando para uma ramada, acrescentou: “Que gomos tão lindos, que cachos tão bonitos!”

Mal o rapazinho tinha olhado para a ramada, voltando a cabeça, já a Visão tinha desaparecido. O privilegiado Vidente foi imediatamente avisar do acontecido as mães dos filhos da localidade que estavam no exército. A comoção do pequeno teria sido tamanha que depois destes factos, nunca mais quis voltar sozinho ao sítio da Aparição.

Às perguntas feitas, o rapazinho respondia sempre da mesma maneira: “Se quiserem acreditar, que acreditem, se não quiserem que não acreditem”, e acrescentava: “Eu fiz a minha obrigação, avisando como me mandaram”.

Local da Aparição de Nossa Senhora da Paz.

Texto e fotos: Maria Vilas Boas / https://www.facebook.com/aparicoes.barral/

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RESTOS MORTAIS DO MARQUÊS DE VALENÇA REPOUSAM EM OURÉM

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Na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Misericórdias é possível visitar a Cripta de D. Afonso, IV conde de Ourém e Marquês de Valença, construída no século XV. No centro, encontra-se o túmulo de D. Afonso, falecido em 1460, erigido em pedra de Ançã, com jacente. A figura ostenta uma túnica comprida pregueada. O seu rosto é considerado um dos melhores esculpidos, em todo o território nacional, antes do período renascentista. É um exemplar único dentro da arquitetura gótica, contendo uma forte influência militar.

Fonte: Câmara Municipal de Ourém

GASPAR MOREIRA: UM ARCUENSE EM TERRAS DE OURÉM

Conta a lenda que “No dia 4 de Agosto de 1578, ficou prisioneiro dos mouros, Gaspar Moreira, Moço de Câmara de El-Rei Dom Sebastião, Filho de Pedro Alves Bandeira, 4º Neto do Grande Gonçalo Pires Bandeira, era natural de Arcos de Valdevez, Nossa Senhora da Natividade, que se venera nesta Igreja, livrou-o da prisão e cativeiro”. Esta descrição consta num painel de azulejos existente na escadaria que dá acesso à Igreja Paroquial de Rio de Couros, no Concelho de Ourém, reproduzindo uma antiga gravura que outrora existiu na sacristia da antiga igreja que entretanto foi demolida, dela atualmente não restando mais do que a torre sineira.

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A LENDA DE RIO DE COUROS

A secção “Lendas de Portugal” que o Jornal “O Século” publicou em 25 de dezembro de 1970 narra-nos o seguinte:

“Porque, antigamente, abundavam, abundavam ali os curtumes, a terra passou a denominar-se Rio de Couros. Ao que se afirma, lá deve ter existido uma cidade ou grande povoação cujo nome se ignora, sendo também, de anotar que houve, nessa terra, uma capela consagrada a Nossa Senhora de Rio de Couros, ou Radecouros, como noutros tempos se dizia, e que, por fim, mudou para o título de Nossa Senhora da Piedade. Em escavações várias, feitas nas próximidades da igreja, foram encontrados não somente ossos de homens de grande estatura, crânios ainda com dentes, cipós, ou seja colunas próprias para a afixação de instruções de interesse público ou decisões do Senado romano, alicerces, pedaços de telha, tudo denotando grande antiguidade.

A fama do santuário da bonita e pitoresca localidade chegava longe, muita gente admirando o fervor religioso da população, de velhos e novos.

Em Rio de Couros passou a viver um dia, um homem, natural de Arcos de Valdevez, chamado Gaspar Moreira, que foi moço de câmara do rei D. Sebastião. Estava na corte de Lisboa quando o “Desejado” se encaminhou para África e travou com os mouros a célebre batalha de Alcácer Quibir, infausto combate ocorrido em 4 de Agosto de 1578, e no qual, entre outros portugueses e bons cristãos, intervieram, não só aquele monarca, como Gaspar Moreira, que ali ficou prisioneiro. A sua presença irritava constantemente os agarenos, que alimentavam o desejo de lhe dar morte violenta. Poucos cativos, como é da história, foram resgatados, e outros ali morreram em consequência de ferimentos que tiveram no duro combate, e, depois, cheios de fome ou maltratados. Os carcereiros mouros revelavam com as atitudes tomadas contra eles o seu rancor à Pátria lusitana.

Gaspar Moreira era tratado de maneira diferente pois estava preso à parte e às ordens de um oficial da moirama. Beneficiava de certo conforto na masmorra e de boa alimentação.

Numa noite luarenta, quando meditava sobre a sua vida, viu o tal oficial andar passeando perto dos muros da prisão. Na mão direita levava uma espada, e, com a esquerda, segurava uma forte corrente de ferro, a que prendia um grande e domado leão.

O lusitano, continuando junto das grades, ouviu, estupefacto e atemorizado, ele falar com a fera, dizendo que não tardaria muito que não lhe proporcionasse um farto banquete, pois o cristão estava engordando e ía atirar com ele para a sua boca para que o devorasse. Queria vingar-se dos portugueses, que tendo expulso os mouros das Espanhas, ali em Marrocos, os tinham, depois, atacado, mas sido vencidos por graça de Alá. Ante tal facto, atemorizado pela ideia de que o leão o mataria, recordou-se das suas romagens ao Santuário de Nossa Senhora de Rio de Couros, lembrando-se também da Batalha de Alcácer Quibir, dos seus companheiros de armas e de D. Sebastião, que ali tinha perdido a vida. No dia seguinte, viu entrar na prisão o oficial mouro que levava um pensamento: verificar se, com efeito, ele estava em condições de satisfazer o seu inclemente intento. Então, o agareno perguntou-lhe se desejava ficar liberto, ao que logo respondeu, afirmativamente. Nova atitude do oficial o deixou perturbadíssimo, pelo que fez uma prece a Nossa Senhora da Natividade para que, milagrosamente, o livrasse do cativeiro e o conduzisse para Portugal.

De repente, uma luz raiou na prisão, aparecendo-lhe a Virgem Maria com o Menino Jesus nos braços, fazendo-lhe sinal para que a seguisse. Então, as portas do cárcere abriram-se e ele acompanhou a sua libertadora, que, momentos após, desapareceu. De joelhos, tendo reconquistado a liberdade, agradeceu-a ao Céu e à Senhora da Natividade. Logrou, depois, regressar a Portugal, nessa altura já sob dominação castelhana, logo se dirigindo à ermida de Nossa Senhora de Rio de Couros para se lhe mostrar grato pelo seu milagre. Mais algum tempo passou e, quando sentiu a morte aproximar-se, rogou que o seu corpo – e assim se fez – fosse metido num caixão de pedra e sepultado junto da capela. Isso fortificou, justificadamente, a fé que já se tinha na miraculosa Senhora”.

A imagem mostra a igreja de Rio de Couros, em 1961, pouco tempo antes de ser demolida. Foto restaurada em Foto Vítor, de Caxarias, a partir de original cedido por Joaquim Gaspar, de Sandoeira, a quem agradeço a sua amabilidade.

A LENDA DE RIO DE COUROS

A secção “Lendas de Portugal” que o Jornal “O Século” publicou em 25 de dezembro de 1970 narra-nos o seguinte:

“Porque, antigamente, abundavam, abundavam ali os curtumes, a terra passou a denominar-se Rio de Couros. Ao que se afirma, lá deve ter existido uma cidade ou grande povoação cujo nome se ignora, sendo também, de anotar que houve, nessa terra, uma capela consagrada a Nossa Senhora de Rio de Couros, ou Radecouros, como noutros tempos se dizia, e que, por fim, mudou para o título de Nossa Senhora da Piedade. Em escavações várias, feitas nas próximidades da igreja, foram encontrados não somente ossos de homens de grande estatura, crânios ainda com dentes, cipós, ou seja colunas próprias para a afixação de instruções de interesse público ou decisões do Senado romano, alicerces, pedaços de telha, tudo denotando grande antiguidade.

A fama do santuário da bonita e pitoresca localidade chegava longe, muita gente admirando o fervor religioso da população, de velhos e novos.

Em Rio de Couros passou a viver um dia, um homem, natural de Arcos de Valdevez, chamado Gaspar Moreira, que foi moço de câmara do rei D. Sebastião. Estava na corte de Lisboa quando o “Desejado” se encaminhou para África e travou com os mouros a célebre batalha de Alcácer Quibir, infausto combate ocorrido em 4 de Agosto de 1578, e no qual, entre outros portugueses e bons cristãos, intervieram, não só aquele monarca, como Gaspar Moreira, que ali ficou prisioneiro. A sua presença irritava constantemente os agarenos, que alimentavam o desejo de lhe dar morte violenta. Poucos cativos, como é da história, foram resgatados, e outros ali morreram em consequência de ferimentos que tiveram no duro combate, e, depois, cheios de fome ou maltratados. Os carcereiros mouros revelavam com as atitudes tomadas contra eles o seu rancor à Pátria lusitana.

Gaspar Moreira era tratado de maneira diferente pois estava preso à parte e às ordens de um oficial da moirama. Beneficiava de certo conforto na masmorra e de boa alimentação.

Numa noite luarenta, quando meditava sobre a sua vida, viu o tal oficial andar passeando perto dos muros da prisão. Na mão direita levava uma espada, e, com a esquerda, segurava uma forte corrente de ferro, a que prendia um grande e domado leão.

O lusitano, continuando junto das grades, ouviu, estupefacto e atemorizado, ele falar com a fera, dizendo que não tardaria muito que não lhe proporcionasse um farto banquete, pois o cristão estava engordando e ía atirar com ele para a sua boca para que o devorasse. Queria vingar-se dos portugueses, que tendo expulso os mouros das Espanhas, ali em Marrocos, os tinham, depois, atacado, mas sido vencidos por graça de Alá. Ante tal facto, atemorizado pela ideia de que o leão o mataria, recordou-se das suas romagens ao Santuário de Nossa Senhora de Rio de Couros, lembrando-se também da Batalha de Alcácer Quibir, dos seus companheiros de armas e de D. Sebastião, que ali tinha perdido a vida. No dia seguinte, viu entrar na prisão o oficial mouro que levava um pensamento: verificar se, com efeito, ele estava em condições de satisfazer o seu inclemente intento. Então, o agareno perguntou-lhe se desejava ficar liberto, ao que logo respondeu, afirmativamente. Nova atitude do oficial o deixou perturbadíssimo, pelo que fez uma prece a Nossa Senhora da Natividade para que, milagrosamente, o livrasse do cativeiro e o conduzisse para Portugal.

De repente, uma luz raiou na prisão, aparecendo-lhe a Virgem Maria com o Menino Jesus nos braços, fazendo-lhe sinal para que a seguisse. Então, as portas do cárcere abriram-se e ele acompanhou a sua libertadora, que, momentos após, desapareceu. De joelhos, tendo reconquistado a liberdade, agradeceu-a ao Céu e à Senhora da Natividade. Logrou, depois, regressar a Portugal, nessa altura já sob dominação castelhana, logo se dirigindo à ermida de Nossa Senhora de Rio de Couros para se lhe mostrar grato pelo seu milagre. Mais algum tempo passou e, quando sentiu a morte aproximar-se, rogou que o seu corpo – e assim se fez – fosse metido num caixão de pedra e sepultado junto da capela. Isso fortificou, justificadamente, a fé que já se tinha na miraculosa Senhora”.

ONDE SE SITUA RIO DE COUROS?

A Freguesia de Rio de Couros situa-se a norte do Concelho de Ourém, a poucos quilómetros de Fátima e da estação ferroviária de Caxarias.

Todos os anos, por ocasião do dia 15 de agosto, realizam-se naquela localidade os tradicionais festejos em honra de Nossa Senhora da Natividade, sendo uma das mais concorridas que ocorrem na região.

A atual igreja, de traça bastante moderna, foi construída em 1964 em substituição da antiga igreja matriz que foi demolida por se encontrar em adiantado estado de degradação, não se verificando à época sensibilidade suficiente para preservar o património edificado.

A anterior igreja era de uma só nave, com dois altares laterais, tendo na sua construção sido empregues fragmentos de cipos e outras pedras romanas, algumas das quais com inscrições. Do monumento desaparecido apenas resta a torre sineira, de construção setecentista. Na atual igreja de Rio de Couros guarda-se uma imagem em pedra, de Nossa Senhora da Natividade, com o menino ao colo, remontando muito provavelmente á época em que Gaspar Moreira ali viveu.

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QUEM ERA GASPAR MOREIRA?

Gaspar Moreira, o herói da Lenda de Rio de Couros, era 4º neto de Gonçalo Pires Juzarte (Bandeira). Narra a História que, durante a Batalha de Toro, Gonçalo Pires Juzarte e outros portugueses, ao avistarem na escuridão da noite um grupo de cavaleiros castelhanos que, capitaneados por Pedro Velasco e Pedro Cabeza de Vaca, levavam o pendão de D. Afonso V como troféu de batalha, acometeram contra eles logrando recuperar a bandeira. Uma vez na sua posse, Gonçalo Pires levou o estandarte ao príncipe D. João que ainda se encontrava no campo de batalha com a sua ala.

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A bandeira em questão tratava-se da que os castelhanos haviam arrancado ao nosso porta-estandarte, o alferes D. Duarte de Almeida que haveria de ficar conhecido pelo “decepado” em virtude de a ter segurado com os dentes após lhe terem decepado os braços.

Como é sabido, o Príncipe veio a suceder a seu pai, o rei D. Afonso V, passando a reinar com o nome de D. João II. Então, como recompensa pelo feito de bravura, atribuiu a Gonçalo Pires Juzarte a tença de cinco mil reais e, tal como nos descreve o cronista Damião de Góis na sua “Crónica do Príncipe D. João”, foi ainda “satisfeito de armas de brasão, misturadas com fidalguia, que lhe o mesmo rei D. João concedeu, com alcunha e sobrenome de Bandeira”. Com efeito, o rei D. João II ordenou que Gonçalo Pires Juzarte e os seus descendentes passassem a usar o apelido de Bandeira e concedeu-lhe armas novas, datadas de 1483, as quais são as seguintes:

De vermelho, bandeira quadrada de ouro, hasteada do mesmo, perfilada de prata e carregada de um leão azul, armado e linguado de vermelho”. O timbre é constituído pelos móveis do escudo.

Gonçalo Pires Juzarte era natural de S. Martinho de Mouros que fica no concelho de Resende e tornou-se escudeiro honrado da casa do rei D. João II.

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A LENDA DE RIO DE COUROS

 

A fama de Rio de Couros

Já vem de há muitos anos;

Talvez do tempo dos Mouros

Ou do tempo dos Romanos.

 

Seria vila ou cidade

Antes da era dos Mouros?

Qual o nome de verdade:

Rio de Couros ou Radecouros?

 

Porque abundava o curtume

De peles nessa região

Daí proveio o costume

Do nome que hoje lhe dão

 

Numa bonita capela

Acima doutros tesouros

Havia a imagem bela

Da Senhora de Rio de Couros.

 

E este povo humilde e crente

Pelo seu fervor diário

Atraía muita gente

Ao bonito Santuário!

 

Entre a gente forasteira

Que a sua vida ali fez

Conta-se Gaspar Moreira

De Arcos de Valdevez.

 

Viveu nesta região

Até que teve de partir

Com o rei Dom Sebastião

Para Alcácer Quibir.

 

Na batalha contra os Mouros

Morreu Dom Sebastião

E o homem de Rio de Couros

Foi metido na prisão.

 

Embora que bem tratado

Dentro da dita prisão

Estava a ser engordado

Para alimento de um leão.

 

Certa noite à luz da lua

Olhando as grades em frente

Viu um oficial na rua

Com o leão preso à corrente

 

Falando então para a fera

Disse em voz de “mandarete”:

Só mais uns dias de espera

E terás um bom banquete.

 

Ao meditar que seria

Vítima de instintos mouros

Rezou à Virgem Maria

Senhora de Rio de Couros.

 

À Senhora da Natividade

Fez uma prece afinal:

Que lhe desse a liberdade

E o trouxesse a Portugal.

 

Nisto um milagre se deu:

No meio dum mar de luz

A Virgem lhe apareceu

Trazendo ao colo Jesus.

 

Então a porta se abriu

E com a sua libertadora

Para a saída seguiu

Desaparecendo a Senhora.

 

Voltando ao local de origem

Livre do jugo dos mouros

Prostrado agradece à Virgem

Da ermida de Rio de Couros.

 

O resto da sua vida

Foi de pura santidade

Orando no altar da ermida

À Senhora da Natividade.

 

E quando velho e cansado

Já prestes ao fim da vida

Pediu para ser sepultado

Junto da bonita ermida.

 

E assim desta maneira

Se ordenou e se fez:

Ali jaz Gaspar Moreira

De Arcos de Valdevez.

 

Daí cresceu mais a Fé

Nesse povo e nos vindouros

Vindo muita gente a pé

De romagem a Rio de Couros.

 

Muita Fé o povo tem

À Senhora da Natividade

Que outrora era também

Nossa Senhora da Piedade.

 

Há lindas recordações

Que valem grandes tesouros

Achados em escavações

No adro de Rio de Couros.

 

A graça desta região

É obra da natureza

Em que a nova geração

Não reparou com certeza.

 

Esta história se comenta

No “Século” de Dia de Natal

De mil novecentos e setenta

Em Lendas de Portugal!...

in INÁCIO, Manuel. Brincando com coisas sérias. 1995

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Foto: Igreja Paroquial de Rio de Couros

GRUPOS FOLCLÓRICOS LEVARAM AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA AS CORES DAS NOSSAS TRADIÇÕES NUMA MANIFESTAÇÃO DE FÉ

Mais de 1700 peregrinos, trajados a preceito com os seus fatos domingueiros, afluiram hoje à Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima.

A iniciativa é da Federação do Folclore Português e vem retomar uma tradições interrompida pela pandemia.

Foto: Federação do Folclore Português

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ESPOSENDE: ANTAS RECEBEU EM 1939 A MIRACULADA GRACINDA COSTA COM PÉTALAS DE FLORES QUANDO REGRESSAVA DE FÁTIMA

No dia 14 de maio de 1939, a freguesia de Antas, no concelho de Esposende, recebia em procissão, no seu regresso de Fátima, a jovem "miraculada" Gracinda Costa. Na imagem, vê-se a jovem junto ao pároco Padre António Dias Ferreira, sendo saudada com o lançamento de pétalas de flores.

Gracinda Martins da Costa, natural de Antas, foi notícia nos jornais da época (entre os quais “O Cávado”), por, alegadamente, ter sido curada no Santuário de Fátima, na peregrinação de 13 de maio de 1939, durante a bênção aos doentes, de uma doença grave que a deixou paralisada, O fenómeno deu azo a grande culto à Virgem Maria em Antas, aliás consubstanciado pelo poeta António Correia de Oliveira, que também esteve na receção à “miraculada”.

Data atribuída com base na informação do Sr. António Azevedo, de Antas, Esposende.

Fonte: Biblioteca Digital do Cávado

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GRUPOS FOLCLÓRICOS DE TODO O PAÍS PEREGRINAM AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA

XVIII Peregrinação Nacional a Fátima

O evento que muitos esperam está a chegar!

Dia 27 de novembro estaremos todos em Fátima, novamente juntos no espaço que já acolheu perto de 1500 folcloristas simultaneamente!

A inscrição pode ser feita através do seguinte link: https://docs.google.com/.../1FAIpQLScPs9KIsxwFFd.../viewform

Esta é uma organização da Federação do Folclore Português e da Associação Folclórica da Região de Leiria - Alta Estremadura, destinada aos associados de ambas as instituições.

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DAVID OLIVEIRA: O EXEMPLO DE UM “SELF-MADE MAN” LUSO-AMERICANO

  • Crónica de Daniel Bastos

A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, destaca-se hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico na principal potência mundial.

No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, destacam-se vários percursos de vida de compatriotas que alcançaram o sonho americano ("the American dream”).

Entre as várias trajetórias de portugueses que começaram do nada na América e ascenderam na escala social graças a capacidades extraordinárias de trabalho, mérito e resiliência, destaca-se o percurso de sucesso do empresário e dirigente associativo David Oliveira, umas das figuras mais proeminentes da comunidade luso-americana em Yonkers, a quarta maior cidade do estado de Nova Iorque.

Natural da freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias, concelho de Ourém, David Oliveira emigrou na década de 1980 para os Estados Unidos da América, na esperança de vir a construir um futuro melhor numa época em que Portugal vivia uma crise profunda, com níveis de inflação e de desemprego elevados. A chegada ao território americano, no início da idade adulta, adveio após passagem da fronteira com o México, tendo-se estabelecido na cidade de Yonkers, burgo do estado de Nova Iorque, onde encontraria trabalho como serralheiro no ramo das estruturas metálicas.

Atividade profissional, em que celeremente começou a trabalhar por conta própria, e cuja técnica, conhecimentos precisos e específicos o catapultou para um renomado empresário da metalurgia alicerçado na sua empresa de sucesso, a Westchester Metal Works Inc., fundada no alvorecer dos anos 90 e que hoje emprega cerca de meia centena de funcionários.

Entre as obras mais emblemáticas do self-made man luso-americano, muitas delas em Manhattan, o distrito mais conhecido e importante de Nova Iorque, encontram-se o restauro do carrossel de Coney Island, uma das incontornáveis atrações do Luna Park, na “Big Apple”, ou o restauro do Fulton Market.

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O empresário e dirigente associativo luso-americano David Oliveira, com o Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, em 2018 no âmbito da Gala anual da PUSCC, no Harvard Club em Nova Iorque 

Empresário e empreendedor com uma trajetória marcada pelo mérito e pela inovação, o sucesso que o emigrante oureense alcançou têm sido acompanhados de um apoio constante à comunidade luso-americana em Yonkers. Cidade onde tem sido no decurso dos últimos anos, um dos principais dinamizadores do Centro Comunitário Português, uma das mais ativas associações luso-americanas, conhecida pela sua escola portuguesa, bar, restaurante, sala de festas, rancho folclórico e clube de futebol, e que tem sido frequentemente distinguido pelo Conselho Municipal.

Nunca esquecendo as suas raízes, frequentemente visita o seu torrão natal, e ainda em 2019 no âmbito das cerimónias do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas no Estado de Nova Iorque, na qualidade de presidente do Clube de Yonkers, recebeu a delegação dos bombeiros de Ourém, na comemoração do 40.º aniversário da Fanfarra, aos EUA, o percurso de vida do empresário luso-americano David Oliveira recorda-nos a máxima do arquiteto Frank Lloyd Wright: “Eu sei o preço do sucesso - dedicação, trabalho duro, e uma incessante devoção às coisas que você quer ver acontecer”.