Rosa Ramalho (14 de Agosto de 1888 - 24 de Setembro de 1977), nome artístico de Rosa Barbosa Lopes, ceramista, faleceu há 47 anos.
“O seu trabalho é caracterizado por peças figurativas que evocam o surrealismo e transitam entre o real e o fantástico. As suas peças exprimem uma imaginação prodigiosa e uma visão singular do através de personagens como as alminhas, o cristo, os cabeçudos, o galo, o galo mulher, o homem-sereia, o carrocho, a cabra, a pinha, a banda, a ceia, o cavaleiro, entre outras.
Rosa Ramalho nasceu no lugar da Cova, na freguesia de São Martinho de Galegos, concelho de Barcelos. O apelido adotado por ela, e sob o qual veio a ser conhecida, vem de uma expressão que sua avó dizia a seu pai: “não saias daqui, põe-te à sombra dos ramalhos!”. Filha de um sapateiro, Luís Lopes e de uma tecedeira, Emília Barbosa, ela nunca frequentou a escola. Aprendeu a trabalhar o barro desde muito nova, mas interrompeu a atividade quando se casou aos 18 anos e teve oito filhos (três morreram à nascença). Durante esse período, para fazer algum dinheiro, Rosa ia para casa de uma vizinha que modelava figuras, depois das suas atividades domésticas e domiciliárias. Inicialmente, para tecer tiras de cestas, mas depois para, por olho e por hábito, aprender a fazer essas tais figuras com barro por cozer (ou chacota) e com tintas não-cerâmicas, a partir da terra que tinha à disposição. Mas foi só após a morte do marido, em 1956, que, já com 68 anos de idade, iniciou o trabalho pelo qual veio a ser conhecida, com figuras de contornos dramáticos e fantasiosos, provenientes de uma imaginação fértil e repleta de mitologias locais.
A trajetória artística de Rosa começa com as tradicionais feiras populares, e foi assim que ela vendeu seus primeiros bonecos em Barcelos. Quando o pintor Antonio Quadros conheceu seu trabalho, passou a divulgar as suas exposições nas feiras. Quando o trabalho de Rosa ficou conhecido pelos membros da Escola Superior de Belas Artes do Porto, a modelagem de figuras em barro passou a ser valorizada pela "elite" artística e ganhou um estatuto superior no país.
Uma das suas peças, encontrada no acervo da Fundação Marques da Silva (FMS), da Universidade do Porto, integrou a exposição "Mais que Arquitectura", no Palacete Lopes Martins, em 2020.
Boa parte da obra de Rosa Ramalho pode ser encontrada no Museu de Olaria, em Barcelos, numa sala inteiramente dedicada ao figurado. São cerca de 250 peças que representam as várias fases do seu trabalho. Algumas da primeira fase, quando ela também pintava as peças, e outras da fase em que começou a contactar com os alunos de Belas-Artes da Universidade do Porto, e ainda figuras inacabadas.
O seu trabalho é continuado atualmente pela neta Júlia Ramalho que a acompanhava no trabalho do telheiro.
Em 1968 recebeu a medalha "As Artes ao Serviço da Nação". Nesse ano foi apresentada na Feira de Artesanato de Cascais e os seus trabalhos passaram a ser procurados por milhares de portugueses e estrangeiros.
Foi a primeira barrista a ser conhecida individualmente pelo próprio nome e teve o reconhecimento, entre outros, da Presidência da República, que em 9 de Abril de 1981, a título póstumo, lhe atribuiu o grau de Dama da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.”
Fonte: Wikipédia
Rosa Ramalho pôs as mãos no barro desde criança, mas só ficou célebre na arte da olaria tradicional portuguesa depois de ficar viúva.
De origens humildes, filha de um sapateiro e de uma tecedeira, Rosa Barbosa Lopes nasceu em 1888 na freguesia de S. Martinho de Galegos, em Barcelos. A partir de uma expressão de uma frase recorrente da avó ao seu pai – “Não saias daqui, põe-te à sombra dos ramalhos!” – juntou ao seu nome o apelido Ramalho pelo qual ficou conhecida.
Nunca frequentou a escola e com apenas sete anos, a troco de algum dinheiro, começou por fazer tiras de cestas em casa de uma vizinha que modelava uns bonecos toscos em barro, imitando as cestas em vime que vira umas mulheres ciganas fazer.
Casou aos 18 anos, juntando-se ao seu marido no ofício de moleiro para sustento da família. Teve 8 filhos (três morreram à nascença) e durante os quase 50 anos de casamento, o barro tornou-se apenas num passatempo familiar com as crianças.
Só em 1956, tinha então 68 anos, é que se dedicou novamente à arte de moldar o barro, dando asas à sua imaginação fértil. Inspirada pela vida rural minhota que a envolvia e pelo imaginário fantasmagórico de infância produziu peças retratando cenas como a matança do porco e as procissões, passando por bruxas, lobisomens, bichos e monstros de um universo surreal que a distinguiria entre os barristas da região.
Percorreu feiras locais e regionais do norte de Portugal e foi na feira das Fontainhas no Porto que o pintor António Quadros reparou no seu trabalho, divulgando-o e contribuindo assim para o seu reconhecimento, tendo também sugerido que assinasse as suas peças retirando a sua obra do anonimato.
Umas das mais importantes ceramistas portuguesas, elevou a arte do figurado de barro de Barcelos, tendo trabalhado até ao fim dos seus 89 anos de vida.
Rosa Ramalho pôs as mãos no barro desde criança, mas só ficou célebre na arte da olaria tradicional portuguesa depois de ficar viúva.
De origens humildes, filha de um sapateiro e de uma tecedeira, Rosa Barbosa Lopes nasceu em 1888 na freguesia de S. Martinho de Galegos, em Barcelos. A partir de uma expressão de uma frase recorrente da avó ao seu pai – “Não saias daqui, põe-te à sombra dos ramalhos!” – juntou ao seu nome o apelido Ramalho pelo qual ficou conhecida.
Nunca frequentou a escola e com apenas sete anos, a troco de algum dinheiro, começou por fazer tiras de cestas em casa de uma vizinha que modelava uns bonecos toscos em barro, imitando as cestas em vime que vira umas mulheres ciganas fazer.
Casou aos 18 anos, juntando-se ao seu marido no ofício de moleiro para sustento da família. Teve 8 filhos (três morreram à nascença) e durante os quase 50 anos de casamento, o barro tornou-se apenas num passatempo familiar com as crianças.
Só em 1956, tinha então 68 anos, é que se dedicou novamente à arte de moldar o barro, dando asas à sua imaginação fértil. Inspirada pela vida rural minhota que a envolvia e pelo imaginário fantasmagórico de infância produziu peças retratando cenas como a matança do porco e as procissões, passando por bruxas, lobisomens, bichos e monstros de um universo surreal que a distinguiria entre os barristas da região.
Percorreu feiras locais e regionais do norte de Portugal e foi na feira das Fontainhas no Porto que o pintor António Quadros reparou no seu trabalho, divulgando-o e contribuindo assim para o seu reconhecimento, tendo também sugerido que assinasse as suas peças retirando a sua obra do anonimato.
Umas das mais importantes ceramistas portuguesas, elevou a arte do figurado de barro de Barcelos, tendo trabalhado até ao fim dos seus 89 anos de vida.
Fonte: EGEAC
Rosa Ramalho aos 86 anos (1973). Fotografia de Carlos Coutinho.
Escultora, ceramista e figura emblemática da olaria tradicional portuguesa, começou a aprender o seu ofício aos sete anos, quando experimentou modelar peças de barro em casa de uma vizinha, no concelho de Barcelos. A partir dos 18 anos, idade com que se casou, deixou o trabalho como barrista, ao qual só regressou após enviuvar, quando tinha já perto de 68 anos. Foi então que a arte de modelar a imaginação se tornou a sua paixão, começando a frequentar feiras e romarias. A sua obra despertou, nessa altura, a curiosidade de jovens estudantes, alunos da Escola Superior de Belas Artes do Porto, e as suas obras, evocativas do Surrealismo, tornaram-se um fenómeno do artesanato português. Foi, assim, a primeira barrista a ter um reconhecimento singular e chegou a receber, em 1981, o grau de Dama da Ordem Militar de Sant’iago da Espada.
Em 2021, um conjunto de peças suas estiveram em mostra na Galeria Avenida da Índia (Galerias Municipais de Lisboa), no âmbito da exposição coletiva “Ernesto de Sousa, Exercícios de Comunicação Poética com Outros Operadores Estéticos”.
Rosa Ramalho nasceu em 14 de agosto, no ano de 1888.
Rosa Ramalho fotografada por Eduardo Gageiro em 1968
A Torre Medieval e o Posto de Turismo recebem, de 24 de maio a 14 de julho, duas exposições de artesanato: na Torre Medieval vai estar patente “Um Figurado com Tradição por António Ramalho”; e, no Posto de Turismo, a mostra “Porfírio Mendes, um artesão de alma e coração”.
“Um Figurado com Tradição por António Ramalho”, na Torre Medieval
António Ramalho, nascido em Barcelos em 1969, é filho de Júlia Ramalho e bisneto de Rosa Ramalho, tendo começado ainda na infância a brincar com o barro. A herança da bisavó e da mãe são marcas das suas figuras, pelo recurso a elementos e motivos que elas já utilizavam. Por outro lado, há uma vontade consciente de se afastar dessa herança, procurando desenvolver uma linha singular. É em 2004 que António Ramalho começa a dedicar-se em exclusivo à produção de Figurado, entre a ajuda na produção das peças da mãe e na conceção e execução das suas próprias peças. Vidrados em tons de verde e o recurso ao universo fantástico, povoado por criaturas bizarras, são algumas das características do seu trabalho.
Nesta exposição, António Ramalho apresenta uma produção artesanal sustentada na tradição, ostentando o certificado de “Figurado de Barcelos”, o que confere à sua obra garantia de qualidade e autenticidade.
“Porfírio Mendes, um artesão de alma e coração”, no Posto de Turismo
No Posto de Turismo, o artesão Porfírio Mendes pretende dar a conhecer os seus trabalhos através da exposição “Porfírio Mendes, um artesão de alma e coração”. Esta é a sua primeira exposição individual e, tal como o nome indica, mostra figuras que transmitem o carinho e afeição com que este artesão coloca nas suas peças. São figuras artísticas cheias de cor e movimento, que revelam a vida e as suas circunstâncias, elaboradas sob o olhar de Porfírio Mendes. O artesão utiliza a cortiça como material base, usando rolhas, lixa, cola e tintas no seu processo de fabrico.
As exposições “Um Figurado com Tradição por António Ramalho” e “Porfírio Mendes, um artesão de alma e coração” estão patentes até 14 de julho, na Torre Medieval e no Posto de Turismo. No Posto de Turismo, pode visitar de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 18h00; aos sábados, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00, e aos domingos e feriados, das 10h às 13h e das 14h às 16h. Na Torre Medieval, pode visitar de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h30; aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30.
O Museu de Olaria de Barcelos foi distinguido pela Associação Portuguesa das Cidades e Vilas de Cerâmica pelo seu desempenho no setor da preservação e divulgação no setor da cerâmica em Portugal. Em sessão realizada no Teatro da Vista Alegre, em Ílhavo, também foram distinguidos o Departamento de Materiais e Cerâmica da Universidade de Aveiro, a Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre e o Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica - CENCAL.
Na sessão em que estiveram presentes representantes de várias cidades e vilas cerâmicas portuguesas, bem como representantes de membros honorários da Associação e alguns membros do Conselho Consultivo, foi dada posse aos corpos dirigentes para mais um mandato de dois anos, sendo que Barcelos integra de novo a direção.
A AptCVC - Associação Portuguesa das Cidades e Vilas de Cerâmica tem 29 cidades e vilas portuguesas associadas. Pertence ao Agrupamento Europeu de Cidades Cerâmicas, composto por 7 países, e à Academia Internacional de Cerâmica, sediada em Genéve, que este ano realiza o seu Congresso Mundial, em Portugal, sob a organização da AptCVC, nas cidades de Alcobaça e Caldas da Rainha, no 3.º semestre de setembro.
“Noutros tempos era assim…” e “Técnicas Cerâmicas nos Países de Expressão Portuguesa”
No âmbito das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o Museu de Olaria inaugura, na próxima sexta-feira, 12 de abril, duas exposições: “Noutros tempos era assim…” e “Técnicas Cerâmicas nos Países de Expressão Portuguesa”.
“Noutros tempos era assim…”
Patente na Sala de Exposições Temporárias até 2 de fevereiro de 2025, “Noutros tempos era assim…” dá mote ao tema desta exposição de Figurado de Barcelos, com peças da coleção do Museu de Olaria. A mostra levará os visitantes numa viagem tridimensional pela memória coletiva local, em especial antes do 25 de Abril de 1974, através dos trabalhos de nomes consagrados e emergentes do Figurado de Barcelos. Num percurso com mais de 80 obras, serão percorridos alguns lugares-comuns da vida, como a escola, a agricultura, profissões que, entretanto, foram desaparecendo. Outros temas das peças figurativas retratam as festas e romarias presentes, o namoro e os afetos, e a saúde.
“Técnicas Cerâmicas nos Países de Expressão Portuguesa”
A mostra apresenta ao público um conjunto diversificado de peças, ferramentas e instrumentos de trabalho da produção cerâmica de Angola, Brasil, Cabo Verde e Timor-Leste, fruto de trabalhos etnográficos, doações e aquisições feitas durante os séculos XX e XXI. As louças utilitárias decorativas e a expressão artística do figurado dão a conhecer parte da cultura material daqueles países.
A exposição vai ficar patente ao público, na Sala da Capela do Museu de Olaria, até 30 de junho, podendo ser visitada nos seguintes horários: terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30 e, aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
A figura do Zé Povinho foi durante muitas décadas – a par de Santo António – um ícone nas tabernas de Lisboa, que tinham invariavelmente como donos galegos ou minhotos, com especial predominância para os oriundos de Ponte de Lima e Paredes de Coura.
“Um ramo de louro à porta / Indicava uma taberna / À noite era uma lanterna / Com sua luz quase morta” – tal como canta a barcelense Gisela João.
Lá dentro, em lugar cimeiro, Santo António segurava o menino dentro da sua capelinha e, a seu lado, a figura rústica do Zé Povinho garantia: Queres fiado… toma!
O taberneiro, qual sacerdote de Dionysos, perfila-se diante do balcão como se da ara dos ritos sacrificiais se tratasse, presidindo à liturgia pagã do vinho junto dos seus ungidos. E, no seu subido altar, nas suas funções de Baco, Zé Povinho assegurava o cumprimento do dever dos fiéis não deixarem de cumprir a sua obrigação do pagamento da despesa. Isto acontecia outrora quando existiam tabernas dos minhotos em Lisboa.
"A vila de Prado, situada perto de Braga, foi cabeça de um concelho extinto no ano de 1855. Em muitas das aldeias que o compunham havia uma laboriosa população que, não se sabe desde quando, em grande parte se dedicava à fabricação de louças cuja expansão e fama trasbordava do Noroeste Português. Repartidas tais aldeias pelos concelhos de Vila Verde, Braga e Barcelos, couberam ao último aquelas onde a indústria mais densamente se concentrava.
A designação "louças de Prado", essa, não se apagou com a mesma facilidade com que se extinguiu o concelho. Lentamente se operou a substituição dos nomes. Várias décadas depois da reforma administrativa ainda as louças aqui produzidas eram chamadas "de Prado".
(As olarias de Prado, por Rocha Peixoto)
Vendedeiras e fabricantes de púcaros; potes; panelos de barro; andavam longas distâncias a pé com a louça sob a cabeça e como auxilio usavam uma rodilha feita de palha para suportar o peso do molho.
Exposição na Sala da Capela até 7 de janeiro de 2024
A Sala da Capela do Museu de Olaria tem patente, de 14 de outubro a 1 de janeiro de 2024, a exposição “Terra, mãos e fogo – 35 anos de cerâmica”, de Isabel Azerêdo.
A presente exposição faz uma retrospetiva dos 35 anos de trabalho em cerâmica de Isabel Azerêdo, que traz ao Museu de Olaria obras que ilustram o seu percurso profissional enquanto ceramista e escultora. Da terra, ela retira a matéria-prima que modela artisticamente, indo buscar às formas mais tradicionais a essência do seu trabalho.
O barro, elemento fundamental da obra de Isabel, transforma objetos, dá-lhes uma dimensão escultórica e uma beleza artística únicas próprias de uma identidade. O desenho é o princípio de cada um dos seus trabalhos.
Isabel Azerêdo trabalha o barro com mestria, cria obras complexas e faz com que o barro se transforme em algo mais sublime. Quando se veem as suas peças, decorativas e/ou funcionais, percebe-se a sua origem e lembra-se a ancestralidade que está inerente à modelação do barro.
A artista
1966 Nasceu em Lisboa 1982 Curso de Introdução às Artes Plásticas Design e Arquittura na Escola António Arroio 1986 Curso profissional moldador/modelador cerâmico na escola António Arroio, sob a orientação do mestre Querubim Lapa 1987 Curso de cerâmica de alta temperatura no AR.CO - Centro de Arte e Comunicação Visual – sob a orientação do ceramista Alberto Cidraes. | Participa em workshop sobre serigrafia/escultura com o ceramista António Pascoal - AR.CO | Assistente para a área de olaria no curso de cerâmica leccionado pelo professor/ceramista António Vasconcelos Lapa, no IADE-Instituto de Arte e Decoração 1988 Participa no workshop sobre vidro soprado com o artista britanico Ray Flavel - AR.CO | Executa esculturas/troféus oferecidos pela publicação das produções cassefaz - “O Actor” 1990 Em itália, estágio com o ceramista Giancarlo Scapim 1991 Ingressa na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde frequenta o 1.º ano 1992|93 Frequenta a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa 1993 Inicia colaboração com o designer Pedro Lunta, apresentando anualmente coleções de design cerâmico com produção de autor 2007 Referenciada no livro do ceramista/escultor Eduardo Nery “Azulejo - apreciação estética do azulejo” pág. 62, ed. Inapa | Inscrita na SPA - Sociedade Portuguesa de Autores com o nº 14645.
A Sala da Capela do Museu de Olaria tem patente, de 1 de julho a 1 de outubro, a exposição “Carlos Barroco e o Artesanato Português”.
Carlos Barroco (Lisboa, 1946-2015) foi uma figura multifacetada e com múltiplos interesses, ficando sobretudo conhecido enquanto artista plástico e galerista. Em 1985, fundou a galeria Novo Século, que lhe permitiu dedicar-se profissionalmente ao que realmente lhe interessava: a expressão artística nas suas múltiplas vertentes, da arte popular à contemporânea, do trabalho manual à produção industrial.
Nesta exposição, que é também uma homenagem à vida e obra de Carlos Barroco, procuramos destacar a relevância do seu contributo para o campo do artesanato português, salientando a validade da sua abordagem e perspetiva. Damos a conhecer uma parte significativa da sua coleção de figurado de barro, a par de um pequeno conjunto de obras por si produzidas – onde se detetam claras referências à arte popular – e de alguma documentação visual que realizou durante as visitas que fazia aos artesãos. A sua dedicação ao artesanato português resultou, para além da constituição de uma coleção composta sobretudo por figurado de barro, num conjunto de textos, exposições, fotografias e vídeos que hoje constituem valiosos documentos textuais e visuais sobre esta área.
Carlos Barroco (1946-2015)
Nasceu em Lisboa, em 1946, cidade onde viveu e trabalhou. Frequentou a Escola de Artes António Arroio e, em 1988, foi bolseiro da S.E.C.. Encontra-se representado na coleção da Caixa Geral de Depósitos e em coleções particulares em Portugal e no estrangeiro. Ao longo da sua carreira, realizou exposições no país e no estrangeiro, como por exemplo em Bruxelas, Bélgica e Itália. Está citado nas seguintes monografias: Dictionary Portuguese Paintings – Tanock; Pintura e Escultura em Portugal 1940/1980 - Rui Mário Gonçalves; jornais e publicações diversas. Faleceu em 2015, em Lisboa.
A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h00, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
Por ocasião da celebração dos seus 60 anos de existência, foi inaugurada hoje no Museu de Olaria a grande exposição “Olarias de Portugal", uma mostra que permite percorrer mais de cem anos de produção de louça e figurado portugueses, ilustrados por cerca de 650 peças.
A sessão que marcou a abertura desta mostra foi presidida pelo presidente da Câmara de Barcelos, acompanhado da vereadora da Cultura.
Após um enquadramento histórico, feito pela diretora, Cláudia Milhazes, da vida do Museu e do seu papel na preservação, estudo, divulgação e promoção das olarias e figurado, o presidente da Câmara, Mário Constantino, sublinhou a importância desta nova exposição permanente, quiçá a mais rica e representativa das olarias portuguesas. "É mais um excelente produto cultural que muito orgulha Barcelos e faz o nosso Museu ganhar ainda mais dimensão nacional e internacional", referiu o autarca.
A exposição "Olarias de Portugal" está organizada por três pisos diferenciados, nos quais estão expostas peças de cerâmica e olaria dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Coimbra, Aveiro, Portalegre, Lisboa, Leiria, e ainda dos núcleos do Alentejo, Algarve, Madeira e Açores, bem como naturalmente peças da olaria e do figurado de Barcelos, desde os finais do século XIX, até aos dias de hoje.
A arte de produzir louça com barro além de ancestral é, indiscutivelmente, fruto da necessidade humana. O uso de recipientes para conservar, cozinhar, servir, ornamentar, para a promoção de rituais ou satisfação de crenças, calcorreia séculos.
A exposição "Olarias de Portugal" convida-o a percorrer mais de cem anos de produção de louça e figurado portugueses. Desde o processo de extração do barro, à preparação da pasta para ser trabalhada pelo oleiro, passando pelas características únicas de cada centro produtor. O caminho começa no primeiro piso com as louças de Barcelos, seguindo até aos distritos de Vila Real e Bragança. Depois de se subir as escadas, no piso superior, encontram-se louças dos distritos da Guarda, Castelo Branco, Viseu, Coimbra, Aveiro, Portalegre, Lisboa e Leiria, e ainda da envolvente do Alentejo, Algarve, e dos arquipélagos da Madeira e dos Açores.
No terceiro piso, o destaque releva a antiguidade e criatividade do Figurado de Barcelos e as mudanças que o mesmo foi sofrendo ao longo dos anos. Mas a visita não termina aqui, no retorno, descendo as escadas, encontra-se a louça decorativa produzida no território barcelense, desde os finais do século XIX.
O percurso museológico pelas Olarias de Portugal termina com a possibilidade de se poderem apreciar algumas das obras contemporâneas da coleção do Museu.
O Museu de Olaria
Decorria o ano 1963, quando foi inaugurado o Museu de Cerâmica Regional, em Barcelos. Onze anos antes, o etnógrafo Joaquim Sellés Paes de Villas-Bôas doara a sua coleção de louça utilitária e figurado ao Município, promovendo a criação de um museu. Uma sala subterrânea, por baixo do Paço dos Condes, foi o local escolhido para acolher a coleção.
Muito se discutiu e se fez em torno deste museu e do que ele significava, enquanto polo dinamizador da investigação cerâmica em Portugal. Sim, a vontade de quem o dirigia ultrapassava o limite concelhio, entendia Eugénio Lapa Carneiro que tinha de ser um museu útil e vivo e foi assim que se manifestou aquando de uma doação de uma pequena biblioteca: “[…] o museu de Barcelos deve ser apetrechado de modo a servir os estudiosos da cerâmica popular, portugueses e estrangeiros, deve preparar-se para desempenhar cabalmente o seu papel de centro promotor de estudos sobre cerâmica popular.” (Carneiro. 1969). Não chegava uma coleção, importava ter um centro de investigação. Com Eugénio Lapa Carneiro, a coleção do museu foi aumentando, desafiou antropólogos e etnógrafos para estudarem cerâmicas de países lusófonos: João Lopes Filho fez um importante levantamento em Cabo Verde; Adélio Marinho Macedo Correia para além do Alentejo, percorreu Angola onde desenvolveu um trabalho imensurável. Com a inclusão de Isabel Maria Fernandes na equipa, a investigação do mundo do barro ganhou nova dimensão. O museu desempenhava agora um papel fulcral na perspetiva do estudo, mas também na divulgação e promoção do seu acervo.
A incorporação de peças nacionais e de países de língua oficial portuguesa como Angola, Cabo Verde, Brasil, Timor, Moçambique e Guiné são reflexo da sua vivência, intimamente ligada à história nacional.
Em 1995, foi inaugurado o Museu de Olaria; nova designação, mudança de instalações com a adaptação a museu da Casa dos Mendanhas de Benevides, onde hoje se encontra.
O acervo, com mais de 10 000 peças, é apresentado de forma sucinta nesta exposição, contudo conscientes de que a riqueza da olaria portuguesa não se limita neste espaço. É, por isso, que Cláudia Milhazes, diretora do museu, refere que: “o papel do museu na comunidade extravasa as instalações, a olaria requer ainda muita investigação e tem sido uma preocupação constante transmitir conhecimento, desde o público escolar ao público em geral, bem como a promoção de novos artistas no mundo da cerâmica”.
O Museu de Olaria quer ser útil para manter a olaria viva!
Vai ser inaugurada, no Museu de Olaria, em Barcelos, no próximo sábado, pelas 17 horas, a exposição "Olaria de Portugal", uma mostra que permite percorrer mais de cem anos de produção de louça e figurado portugueses.
Esta exposição apresenta louças dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Coimbra, Aveiro, Portalegre, Lisboa, Leiria, e ainda dos núcleos do Alentejo, Algarve, Madeira e Açores.
Em destaque, estão também a olaria e o figurado de Barcelos, com peças desde os finais do século XIX.
O Museu de Olaria volta a ser a casa do Figurado de Barcelos, essa ancestral arte representativa de uma das atividades artesanais mais importantes do concelho. “Fé e Folia em Barro” é o nome da exposição que abriu ao público no sábado (18/03) e que estará patente até 21 de janeiro de 2024.
A exposição mostra-nos as criações de barristas de Barcelos que sempre representaram temas do quotidiano: o trabalho, os animais, a religião e as festas, mostrando como a Religião e a Festa foram e são representados e como evoluíram os olhares e as formas do Figurado de Barcelos.
Inicialmente, faziam-se figurinhas, de pequenas dimensões, produzidas particularmente para os mais pequenos, às quais lhes adicionavam assobios e orifícios. As primeiras enquadram-se na função lúdica, sendo oferecidas/vendidas como brinquedo; às segundas, o povo inventivo e engenhoso conferiu-lhe uma função prática, a de paliteiro.
Os modeladores e pintores eram mulheres e crianças e só a crescente procura em feiras e festas fez com que o homem, artífice de louça utilitária, começasse também a contribuir para o processo de fabrico de figurado. Assim, utilizando a roda de oleiro, mas também moldes, entre outras tecnologias à disposição, o figurado começou uma nova etapa. Mantendo orifícios e/ou assobios, começaram a surgir peças de maiores dimensões feitas no torno, como galos, gigantones, cabeçudos, bonecas... Ao mesmo tempo, surge uma policromia mais rica, um brilho característico conferido pelo vidrado e pela utilização de novas tintas .
As transformações apareciam em catadupa e o reconhecimento de mestres das Belas-Artes do Porto, de onde se destacou o pintor António Quadros, viria a colocar na história da Arte Popular nomes como Ana Baraça, Rosa “Ramalho”, Rosa Côta, Teresa Carumas, entre outros.
As dimensões das peças aumentaram e os acessórios foram-se perdendo.
A exposição “Fé e Folia em Barro” pode ser visitada até 21 de janeiro de 2024, de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. A entrada é gratuita.
“Louça Tradicional de Barcelos – Um passado com futuro pela cerâmica de Jaime da Silva Barbosa”, na Torre Medieval
“Louça Tradicional de Barcelos – Um passado com futuro pela cerâmica de Jaime da Silva Barbosa” é o tema da exposição de Olaria de Barcelos que estará patente, até 12 de março, na Torre Medieval.
A mostra pretende dar a conhecer o trabalho deste oleiro, da freguesia da Lama, que dedicou toda a sua vida profissional à produção de louça de barro. Simultaneamente, a mostra pretende promover a divulgação e valorização da Olaria de Barcelos, atividade que faz parte da identidade cultural do concelho e pertence ao quadro do Registo Nacional de Produções Certificadas.
A unidade produtiva artesanal de Jaime da Silva Barbosa é constituída por oito funcionários: os quatro irmãos (sócios), duas pintoras e mais dois funcionários.
As criações da cerâmica de Jaime Silva Barbosa retratam a produção de louça tradicional produzida na roda de oleiro, ou em prensas com moldes de gesso, rotativas com moldes de ferro, bem como através da técnica de banho (enchimento de moldes). Para a produção da louça regional utiliza-se o barro vermelho filtrado, proveniente de Alvarães e de Aveiro; para a produção de vasos, a origem do barro é da mesma zona, todavia, não é filtrado, pois não exige uma qualidade de barro tão elevada quanto a louça regional.
Esta exposição visa dar continuidade ao processo de promoção, preservação e valorização da louça tradicional de Barcelos, posicionando a mesma como uma produção diferenciadora e identitária de um território e das suas gentes, a qual deverá ser entendida não apenas como uma simples louça, mas sim como um produto cultural identitário da região oleira de Barcelos.
A exposição “Louça Tradicional de Barcelos – Um passado com futuro pela cerâmica de Jaime da Silva Barbosa” está patente até 12 de março, na Torre Medieval de Barcelos, e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h30; e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 13h e das 14h30 às 17h30. A entrada é livre.
21 de janeiro a 21 de março | Sala da Capela do Museu de Olaria
Abre ao público no próximo sábado (21-01), pelas 18 horas, no Museu de Olaria, em Barcelos, a exposição “PLATS DE MANISES”, composta de 27 peças de louça de mesa de cerâmica criadas por 13 artesãos de Manises. A mostra é complementada por 27 receitas da cozinha tradicional de Manises, servidas em diversos recipientes de cerâmica.
No catálogo da exposição, o presidente da Câmara, Mário Constantino, realça que “tal como Barcelos, Manises integra a Rede de Cidades Criativas da UNESCO”, salientando que a “similitude entre os dois territórios não se limita, apenas, a terem a distinção e o reconhecimento internacional da UNESCO, antes se estende ao facto de figurarem na mesma modalidade de Cidade Criativa - Artesanato e Arte Popular - e, nesse campo, partilharem uma tradição produtiva de séculos, que é a arte de produzir cerâmica”.
Gastronomia e cerâmica: o casamento perfeito
Cozinha e cerâmica são dois dos elementos fundamentais para se compreender a forte personalidade gastronómica e artística do turismo, em Manises. Este casamento entre criações culinárias de qualidade, que brilham nos pratos, e a beleza da cerâmica de Manises não seria possível sem o trabalho e empenho da população local que manteve viva a chama dos pratos típicos da cidade, tanto nas cozinhas das casas particulares como nos restaurantes locais. E com eles, todos os artistas de cerâmica que têm modelado e pintado cada peça, ao longo dos séculos.
Na gastronomia, encontramos pratos típicos valencianos como “esgarradet”, “pimentó amb tonyina”, o prato tradicional dos “dias festivos” ou outros com uma grande tradição na região da Horta Sud como “puchero” ou “rossejat”. Também não faltam doces, tais como bolos, o “moniato” ou a “fabiola”. Todas estas receitas foram feitas por Amparo Suria Arenas, que contribuiu com a sua experiência para preservação destas tradições culinárias da cozinha local.
Os ceramistas da cidade de Manises que colaboraram na produção destas louças são os seguintes: Aliarte Cerámica, Arturo Mora (a cerâmica de Reflejo Metálico), Cerámicas Chenoll, Cerámicas Palanca, Plat y Bol, Pepe Royo, Domanises, Drac Cerâmica, Gresnaler, la Botiga de Gema, la Cerámica Valenciana de José Gimeno, Rafael Mora i Art Tvs.
Nesta exposição, todas as legendas têm código QR que redireciona para o artesão ou artesã que elaborou a peça de cerâmica na qual está empratada a receita.
Manises
Manises é uma cidade mediterrânica localizada na área metropolitana de Valência (Espanha) que se distingue pelo seu artesanato de cerâmica. De toda a atividade cerâmica, destacam-se a faiança dourada e azul dos séculos XIV a XV, os azulejos e a faiança policromada do século XIV e a cerâmica modernista do século XX.
A exposição “PLATS DE MANISES” pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. A entrada é gratuita.
O presépio tradicional português possui caraterísticas únicas que o distingue dos presépios de outros países de diferentes culturas. A par da representação da história do nascimento de Cristo com destaque para a Sagrada Família – São José, Nossa Senhora e o Menino Jesus – e da presença dos três Reis Magos, ele contextualiza uma realidade mais próxima dos nossos dias e mais condizente com o modo de vida tradicional do povo português.
Dependendo de cada região onde é produzido, o presépio é complementado com figuras típicas como o moleiro e a lavadeira saloia, a banda de música, a mulher de cântaro à cabeça, o pastor com o seu rebanho e o gaiteiro. E até o rancho folclórico minhoto…
A maior parte destas peças de barro são produzidas pelos artesãos barcelenses razão pela qual não falta sequer no nosso presépio tradicional o tão celebrado galo de Barcelos.
Nesta quadra natalícia, visite o Museu de Olaria. Duas exposições temporárias e mostra de presépios
Aproveite a quadra natalícia para visitar o Museu de Olaria, onde, além das duas exposições temporárias: “Binde à Festa” de Delfim Manuel e “Santo António p`Artes de mim”, coleção de Alexandre Correia, estão patentes duas novas mostras, uma de presépios de vários barristas, pertencentes à coleção do Museu de Olaria e a exposição “Olaria Norte de Portugal”.
Entretanto, está a decorrer a montagem da nova exposição permanente, que deverá reabrir ao público no primeiro trimestre de 2023, com peças únicas do singular acervo do Museu.
Vão estar expostas produções do norte ao sul do país, dos arquipélagos e ainda dos PALOP's. O figurado também marcará presença, bem como a louça decorativa e a contemporânea.
Não deixa ninguém indiferente. Pela dimensão, pelo enquadramento e sobretudo pela quantidade e diversidade artística das peças que o compõe. Trata-se do “Presépio a 7 Artes”, que está patente na Sala Gótica dos Paços do Concelho, uma “obra” que reúne criações de 39 artesãos de Barcelos, das mais variedades artes e ofícios populares do território barcelense.
No texto de apresentação desta iniciativa - patente no edifício da Câmara Municipal, até ao dia 6 de janeiro - lê-se que “o “Presépio a 7 Artes” é uma homenagem ao Natal e aos artesãos barcelenses. Nele estão criações que representam o sentido criativo de cerca de quatro dezenas de artesãos barcelenses, de múltiplas produções e gerações. A cada uma destas peças singulares, o Município adicionou composições de elevado valor histórico, pertencentes ao espólio do Museu de Olaria, de alguns dos grandes vultos do artesanato local que fazem parte da galeria dos notáveis da identidade da arte popular local e nacional”.
Composto por cerca de uma centena de peças este presépio constitui um “retrato da vida quotidiana popular de um passado não muito longínquo, porém profundamente marcado pela expressão característica do Minho e das suas gentes, mas, mais do que isso, reflete um sentimento coletivo de outros tempos e momentos de uma identidade e de um imaginário local”.
Como é de reconhecimento geral, o concelho de Barcelos foi, desde sempre, um terreno fértil para a criatividade, particularmente no panorama das artes e ofícios tradicionais e, como tal, o presépio tornou-se também numa das criações mais relevantes do figurado local. Assim, a ideia de criar um “Presépio a 7 Artes” é antes de mais um elogio ao artesanato local, não só patente nas produções barristas, mas também nos trabalhos em madeira, ferro, cestaria, bordado de crivo e em expressões de artesanato contemporâneas como é o caso da pasta de papel.
O presépio é uma das mais relevantes tradições natalícias. Foi no século XIII que São Francisco de Assis fez nascer este costume, quando decidiu recriar a efeméride dentro daquele que era o ideal cristão de apologia à humildade. Esta ação foi de tal forma bem acolhida que, da floresta de Greccio, na atual Itália, saltou para todo o mundo cristão e, através dos séculos, a sua dimensão não parou de crescer. Chegou até nós como mais do que uma alegoria ao simbolismo que a época encerra, pois hoje trata-se sobretudo de uma representação de dimensão cultural e histórica do advento.
Neste presépio encontram-se criações de: (por ordem alfabética) Agostinho Coelho, Alberto Pinto, António Ramalho, António Salgueiro, Bernardino Coelho, Carlos Dias, Carolina André, Cidália Trindade, Conceição Messias, Conceição Sapateiro, Daniel Alonso, Domingos Ferreira, Eduardo Barbosa, Eduardo & Jesus Pias, Ermelinda Rodrigues, Fernando “Russo”, Inês Machado, Irene Salgueiro, Irmãos Baraça, Irmãos Mistério, João Ferreira, João Rêgo, Joaquim Messias, Joaquim Pinto, Júlia Côta, Júlia Martins , Júlio Ferreira, Laurinda Pias(28), Lourdes Ferreira, Luísa Pereira, Manuel Carvalho, Manuel Macedo, Mina Gallos, M. S. Cordeiro, Nelson Oliveira, Prazeres Côta, Renato Mendanha, Rosa Portela e Telmo Macedo.
Intitula-se "As escolhas de um colecionador". É a exposição de Rosa Ramalho que acaba de ser inaugurada na Galeria de Exposições do Palácio da Cidadela e que pode ser visitada de 13 de novembro a 2 de abril de 2023.
A Fundação Dom Luís I e a Câmara Municipal de Cascais mostram pela primeira vez ao público um notável conjunto de obras de Rosa Ramalho (1888-1977), uma das mais conhecidas bonecreiras portuguesas do século XX. São mais de uma centena de peças propriedade dos herdeiros do colecionador Tito Iglésias, apresentadas numa mostra com curadoria de Isabel Maria Fernandes.
Nesta exposição evidenciam-se os aspetos em que Rosa Ramalho explora a imitação de peças que aprendeu a fazer ainda em menina, no final do séc. XIX, e aquelas em que é notória a sua reconhecida criatividade figurativa, através da qual evoca o surrealismo, o real e o fantástico.