A Sala da Capela do Museu de Olaria tem patente, de 1 de julho a 1 de outubro, a exposição “Carlos Barroco e o Artesanato Português”.
Carlos Barroco (Lisboa, 1946-2015) foi uma figura multifacetada e com múltiplos interesses, ficando sobretudo conhecido enquanto artista plástico e galerista. Em 1985, fundou a galeria Novo Século, que lhe permitiu dedicar-se profissionalmente ao que realmente lhe interessava: a expressão artística nas suas múltiplas vertentes, da arte popular à contemporânea, do trabalho manual à produção industrial.
Nesta exposição, que é também uma homenagem à vida e obra de Carlos Barroco, procuramos destacar a relevância do seu contributo para o campo do artesanato português, salientando a validade da sua abordagem e perspetiva. Damos a conhecer uma parte significativa da sua coleção de figurado de barro, a par de um pequeno conjunto de obras por si produzidas – onde se detetam claras referências à arte popular – e de alguma documentação visual que realizou durante as visitas que fazia aos artesãos. A sua dedicação ao artesanato português resultou, para além da constituição de uma coleção composta sobretudo por figurado de barro, num conjunto de textos, exposições, fotografias e vídeos que hoje constituem valiosos documentos textuais e visuais sobre esta área.
Carlos Barroco (1946-2015)
Nasceu em Lisboa, em 1946, cidade onde viveu e trabalhou. Frequentou a Escola de Artes António Arroio e, em 1988, foi bolseiro da S.E.C.. Encontra-se representado na coleção da Caixa Geral de Depósitos e em coleções particulares em Portugal e no estrangeiro. Ao longo da sua carreira, realizou exposições no país e no estrangeiro, como por exemplo em Bruxelas, Bélgica e Itália. Está citado nas seguintes monografias: Dictionary Portuguese Paintings – Tanock; Pintura e Escultura em Portugal 1940/1980 - Rui Mário Gonçalves; jornais e publicações diversas. Faleceu em 2015, em Lisboa.
A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h00, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
Por ocasião da celebração dos seus 60 anos de existência, foi inaugurada hoje no Museu de Olaria a grande exposição “Olarias de Portugal", uma mostra que permite percorrer mais de cem anos de produção de louça e figurado portugueses, ilustrados por cerca de 650 peças.
A sessão que marcou a abertura desta mostra foi presidida pelo presidente da Câmara de Barcelos, acompanhado da vereadora da Cultura.
Após um enquadramento histórico, feito pela diretora, Cláudia Milhazes, da vida do Museu e do seu papel na preservação, estudo, divulgação e promoção das olarias e figurado, o presidente da Câmara, Mário Constantino, sublinhou a importância desta nova exposição permanente, quiçá a mais rica e representativa das olarias portuguesas. "É mais um excelente produto cultural que muito orgulha Barcelos e faz o nosso Museu ganhar ainda mais dimensão nacional e internacional", referiu o autarca.
A exposição "Olarias de Portugal" está organizada por três pisos diferenciados, nos quais estão expostas peças de cerâmica e olaria dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Coimbra, Aveiro, Portalegre, Lisboa, Leiria, e ainda dos núcleos do Alentejo, Algarve, Madeira e Açores, bem como naturalmente peças da olaria e do figurado de Barcelos, desde os finais do século XIX, até aos dias de hoje.
A arte de produzir louça com barro além de ancestral é, indiscutivelmente, fruto da necessidade humana. O uso de recipientes para conservar, cozinhar, servir, ornamentar, para a promoção de rituais ou satisfação de crenças, calcorreia séculos.
A exposição "Olarias de Portugal" convida-o a percorrer mais de cem anos de produção de louça e figurado portugueses. Desde o processo de extração do barro, à preparação da pasta para ser trabalhada pelo oleiro, passando pelas características únicas de cada centro produtor. O caminho começa no primeiro piso com as louças de Barcelos, seguindo até aos distritos de Vila Real e Bragança. Depois de se subir as escadas, no piso superior, encontram-se louças dos distritos da Guarda, Castelo Branco, Viseu, Coimbra, Aveiro, Portalegre, Lisboa e Leiria, e ainda da envolvente do Alentejo, Algarve, e dos arquipélagos da Madeira e dos Açores.
No terceiro piso, o destaque releva a antiguidade e criatividade do Figurado de Barcelos e as mudanças que o mesmo foi sofrendo ao longo dos anos. Mas a visita não termina aqui, no retorno, descendo as escadas, encontra-se a louça decorativa produzida no território barcelense, desde os finais do século XIX.
O percurso museológico pelas Olarias de Portugal termina com a possibilidade de se poderem apreciar algumas das obras contemporâneas da coleção do Museu.
O Museu de Olaria
Decorria o ano 1963, quando foi inaugurado o Museu de Cerâmica Regional, em Barcelos. Onze anos antes, o etnógrafo Joaquim Sellés Paes de Villas-Bôas doara a sua coleção de louça utilitária e figurado ao Município, promovendo a criação de um museu. Uma sala subterrânea, por baixo do Paço dos Condes, foi o local escolhido para acolher a coleção.
Muito se discutiu e se fez em torno deste museu e do que ele significava, enquanto polo dinamizador da investigação cerâmica em Portugal. Sim, a vontade de quem o dirigia ultrapassava o limite concelhio, entendia Eugénio Lapa Carneiro que tinha de ser um museu útil e vivo e foi assim que se manifestou aquando de uma doação de uma pequena biblioteca: “[…] o museu de Barcelos deve ser apetrechado de modo a servir os estudiosos da cerâmica popular, portugueses e estrangeiros, deve preparar-se para desempenhar cabalmente o seu papel de centro promotor de estudos sobre cerâmica popular.” (Carneiro. 1969). Não chegava uma coleção, importava ter um centro de investigação. Com Eugénio Lapa Carneiro, a coleção do museu foi aumentando, desafiou antropólogos e etnógrafos para estudarem cerâmicas de países lusófonos: João Lopes Filho fez um importante levantamento em Cabo Verde; Adélio Marinho Macedo Correia para além do Alentejo, percorreu Angola onde desenvolveu um trabalho imensurável. Com a inclusão de Isabel Maria Fernandes na equipa, a investigação do mundo do barro ganhou nova dimensão. O museu desempenhava agora um papel fulcral na perspetiva do estudo, mas também na divulgação e promoção do seu acervo.
A incorporação de peças nacionais e de países de língua oficial portuguesa como Angola, Cabo Verde, Brasil, Timor, Moçambique e Guiné são reflexo da sua vivência, intimamente ligada à história nacional.
Em 1995, foi inaugurado o Museu de Olaria; nova designação, mudança de instalações com a adaptação a museu da Casa dos Mendanhas de Benevides, onde hoje se encontra.
O acervo, com mais de 10 000 peças, é apresentado de forma sucinta nesta exposição, contudo conscientes de que a riqueza da olaria portuguesa não se limita neste espaço. É, por isso, que Cláudia Milhazes, diretora do museu, refere que: “o papel do museu na comunidade extravasa as instalações, a olaria requer ainda muita investigação e tem sido uma preocupação constante transmitir conhecimento, desde o público escolar ao público em geral, bem como a promoção de novos artistas no mundo da cerâmica”.
O Museu de Olaria quer ser útil para manter a olaria viva!
Vai ser inaugurada, no Museu de Olaria, em Barcelos, no próximo sábado, pelas 17 horas, a exposição "Olaria de Portugal", uma mostra que permite percorrer mais de cem anos de produção de louça e figurado portugueses.
Esta exposição apresenta louças dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Coimbra, Aveiro, Portalegre, Lisboa, Leiria, e ainda dos núcleos do Alentejo, Algarve, Madeira e Açores.
Em destaque, estão também a olaria e o figurado de Barcelos, com peças desde os finais do século XIX.
O Museu de Olaria volta a ser a casa do Figurado de Barcelos, essa ancestral arte representativa de uma das atividades artesanais mais importantes do concelho. “Fé e Folia em Barro” é o nome da exposição que abriu ao público no sábado (18/03) e que estará patente até 21 de janeiro de 2024.
A exposição mostra-nos as criações de barristas de Barcelos que sempre representaram temas do quotidiano: o trabalho, os animais, a religião e as festas, mostrando como a Religião e a Festa foram e são representados e como evoluíram os olhares e as formas do Figurado de Barcelos.
Inicialmente, faziam-se figurinhas, de pequenas dimensões, produzidas particularmente para os mais pequenos, às quais lhes adicionavam assobios e orifícios. As primeiras enquadram-se na função lúdica, sendo oferecidas/vendidas como brinquedo; às segundas, o povo inventivo e engenhoso conferiu-lhe uma função prática, a de paliteiro.
Os modeladores e pintores eram mulheres e crianças e só a crescente procura em feiras e festas fez com que o homem, artífice de louça utilitária, começasse também a contribuir para o processo de fabrico de figurado. Assim, utilizando a roda de oleiro, mas também moldes, entre outras tecnologias à disposição, o figurado começou uma nova etapa. Mantendo orifícios e/ou assobios, começaram a surgir peças de maiores dimensões feitas no torno, como galos, gigantones, cabeçudos, bonecas... Ao mesmo tempo, surge uma policromia mais rica, um brilho característico conferido pelo vidrado e pela utilização de novas tintas .
As transformações apareciam em catadupa e o reconhecimento de mestres das Belas-Artes do Porto, de onde se destacou o pintor António Quadros, viria a colocar na história da Arte Popular nomes como Ana Baraça, Rosa “Ramalho”, Rosa Côta, Teresa Carumas, entre outros.
As dimensões das peças aumentaram e os acessórios foram-se perdendo.
A exposição “Fé e Folia em Barro” pode ser visitada até 21 de janeiro de 2024, de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. A entrada é gratuita.
“Louça Tradicional de Barcelos – Um passado com futuro pela cerâmica de Jaime da Silva Barbosa”, na Torre Medieval
“Louça Tradicional de Barcelos – Um passado com futuro pela cerâmica de Jaime da Silva Barbosa” é o tema da exposição de Olaria de Barcelos que estará patente, até 12 de março, na Torre Medieval.
A mostra pretende dar a conhecer o trabalho deste oleiro, da freguesia da Lama, que dedicou toda a sua vida profissional à produção de louça de barro. Simultaneamente, a mostra pretende promover a divulgação e valorização da Olaria de Barcelos, atividade que faz parte da identidade cultural do concelho e pertence ao quadro do Registo Nacional de Produções Certificadas.
A unidade produtiva artesanal de Jaime da Silva Barbosa é constituída por oito funcionários: os quatro irmãos (sócios), duas pintoras e mais dois funcionários.
As criações da cerâmica de Jaime Silva Barbosa retratam a produção de louça tradicional produzida na roda de oleiro, ou em prensas com moldes de gesso, rotativas com moldes de ferro, bem como através da técnica de banho (enchimento de moldes). Para a produção da louça regional utiliza-se o barro vermelho filtrado, proveniente de Alvarães e de Aveiro; para a produção de vasos, a origem do barro é da mesma zona, todavia, não é filtrado, pois não exige uma qualidade de barro tão elevada quanto a louça regional.
Esta exposição visa dar continuidade ao processo de promoção, preservação e valorização da louça tradicional de Barcelos, posicionando a mesma como uma produção diferenciadora e identitária de um território e das suas gentes, a qual deverá ser entendida não apenas como uma simples louça, mas sim como um produto cultural identitário da região oleira de Barcelos.
A exposição “Louça Tradicional de Barcelos – Um passado com futuro pela cerâmica de Jaime da Silva Barbosa” está patente até 12 de março, na Torre Medieval de Barcelos, e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h30; e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 13h e das 14h30 às 17h30. A entrada é livre.
21 de janeiro a 21 de março | Sala da Capela do Museu de Olaria
Abre ao público no próximo sábado (21-01), pelas 18 horas, no Museu de Olaria, em Barcelos, a exposição “PLATS DE MANISES”, composta de 27 peças de louça de mesa de cerâmica criadas por 13 artesãos de Manises. A mostra é complementada por 27 receitas da cozinha tradicional de Manises, servidas em diversos recipientes de cerâmica.
No catálogo da exposição, o presidente da Câmara, Mário Constantino, realça que “tal como Barcelos, Manises integra a Rede de Cidades Criativas da UNESCO”, salientando que a “similitude entre os dois territórios não se limita, apenas, a terem a distinção e o reconhecimento internacional da UNESCO, antes se estende ao facto de figurarem na mesma modalidade de Cidade Criativa - Artesanato e Arte Popular - e, nesse campo, partilharem uma tradição produtiva de séculos, que é a arte de produzir cerâmica”.
Gastronomia e cerâmica: o casamento perfeito
Cozinha e cerâmica são dois dos elementos fundamentais para se compreender a forte personalidade gastronómica e artística do turismo, em Manises. Este casamento entre criações culinárias de qualidade, que brilham nos pratos, e a beleza da cerâmica de Manises não seria possível sem o trabalho e empenho da população local que manteve viva a chama dos pratos típicos da cidade, tanto nas cozinhas das casas particulares como nos restaurantes locais. E com eles, todos os artistas de cerâmica que têm modelado e pintado cada peça, ao longo dos séculos.
Na gastronomia, encontramos pratos típicos valencianos como “esgarradet”, “pimentó amb tonyina”, o prato tradicional dos “dias festivos” ou outros com uma grande tradição na região da Horta Sud como “puchero” ou “rossejat”. Também não faltam doces, tais como bolos, o “moniato” ou a “fabiola”. Todas estas receitas foram feitas por Amparo Suria Arenas, que contribuiu com a sua experiência para preservação destas tradições culinárias da cozinha local.
Os ceramistas da cidade de Manises que colaboraram na produção destas louças são os seguintes: Aliarte Cerámica, Arturo Mora (a cerâmica de Reflejo Metálico), Cerámicas Chenoll, Cerámicas Palanca, Plat y Bol, Pepe Royo, Domanises, Drac Cerâmica, Gresnaler, la Botiga de Gema, la Cerámica Valenciana de José Gimeno, Rafael Mora i Art Tvs.
Nesta exposição, todas as legendas têm código QR que redireciona para o artesão ou artesã que elaborou a peça de cerâmica na qual está empratada a receita.
Manises
Manises é uma cidade mediterrânica localizada na área metropolitana de Valência (Espanha) que se distingue pelo seu artesanato de cerâmica. De toda a atividade cerâmica, destacam-se a faiança dourada e azul dos séculos XIV a XV, os azulejos e a faiança policromada do século XIV e a cerâmica modernista do século XX.
A exposição “PLATS DE MANISES” pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. A entrada é gratuita.
O presépio tradicional português possui caraterísticas únicas que o distingue dos presépios de outros países de diferentes culturas. A par da representação da história do nascimento de Cristo com destaque para a Sagrada Família – São José, Nossa Senhora e o Menino Jesus – e da presença dos três Reis Magos, ele contextualiza uma realidade mais próxima dos nossos dias e mais condizente com o modo de vida tradicional do povo português.
Dependendo de cada região onde é produzido, o presépio é complementado com figuras típicas como o moleiro e a lavadeira saloia, a banda de música, a mulher de cântaro à cabeça, o pastor com o seu rebanho e o gaiteiro. E até o rancho folclórico minhoto…
A maior parte destas peças de barro são produzidas pelos artesãos barcelenses razão pela qual não falta sequer no nosso presépio tradicional o tão celebrado galo de Barcelos.
Nesta quadra natalícia, visite o Museu de Olaria. Duas exposições temporárias e mostra de presépios
Aproveite a quadra natalícia para visitar o Museu de Olaria, onde, além das duas exposições temporárias: “Binde à Festa” de Delfim Manuel e “Santo António p`Artes de mim”, coleção de Alexandre Correia, estão patentes duas novas mostras, uma de presépios de vários barristas, pertencentes à coleção do Museu de Olaria e a exposição “Olaria Norte de Portugal”.
Entretanto, está a decorrer a montagem da nova exposição permanente, que deverá reabrir ao público no primeiro trimestre de 2023, com peças únicas do singular acervo do Museu.
Vão estar expostas produções do norte ao sul do país, dos arquipélagos e ainda dos PALOP's. O figurado também marcará presença, bem como a louça decorativa e a contemporânea.
Não deixa ninguém indiferente. Pela dimensão, pelo enquadramento e sobretudo pela quantidade e diversidade artística das peças que o compõe. Trata-se do “Presépio a 7 Artes”, que está patente na Sala Gótica dos Paços do Concelho, uma “obra” que reúne criações de 39 artesãos de Barcelos, das mais variedades artes e ofícios populares do território barcelense.
No texto de apresentação desta iniciativa - patente no edifício da Câmara Municipal, até ao dia 6 de janeiro - lê-se que “o “Presépio a 7 Artes” é uma homenagem ao Natal e aos artesãos barcelenses. Nele estão criações que representam o sentido criativo de cerca de quatro dezenas de artesãos barcelenses, de múltiplas produções e gerações. A cada uma destas peças singulares, o Município adicionou composições de elevado valor histórico, pertencentes ao espólio do Museu de Olaria, de alguns dos grandes vultos do artesanato local que fazem parte da galeria dos notáveis da identidade da arte popular local e nacional”.
Composto por cerca de uma centena de peças este presépio constitui um “retrato da vida quotidiana popular de um passado não muito longínquo, porém profundamente marcado pela expressão característica do Minho e das suas gentes, mas, mais do que isso, reflete um sentimento coletivo de outros tempos e momentos de uma identidade e de um imaginário local”.
Como é de reconhecimento geral, o concelho de Barcelos foi, desde sempre, um terreno fértil para a criatividade, particularmente no panorama das artes e ofícios tradicionais e, como tal, o presépio tornou-se também numa das criações mais relevantes do figurado local. Assim, a ideia de criar um “Presépio a 7 Artes” é antes de mais um elogio ao artesanato local, não só patente nas produções barristas, mas também nos trabalhos em madeira, ferro, cestaria, bordado de crivo e em expressões de artesanato contemporâneas como é o caso da pasta de papel.
O presépio é uma das mais relevantes tradições natalícias. Foi no século XIII que São Francisco de Assis fez nascer este costume, quando decidiu recriar a efeméride dentro daquele que era o ideal cristão de apologia à humildade. Esta ação foi de tal forma bem acolhida que, da floresta de Greccio, na atual Itália, saltou para todo o mundo cristão e, através dos séculos, a sua dimensão não parou de crescer. Chegou até nós como mais do que uma alegoria ao simbolismo que a época encerra, pois hoje trata-se sobretudo de uma representação de dimensão cultural e histórica do advento.
Neste presépio encontram-se criações de: (por ordem alfabética) Agostinho Coelho, Alberto Pinto, António Ramalho, António Salgueiro, Bernardino Coelho, Carlos Dias, Carolina André, Cidália Trindade, Conceição Messias, Conceição Sapateiro, Daniel Alonso, Domingos Ferreira, Eduardo Barbosa, Eduardo & Jesus Pias, Ermelinda Rodrigues, Fernando “Russo”, Inês Machado, Irene Salgueiro, Irmãos Baraça, Irmãos Mistério, João Ferreira, João Rêgo, Joaquim Messias, Joaquim Pinto, Júlia Côta, Júlia Martins , Júlio Ferreira, Laurinda Pias(28), Lourdes Ferreira, Luísa Pereira, Manuel Carvalho, Manuel Macedo, Mina Gallos, M. S. Cordeiro, Nelson Oliveira, Prazeres Côta, Renato Mendanha, Rosa Portela e Telmo Macedo.
Intitula-se "As escolhas de um colecionador". É a exposição de Rosa Ramalho que acaba de ser inaugurada na Galeria de Exposições do Palácio da Cidadela e que pode ser visitada de 13 de novembro a 2 de abril de 2023.
A Fundação Dom Luís I e a Câmara Municipal de Cascais mostram pela primeira vez ao público um notável conjunto de obras de Rosa Ramalho (1888-1977), uma das mais conhecidas bonecreiras portuguesas do século XX. São mais de uma centena de peças propriedade dos herdeiros do colecionador Tito Iglésias, apresentadas numa mostra com curadoria de Isabel Maria Fernandes.
Nesta exposição evidenciam-se os aspetos em que Rosa Ramalho explora a imitação de peças que aprendeu a fazer ainda em menina, no final do séc. XIX, e aquelas em que é notória a sua reconhecida criatividade figurativa, através da qual evoca o surrealismo, o real e o fantástico.
Exposição na Sala da Capela até 8 de janeiro de 2022
A Sala da Capela do Museu de Olaria recebe, de 5 de outubro a 8 de janeiro de 2023, a exposição “Binde à Festa” de Delfim Manuel. A mostra é o resultado de um processo criativo que integra uma das temáticas favoritas de Delfim Manuel – a Festa. É o perfeito cruzamento da tradição popular do território minhoto, com a sua própria identidade, essência e sentido estético. Aqui, as suas raízes aliam-se à constante inovação que imprime nas suas composições, conferindo-lhes uma capacidade de comunicação que contagia, todas elas explodem de alegria, de festa e de muito folclore.
A exposição é uma afirmação da excelência artística deste artesão nacional, que há 43 anos desenvolve produções únicas inspiradas, mormente, em situações do quotidiano, suportadas pelo imaginário popular ou erudito, quase sempre providas de um sentido estético onde abundam composições de linhas delicadas, porém perpetuamente sinuosas, onde frequentemente predominam cenários algo bucólicos ou de cariz popular, e onde as personagens representadas não são estáticas, antes pelo contrário, parecem estar em pleno movimento, a conversar, a trabalhar, a dançar, a beber ou a jogar, homens, mulheres, jovens e crianças parecem passar uns pelos outros, trocar olhares, conversas e até segredos. Esta exposição é o reflexo da excelência da sua linguagem criativa muito própria e de um domínio estético que torna Delfim Manuel inconfundível.
A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
Sobre o autor – Delfim Manuel
Nasceu há precisamente 54 anos, no dia 23 de julho de 1968, na freguesia de Bairro, em Vila Nova de Famalicão, no seio de uma família numerosa, onde era 1 de 12 irmãos. Até aos 10 anos de idade, o artesanato foi um absoluto desconhecido na sua vida. No entanto, durante as suas férias escolares do verão de 1979, contactou pela primeira vez com a matéria que lhe viria a moldar em absoluto a vida – o Barro. Nesse ano, integrou o primeiro grupo da Escola de Cerâmica da atual Fundação Castro Alves, e a paixão nasceu. Pouco depois, após concluir o 6ºano, e embora contra a vontade de seus pais, abandona a escola para se dedicar integralmente à sua recém-descoberta paixão pela produção em barro, na referida Escola de Cerâmica, local onde irá permanecer os 18 anos seguintes. Tempo que Delfim reconhece como tendo sido fundamental na sua aprendizagem de técnicas e no desenvolvimento da expressão artística integralmente dedicada à produção de figurado.
A Sala da Capela do Museu de Olaria recebe, de 24 de junho a 25 de setembro, a exposição “ Aqua + 32”, do ceramista caldense Carlos Enxuto, que este ano completa 32 anos de carreira.
A escolha da designação da exposição não foi aleatória; antes tem simbologia especial: “Aqua” porque se trata de um elemento imprescindível para o trabalho na cerâmica e a sua forte ligação à Ria de Aveiro; “+ 32” porque assinala os seus 32 anos de carreira.
As suas peças retratam, maioritariamente, tigelas. Toda a peça começa e termina numa tigela. Inspirado nas técnicas ocidentais e orientais, a sua cerâmica caracteriza-se por ser feita a altas temperaturas, num misto de técnicas antigas e atuais.
Natural das Caldas da Rainha, Cidade Criativa da UNESCO em 2019, Carlos Enxuto vem agora expor noutra “Cidade Criativa” - Barcelos -, que passou a integrar a Rede de Cidades Criativas, no ano de 2017.
Carlos Enxuto é um autor conceituado na área da cerâmica, pertence à Academia Internacional de Cerâmica, tal como Barcelos, e tem uma forte componente ligada à criatividade.
A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h00, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
Sobre o autor – Carlos Enxuto
Nascido em 1963, desde cedo teve contacto com a cerâmica, e logo na juventude emergiu a sua vontade de criar, manifestando-se através da pintura, do desenho e da escultura.
Em 1988, iniciou a sua formação no CENCAL, nas Caldas da Rainha, cidade reconhecida como um dos principais centros cerâmicos portugueses e hoje reconhecida como Cidade Criativa da UNESCO no panorama do Artesanato e Arte Popular.
Foi ainda em 1989 que se estabeleceu com o seu espaço próprio e, em 1990, obteve o seu primeiro reconhecimento com o prémio “Recuperação de Formas Tradicionais”, no concurso de Design Cerâmico, Caldas da Rainha. Este foi apenas o primeiro de muitos. Dedicou grande parte da década de noventa e do novo milénio ao ensino, à investigação e à experimentação em vários domínios da produção de cerâmica a altas temperaturas e inspirado em técnicas milenares orientais e ocidentais da produção de cerâmica, que associa à sua paixão pela escultura nas suas criações artísticas em cerâmica.
Hoje, conta com 32 anos de uma carreira inteiramente dedicada à cerâmica, e soma dezenas de exposições individuais e coletivas, nacionais e internacionais. Recentemente, foi premiado na Bienal de Aveiro 2021 e é atualmente membro da Academia Internacional de Cerâmica.
O Museu de Olaria do Município de Barcelos vai dar a conhecer a arte dos mestres do barro negro, José Maria e Joaquim Alvelos, numa exposição que vai estar patente na Sala da Capela, de 14 de abril a 18 de junho.
Na folha de sala que contextualiza a exposição, diz-se que estes dois homens, nascidos na terra de Viriato, “iniciaram a sua vida profissional ainda em criança - os tempos eram outros – no seio familiar, aprendendo o ofício com seus pais. A mudança dos paradigmas de consumo levou-os a empreender, passando da olaria para o figurado. Ainda que nunca tivessem abandonado na totalidade a primeira, destacaram-se e ficaram conhecidos pela segunda. Algo que os levou a percorrerem o país de lés a lés, sendo presença em inúmeros certames de artesanato. (…) As dobras e torções da Serra de Montemuro, lugar de segredos seculares, guardavam uma antiga comunidade de oleiros que chegou até aos nossos dias. Encravada entre os Rios Douro e Paiva, foi berço de incontáveis mãos que giraram a roda baixa. Nos seus montes, maços e picos de sovar em riste golpeavam a argila encharcada. O chão cravejado de soengas, abertas como entradas de formigueiros, onde fumo e barro se fundiam, resultando num barro negro.
A persistência da memória encerrada nas criações de ambos traz um universo esquecido para a luz dos nossos dias.
A exposição “Mestres do Barro Negro - Joaquim Alvelos e José Maria Rodrigues” dá-nos a conhecer os obras destes dois memoráveis e derradeiros artistas da cerâmica viseense.
José Maria Rodrigues – Mestre Zé Maria
Chamava-se José Maria Rodrigues, mas no mundo da cerâmica ficou conhecido como Mestre Zé Maria. Nascido em Ribolhos, Castro Daire, no ano 1906, desde tenra idade aprendeu os ensinamentos da arte de trabalhar o barro, muito com o seu pai que foi também o seu professor. As tarefas básicas do quotidiano de um oleiro, como extrair a argila, amassar a massa, tornear, e cozer a louça, foram-lhe transmitidas pelo progenitor. Desde os 8 anos de idade que se curvava sobre a mesa do ofício, fazendo de tudo um pouco. Aos 27 era dono de uma oficina, onde se faziam panelas, sertãs, púcaros, etc., para serem vendidas na feira de Castro Daire.
O passar do tempo trouxe o advento do plástico e da banalização do metal, levando ao consequente desuso das peças de barro e diminuição das vendas. Ao mesmo tempo, a desertificação do interior precipitada pela guerra e a procura de melhores condições de vida afastaram os clientes para outras paragens. Esta situação levou Zé Maria para a criação artística, sempre no barro preto, e passou fazer figurado. De mestre oleiro, passou a mestre artista. A sua inspiração inicial passou a ser o campo e a serra, o seu quotidiano. Cabras, cães pastores, raposas, corvos, brotavam das suas mãos. Com o tempo aperfeiçoou as suas peças, indo beber às memórias de dias de festa, das viagens, de celebrações, imprimindo um grau de complexidade às suas criações.
A qualidade dos seus trabalhos levou-o de feira em feira, exposição em exposição, percorrendo o país. Nas décadas de 1970 e 1980, na grandiosa feira de São Mateus, era presença habitual, trabalhando com toda a dedicação como se estivesse na sua oficina. Com os dedos e alguns utensílios por si fabricados, esculpia as pequenas, mas famosas figuras de barro negro. E entre uma figura e outra ia conversando com clientes habituais e clientes de ocasião. Algumas das obras de arte que fez o Mestre Zé Maria podem ser vistas nesta exposição. A roda da vida deixou de girar antes da aurora do novo milénio, corria o ano 1999.
Joaquim Ribeiro Alvelos
Mestre Joaquim Alvelos, para os mais próximos e conterrâneos Joaquim-Rei, nasceu no ano de 1920, na freguesia (São Pedro de) Paus, concelho de Resende. O seu pai iniciou-o nas lides do barro, aprendendo a arte de fazer talhas cintadas e impermeabilizadas, panelas, caçarolas, tigelas, chaleiras, alguidares, etc.. Continuou durante anos fazendo apenas estas formas, mais ou menos formatadas, de barro negro.
Por conta do surgimento de novos materiais, mais leves e duradouros, as vendas de louça começaram gradualmente a diminuir. Neste sentido, o hábil mestre, numa primeira fase, volta-se para a produção de miniaturas das peças que fazia. Contudo, não se sentiu muito confortável no seu fabrico. As dificuldades de modelagem que artigos de pequenas dimensões acarretam, levaram-no a uma nova mudança. Neste sentido, o Mestre Joaquim-Rei começa a fazer pequenas figuras de barro negro, passando de artesão a artista. E, em 1985, apresenta a primeira de incontáveis obras de arte que foi criando.
Joaquim, tal como os seus contemporâneos, foi beber a fonte de inspiração à serra e ao meio que o rodeava. A temática das suas obras percorre cenas tão diversas como: festas; cenas quotidianas; animais; romarias; cristos na cruz; presépios; cavaleiros; músicos; um sem fim de criações. Os seus trabalhos ficaram conhecidos, o que fez com que fosse presença assídua em várias feiras de artesanato. A Feira Nacional de Artesanato de Vila do Conde, a FIL-Artesanato, entre tantas outras, foram espaços onde apresentava os seus trabalhos. E durante anos presença conhecida da Feira de São Mateus, em Viseu, onde se cruzou com o Mestre Zé Maria. “O último oleiro de Fazamões” continuou a trabalhar à roda, fazendo louça, a cuidar da horta, falecendo em 2005.
Exposição “ Da Tradição à Inovação: Os Novos Rumos do Figurado de Barcelos” no Museu de Olaria
O Museu de Olaria volta a ser a casa do Figurado de Barcelos, essa ancestral arte representativa de uma das atividades artesanais mais importantes do concelho.
Desta vez viaja-se “Da Tradição à Inovação: Os Novos Rumos do Figurado de Barcelos”, exposição que reúne peças de Carlos Dias, Telmo Macedo, Laurinda “Pias” e Eduardo e Jesus “Pias”.
A mostra é inaugurada no próximo sábado, dia 6 de novembro, às 16h00, no Museu de Olaria, e vai estar patente ao público até ao final do mês de junho do próximo ano.
“O Figurado de Barcelos, marca de destaque da região do Minho, tem a identidade assente na tradição. No passado, o Galo de Barcelos ou as obras de Rosa Ramalho foram, em certa medida, disruptivos e uma lufada de ar fresco no panorama artístico nacional. Estes e outros fatores fizeram deles conhecidos e famosos pelo mundo fora, sendo atualmente parte integrante e indissociável do que chamamos tradição. Desta forma, tradição e inovação convivem lado a lado, mantendo viva esta arte. A primeira transporta a aprendizagem do saber-fazer, passando de geração em geração; e ainda as temáticas, que vão guiando as mãos dos artistas em formas e feitios mais ou menos estandardizados. Por outro lado, a audácia e a rebeldia que cada artista fornece às criações trilham e desbravam novos mundos. E ainda, norteiam uma (re)visão estética das obras com base nas idiossincrasias dos artistas e na atualidade do mundo, entre outros aspetos. Sem desprimor pelos dogmas e cânones, não cortam com o passado, apenas o ressignificam com novas dimensões, resultando em assinaturas artísticas distintas". Neste sentido, o Museu de Olaria apresenta a exposição "Da Tradição à Inovação": o figurado de Carlos Dias, Telmo Macedo, Laurinda “Pias”, Eduardo e Jesus “Pias”, onde podemos desfrutar das obras destes ceramistas barcelenses.
Tal como o barro nasce da terra e as figuras brotam das mãos do artista, também este nasce, floresce e amadurece ao longo da sua vida e obra. Desde a aprendizagem no seio familiar, todos eles, em certa medida, beberam do imaginário que preenche o Figurado de Barcelos. E com esta bagagem comum, Carlos Dias, Eduardo “Pias” e Jesus “Pias”, Laurinda “Pias”, e Telmo Macedo decidiram fazer à sua maneira, gizando novas perspetivas e representações sobre o Figurado de Barcelos.
Barristas representados na exposição
Carlos Dias possui uma peculiar visão do mundo, traço que influenciou e guia em definitivo a paleta cromática utilizada. No seu trabalho, vai mesclando o escuro e o claro das pastas, fundindo a dureza do grés e a delicadeza da porcelana. As suas obras são pautadas por linhas modernas e estilizadas.
Telmo Macedo principiou na arte do barro fazendo cascatas, tradição familiar que o enfadava. O seu gosto pela criação levou-o para o figurado. Com ideias próprias e o auxílio paterno, forjou um estilo jovial, dinâmico e de linhas arrojadas, pautado por cores garridas e detalhes curiosos.
Laurinda “Pias” molda com delicadeza e destreza ímpar diferentes tamanhos e figuras, e tem em Santo António a sua predileta. Vagueia noturna por dois caminhos, ora conjugando a pureza da terracota com a faiança, ora banhando as suas criações em inconfundíveis vidrados irisantes.
Eduardo “Pias” e Jesus “Pias” impelem ao grés uma vida fora do habitual. Variam entre contornos pormenorizados, quase esculturais, ou formas divertidas com policromia. Desta forma, imprimem ao Figurado de Barcelos o seu cunho pessoal distintivo, reconfigurando-o em cada obra concebida.
A Sala da Capela do Museu de Olaria recebe, até 31 de dezembro de 2021, a exposição “Bonecreiro” resultante do trabalho desenvolvido pelos artistas Alberto Berruto, Auréline Caltagirone, Carolina Garfo, Fábio Araújo, Francesco Caruso, Laura Monteiro, José Sottomayor e Maria Luísa Ramires numa residência artística organizada pela POUSIO - Arte e Cultura em parceria com o Museu de Olaria, decorrida entre maio e junho deste ano, em Barcelos.
Fomentando a criação e a experimentação interdisciplinar destes artistas emergentes em contacto com os artesãos locais do município, a residência artística procurou fortalecer, assim como dinamizar, a pesquisa e a produção em torno do artesanato e das práticas artísticas de Barcelos, em diálogo com a sua comunidade.
Com curadoria de Ana Bacelar Begonha, "Bonecreiro", que estará patente até ao final do ano, na Sala da Capela do Museu, conta com trabalhos multidisciplinares que vão desde a cerâmica, à serigrafia, à pintura, ao vídeo ou ainda à performance e que se preocupam com reinventar e recontextualizar práticas tradicionais, assim como questionar as dicotomias entre velho e novo, digital e material ou real e ficcional.
A exposição contará também com uma projeção do documentário Bonecreiros (2021), de Alberto Berruto e Francesco Caruso, sobre o processo da residência, na Sala Multiusos do Museu no dia 20 de novembro, às 16h00, para assinalar a semana em que se comemora o Dia Mundial da Criatividade.
A exposição “Bonecreiro” é organizada pela POUSIO -Arte e Cultura em parceria com o Museu de Olaria de Barcelos.
A POUSIO – Arte e Cultura é uma associação que surgiu em 2019 para dar resposta à necessidade de criação de novos contextos de produção artística. Tem como objetivo ligar produtores culturais nacionais - artistas, curadores, museólogos e investigadores - a comunidades social ou culturalmente isoladas no país. Propondo várias formas de contacto, a POUSIO tem como objetivo: evidenciar a importância da arte e da cultura como instrumentos de novas soluções sociais; incentivar a produção artística desafiando-a a conhecer novas realidades, a abrir diálogo com novas comunidades e artistas, a expor a sua experiência; promover a troca de conhecimento e criar uma cultura de serviço - uma cultura que crie novos acessos.
Na cidade de Barcelos, ergue-se o Museu de Olaria, equipamento cultural na área da cerâmica com notoriedade internacional. A contínua missão (estudar, documentar, conservar, e divulgar o património cerâmico) materializou-se num acervo com mais de 10000 itens, e em diversas publicações. Nele podemos encontrar várias tipologias cerâmicas e artefactos dos principais centros oláricos portugueses (passado e presente), países de expressão portuguesa, entre outros. Estas atraem investigadores de vários campos do conhecimento, e ainda, possibilitam uma ampla e periódica oferta expositiva ao público.
A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h00 e, aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
O mesmo artesão, duas formas distintas de moldar o barro.
A primeira exposição de António Coelho está em exibição na Torre Medieval.
A inauguração de “António Coelho, um modelador de sonhos”, sexta-feira, dia 21 de maio, contou com a presença da Vice-Presidente da Câmara Municipal de Barcelos e Vereadora da Cultura, Armandina Saleiro.
A exposição do barcelense António Coelho poderá ser visitada até 4 de julho.
Escultura de Ana Almeida Pinto colocada no exterior do Museu de Olaria
O Município de Barcelos inaugurou no dia 16 de setembro, no Museu da Olaria, a obra “Batalha das Flores”, da artista Ana Almeida Pinto, no âmbito do programa de residências artísticas do projeto “AMAR O MINHO”, uma iniciativa promovida pelo consórcio MINHO IN, constituído pelas Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, Ave e Cávado, e que está a percorrer 24 municípios da região.
A obra, instalada no espaço exterior do Museu da Olaria, é o resultado da residência artística que a Ana Almeida Pinto realizou durante o início de setembro no Museu e que colocou a escultora em contacto com artesãos locais, entre os quais o oleiro João Lourenço. O artesanato foi o ponto de partida desta criação e que usa a olaria e as suas tecnologias enquanto caraterísticas identitárias do território.
A Vereadora da Cultura, Armandina Saleiro, afirmou, no momento da inauguração, que “esta obra é uma verdadeira homenagem ao artesanato do nosso concelho”. “Através destas residências artísticas deixamos uma marca da importância que a olaria tem para Barcelos. Passar para a produção de peças mais contemporâneas traz um valor acrescentado a esta matéria-prima que é o barro. Isto acaba por fazer com que a comunidade olhe para os artesãos de uma outra forma, percebendo que podem rentabilizar as peças”.
Para a curadora da exposição, Helena Mendes Pereira, da Zet Gallery, as residências são oportunidades para divulgar as obras dos artistas. “Estamos a conseguir criar para os nossos artistas contextos de trabalho. Estamos a pôr os artistas no território, a trabalhar e a fazer aquilo que sabem fazer melhor, que são obras de arte e, no caso da Ana Almeida Pinto, foi uma experiência muito enriquecedora, na medida em que a Ana é uma escultora que se adapta muito bem a diferentes contextos e que trabalha com vários materiais”.
Para a escultora Ana Almeida Pinto a experiência de estar em Barcelos foi enriquecedora e uma mais-valia para o seu percurso profissional. Para a artista foi fácil escolher a obra que iria fazer, pois desde logo pensou numa peça que retratasse a “Batalha das Flores”, o que permitiu “trabalhar a questão do movimento que existe na Batalha das Flores e transpor esse movimento para a peça. Até porque retrata o movimento da olaria e depois porque queria trazer a singeleza das flores e por isso criei uma peça que brincasse com a noção de escala e que fosse dinâmica”.
As residências artísticas que, desde junho, estão a percorrer os municípios do Minho abrangem diversas áreas disciplinares, desde a dança à música, passando pela fotografia, arte pública, artesanato e literatura, numa perspetiva de homenagem artística aos elementos identitários de cada concelho e da região em geral.
O projeto das residências artísticas é uma iniciativa de promoção da cultura, dos artistas e do turismo sob a marca “AMAR O MINHO”, com o apoio do Norte 2020 e dos FEEI, que cria a maior rede de residências artísticas, numa estratégia concertada que se destina a reforçar a identidade cultural do Minho e, desta forma, dinamizar o território do ponto de vista artístico e turístico.
O Município de Barcelos inaugura na próxima quarta-feira, dia 16 de setembro, às 18h30, no Museu da Olaria, a obra de arte “Batalha das Flores”, da artista Ana Almeida Pinto, no âmbito programa de Residência Artísticas do projeto “AMAR O MINHO”, uma iniciativa promovida pelo consórcio MINHO IN, constituído pelas Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, Ave e Cávado, e que está a percorrer 24 municípios da região.
A obra, que ficará localizada no espaço exterior do Museu da Olaria, é o resultado da residência artística que a Ana Almeida Pinto realizou durante o início de setembro naquele museu e que colocou a escultora em contacto com artesãos locais, entre os quais o oleiro João Lourenço. O artesanato é assim o ponto de partida desta criação artística, que parte da olaria, da cerâmica e das suas tecnologias, enquanto características identitárias do território.
As residências artísticas que, desde junho, estão a percorrer os municípios do Minho abrangem diversas áreas disciplinares, desde a dança à música, passando pela fotografia, arte pública, artesanato e literatura, numa perspetiva de homenagem artística aos elementos identitários de cada concelho e do Minho, em geral.
Helena Mendes Pereira é a curadora responsável pelas áreas da arte em espaço público, artesanato e fotografia, cabendo a António Rafael, membro da banda Mão Morta, a curadoria dos projetos na área da música, dança e literatura.
O projeto das residências artísticas é uma iniciativa de promoção da cultura, dos artistas e do turismo sob a marca “AMAR O MINHO”, com o apoio do Norte 2020 e dos FEEI, que cria a maior rede de residências artísticas nos 24 municípios representados pelas três CIM da região, numa estratégia concertada que se destina a reforçar a identidade cultural do Minho e, desta forma, dinamizar o território do ponto de vista artístico e turístico.