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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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FESTA DA "PONTE DA MISARELA | 5 JULHO

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A aldeia de Sidrós, freguesia de Ferral, concelho de Montalegre, celebra no primeiro sábado de julho mais uma festa da "Ponte da Misarela". Nesta edição o espetáculo intitulado “Família na Misarela: Ritos de Vida” é uma criação sensorial e simbólica que entrelaça mitos, memórias e histórias verídicas de gerações marcadas por rituais de fé, fertilidade e resistência. Um cartaz cultural - apoiado pelo Município de Montalegre - que promete voltar a reunir centenas de curiosos num dos locais mais encantadores do nosso território.

TERÁ A PONTE DA MISARELA SIDO OBRA DO DIABO?

Quem de Vieira do Minho pretendesse atravessar o rio Rabagão com destino a Montalegre teria o fazer pela ponta da Misarela que, segundo uma velha crença, era obra do diabo.

Reza a lenda que, em terras de Além Douro, vivia um homem que tendo cometido vários crimes, a justiça perseguia sem contudo ser bem-sucedida. Profundo conhecedor dos esconderijos da serra, ele sempre escapava. Certa altura, porém, vendo-se seguido de perto, embrenhou-se no sertão e, transviado, achou-se de repente à borda de uma ribeira torrencial, em sítio alpestre e medonho, pelo alcantilado dos penedos e pelo fragor das águas que ali se despenhavam em furiosa catadupa.

Apelou o malvado para o Anjo-Mau e tanto foi invocá-lo que o Diabo lhe apareceu. “Faz-me transpor o abismo e dou-te a minha alma”, disse-lhe. O Diabo aceitou o pacto e lançou uma ponte sobre a torrente. O réprobo passou e seguiu sem olhar para trás como lhe fora exigido mas, pouco depois, sentiu grande estrépito, como de muitas pedras que se derrocavam, e ninguém mais ouviu falar da improvisada ponte.

Os anos volveram e, enfim, chegou a hora do passamento. Moribundo e arrependido, confessou ao sacerdote o seu pacto. Este foi ao sítio da ponte e tratou igual pacto com o Diabo. A ponte reapareceu e o sacerdote passou, mas tirando rápido um ramo de alecrim, molhou-o na caldeirinha que levava oculta, três vezes aspergiu, fazendo o sinal da cruz e pronunciando as palavras sacramentais dos exorcismos. O mesmo foi fazê-lo que sumir-se o Demónio, deixando o ar cheio de um vapor acre e espesso, de pez e resina, de envolta com cheiro sufocante de enxofre, ficando de pé a ponte.

Fonte: Wikipédia

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MONTALEGRE: 3º ENCONTRO ENOGASTROÓMICO PECT 2025 REÚNE TRADIÇÃO, INOVAÇÃO E BIODIVERSIDADE

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Durante três dias intensos, de 9 a 11 de maio, o concelho de Montalegre transformou-se na capital do património enogastronómico português, acolhendo a terceira edição do Encontro Enogastronómico, Montalegre 2025. O evento, superou todas as expectativas, estabeleceu novos recordes de participação e consolidou-se como referência nacional na valorização dos produtos e tradições do mundo enogastronómico.

Abertura com discursos marcantes

A sessão solene de abertura contou com a presença das principais figuras do panorama político e académico da região. Elsa Machado, presidente da PECT, não deixou dúvidas sobre o propósito do evento: "Começamos por chamar a atenção para o que realmente importa: o nosso património gastronómico não é apenas sobre comida, é sobre identidade, história e futuro".

Fátima Fernandes, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, reforçou este sentimento: "Quando falamos de cultura, não nos referimos apenas a monumentos ou museus. Falamos dos saberes e sabores que herdamos das nossas cozinhas, das mesas partilhadas em família ou em comunidade".

Programação diversificada atrai multidões

O evento ofereceu uma programação rica e variada que cativou os visitantes:

  • O espetáculo de abertura com Augusto Canário trouxe as "Cantigas do Caminho" ao palco principal
  • A conferência magistral de Damiana Fernandes sobre "As Emoções e a Gastronomia" ocupou mais de 80% do auditório.
  • Os 63 stands de expositores apresentaram produtos regionais de excelência.
  • As demonstrações culinárias com Chefs como Nuno Diniz na prova sensorial de batatas e o Eng° Luís Simões nas provas sensoriais de vinagre e vinho verde foram das atividades mais concorridas.

O Chef Nuno Diniz, durante o seu showcooking, destacou: "Foi extraordinária a forma como apresentei as várias variedades de batatas, permitindo distinguir a qualidade única de cada uma. Estes produtos são o resultado de séculos de adaptação ao nosso território".

Mostra de Raças Autóctones: o grande destaque

A grande novidade desta edição foi a Mostra de Raças Autóctones, que reuniu exemplares das 25 raças com "solar a norte" de Portugal. O Professor Jorge Azevedo da UTAD, explicou com entusiasmo: "Portugal tem 65 raças autóctones - 25 só na região Norte. Cada uma é um milagre de adaptação genética. A vaca Cachena, a mais pequena da Europa, produz carne de excelência em terrenos onde outras raças nem sobreviveriam".

Entre as características mais relevantes destas raças destacam-se:

  • Adaptação excecional a temperaturas baixas
  • Resistência natural a doenças específicas da região
  • Valor genético inestimável para programas de melhoramento
  • Rusticidade e capacidade de sobrevivência em condições adversas

Elsa Machado anunciou planos ambiciosos: "Temos como projeto futuro sedimentar esta mostra, mas também deixou um apelo à DGAV para em anos vindouros apresentar também a parte vegetal, onde certamente incluiremos variedades como o trigo, a cevada, a aveia e outras adaptadas a esta região".

Autoridades reforçam importância estratégica

Paulo Ramalho, da CCDR-N, fez uma intervenção marcante: "Os agricultores não são meros produtores de alimentos. São guardiões que cuidam do território, preservam a biodiversidade e defendem o meio ambiente. Sem eles, não teríamos estas raças autóctones tão bem preservadas" inalterado de forma particular a importância deste evento na sua forma holística de apresentar matérias tão importantes quer na enogastronomia quer na genética.

O Professor Jorge Azevedo lançou um alerta sério: "Se não houver criadores, não haverá animais. E sem apoio económico e reconhecimento social, os criadores desaparecem. Estamos a brincar com o fogo: perder estas raças seria como queimar uma biblioteca inteira de conhecimentos ancestrais".

Números impressionantes

O balanço final do evento revela números notáveis:

  • 3 dias de programação intensa
  • 63 stands ocupados
  • 25 raças autóctones apresentadas
  • 83 patrocinadores
  • 29 confrarias participantes
  • Presença da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómica
  • Presença da Fundação Luso Galaica
  • Mais de 1.500 visitantes registados

O evento teve a honra de receber S.A.R. o Príncipe Alfredo da Casa Real do Havaí'i, sempre preocupado com raças autóctones e as questões ambientais sendo fundador e Presidente da Confraria da Raça Marinhoa.

No Havaí'i, como aqui, aprendemos que preservar raças autóctones é garantir soberania alimentar. Montalegre está a escrever um manual de resistência rural que o mundo devia ler."

Conclusão com olhos no futuro

Na sessão de encerramento, Elsa Machado afirmou: "Que esta celebração seja um marco de fortalecimento entre todos os atores da fileira agroalimentar. Mostrámos que tradição e inovação podem e devem caminhar juntas".

Fátima Fernandes terminou com um apelo emocionado: "Continuamos a batalhar para que o poder político olhe para os nossos territórios de baixa densidade com outro carinho. As gentes que aqui estão são gentes de trabalho que merecem ser valorizadas. Este evento provou que o interior não pede esmolas - pede oportunidades".

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BRAGA E PONTE DE LIMA LEVARAM AS SUAS IGUARIAS ATÉ MONTALEGRE

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Montalegre realizou mais uma edição do evento Património Enogastronómico, uma iniciativa da Associação Património Enogastronómico, Cultura e Tradição (PECT) em coorganização com o Município de Montalegre que celebra a gastronomia portuguesa.

Entre os numerosos participantes, o certame contou com a representação dos municípios de Braga e Ponte de Lima.

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PONTE DE LIMA LEVA A GASTRONOMIA MINHOTA ATÉ MONTALEGRE

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Montalegre leva a efeito o PECT 2025 – o maior evento nacional da Região Norte, dedicado ao património enogastronómico, cultura e tradições portuguesas, que decorrerá em de 9 a 11 de maio.

Destaques do PECT 2025:

  • Demonstrações culinárias com chefs como Ricardo Lanção e Agostinho Martins;
  • Mostra de Raças Autóctones(vacas da raça Cachena, porco da raça Bísaro);
  • Tertúlias sobre sustentabilidade e património alimentar

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MUNICÍPIO DE PONTE DE LIMA VAI ESTAR PRESENTE NO EVENTO PECT - PATRIMÓNIO ENOGASTRONÓMICO - CULTURA E TRADIÇÃO QUE SE REALIZA EM MONTALEGRE

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O Município de Ponte de Lima marcará presença no PECT - Património Enogastronómico - Cultura e Tradição, nos dias 9, 10 e 11, no Pavilhão Multiusos de Montalegre com mostra e degustação de produtos de excelência de Ponte de Lima.

O evento, subordinado ao tema "A Gastronomia e as Emoções", proporcionará uma experiência multissensorial única, reunindo prestigiadas confrarias gastronómicas e enófilas do país, incluindo a Confraria Gastronómica do Arroz de Sarrabulho à Moda de Ponte de Lima entre outras. Estas entidades trarão não apenas o seu conhecimento ancestral, mas também demonstrações práticas e provas que celebram a riqueza das tradições portuguesas.

A cultura, o património, a gastronomia, os vinhos, o mel, compotas e outros produtos do Mercado Agrolimiano vão estar em destaque no espaço do Município de Ponte de lima. A participação neste evento reforça o compromisso do Município de Ponte de Lima em promover o seu potencial turístico e atrair visitantes para os seus diversos eventos.

MINHOTOS LEVARAM ALEGRIA E FOLCLORE AO PLANALTO BARROSÃO

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A 34ª Feira do Fumeiro de Montalegre foi um sucesso. Ao certame, levou Ponte de Lima o Rancho Folclórico de Gondufe. E, de Viana do Castelo, Augusto Canário e Cândido Miranda fizeram o gáudio do público com os cantares ao desafio. E não faltaram os tocadores de concertina e de castanholas que envolveram as gentes barrosãs numa animação bem ao jeito do Minho. Convém lembrar que a alegria minhota corre-lhes nas veias: uma das suas mais notáveis freguesias – o Salto – é constituída por gente minhota que uma decisão administrativa ao tempo do Estado Novo subtraiu ao concelho de Cabeceiras de Basto.

O certame voltou a superar as espectativas. É um evento que já se consolidou como um dos principais pontos de encontro para os amantes da gastronomia, atraiu milhares de pessoas, que puderam degustar os produtos de elevada qualidade produzidos no concelho. Aromas que venceram qualquer resistência, atraindo milhares de visitantes que prezam a qualidade e valorizam o convívio. A “rainha do fumeiro” voltou a surpreender pela positiva e estará de regresso em 2026!

Fonte e Fotos: Câmara Municipal de Montalegre

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VILA DE SALTO (MONTALEGRE) É TERRA MINHOTA – NINGUÉM MUDA AS SUAS ORIGENS POR DECRETO!

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A paróquia de Santa Senhorinha de Basto era abadia da apresentação de D. Gastão da Câmara Coutinho, na antiga comarca de Guimarães.

Segundo Pinho Leal, o abade apresentava quatro vigararias: Santa Maria de Salto (Montalegre), Santo André de Painzela (Cabeceiras de Basto), São Tiago de Ourilhe (Celorico de Basto) e São Bento de Pedraído (Fafe). Segundo o mesmo, existiu outra paróquia, denominada São Nicolau de Basto, que estaria anexa a Santa Senhoria de Basto.

Nas “Memórias paroquiais de 1758” são referidas quatro ermidas: Calvário, Nossa Senhora da Assunção na quinta de Cotelo, Senhora da Conceição na quinta de Cainhos e outra sita na casa Vila Garcia. Também é referido o hospício dos Capuchos de Santo António, na altura com seis ou sete religiosos. É paróquia do concelho de Cabeceiras de Basto e da diocese de Braga.

Incorporações provenientes da Conservatória do Registo Civil de Cabeceiras de Basto em 19 de novembro de 1918, 29 de agosto de 1933, 26 de novembro de 1936, 16 de fevereiro de 1949 e 15 de setembro de 2011.

Fonte: Arquivo Distrital de Braga

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A freguesia de Salto é, quer em área, quer em população, a maior freguesia do concelho.

Como espaço habitado e evangelizado, Salto é já referido no Paroquial Suevico como uma das trinta paróquias já existentes, no último terço do século VI e pertencentes à catedral de Braga. Ao longo da sua vida teve muitos momentos de glória, daí a riquíssima história desta freguesia.

Enquanto os cruzados do norte da Europa atravessavam o Atlântico e o Mediterrâneo, para combater nos lugares santos, o povo portugalense trepava descalço os caminhos das suas peregrinações que atravessavam a freguesia. De tal modo que D. Afonso Henriques autorizou e apoiou a construção da Albergaria de São Bento das Gavieiras, ao monge Benedito, em 1136. Alguns nobres olharam com cobiça para esse território onde adquiriram casais ou mesmo povoações como Carvalho, Póvoa e Reboreda que eram do fidalgo-trovador D. João Soares Coelho e de suas irmãs. D. Pedro I, o tal que arrancou o coração pelo peito a Pero Coelho (bisneto do referido João Soares Coelho) e pelas costas a Álvaro Gonçalves por terem morto Inês de Castro, também cobiçou Salto. Por isso, depois de uma visita a Santa Senhorinha de Basto, de quem era devoto, cedeu-lhe fartos rendimentos da Igreja de Santa Maria de Salto.

O território da freguesia atual 78,6 km2 era ocupado também pela freguesia de Novaíças que incluía vários casais e herdades em diferentes povoações entre- tanto desaparecidas: Pontido, Curros de Mouro, Ulveira, Gulpilheiras, etc. Os grandes mosteiros do norte Refojos, Pombeiro e Bouro – todos levantavam daí grossas rendas. A história desta freguesia dava matéria para dez livros como este. Aqui poderá visitar a antiga casa do Capitão, agora pólo do Ecomuseu de Barroso, onde encontrará uma apresentação dos ofícios tradicionais, do Pisão de Tabuadela e das Minas do Volfrâmio da Borralha.

Fonte: Câmara Municipal de Montalegre

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Em 1 de Setembro de 1915, foi pelo deputado Augusto José Vieira apresentado ao Senado, em nome da Junta de Paróquia da freguesia de Salto, uma proposta solicitando que fosse colocado à discussão o projecto de lei que anexava aquela freguesia ao concelho de Cabeceiras de Basto em relação à qual, aliás, já havia pertencido. Também o governador civil de Braga apresentou idêntica proposta em nome dos paroquianos da freguesia de Salto.

Sucede que, numa perspectiva histórica e etnográfica, os habitantes da vila de Salto – actualmente a maior freguesia do concelho de Montalegre – preservam a sua identidade e costumes minhotos, mau grado por razões políticas terem sido "transferidos" para um concelho transmontano.

Rezava assim a proposta então apresentada:

“O Sr. Presidente :—Consulto a Câmara sobre a admissão à discussão do seguinte projecto de lei publicado no Diário do Governo de 8 do corrente:

Senhores Deputados – Vem de longos anos o desejo dos habitantes da freguesia de Salto, concelho e comarca de Montalegre e distrito de Vila Rial, a desanexação da sua freguesia desse concelho e comarca, para ser anexada ao concelho e comarca de Cabeceiras de Basto.

E esse desejo não é "por política, nem por capricho, mas tam somente por motivos de ordem económica para a freguesia de Salto c comodidade dos seus habitantes.

Com efeito, quási todo o comércio da freguesia é feito com a região de Cabeceiras de Basto, e muito principalmente com a sede do concelho, devido a haver mais facilidade de comunicação com esta vila, por virtude de serem melhores.

Mas, outros motivos há, e esses também muito de atender, quais sejam as distancias a que fica a freguesia dos dois concelhos.

Da freguesia de Salto à sede do concelho de Montalegre, a distância é de cerca de 35 quilómetros, cujos caminhos são de difícil passagem e de grande aspereza as regiões a percorrer, quase sempre cobertas de neve devido à vila do Montalegre ser situada nas serranias de Trás-os-Montes, ao passo que a distancia da sede do concelho de Cabeceiras de Basto, é apenas de 15 quilómetros cujo caminho, como se disse, é de fácil percurso.

E pelo que respeita às cabeças de distrito, a distância da de Vila Ilial é do 125 quilómetros e da de Braga de 65 quilómetros.

De notar é também que a freguesia de Salto fica muito mais perto da sede do concelho de Cabeceiras de Basto do que algumas freguesias que a este concelho pertencem, tais como: Gondiàes, Vilar, Samão e outras.

Pertenceu já a freguesia de Salto ao concelho de Cabeceiras de Basto, até o ano de 1834, tendo sido deste concelho desanexada para ser anexada ao do Montalegre, para satisfação de interesses políticos com absoluto desprêzo dos interesses e comodidades dos povos das duas regiões.

Pelo exposto, e ainda pelo desejo manifestado por 277 cidadãos naturais c residentes na freguesia do Salto, que assinam a representação dirigida à Câmara dos Deputados, no número dos quais se compreendem os representantes da junta de paroquia da mesma freguesia, pedindo a sua anexação ao concelho e comarca de Cabeceiras de Basto, pedido corroborado pela Câmara Municipal desse concelho em representação dirigida à mesma Câmara, tenho a honra de propor o seguinte projecto de lei:

Artigo 1.° E desanexada a freguesia do Salto do concelho o comarca de Montalegre para ser anexada ao concelho e comarca de Cabeceiras do Basto.

Art. 2.° Para a Câmara Municipal do concelho de Cabeceiras de Basto passam quaisquer encargos respeitantes à freguesia, de Salto e que sejam da responsabilidade da. Câmara Municipal de Montalcgre.

Art. 3." Fica a mesma freguesia de Salto pertencendo ao distrito do Braga, sendo desanexada do de Vila Rial de Trás--os-Montes.

Art. 4.° Fica revogada a legislação em contrário.

Sala das Sessões, em 7 de Maio de 1914. =0 Deputado, Augusto José Vieira.

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O deputado Augusto José Vieira nasceu no Funchal em 19861, tendo militado no Partido Republicano Português. Foi ainda presidente da Associação do Registo Civil e secretário da Federação do Livre Pensamento, tendo exercido a carreira docente que escolheu em detrimento da carreira militar que inicialmente se propunha seguir.

Como espaço habitado e evangelizado, Salto é já referido no Paroquial Suévico como uma das trinta paróquias já existentes, no último terço do século VI e pertencentes à catedral de Braga. As suas raízes históricas ligam-na ao Minho desde tempos muito remotos!

Fotos: Wikipédia e Junta de Freguesia de Salto

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LÍTIO: O “MONSTRO” QUE SE PROPÕE DIZIMAR AS TERRAS DE BARROSO – CRÓNICA DE DOMINGOS CHAVES

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A “estória” da exploração do lítio em Portugal, designadamente nestas geografias, que são aquelas que melhor conheço, é um processo que desde o seu início, se reveste de uma total falta de transparência, que atenta e contradiz os propósitos com os quais se pretende justificar esta opção – “o nosso esforço colectivo no combate às alterações climáticas”.

Pura demagogia!... O esforço colectivo no combate às alterações climáticas, não se faz com a desflorestação massiva, com a inevitabilidade da contaminação dos solos, com a delapidação dos recursos hídricos, com a irreversibilidade da perda de habitats e da biodiversidade, e acima de tudo, com os impactos para a saúde humana, que advirão não só das actividades de exploração, como também da perda de qualidade ambiental e de vida, a que acrescem avultados prejuízos socioeconómicos para as populações.

A ânsia pela extração deste mineral, tem apenas e só um objectivo: o lucro, esquecendo-se que a natureza, principalmente num território que é Património Agricola Mundial, onde os animais circulam livremente sem limitações e sem  fronteiras.

Perante todos estes factos, não foi por isso de estranhar o “terramoto politico-judicial” que levou à queda de um Governo, cujos contornos estão ainda por averiguar. Seja como for, o que aqui importa isso sim salientar, é que toda a operação de propaganda montada pelo anteriores Governos desde 2012, e pelo lobby pró-lítio, se baseia numa mentira sem qualquer fundamento: a de que Portugal tem a quinta ou a sexta maior reserva de lítio do mundo.

A realidade é porém bem diferente!... Dos dezassete países que se dedicam à exploração do lítio -  porque há outros com grandes reservas que o têm, mas que não o exploram, preferindo pagar a quem o faça - Portugal encontra-se em décimo sétimo, ou seja, em último lugar com uma reserva meramente residual.

E sendo assim, este facto é demonstrativo, que a campanha sobre o suposto “interesse nacional” da exploração do lítio não passa de retórica e foi construída com base numa grosseira falsificação da realidade, para criar na opinião pública a ideia de que teríamos uma enorme riqueza, que deveria necessariamente ser explorada. Objectivo, que foi maioritariamente conseguido, como demonstra o facto de do lado dos defensores da exploração, ser insistentemente utilizado como argumento da “grande riqueza” ou das “grandes reservas”, que seria um desperdício não explorar.

Não foi aliás por acaso, que o contrato celebrado pelo Estado, no que diz respeito à Mina de Montalegre, ocorreu com uma empresa com três dias de existência. E isso cheira obviamente a “ficção”!... É que sendo assim, ou o Estado andou a negociar antecipadamente com quem não devia, nem tinha condições para o fazer, ou o fez a todo o vapor durante os primeiros três dias da sua existência, coisa nunca vista em processos com esta dimensão. E as dúvidas são óbvias, tendo em conta que “à mulher de César não basta ser séria, é preciso parece-lo” e neste caso, nada pareceu sério.

O que resulta isso sim desta demanda, é que a necessidade de construir uma ficção para justificar o “interesse nacional” neste processo, demonstra desde logo e à partida, que esse “interesse nacional” não existe e que estamos perante fortes indícios, de que a forma como o então Governo avançou, contra tudo e contra todos, com a imposição à pressa da exploração do lítio no caso Montalegre, foi movida por outros interesses, que não o “nacional”.

Outro aspecto estranho, é o facto de na generalidade dos casos, a percentagem de lítio nas rochas a explorar ser diminuta, podendo referir-se a título de exemplo, que na zona do Romano, as “soleiras litiníferas”, além de não serem maioritárias entre as “soleiras” minerais a explorar, contêm uma percentagem de lítio de 0,57%, ou seja, cerca de meio por cento, de acordo com o que consta nos próprios documentos do então Governo que instruíu o processo da consulta pública.

E isso tem um significado muito simples: tendo em conta a referida baixa percentagem decorrente da exploração de minério, o grosso dos proventos serão absorvidos pelas empresas concessionárias, sendo reduzidos, os valores pagos pelos direitos de exploração, o que tem como consequência que a “vantagem” económica para o País e para a Região é práticamente nula ou insignificante.

Ora sendo assim e tendo em conta que as desvantagens são de tal forma graves em todos os seus aspectos, nomeadamente os referidos no início, a única posição compatível com o interesse das regiões afectadas e também com o interesse nacional, é a denúncia dos respectivos contratos, que no caso da Mina de Montalegre, se encontra já prescrito por incumprimento, desde 26 de Março do corrente ano.

(Texto escrito, de acordo com a antiga ortografia)

PAN CONDENA MORTE DE DOIS LOBOS IBÉRICOS E QUESTIONA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO DO AMBIENTE

O Pessoas-Animais-Natureza (PAN) deu hoje entrada no Parlamento de uma iniciativa em que questiona o Ministério do Ambiente e Alterações Climáticas (MAAC) sobre a morte de mais dois exemplares de lobo ibérico, nos concelhos de Montalegre e de Arcos de Valdevez. O PAN lamenta que a morte dos exemplares desta espécie protegida, relativamente à qual tem apresentado diversas iniciativas que visam contribuir para uma proteção mais efetiva proteção da mesma.

“Ao que é conhecido publicamente, as circunstâncias em que ocorreram as mortes destes dois animais ainda não se encontram apuradas. Infelizmente, não são caso único e há mais uma vez a lamentar a perda de dois exemplares de uma espécie endémica da Península Ibérica e cujo estado de conservação se encontra em perigo”, critica a porta-voz e deputada do PAN.

Na sua interpelação, o PAN questiona o Ministério do Ambiente sobre as diligências efetuadas na sequência da morte de mais dois animais, bem como sobre as medidas que estão a ser adotadas pela tutela para travar mais perdas de exemplares. O PAN pretende ainda que o ministério divulgue quais os resultados dos processos abertos em 2021 e 2022 relacionados com o abate de lobo ibérico em Portugal e se houve lugar a participações criminais.

O PAN tem vindo, sucessivamente, a propor diversas iniciativas, nomeadamente em sede do Orçamento do Estado para 2023 e para 2022 com vista, nomeadamente, a que haja lugar à emissão de um novo despacho que permita retomar o pagamento de indemnizações por danos em animais causados pelo lobo-ibérico. O PAN viu inclusivamente ser aprovada por unanimidade no Parlamento de uma iniciativa nesse sentido, que visava igualmente a promoção de ações de sensibilização tendentes à adoção de medidas preventivas que evitem ataques de lobo. “É preciso que o Governo faça o que lhe compete e cumpra com os compromissos que frequentemente invoca em matéria de biodiversidade e travar assim a perda de espécies emblemáticas como é o caso do lobo ibérico”, vinca Inês de Sousa Real.

MINHOTOS EM 1941 ENTREGARAM O MILHO À FEDERAÇÃO NACIONAL DOS PRODUTORES DE TRIGO

O Ministério da Economia - Gabinete do Ministro, através da Portaria 9958, publicada em Diário do Govêrno n.º 289/1941, Série I de 1941-12-12, determinou que se considerem requisitadas as quantidades de milho existentes na posse dos produtores dos concelhos de Caminha, Vila Nova da Cerveira, Valença do Minho, Monção, Melgaço, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras do Bouro, Montalegre e Chaves.

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Este diploma foi rectificado, tendo sido acrescentados novos concelhos.

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GOVERNO REQUISITOU EM 1941 O MILHO AOS PRODUTORES

O Ministério da Economia - Gabinete do Ministro, através da Portaria nº. 9958, publicada em Diário do Govêrno n.º 289/1941, Série I de 12 de Dezembro de 1941, determinou que se considerassem requisitadas as quantidades de milho existentes na posse dos produtores dos concelhos de Caminha, Vila Nova da Cerveira, Valença do Minho, Monção, Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras do Bouro, Montalegre e Chaves.

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TRANSPENEDA-GERÊS - CORRIDA DOS 4 CASTELOS

De 3 a 5 de junho realiza-se mais uma edição do TransPeneda-Gerês (TPG) – “Corrida dos 4 Castelos”, evento organizado pela empresa carlos_sa_nature_events, com a colaboração dos cinco municípios que integram o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG): Montalegre, Melgaço, Terras de Bouro, Ponte da Barca e Arcos de Valdevez.

Este será o palco principal para este fantástico evento de trail, que irá contar com provas de várias distâncias: 27km, 55km, 105km Non-stop, 165km Non-stop e 165km Relay/Estafetas.

Dia 4 em Lindoso

10h00 - Partida TPG 105 Km Non-stop (Castelo de Lindoso)

10h45 – O Tempo limite de passagem na Base de Vida de Lindoso - TPG 165km

Mais informações: https://www.carlossanatureevents.com/pt/tpg

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