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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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PONTE DE LIMA: BEATO FRANCISCO PACHECO, HÁ 1 ANO VENERADO NO CANADÁ – CRÓNICA DE TITO DE MORAIS

Beato Francisco Pacheco - há 1 ano no Canadá, Casa do Minho.jpg

Completou-se ontem um ano da nossa deslocação ao Canadá, convidado juntamente com o Chef Paulo Santos, para celebrar os 50 anos da Casa do Minho, fundada a 5 de Maio de 1974 na cidade de Winnipeg, centro desse grande e desenvolvido país.

No âmbito da cerimónia e intervenções oficiais, entregamos a um dos fundadores daquele prestigiada instituição regionalista lusíada, uma estatueta do Beato Francisco Pacheco, na promoção de seu culto, no seguimento da reabertura do processo de canonização aberto pela Vaticano. A escultura foi entregue a Manuel Rodrigues Sousa, um Limiano de São Martinho da Gândara, (foto) casado com a conterrânea Maria da Conceição, da sede do concelho. Os pais do actual Presidente, Samuel Sousa, emocionaram-se então com a lembrança do santo mártir da sua terra distante sete mil quilómetros e treze horas de voo, com duas paragens até ao destino final.

O momento, de alto significado para as mais de três centenas de participantes num Sarrabulho á Moda de Ponte de Lima confecionado por uma dúzia de gente de cozinha, liderados pelo Chef Paulo, reuniu então alguns convidados especiais como a governadora da província, Maritoba, Anita Neville; o cônsul de Portugal, Paulo Cabral; Presidente da Câmara de Winnipeg, Scott Gillingham e o vice da de Viana do Castelo, Manuel Vitorino.

A representação iconográfica do missionário Francisco Pacheco (1565? 1626)  foi também distribuída por outras representações lusas no mundo, como a Igreja de Santo António dos Portugueses em Roma, as embaixadas de Portugal na Bélgica e na Santa Sé, Itália e na NATO, Bruxelas.

Para um balanço da actividade do último ano, aguardamos um novo encontro com o Postulador da causa para a canonização do ilustre Pontelimense, o Padre João Caniço, ex-pároco da freguesia do Lumiar, em Lisboa.

Introdução ao sarrabulho de Ponte de Lima, do Chef Paulo Santos.jpg

MONÇÃO VENERA A SÃO JORGE CUJA FESTA LITÚRGICA HOJE SE CELEBRA

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Hoje é o dia que os cristãos consagram a S. Jorge. De acordo com a tradição, terá sido um soldado romano do exército do Imperador Diocleciano, altura de grandes perseguições aos cristãos, mandado degolar por não ter renunciado à sua fé e, consequentemente, venerado como mártir cristão.

Durante a Idade Média surgiram à sua volta, diversas lendas, uma das quais relata ter existido em Silene, cidade da Líbia, um terrível dragão ao qual o povo oferecia sacrifícios humanos. Tendo em dada altura caído a sorte à filha única do rei, S. Jorge, que acabava de chegar àquela cidade na altura precisa em que a vítima ia ser imolada, prestou-se para a libertar, o que conseguiu. Uma vez derrotado o dragão, rei e povo converteram-se de imediato ao Cristianismo.

Remonta ao século XII a introdução do culto a S. Jorge em Portugal, através dos cruzados que vinham combater nas hostes de D. Afonso Henriques nomeadamente a quando da tomada de Lisboa aos mouros. Porém, a sua invocação em forma de grito de guerra começou contudo durante o reinado de D. Afonso IV e teve como objetivo demarcar-se da invocação de S. Tiago Mata-mouros que era feita pelos exércitos leoneses. Até então, nas suas batalhas de Reconquista contra os mouros, os cavaleiros portugueses também invocavam: Por S. Tiago!

Mas foi sobretudo a partir do reinado de D. João I que este culto veio a adquirir verdadeira dimensão nacional, passando a partir de então a sua imagem a integrar a procissão do Corpo de Deus. Ainda hoje, a sua simbologia é empregue nos meios castrenses, principalmente para representar o exército português.

O culto a S. Jorge adquiriu verdadeira feição popular e nacionalista, conservando-se nos dias que correm algumas manifestações culturais que evocam a lenda de S. Jorge e, por seu intermédio, as lutas travadas pelos portugueses contra o invasor castelhano-leonês, numa reconfiguração da luta entre o Bem e o Mal.

Nas margens do rio Minho onde as veigas verdejantes da Galiza se alcançam em duas braçadas, as gentes minhotas do concelho de Monção mantêm um velho costume que consiste em celebrar todos os anos, por ocasião dos festejos do Corpo de Deus, o lendário combate travado entre S. Jorge e o Dragão.

A luta tem lugar na Praça de Deu-La-Deu cujo nome consagrado na toponímia local evoca a heroína que com astúcia conseguiu que as forças leonesas levantassem o cerco que impunham àquela praça. Perante uma enorme assistência, a coca - nome pelo qual é aqui designado o dragão! - procura, pesadamente e com grande estardalhaço, escapar à perseguição que lhe é movida por S. Jorge que, envolto numa longa capa vermelha e empunhando alternadamente a lança e a espada, acaba invariavelmente por vencer o temível dragão.

O dragão é representado por um boneco que se move com a ajuda de rodízios, conduzido a partir do exterior por dois homens e transportando no seu bojo outros dois que lhe comandam os movimentos da cabeça. Depois de o guerreiro lhe arrancar os brincos que lhe retiram a força e o poder, a besta é vencida quando S. Jorge o conseguir ferir mortalmente introduzindo-lhe a lança ou a espada na garganta, altura em que de uma bolsa alojada do seu interior escorre uma tinta vermelha que simula o sangue da coca.

- Por S. Jorge!

AMANHÃ É DIA DE SANTA LUZIA – REMONTA EM PORTUGAL AO SÉCULO XV SOB A INVOCAÇÃO DE NOSSA SENHORA DA LUZ - O ESCRITOR LIMIANO MANUEL GOMES DE LIMA BEZERRA DESCREVEU-NOS O CULTO EM ARCOZELO

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Sob as mais variadas evocações e datas de celebração, o Dia de Santa Luzia – santa Lúcia de Siracusa – celebra-se a 13 de Dezembro de acordo com a tradição cristã de confissão católica. Não obstante, possui bastantes tradições na Escandinávia e nalgumas partes dos Estados Unidos da América, o que denuncia a sua influência protestante.

A sua celebração ocorre próximo do Solstício de Inverno, o que a relaciona com o Natal ou seja, o nascimento do Sol e consequentemente da Luz. De resto, antes da reforma do Calendário Gregoriano que ocorreu no século XVI, a data da sua celebração encontrava-se no calendário ainda mais perto do Solstício de Inverno.

Entre nós, o culto a Nossa Senhora da Luz remonta ao século XV, altura em que, segundo reza a tradição, na localidade de Carnide, um devoto a Nossa Senhora encontrou, graças a uma estranha luz, uma imagem da Mãe de Deus.

A sua ocorrência veio a dar origem à construção de um convento e uma igreja em torno da qual ainda se realiza uma das feiras mais pitorescas dos arredores de Lisboa. O culto expandiu-se um pouco por todo o país graças ao patrocínio da Infanta D. Maria e de D. Leonor de Áustria, respetivamente a filha e a terceira esposa do rei D. Manuel I.

O culto a Nossa Senhora da Luz propagou-se ainda a todo o Império Português e é ainda invocado, consoante os lugares, sob os nomes de Nossa Senhora da Candelária, Nossa Senhora da Purificação e Nossa Senhora das Candeias, ocorrendo geralmente a 2 de Fevereiro a data da sua celebração.

A respeito da veneração a Nossa Senhora da Luz praticada na vila de Arcozelo, em Ponte de Lima, Manuel Gomes de Lima Bezerra * descreve-nos o seguinte: “Esta capela é notável na nossa História devido a uma bela imagem, que tem em Nossa Senhora o seu título. O Padre Carvalho recomendada desta maneira: "Aqui mesmo - diz ele falando da freguesia - está na capela de Nossa Senhora da Luz, a mais formosa imagem da Virgem, que pode haver: grandes diligências fizeram os religiosos da Ordem de Cristo para a levarem para o convento de Nossa Senhora da Luz de Lisboa, e que foi evitado pelo Cónego Baltasar de Araújo Franco". Ora se aqueles religiosos que possuem uma imagem muito perfeita da Senhora no seu convento da Luz em Carnide, junto a Lisboa, cujo aparecimento, beleza e milagres descreveu em difusão o Rev. Fr. Roque de Soveral na História, que compôs e imprimiu no ano de 1610; se aqueles religiosos, digo, julgaram a imagem desta capela de tal perfeição que a queriam levar para o seu convento de Lisboa, onde veneram a sobredita; parece-me que bastantes provas nos deixaram com o seu projecto da excelência da imagem, que se venera nesta freguesia e nesta capela. O certo é, que os naturais da terra, para perpetuarem o culto da Senhora, erigiram uma devota confraria com estatutos, que confirmou o bispo de Uranapolis, coadjutor do Arcebispado Primaz, por provisão de 27 de Agosto de 1723.”

Manuel Gomes de Lima Bezerra, in Os Estrangeiros no Lima, Tomo 1, 1785

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Santuário de Santa Luzia e a Foz do Rio Lima em Viana do Castelo numa pintura de Mota Urgueiro

PAREDES DE COURA: MEMÓRIA DO BEATO REDENTO DA CRUZ

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A 29 de Novembro celebra-se a memória do Beato Redento da Cruz, courense, religioso e Mártir. Lembrado na Diocese de Viana do Castelo, na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços.

O Beato Redento da Cruz, nasceu no lugar de Lizouros, freguesia de Cunha, com o nome de Tomás Rodrigues da Cunha, sendo filho de Baltazar Pereira e de Maria da Cunha.  

Faleceu, sofrendo martírio,  a 29 de Novembro de 1638, em Achém, na ilha de Samatra, na Indonésia.

Beatificado pelo Papa Leão XIII a 10 de Junho de 1900.

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Monumento em honra do Beato Redento da Cruz, inaugurado em 1998 no lugar de Abróteas, freguesia de Cunha, aquando as Comemorações do IV Centenário do seu nascimento.

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Da pagela publicada pela Igreja:

"Vida do Beato Redento da Cruz

Redento da Cruz, no século Tomaz Rodrigues da Cunha, português, nobre por ascendência, nascido em 1598, era filho de Baltasar Pereira e D. Maria da Cunha, e natural da povoação de Lizouros, freguesia de Santa Maria de Cunha, concelho de Paredes de Coura.

Ainda adolescente partiu para as Índias orientais e, seguindo a carreira das armas, foi Capitão da guarda da cidade de Meliapor; porém depois tomou o hábito dos irmãos conversos na Ordem dos Carmelitas Descalços.

Como fosse insigne na piedade e suavidade de costumes, foi destinado aos lugares de porteiro e sacristão em vários conventos.

Tendo desempenhado estes cargos com a maior perfeição, foi finalmente, por ordem dos superiores, dado como companheiro ao Beato Dionísio, que partia para a Ilha de Samatra, missão que recebeu de ânimo tanto mais alegre que, por uma inspiração quase divina, pressentira que lhe era seguro caminho para o martírio.

Chegando porém à ilha, foi carregado de ferros com o Beato Dionísio e todos os companheiros, e reduzido à escravidão. Coube-lhe em sorte um senhor feroz que depois de o ter atormentado com todas as espécies de vexames e tormentos, rapada a cabeça, barba e sobrancelhas, o expôs ao ludíbrio dos infiéis; ligou-lhe os pés com ferros de arestas vivas e pôs-lhe a vida em grande risco com acerbíssima fome.

Tudo isto, Redento sofreu intrepidamente, e não temeu resistir ao próprio rei que pretendia abalar a sua constância.

Levado finalmente à praia do mar com os restantes confessores da fé, foi o primeiro de todos que, alvejado com setas e trespassado com espadas e lanças envenenadas, morreu mártir.

Sobre os corpos dele e dos restantes mártires, que conjuntamente pereceram, enquanto estiveram insepultos, várias vezes durante a noite, com grande admiração dos infiéis e hereges, foram vistos brilhar esplendores de luz e ouvidos celestes concertos.

O que tudo devidamente provado, o Sumo Pontífice Leão XIII, no ano do jubileu de 1900, inscreveu Dionísio da Natividade e Redento da Cruz no catálogo dos Bem-aventurados Mártires.

(Do antigo Breviário Bracarense)."

Oração

Ó Deus, que por admirável disposição conduziste os bem-aventurados Dionísio e Redento, através dos perigos do mar, à palma do martírio, concedei-nos, pela sua intercessão, que entre as dissipações e desejos deste mundo, permaneçamos fiéis até à morte na confissão do vosso nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

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Painel de azulejos existente na Casa Grande de Paredes de Coura

Fonte: Paredes de Coura – Território com Alma

QUEM FOI O BEATO REDENTO DA CRUZ – NATURAL DE PAREDES DE COURA?

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Redento da Cruz (Cunha (Paredes de Coura), 1598 - , Achém, 29 de Novembro de 1638) é o nome que Tomás Rodrigues da Cunha adoptou a quando da sua entrada para a Ordem do Carmo, foi um nobre português que foi beatificado por ter sido martirizado e não negar a fé católica.

Era filho de Baltazar Pereira e Maria da Cunha, que pertencia a uma família nobre e abastada e, em 1598, nasceu numa sua casa situada no Lugar de Lizouros, na freguesia da Cunha, em Paredes de Coura.[1]

Com 19 anos embarcou para a Índia e notabilizou-se como soldado, cabo de esquadra e finalmente como capitão da praça de Meliapor.

Mas apesar dos seus feitos militares optou antes por aceitar a sua vocação cristã e entra na Ordem dos Carmelitas Descalços de Goa, tendo sido enviado para uma residência que esta mesma Ordem tinha em Tatta (hoje território do Paquistão), onde recebeu o nome de Redento da Cruz.

Nos finais de Setembro de 1638, foi enviado com o Padre Dionísio da Natividade a Achem, na Samatra (actual Indonésia), onde chegou a 25 de Outubro. Aí foi denunciado como espião e posto a ferros. Os mouros decidiram negociar a libertação dos cativos, mediante a sua conversão ao Islão. Perante a recusa de abjurarem da sua fé, foram condenados a atrozes suplícios e à morte a golpes de azagaia e depois decapitado.

Foi beatificado, junto com o seu companheiro Dionísio da Natividade, pelo Papa Leão XIII, em 10 de junho de 1900.

Fonte: Wikipedia

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Beatos Dinis da Natividade e Redento da Cruz

EVOCANDO O PRIOR S. TEOTÓNIO – O SANTO VALENCIANO QUE É PADROEIRO DA CIDADE E DA DIOCESE DE VISEU

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Desde Fernando Magno, a D. Afonso Henriques, a Sé Catedral de Santa Maria de Viseu foi governada por priores, subordinados ao bispo de Coimbra, tendo sido o de maior relevância S. Teotónio, nascido em Tardinhade, freguesia de Ganfei, do concelho de Valença do Minho, sendo papa Gregório VII e rei de Leão e Castela Afonso VI.

Foram seus pais D. Oveco e D. Eugénia, "pessoas de vida, piedosas e das mais notáveis daqueles sítios.

Com 10 anos de idade (1092), partiu para Coimbra para junto de seu tio D. Crescónio, bispo daquela Diocese, que confiou a sua educação ao arcediago D. Telo "varão virtuoso e douto", que tinha a incumbência da educação dos mancebos, filhos dos nobres.

Teotónio era muito aplicado aos estudos das letras e do canto litúrgico, de tal modo que, no espaço de três anos, aprendeu Latim, Música e Retórica, com perfeição.

À medida que crescia em sabedoria crescia também em santidade.

No ano de 1098, faleceu D. Crescónio, vindo então para a Sé de Viseu o Prior Teotónio, onde se professava o instituto canónico de Santo Agostinho e onde era prior outro seu tio, D. Teodónio, a quem, por sua morte (1112), a instância do bispo de Coimbra, veio a suceder nesta dignidade.

Por muitos anos, residiu na nossa cidade, nas salas onde hoje se instala o cartório do Cabido da Sé.

Como se escreve algures a sua casa era um abrigo de peregrinos e por isso a denominaram o "Seio de Abraão".

Todos os sábados celebrava a Missa a Nossa Senhora, e às sextas-feiras a celebração era na Igreja de S. Miguel do Fetal, por todos os fiéis defuntos. Ao acto, assistia quase toda a população da cidade. No final da procissão em redor do cemitério, distribuía pelos pobres, "que sempre em multidão ali acorriam, o pão, o vinho e a cera das ofertas"

Ao impulso da sua Fé, fez duas peregrinações a Jerusalém, tendo renunciado o priorado da Sé de Viseu, antes de efectuar a primeira dessas peregrinações.

Com o seu dileto amigo e antigo mestre D. Telo, e outros companheiros, fundou, em Coimbra, o Mosteiro de Santa Cruz, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, do qual foi o primeiro Prior

O Conde D. Henrique, "querendo erigir o bispado de Viseu, ofereceu ao Prior S. Teotónio a dignidade episcopal, que ele recusou". Como testemunho dessa recusa, a imagem de S. Teotónio figura ao centro do corpo intermédio do frontispício da Catedral, sob o frontão angular, vestido com a indumentária dos cónegos regrantes de Santo Agostinho, empunhando na mão direita o báculo, enquanto a mitra jaz a seus pés, em sinal de que, por humildade, não usou.

A sua morte ocorreu no dia 18 de Fevereiro de 1163, e um ano depois foi a sua canonização. Decorridos 830 anos, essa efeméride foi comemorada com várias cerimónias, realizadas no Salão Nobre da Câmara Municipal, na Catedral e após elas com o descerramento da lápide que dá o nome ao "Largo de São Teotónio", uma homenagem muito sentida que a Cidade e a Diocese prestaram a essa notável e veneranda figura da Igreja e da Pátria.

O clero e o povo de Viseu elegeram-no por padroeiro da cidade e de todo o bispado, tendo sido esta eleição aprovada pelo papa Clemente VIII

Desde o dia 18 de Fevereiro de 1603, que existe na Catedral, como relíquia, um braço de S. Teotónio, sendo então Bispo de Viseu D. João de Bragança, que tinha feito este pedido com muito empenho a D. Lourenço Prior do Mosteiro de Santa Cruz.

  1. Teotónio continuará a abençoar, a nossa cidade e a nossa Diocese!

R.C. 1999

Conta-se que, em certo dia que a Rainha D. Teresa ouvia Missa na Sé, mandou pedir, pelo seu pagem, ao prior S. Teotónio "que abreviasse a Missa, porque necessitava de tempo para outros negócios" e que o Santo Prior deu as seguintes respostas:

"Dizei à Rainha que no Céu há outra Rainha, muito mais excelsa, a quem eu determino oferecer esta Missa, com suma veneração e pausa e que, se Sua Alteza tem necessidade do tempo, em sua mão está ausentar-se, quando for servida".

Terminada a Missa a Rainha foi à sacristia pedir perdão, como refere o Pe. Leonardo de Sousa

  • o Prior S. Teotónio, num dos nichos do frontispício da Catedral
  • vendo-se a Mitra a seus pés o braço de S. Teotónio, relíquia exposta na Catedral

Autor: Ana Ernestina Figueiredo

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CAMINHENSES FESTEJAM A SANTA RITA DE CÁSSIA

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As festividades a Santa Rita de Cássia remontam pelo menos a 1844, atraindo anualmente a Caminha milhares de visitantes.

Nascida em Roccaporena, na Úmbria, em 1381, com o nome no século Margherita Lotti, Santa Rita de Cássia foi uma monja agostiniana da diocese de Espoleto, em Itália.

Os seus milagres e virtudes levaram à sua beatificação pela em 1627, tendo sido canonizada pela Igreja Católica em 1900. É tida como “advogada das causas perdidas”, a “santa do impossível” e considerada a protetora absoluta das mães e esposas que sofrem maus-tratos dos maridos.

RELÍQUIAS DE S. GUALTER FORAM DESCOBERTAS EM GUIMARÃES HÁ 15 ANOS

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Faz quinze anos que as relíquias de S. Gualter foram descobertas em Guimarães, dissimulados no interior de uma imagem que se encontrava na Igreja de S. Francisco. A descoberta ocorreu na sequência das obras de restauro realizadas naquela igreja e os achados encontravam-se envoltos em linho, no interior de uma imagem oca.

Os registos deixados em actas do antigo mosteiro franciscano e noutros documentos existentes na Ordem de S. Francisco indicam que se trata efectivamente de S. Gualter, o monge franciscano que é venerado como padroeiro da cidade de Guimarães.

Nos começos do século XIII, S. Francisco de Assis enviou S. Gualter para Portugal com a missão de estabelecer no nosso país a Ordem dos Frades Menores, vulgo franciscanos.

A devoção popular a S. Gualter entre os vimaranenses faz das Festas Gualterianas que todos os anos se realizam em Agosto, em Guimarães, uma das mais concorridas e grandiosas romarias minhotas.

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VIANA DO CASTELO: S. BARTOLOMEU DOS MÁRTIRES FALECEU HÁ 434 ANOS – CELEBRA-SE HOJE A SUA FESTA LITÚRGICA

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Passam 434 anos da morte de S. Bartolomeu dos Mártires. Para além da imagem que retrata a estátua em sua memória erigida no largo de S. Domingos em Viana do Castelo, bem na frente do convento com o mesmo nome que lhe era tão querido, recordamos a sua vida com duas imagens do livro de Assentos de Casamentos (misto: 1553 a 1583) da paróquia de Monte Redondo no concelho de Arcos de Valdevez.

Foi lançado neste livro, a 8 de outubro de 1564, a ata da execução do decreto do Concílio de Trento, proibindo os casamentos clandestinos. Como participante no Concílio de Trento, Bartolomeu dos Mártires causou admiração, inclusive no Papa, pela sua ação empolgante durante o mesmo. No mesmo livro também se encontra registada a visitação feita por Dom Bartolomeu, enquanto Arcebispo de Braga, à referida paróquia.

Fonte: Arquivo Distrital de Viana do Castelo

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Dom Frei Bartolomeu nasceu em Lisboa, em 1514, na freguesia de Nossa Senhora dos Mártires, e entrou na Ordem Dominicana em 1528. Foi professor nos Conventos de S. Domingos de Benfica, Batalha e Évora. Foi depois também Prior do Convento de Benfica e finalmente Arcebispo de Braga (1559 1582). Encontra-se sepultado em Viana do Castelo no Convento de S. Domingos que ele próprio mandou construir e onde se recolheu até à sua morte em 16 de julho de 1590.

Foi decisiva a sua contribuição, na última sessão do Concílio de Trento (1561 1563), para reformas na Igreja que, no seu dizer, «estava para cair». Entre as Petições que apresentou neste Concílio, destacam-se duas, pela sua atualidade: a obrigação dos Pastores permanecerem próximos dos fiéis que lhes estão confiados, um dever para o qual o Papa Francisco repetidamente tem chamado a atenção; a criação de seminários, como obrigatórios para a formação humana e espiritual, teológica e pastoral dos sacerdotes, tão urgente naquela época e necessária nos dias de hoje.

O próprio Papa Pio IV, que ele visitou pessoalmente em Roma durante uma interrupção da sessão conciliar, qualificou assim, em carta enviada ao Cardeal Dom Henrique, a sua participação no Concílio: «Tal satisfação nos deu, no tempo em que participou, com a sua bondade, religião e devoção, que o ficámos tendo em grande conta, com tamanho conceito da sua honra e virtude que não poderão alterá-lo queixumes de ninguém».

Regressado à sua Arquidiocese, prosseguiu com reformas já antes iniciadas e, pelo menos algumas delas, confirmadas e oficializadas por decisões conciliares:

– Fundou o Seminário, o primeiro em toda a cristandade, para a formação dos presbíteros, uma novidade que o Papa S. João Paulo II fez questão de mencionar na celebração da sua beatificação.

– Para formação e uso dos sacerdotes, designadamente no seu ministério de instruir os fiéis e os consolidar na fé e prática de vida, escreveu o «Catecismo ou Doutrina Cristã e Práticas Espirituais», dois anos antes de ter sido publicado o Catecismo do Concílio de Trento pelo Papa S. Pio V.

– Promoveu e impôs uma rigorosa administração dos bens eclesiásticos, para os repartir equitativamente, «sem entesourar nada», como ele escreveu, fomentando e pondo em prática uma especial solicitude para com os mais pobres e desprotegidos. Costumava dizer que «em sua casa só ele era o estranho e os pobres eram os verdadeiros e naturais senhores dela».

– A sua proximidade ao povo que lhe estava confiado levou-o a calcorrear repetidamente toda a Arquidiocese de Braga, em periódicas visitas pastorais, percorrendo, com os limitados meios de então, um território cuja extensão compreendia também a atual Diocese de Viana do Castelo e partes das atuais Dioceses de Vila Real e Bragança-Miranda.

– Primariamente para sua própria orientação espiritual e pastoral, escreveu o famoso «Estímulo dos Pastores» que viria a ser editado por S. Carlos Borromeu, seu discípulo e apreciado amigo, e que, séculos mais tarde, iria ser oferecido pelo Papa Paulo VI a cada um dos bispos no encerramento do II Concílio do Vaticano.

Em todas estas e outras iniciativas e atividades mostrou a audácia, o ardor apostólico, a generosidade, a simplicidade e a santidade que fizeram dele um pastor exemplar para todos os tempos, incluindo os nossos. Assim o reconheceu explicitamente o Papa S. João Paulo II, ao beatificá-lo, a 4 de novembro de 2001, isto é, poucos dias depois de terminar o Sínodo dos Bispos que se dedicou à reflexão sobre a vivência do ministério episcopal, e ao referir-se às visitas pastorais do Beato Bartolomeu na Exortação Apostólica Pós-sinodal Pastores Gregis (n.º 46).

A sua vida e obra transpiram aquele dinamismo missionário sem fronteiras, aquela profunda convicção cristã que nascem da «Alegria do Evangelho» e são muito acentuadas pelo Papa Francisco: «O entusiasmo na Evangelização funda-se nesta convicção. Temos à disposição um tesouro de vida e de amor que não pode enganar, a mensagem que não pode manipular nem desiludir. É uma resposta que desce ao mais fundo do ser humano e pode sustentá-lo e elevá-lo. É a verdade que não passa de moda, porque é capaz de penetrar onde nada mais pode chegar. A nossa tristeza infinita só se cura com um amor infinito» (Evangelii Gaudium, n.º 265).

Nota Pastoral da CEP sobre “Bartolomeu dos Mártires, Modelo para a renovação da Igreja”. 1 DE Maio de 2014. Por ocasião das comemorações dos 500 anos do seu nascimento.

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RELÍQUIAS DE S. GUALTER FORAM DESCOBERTAS EM GUIMARÃES HÁ 15 ANOS

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Faz quinze anos que as relíquias de S. Gualter foram descobertas em Guimarães, dissimulados no interior de uma imagem que se encontrava na Igreja de S. Francisco. A descoberta ocorreu na sequência das obras de restauro realizadas naquela igreja e os achados encontravam-se envoltos em linho, no interior de uma imagem oca.

Os registos deixados em actas do antigo mosteiro franciscano e noutros documentos existentes na Ordem de S. Francisco indicam que se trata efectivamente de S. Gualter, o monge franciscano que é venerado como padroeiro da cidade de Guimarães.

Nos começos do século XIII, S. Francisco de Assis enviou S. Gualter para Portugal com a missão de estabelecer no nosso país a Ordem dos Frades Menores, vulgo franciscanos.

A devoção popular a S. Gualter entre os vimaranenses faz das Festas Gualterianas que todos os anos se realizam em Agosto, em Guimarães, uma das mais concorridas e grandiosas romarias minhotas.

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398年前に日本で殉教したリミアーノの福者フランシスコ・パチェコは誰でしたか?

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1626年6月20日、長崎でフランシスコ・パチェコ神父はイエズス会の17人の仲間とともに、ゆっくりとした火で殉教しました。

フランシスコ・パチェコはポンテ・デ・リマで生まれ、高貴な家系に生まれました。彼はガルシア・ロペス・パチェコとマリア・ボルヘス・デ・メスキータの息子でした。

1585年にイエズス会に入会し、2年後にインドに渡り、そこから日本に渡った。1614年にマカオに追放された迫害を生き延びた後、着替えて変装して日本に入国し、日本でひそかに布教活動を行っていたイエズス会の司教区長と修道会の修道院長に任命されました。

1625年、糾弾を受けてティマバラで逮捕・投獄され、その後長崎に連行され、生きたまま火あぶりにされた。ピウス9世は1867年7月7日に彼を列福した。

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QUEM FOI O BEATO FRANCISCO PACHECO – UM LIMIANO MARTIRIZADO NO JAPÃO HÁ 398 ANOS?

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Em 20 de Junho de 1626, em Nagasáqui, o padre Francisco Pacheco foi martirizado a fogo lento juntamente com dezassete companheiros da Companhia de Jesus.

Francisco Pacheco era natural de Ponte de Lima e procedia de nobre linhagem. Era filho de Garcia Lopes Pacheco e Maria Borges de Mesquita.

Em 1585, ingressou na Companhia de Jesus e, dois anos depois, partiu para a Índia, de onde passou ao Japão. Sobreveio às perseguições ocorridas em 1614, tendo sido desterrado para Macau, após o que, mudando o trajo, introduziu-se disfarçadamente no Japão, tendo sido nomeado governador do bispado e Superior dos religiosos da Companhia de Jesus que prosseguiam clandestinamente a sua actividade missionária no Japão.

Em 1625, na sequência de denúncia, foi preso e encarcerado em Timabara, tendo posteriormente sido conduzido a Nagasáqui onde foi queimado vivo. Pio IX procedeu à sua beatificação em 7 de Julho de 1867.

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PONTE DE LIMA: REUNIDOS 5 MILAGRES AO BEATO FRANCISCO PACHECO

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  • Crónica de Adelino Tito de Morais

No âmbito do processo de canonização do Beato Francisco Pacheco (1585?-1626), a decorrer no Vaticano, o Postulador da Causa, o Padre João Caniço recolheu cinco milagres, intenções de santidade provenientes de Ponte de Lima, Custóias, Fornos de Algodres e Toronto (Canadá).

A notícia foi revelada durante um encontro realizado recentemente em Loures com aquele sacerdote, e consta do relatório a enviar pelo ex-Pároco do Lumiar, Lisboa, à Santa Sé. Na reunião, elencamos também as acções realizadas nos últimos dez meses pelo grupo dinamizador do desejo de santificar o ilustre jesuíta e conterrâneo, o Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, que no decorrer de seus eventos na Europa, incluiu a capital italiana. O Padre João Caniço, satisfeito com as actividades já realizadas, salientou ainda que “necessitamos de obter a canonização, daí a existência de milagres a justificar a sua intercessão”.

Assim, recordemos que entre o trabalho de divulgação do missionário, realizou-se na Biblioteca Municipal de Ponte de Lima, uma exposição bio-bibliográfica, com apoio do município e do Pároco, agora também Vigário Geral da diocese de Viana do Castelo, Mons. José Caldas. Igualmente, a devoção ao mártir português no Japão tem sido intensificada, com a entrega da sua imagem, uma escultura de marfinite pintada, na sede da NATO em Bruxelas; na embaixada de Portugal junto da Santa Sé, Roma, e posteriormente a entidades portuguesas nos sectores da diplomacia, cultura e indústria, com sede no Brasil, Canadá e França. A primeira representação iconográfica do mártir foi colocada em Outubro 2021 na Igreja de S. António dos Portugueses em Roma, oferecida pelo grupo limiano ao seu Reitor, Mons. Agostinho Borges, adido eclesiástico de Portugal junto da Santa Sé, e ex-Prelado de Honra do Papa João Paulo II, recorde-se.

Entretanto, um novo encontro terá lugar em Itália com o embaixador de Portugal no Vaticano e outros membros do Dicastério Romano, para balanço de actividades e agendamento de outras. Aqui, podemos informar que está em curso o agendamento duma reunião em Agosto próximo em Ponte de Lima com os ilustres intervenientes na Causa de Canonização, vindos de Roma, de Lisboa e Braga. O programa incluirá ainda uma recepção pelo chefe da edilidade, Vasco Ferraz, pois o município pretende colaborar nos 400 anos do martírio do Beato Pacheco e seus companheiros (1626-2026). A finalizar, podemos ainda referir, que a tradução portuguesa do latim do poema PACIECIDOS, nas mãos da latinista conimbricense Carlota Urbano deverá ser concluída no corrente ano.

HOJE É DIA DE SANTA RITA DE CÁSSIA – VENERADA EM MUITAS VILAS E ALDEIAS DO MINHO!

Nascida em Roccaporena, na Úmbria, em 1381, com o nome no século Margherita Lotti, Santa Rita de Cássia foi uma monja agostiniana da diocese de Espoleto, em Itália.

Os seus milagres e virtudes levaram à sua beatificação pela em 1627, tendo sido canonizada pela Igreja Católica em 1900. É tida como “advogada das causas perdidas”, a “santa do impossível” e considerada a protetora absoluta das mães e esposas que sofrem maus-tratos dos maridos.

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HOJE É DIA DE S. JORGE!

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Hoje é o dia que os cristãos consagram a S. Jorge. De acordo com a tradição, terá sido um soldado romano do exército do Imperador Diocleciano, altura de grandes perseguições aos cristãos, mandado degolar por não ter renunciado à sua fé e, consequentemente, venerado como mártir cristão.

Durante a Idade Média surgiram à sua volta, diversas lendas, uma das quais relata ter existido em Silene, cidade da Líbia, um terrível dragão ao qual o povo oferecia sacrifícios humanos. Tendo em dada altura caído a sorte à filha única do rei, S. Jorge, que acabava de chegar àquela cidade na altura precisa em que a vítima ia ser imolada, prestou-se para a libertar, o que conseguiu. Uma vez derrotado o dragão, rei e povo converteram-se de imediato ao Cristianismo.

Remonta ao século XII a introdução do culto a S. Jorge em Portugal, através dos cruzados que vinham combater nas hostes de D. Afonso Henriques nomeadamente a quando da tomada de Lisboa aos mouros. Porém, a sua invocação em forma de grito de guerra começou contudo durante o reinado de D. Afonso IV e teve como objetivo demarcar-se da invocação de S. Tiago Mata-mouros que era feita pelos exércitos leoneses. Até então, nas suas batalhas de Reconquista contra os mouros, os cavaleiros portugueses também invocavam: Por S. Tiago!

Mas foi sobretudo a partir do reinado de D. João I que este culto veio a adquirir verdadeira dimensão nacional, passando a partir de então a sua imagem a integrar a procissão do Corpo de Deus. Ainda hoje, a sua simbologia é empregue nos meios castrenses, principalmente para representar o exército português.

O culto a S. Jorge adquiriu verdadeira feição popular e nacionalista, conservando-se nos dias que correm algumas manifestações culturais que evocam a lenda de S. Jorge e, por seu intermédio, as lutas travadas pelos portugueses contra o invasor castelhano-leonês, numa reconfiguração da luta entre o Bem e o Mal.

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Nas margens do rio Minho onde as veigas verdejantes da Galiza se alcançam em duas braçadas, as gentes minhotas do concelho de Monção mantêm um velho costume que consiste em celebrar todos os anos, por ocasião dos festejos do Corpo de Deus, o lendário combate travado entre S. Jorge e o Dragão.

A luta tem lugar na Praça de Deu-La-Deu cujo nome consagrado na toponímia local evoca a heroína que com astúcia conseguiu que as forças leonesas levantassem o cerco que impunham àquela praça. Perante uma enorme assistência, a coca - nome pelo qual é aqui designado o dragão! - procura, pesadamente e com grande estardalhaço, escapar à perseguição que lhe é movida por S. Jorge que, envolto numa longa capa vermelha e empunhando alternadamente a lança e a espada, acaba invariavelmente por vencer o temível dragão.

O dragão é representado por um boneco que se move com a ajuda de rodízios, conduzido a partir do exterior por dois homens e transportando no seu bojo outros dois que lhe comandam os movimentos da cabeça. Depois de o guerreiro lhe arrancar os brincos que lhe retiram a força e o poder, a besta é vencida quando S. Jorge o conseguir ferir mortalmente introduzindo-lhe a lança ou a espada na garganta, altura em que de uma bolsa alojada do seu interior escorre uma tinta vermelha que simula o sangue da coca.

- Por S. Jorge!

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CANONIZAÇÃO DO BEATO FRANCISCO PACHECO, MOTIVA REUNIÃO EM PONTE DE LIMA

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  • Crónica de Tito de Morais

A canonização do Beato Francisco Pacheco, natural de Ponte de Lima e queimado na fogueira em Nagasáqui em 20 de Junho de 1626, será motivo para um encontro em Ponte de Lima no verão próximo, confirmou em Roma fonte ligada ao processo.
O ilustre Limiano é um dos 205 mártires do Japão, os quais deram a vida pela Fé durante dezena e meia de anos (1617-1632), um período temível para expandir o cristianismo, nos poderes de Hidetada (1579-1632) e Iemitsu Tokugawa (1604-1651), em Nagasáki e Tóquio. O grupo martirizado era composto por 166 cristãos leigos, na sua maior parte nipónicos e 39 sacerdotes; destes, treze eram jesuítas, doze dominicanos, oito franciscanos, cinco agostinhos e um único diocesano japonês. Os nove missionários portugueses, jesuítas, beatificados pelo Papa Pio IX em 7 de Julho 1867, são seguintes: João Baptista Machado, sacerdote, dos Açores, Angra do Heroísmo, morto por degolação na cidade de Omura, a 22 de Maio de 1617; Ambrósio Fernandes, irmão jesuíta, de Xisto ou Sisto, Porto, falecido vítima dos maus tratos na cadeia de Omura a 7 de Janeiro de 1620; Francisco Pacheco, sacerdote, de Ponte do Lima, queimado vivo na fogueira em Nagasáki, a 20 de Junho de 1626. A sua festa ocorre a 20 de Junho, e tem uma Memória na Diocese de Viana e também Memória Facultativa na Companhia de Jesus; Diogo de Carvalho, sacerdote, de Coimbra, falecido após colocado num tanque gelado em Xendai, a 22 de Fevereiro de 1624; Miguel de Carvalho, sacerdote, de Braga, queimado vivo em Omura, a 25 de Agosto de 1624; a sua festa litúrgica a 25 de Agosto, será este ano solenizada na Sé de Braga, por ocasião dos quatrocentos anos do seu martírio, de acordo com informação obtida em Roma. O beato bracarense tem uma Memória Facultativa na Arquidiocese de Braga e outra na Companhia de Jesus; acrescentem-se o agostinho português Beato Vicente Carvalho também referido como Vicente de Santo António, nascido em Albufeira, Algarve e com sofrimento similar ao beato Pacheco, isto é queimado vivo em Nagasáki, em 3 de Setembro de 1623; e mais Domingos Jorge, um cristão leigo, natural de Vermoim da Maia (Porto), também morto no suplício de fogueira em Nagasáki, a 18 de Novembro de 1619. O portuense era consorciado com uma japonesa, que fôra baptizada com o nome de Isabel Fernandes, e pais dum filho de quatro anos chamado Inácio. A esposa e a criança foram executados posteriormente, no dia 10 de Novembro 1622, por decapitação.
Postuladorr da Causa entre os participantes
Um dos participantes na cerimónia a realizar em Ponte de Lima, será o Postulador da Causa de canonização do beato Pacheco, residente em Lisboa. O Padre João Caniço, até há alguns meses pároco do Lumiar, com quem reunimos recentemente para balanço de actividades e proposta de outras, realçou passos positivos para a pretensão, os quais comunicou a seu superior e a Roma.
Por outro lado, o representante do Dicastério (organismo que compõe o governo da Igreja Católica ou Vaticano), realçou-nos hoje, que analisando bem, “estamos perante uma renovação de processo, e não um novo, pois ele foi aberto há mais de 150 anos, aquando da beatificação “de Pacheco e companheiros, pelo Papa Pio IX em 1867. Por outro lado, há a salientar que se tratam de mártires, e o importante é “que haja devoção, de que Ponte de Lima é um bom exemplo, pois tem-no incentivado nos últimos tempos com esse grupo de apoio”, a nível local e internacional.
Recorde-se, que anteriormente ás acções desenvolvidas pelo Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, há a destacar a colocação da imagem do beato Pacheco na Matriz de Ponte de Lima em 1938, e dedicar-lhe a antiga capela do Santíssimo Sacramento em 1965, além da identificação do local de nascimento, a Quinta de Barros na Correlhã, pelo arquitecto João Abreu e Lima.
Entretanto, tivemos também conhecimento, que serão apresentadas na reunião de Ponte de Lima outras acções promocionais do culto do mártir Limarense, a comunicar a Roma até Junho próximo.

BEATO FRANCISCO PACHECO FOI MARTIRIZADO NO JAPÃO HÁ 398 ANOS!

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Em 20 de Junho de 1626, em Nagasáqui, o padre Francisco Pacheco foi martirizado a fogo lento juntamente com dezassete companheiros da Companhia de Jesus.

Francisco Pacheco era natural de Ponte de Lima e procedia de nobre linhagem. Era filho de Garcia Lopes Pacheco e Maria Borges de Mesquita.

Em 1585, ingressou na Companhia de Jesus e, dois anos depois, partiu para a Índia, de onde passou ao Japão. Sobreveio às perseguições ocorridas em 1614, tendo sido desterrado para Macau, após o que, mudando o trajo, introduziu-se disfarçadamente no Japão, tendo sido nomeado governador do bispado e Superior dos religiosos da Companhia de Jesus que prosseguiam clandestinamente a sua actividade missionária no Japão.

Em 1625, na sequência de denúncia, foi preso e encarcerado em Timabara, tendo posteriormente sido conduzido a Nagasáqui onde foi queimado vivo. Pio IX procedeu à sua beatificação em 7 de Julho de 1867.

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PONTE DE LIMA: REUNIDOS 5 MILAGRES AO BEATO FRANCISCO PACHECO

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  • Crónica de Adelino Tito de Morais

No âmbito do processo de canonização do Beato Francisco Pacheco (1585?-1626), a decorrer no Vaticano, o Postulador da Causa, o Padre João Caniço recolheu cinco milagres, intenções de santidade provenientes de Ponte de Lima, Custóias, Fornos de Algodres e Toronto (Canadá).

A notícia foi revelada durante um encontro realizado recentemente em Loures com aquele sacerdote, e consta do relatório a enviar pelo ex-Pároco do Lumiar, Lisboa, à Santa Sé. Na reunião, elencamos também as acções realizadas nos últimos dez meses pelo grupo dinamizador do desejo de santificar o ilustre jesuíta e conterrâneo, o Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, que no decorrer de seus eventos na Europa, incluiu a capital italiana. O Padre João Caniço, satisfeito com as actividades já realizadas, salientou ainda que “necessitamos de obter a canonização, daí a existência de milagres a justificar a sua intercessão”.

Assim, recordemos que entre o trabalho de divulgação do missionário, realizou-se na Biblioteca Municipal de Ponte de Lima, uma exposição bio-bibliográfica, com apoio do município e do Pároco, agora também Vigário Geral da diocese de Viana do Castelo, Mons. José Caldas. Igualmente, a devoção ao mártir português no Japão tem sido intensificada, com a entrega da sua imagem, uma escultura de marfinite pintada, na sede da NATO em Bruxelas; na embaixada de Portugal junto da Santa Sé, Roma, e posteriormente a entidades portuguesas nos sectores da diplomacia, cultura e indústria, com sede no Brasil, Canadá e França. A primeira representação iconográfica do mártir foi colocada em Outubro 2021 na Igreja de S. António dos Portugueses em Roma, oferecida pelo grupo limiano ao seu Reitor, Mons. Agostinho Borges, adido eclesiástico de Portugal junto da Santa Sé, e ex-Prelado de Honra do Papa João Paulo II, recorde-se.

Entretanto, um novo encontro terá lugar em Itália com o embaixador de Portugal no Vaticano e outros membros do Dicastério Romano, para balanço de actividades e agendamento de outras. Aqui, podemos informar que está em curso o agendamento duma reunião em Agosto próximo em Ponte de Lima com os ilustres intervenientes na Causa de Canonização, vindos de Roma, de Lisboa e Braga. O programa incluirá ainda uma recepção pelo chefe da edilidade, Vasco Ferraz, pois o município pretende colaborar nos 400 anos do martírio do Beato Pacheco e seus companheiros (1626-2026). A finalizar, podemos ainda referir, que a tradução portuguesa do latim do poema PACIECIDOS, nas mãos da latinista conimbricense Carlota Urbano deverá ser concluída no corrente ano.

VALENÇA CELEBROU O FERIADO MUNICIPAL EM HONRA DE SÃO TEOTÓNIO

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Ontem, dia 18 de fevereiro, Valença celebrou o dia de todos os valencianos e de São Teotónio, Feriado Municipal, com diversos atos protocolares, religiosos e culturais e homenageou personalidades e instituições.

As celebrações começaram nos Paços do Concelho com o hastear da bandeira e o hino de Valença, a entoar na Fortaleza, pela Associação Musical de São Pedro da Torre. Seguiu-se a deposição de uma coroa de flores na estátua de São Teotónio, na Coroada.

Em Ganfei decorreu a eucaristia e a procissão com o arcipreste Padre Gonçalo do Vale a dar a bênção aos fiéis na Praça de São Teotónio, com o relicário do santo, mesmo ao lado.

Seguiu-se a sessão solene com as intervenções do Presidente da Câmara Municipal, da Assembleia Municipal e da Junta de Freguesia de Ganfei.

O Presidente da Câmara Municipal, José Manuel Carpinteira, traçou um perfil dos investimentos âncora realizados e em curso bem como dos projetos que marcarão Valença, nos próximos tempos, e em que a captação de novos investimentos empresariais e a criação de emprego serão uma prioridade. José Manuel Carpinteira salientou, ainda, que “contamos com todos nesta missão diária de fazer evoluir e prosperar Valença”.

O Presidente da Assembleia Municipal, José António Cerqueira, destacou a importância de evocar o dia de todos os valencianos e o papel da Assembleia Municipal na representatividade democrática dos valencianos. José António Cerqueira lançou, ainda, o desafio, para a criação da Assembleia Municipal Jovem.

Já o Presidente da Junta, Armando Fernandes, agradeceu a oportunidade das celebrações se realizarem em Ganfei e a sua importância para a projeção da imagem do santo.

Ponto alto das celebrações foi a atribuição da Medalha de Mérito Municipal à jornalista Fátima Campos Ferreira, ao artista Marco Santos, à Casa Toga, ao Centro Humanitário de Valença da Cruz Vermelha Portuguesa, à ASRAR - Associação Social e Recreativa dos Aposentados e Reformados do Concelho de Valença e a título póstumo a Paulo Pacheco, Presidente da União de Freguesias de Gondomil e Sanfins.

A sessão terminou com a apresentação do livro "São Teotónio - O Primeiro Santo Português - De Valença para o Mundo", de Secundino Cunha, que pretende reforçar a importância da figura de São Teotónio para a identidade valenciana.

Ao longo da sessão os momentos musicais estiveram a cargo da Academia de Música da Fortaleza de Valença.

Durante a tarde, também, em Ganfei, decorreu o 38º aniversário do Concerto do Coral Polifónico São Teotónio com uma tarde cultural ligada à música polifónica.

De realçar que, no átrio exterior da Junta de Freguesia de Ganfei esteve patente ao público, a exposição “São Teotónio vai à Escola”, com trabalhos de todas as escolas básicas do 1º ciclo do concelho, resultantes das 27 sessões pedagógicas que a Câmara Municipal dinamizou nas últimas semanas, para os 478 alunos das sete escolas básicas, do primeiro ciclo, do concelho.

Ao longo de 14 sessões, técnicos do município, explicaram, aos jovens alunos, o porquê de ser feriado municipal, em Valença, a 18 de fevereiro, bem como dar a conhecer os pontos mais marcantes da vida e obra de São Teotónio, primeiro santo português.

A Câmara Municipal entende que estas sessões são fundamentais para dar a conhecer as grandes marcas que caracterizam a identidade cultural valenciana.

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HOJE É DIA DE NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS – TAMBÉM INVOCADA SOB O NOME DE NOSSA SENHORA DA LUZ – A SUA DEVOÇÃO REMONTA AO SÉCULO XV

O Dia de Nossa Senhora das Candeias comemora-se hoje, dia 2 de fevereiro. E diz o ditado que "se a Nossa Senhora das Candeias estiver a rir está o Inverno para vir, se estiver a chorar está o Inverno a passar."

Em Viana do Castelo, a Capela de Nossa Senhora das Candeias, construída no ano de 1621, encontra-se situada no Largo Vasco da Gama, em Viana do Castelo. No seu interior contempla-se as imagens da Senhora da Luz, ladeada por Santo Homem Bom e São Miguel Arcanjo.

Fonte: Câmara Municipal de Viana do Castelo

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Nossa Senhora das Candeias. Paróquia de Monserrate. Viana do Castelo. Foto: Cidalia Viana de Matos.

Sob as mais variadas invocações e datas de celebração, Nossa Senhora das Candeias é ainda invocada pelo nome de Nossa Senhora da Luz ou da Purificação.

Entre nós, o culto a Nossa Senhora da Luz remonta ao século XV, altura em que, segundo reza a tradição, na localidade de Carnide, um devoto a Nossa Senhora encontrou, graças a uma estranha luz, uma imagem da Mãe de Deus.

A sua ocorrência veio a dar origem à construção de um convento e uma igreja em torno da qual ainda se realiza uma das feiras mais pitorescas dos arredores de Lisboa. O culto expandiu-se um pouco por todo o país graças ao patrocínio da Infanta D. Maria e de D. Leonor de Áustria, respetivamente a filha e a terceira esposa do rei D. Manuel I.

O culto a Nossa Senhora da Luz propagou-se ainda a todo o Império Português e é ainda invocado, consoante os lugares, sob os nomes de Nossa Senhora da Candelária, Nossa Senhora da Purificação e Nossa Senhora das Candeias, ocorrendo geralmente a 2 de Fevereiro a data da sua celebração.

A respeito da veneração a Nossa Senhora da Luz praticada na vila de Arcozelo, em Ponte de Lima, Manuel Gomes de Lima Bezerra descreve-nos o seguinte: “Esta capela é notável na nossa História devido a uma bela imagem, que tem em Nossa Senhora o seu título. O Padre Carvalho recomendada desta maneira: "Aqui mesmo - diz ele falando da freguesia - está na capela de Nossa Senhora da Luz, a mais formosa imagem da Virgem, que pode haver: grandes diligências fizeram os religiosos da Ordem de Cristo para a levarem para o convento de Nossa Senhora da Luz de Lisboa, e que foi evitado pelo Cónego Baltasar de Araújo Franco". Ora se aqueles religiosos que possuem uma imagem muito perfeita da Senhora no seu convento da Luz em Carnide, junto a Lisboa, cujo aparecimento, beleza e milagres descreveu em difusão o Rev. Fr. Roque de Soveral na História, que compôs e imprimiu no ano de 1610; se aqueles religiosos, digo, julgaram a imagem desta capela de tal perfeição que a queriam levar para o seu convento de Lisboa, onde veneram a sobredita; parece-me que bastantes provas nos deixaram com o seu projecto da excelência da imagem, que se venera nesta freguesia e nesta capela. O certo é, que os naturais da terra, para perpetuarem o culto da Senhora, erigiram uma devota confraria com estatutos, que confirmou o bispo de Uranapolis, coadjutor do Arcebispado Primaz, por provisão de 27 de Agosto de 1723.”

Manuel Gomes de Lima Bezerra, in Os Estrangeiros no Lima, Tomo 1, 1785

AMANHÃ É DIA DE SANTO AMARO – O PADROEIRO DOS GALEGOS EM PORTUGAL!

É bastante antiga a devoção dos galegos radicados em Portugal a Santo Amaro. Reza a história que, em 1549, numa colina outrora sobranceira ao rio Tejo, ergueram os galegos uma pequena ermida em cumprimento de uma promessa feita por frades da Ordem de Cristo que, numa viagem de regresso de Roma, a nau em que vinham foi acometida de temporal no mar e, perante o receio de naufrágio à entrada da barra, prometeram construir uma capela no local onde aportassem sãos e salvos.

A esta invocação certamente não foi alheio o sucesso do frade beneditino, nascido em Roma no século VI, segundo o qual certa vez, obedecendo às ordens de São Bento que teve a visão de que São Plácido corria o risco de afogamento no açude de Subiaco, conseguiu salvar o irmão religioso caminhando sobre as águas sem se afogar, agarrando-o pelos cabelos e puxando-o para a margem.

A devoção dos galegos a Santo Amaro, cuja festa litúrgica se celebra a 15 de janeiro, deu origem à Capela de Santo Amaro, situada no cimo de uma colina no sítio de Alcântara, tornando-se local de festas e romaria, onde se cantava e dançava a noite inteira xotas e muiñeiras, ao som de gaita-de-foles, castanholas e pandeiretas, à boa maneira das festas tradicionais da Galiza.

Conta-nos o historiador olisiponense Augusto Vieira da Silva que “Nela se faziam antigamente grandes festas ao seu patrono, que começavam em 15 de Janeiro e se prolongavam ordinariamente até 2 de Fevereiro. No seu adro organizavam os galegos das companhias de aguadeiros de Lisboa, um arraial e danças ao som de gaitas de foles, e nele apareciam, além dos vendedores dos artigos que era uso negociarem-se em todas as festanças populares portuguesas, mulheres vendendo rosários de pinhões de Leiria”.

Na sequência do ambiente religioso que se seguiu à implantação do regime republicano em Portugal deixou esta feira de se realizar em 1911. Seguiu-se um longo período de abandono no qual a capela chegou a ser saqueada e a ser utilizada como carvoaria. Em 1927, foi entregue à Irmandade do Santíssimo Sacramento, e no ano seguinte o espaço foi reabilitado para o culto.

A Capela de Santo Amaro encontra-se atualmente aberta ao culto no primeiro domingo de cada mês, às 10 horas, para a celebração da Eucaristia dominical.

Situada ao cimo da calçada de Santo Amaro, trata-se de um templo de estilo Renascentista, de planta centralizada em redor de um átrio semicircular, construído segundo o projeto de Diogo de Torralva, considerado um dos melhores arquitetos do século XVI. O edifício encontra-se desde 16 de julho de 1910 classificado como Monumento Nacional.

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São notáveis os painéis de azulejos polícromos tardo-maneiristas alusivos a Santo Amaro que revestem as paredes do átrio, as pinturas a óleo que revestem o teto da sacristia, os três magníficos portões de ferro forjado do século XVII e o conjunto formado pelo adro e o escadório que, na parte superior, sugere a proa de um barco virado ao Tejo.

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Em meados do século passado, os galegos passaram a realizar conjuntamente com os minhotos uma pequena festa em honra de São Tiago, em torno de uma pequena capelinha situada no Alto da Boa Viagem, junto ao farol do Esteiro, na localidade de Caxias. Mas, lamentavelmente, essa fraternidade foi sol de pouca dura. E também Santo Amaro deixou de reunir junto á sua ermida os seus devotos galegos!

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