Natural de Guimarães, Elisabete Matos é uma consagrada cantora de ópera que tem em Puccini e Wagner os compositores por si mais interpretados. Deixamos aos leitores a sua própria biografia oficial.
Elisabete Matos nasceu em Braga onde estudou canto e violino. Como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, mudou-se para Espanha a fim de completar a sua formação com Ángeles Chamorro, Marimí del Pozo, Félix Lavilla e Miguel Zanetti.
Depois da sua estreia na Ópera de Hamburgo como Alice Ford (Falstaff) e Donna Elvira (Don Giovanni), papel que voltou a cantar em Lisboa, Las Palmas e Santander, participou, em 1997, na inauguração do Teatro Real de Madrid, interpretando Marigaila na estreia mundial de Divinas Palabras, de Antón García Abril, ao lado de Plácido Domingo. Imediatamente, é convidada por Domingo para estrear o papel de Dolly na Washington Opera, numa nova produção de Sly, de Wolf-Ferrari, com José Carreras como protagonista. De seguida, interpretou o mesmo papel no Teatro Regio de Turim, no Japão (com a Washington Opera) e na Ópera de Roma, desta vez com Plácido Domingo no elenco.
Interpretou, entre outros papéis, Chimène em Le Cid, de Jules Massenet, no Teatro de la Maestranza de Sevilha e na Washington Opera, com Plácido Domingo; a protagonista de Margarita la Tornera, também com Plácido Domingo, no Teatro Real de Madrid; Elsa em Lohengrin, na sua estreia no Gran Teatre del Liceu de Barcelona; Mimí em La Boheme, no Teatro de São Carlos de Lisboa; La Voix Humaine, na Maestranza; Zaza, no Teatro Regio de Turim e na Opéra de Nice; Elisabetta, numa nova produção de Don Carlo no Teatro Real de Madrid e em Palermo; La Battaglia di Legnano, no Teatro Massimo Bellini de Catânia; Freia em Das Rheingold, em Turim, Ópera de Roma e Liceu de Barcelona; o papel titular de Suor Angelica, no Palau de les Arts de Valência; Tosca, no La Fenice de Veneza, Teatro Massimo Bellini de Catania, em Chipre (com a Arena de Verona), Porto, Messina, no Festival de Macerata, em Tóquio, Lisboa e Cardiff (com a Welsh National Opera); La Vida Breve, em Lisboa; Amelia Grimaldi de Simon Boccanegra, no Teatro Real e Catania; Sieglinde em Die Walküre, na Maestranza, Centro Cultural de Belém e Liceu de Barcelona; Senta em O Navio Fantasma, em Nápoles, Sevilha e Madrid; Katia Kabanova e Els Pirineus, no Liceu de Barcelona; Madame Lidoine de Os Diálogos das Carmelitas, no La Scala de Milão, dirigida por Ricardo Muti; o papel titular de La Dolores, no Teatro Real de Madrid; Gutrune (Götterdämerung) e Rosa (Gaudi) no Liceu de Barcelona; Amélia de O Baile de Máscaras em Nápoles e em Bari; Condessa de Capriccio, no Centro Cultural de Belém; Santuzza de Cavalleria Rusticana, no São Carlos de Lisboa e no San Carlo de Nápoles; Abigaille (Nabucco), em Toulon; a protagonista de Norma, no Festival de Mérida e no Teatro Villamarta de Jerez; Elisabeth de Tannhäuser, no Liceu de Barcelona; Iphigénie en Tauride, no Teatro Campoamor de Oviedo; Turandot, em Antuérpia, Gante, Jerez e Valência (no Palau de les Arts, sob a batuta de Lorin Maazel); La Gioconda, em Tóquio; Minnie de La Fanciulla del West, em Lucca (com o Maggio Musicale Fiorentino).
Entre os seus compromissos mais recentes destacam-se Gutrune (Götterdämmerung), com Zubin Metha, e Cassandre (Les Troyens), com Valery Gergiev, ambos no Palau de les Arts de Valência.
Após o seu êxito como Senta (O Navio Fantasma) no Teatro Real de Madrid, cabe referir entre os compromissos futuros de Elisabete Matos a estreia como Lady Macbeth, na Ópera Nacional do Reno (Estrasburgo), e Isolda (Tristão e Isolda), no Campoamor de Oviedo, além de Iphigénie en Tauride, no Liceu de Barcelona, e da sua estreia na Metropolitan Opera de Nova Iorque como Minnie de La Fanciulla del West.
Para além dos teatros líricos, Elisabete Matos apresenta-se com frequência nas salas de concerto, interpretando habitualmente lied e concerto sinfónico, num vasto repertório que vai desde Bach até à música contemporânea. Destacam-se um recital de canções russas na Fundação Gulbenkian de Lisboa e no Festival de A Corunha; a Nona Sinfonia de Beethoven em Cagliari, dirigida por Lorin Maazel (com quem actuou também em Milão), no Auditório Nacional de Madrid (sob a direcção de López Cobos) e na Gulbenkian; O Chapéu de Três Bicos de Manuel de Falla, com a Chicago Simphony Orchestra, dirigida por Daniel Baremboim; um concerto de árias de Mozart com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida por Giuliano Carella; Offrandes, de Varèse, dirigida por C. Walmar; e os Wesendonk Lieder em Lisboa. Em Março de 2001, participou com Plácido Domingo, José Carreras e Mariella Devia, entre outros cantores de renome, no concerto que Zubin Mehta dirigiu em Parma em memória de Verdi, e que foi transmitido para todo o mundo.
Gravou o Requiem de Suppé com o Coro e Orquestra da Fundação Gulbenkian de Lisboa, sob a direcção de Michel Corboz, para a Virgin Classics; o papel titular de La Dolores, de Bretón, para a Decca, pelo qual foi galardoada com um Grammy em 2000; e Margarita la Tornera, de R. Chapí, para a RTVE, ambas com Plácido Domingo. Também com Domingo gravou em DVD a ópera Le Cid, de Massenet, com a Washington Opera. Recentemente, foi lançado em DVD O Chapéu de Três Bicos, de Manuel de Falla, com a Chicago Simphony Orchestra, dirigida por Daniel Baremboim.
Elisabete Matos foi nomeada Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República Portuguesa.
Foi galardoada com a Medalha de Ouro por Mérito Artístico da Cidade de Guimarães.
Há cerca de um mês anunciei a minha intenção de apresentar listas candidatas aos órgãos distritais de Braga do PSD. Desde esse momento que me desdobrei em contactos com as mais diversas estruturas do partido para contruir equipas que materializassem a ambição que presidiu ao anúncio da minha candidatura.
Com o apoio de todas as estruturas de secção, conseguimos reunir neste projeto as mais diferentes sensibilidades e construir um compromisso que assegure a concretização dos objetivos principais do nosso mandato, o de ser apoio de âmbito distrital à ação do Governo, ajudando-o na tarefa patriótica de bem governar o país, assim como de protagonizar as melhores propostas autárquicas para vencer 2025!
Com Miguel Macedo a presidir à mesa da Assembleia Distrital, César Teixeira a liderar o Conselho de Jurisdição e José Padrão à frente da Comissão Distrital de Auditoria Financeira, construímos as equipas que desejávamos.
O mandato que nos espera, caso mereçamos a confiança dos nossos militantes, é ambicioso e exigente, mas assumo que temos a motivação, a competência, a experiência e o foco que consideramos serem decisivos para sermos vitoriosos!
Esperamos contar com a participação dos militantes, votando no próximo dia 6!
O espetáculo “A Mulher é Uma Arma” acontece no maior palco da Festa do Avante, o palco 25 de Abril, na noite de sábado, iniciando-se quando tiverem passado 30 minutos da meia-noite.
Algumas das melhores vozes femininas da atualidade juntam-se no mesmo palco para comemorar a Revolução dos Cravos e celebrar a Mulher. Elas vão interpretar temas célebres dessa época, mas não só, acompanhadas por um grupo de músicos dirigidos pelo produtor e compositor Renato Júnior. Cada uma das cantoras confere uma identidade especial a cada uma das canções e, juntas, constroem um concerto com visão para o futuro evocando a memória de 50 anos de democracia e liberdade. Uma verdadeira homenagem à condição da Mulher em pleno séc. XXI e a importância que as Mulheres sempre tiveram no combate ao fascismo lutando, ainda hoje, em plena democracia, pelos seus direitos e pela liberdade.
Sofia Escobar partilhará o palco com Maria João, Kátia Guerreiro, Luanda Cozetti, Ana Bacalhau e Rita Redshoes. A vimaranense é uma das mulheres que darão voz a textos líricos de autores como Manuel Alegre, Sophia de Mello Breyner Andresen e Maria Lamas, e canções de José Afonso, Sérgio Godinho e Chico Buarque, entre outros.
"Sinto o peso da responsabilidade que é cantar estas letras. É importante para mim enquanto mulher, artista e mãe continuar a transmitir estas mensagens", disse Sofia Escobar à Antena 1.
Virgínia Moura, engenheira, militante do Partido Comunista Português desde 1933, nasceu em S. Martinho do Conde, Guimarães a 19 de Julho de 1915 e faleceu no Porto a 19 de Abril de 1998, com 82 anos.
Virgínia de Moura nasceu na freguesia São Martinho do Conde, em Guimarães, e veio a falecer no Porto, em 19 de abril de 1998.
Ligada desde muito jovem à luta revolucionária, aderiu ao Partido Comunista Português quando tinha ainda apenas dezoito anos de idade, tendo chegado a fazer parte do Comité Central. Por essa altura, integrava também o Socorro Vermelho Internacional, organização associada da Internacional Comunista.
Participou ativamente em inúmeras ações como as campanhas de apoio às candidaturas presidenciais de Norton de Mattos, Ruy Luís Gomes, Arlindo Vicente e Humberto Delgado, tendo integrado diversos movimentos de resistência ao estado Novo como o Movimento de Unidade Antifascista (MUNAF), Movimento de Unidade Democrática (MUD) e o Movimento nacional Democrático (MND). As suas convicções políticas levaram-na por dezasseis vezes à prisão, tendo sido processada em nove das quais e condenada em tribunal apenas três vezes.
Sob o pseudónimo “Maria Salema”, colaborou em diversos jornais e revistas e participou em várias conferências conjuntamente com os escritores Teixeira de Pascoaes, Maria lamas e Maria Isabel Aboim Inglês.
Virgínia de Moura foi em vida distinguida com o grau de Grande-oficial da Ordem da Liberdade e a medalha de Honra da Câmara Municipal do Porto.
Filha de uma professora primária, que sendo mãe solteira enfrentou situações de injustiça, incluindo da própria família, pelo facto de ter sido mãe sem ser casada.
Apesar de ter sido rejeita pelo pai e avós, teve uma infância feliz em S. Martinho do Conde, “ vivi ali uma infância feliz e alegre…Os habitantes dessa terra foram a minha primeira família. A verdadeira aceitou mal o meu nascimento e tanto o meu avô como os meus tios mais velhos cortaram relações com a minha mãe, durante dez anos” (MOURA, Virgínia 1996).
Com dez anos prepara-se para entrar no liceu. A guerra acabara há pouco tempo, as consequências ainda se sentiam, as dificuldades económicas aumentaram. Para ir para o Liceu teve que obter notas suficientes para a bolsa de estudo. Um dia seu avô encontrou-a na casa de uma prima, no Porto. Foi ter com ela e beijou-a com as lágrimas nos olhos. A partir desse momento sua mãe pode contar com o seu apoio. Nos anos 20 transferem-se para Vila de Conde. Tudo passou a ser mais difícil. A mãe quase não saia de casa a não ser para dar aulas, e Virgínia Moura era rejeitada pelas colegas “A nossa vida não foi fácil. Lembro-me de ouvir colegas do Liceu dizerem, baixinho, que gostariam que eu fosse a casa delas, mas que tal não podia ser porque o meu pai não era casado com a minha mãe” (MOURA, Virgínia, 1996).
Nessa altura, Virgínia Moura e sua mãe, recebiam a visita de um familiar que a marcou. Ele simpatizava com o socialismo, lia muito e emprestava-lhe livros que falavam de um outro mundo diferente, “Saber da existência de países onde uma mulher não seria tratada como a minha mãe foi e como eu era…”. Ficou marcada com outra ocorrência, a morte de um estudante de nome Branco, numa iniciativa académica no Porto.
Nos anos 30 foi estudar para o Porto. No liceu, feminino, sentiu-se marginalizada, tanto por colegas como por alguns professores, pensou mesmo deixar de estudar. Foi então que conheceu António Lobão Vital, participante de todas as guerras académicas da altura, que ambicionava, também, um mundo diferente. Virgínia Moura encontrou o companheiro da sua vida. Naquela altura não fazia ideia do que era um partido, apenas pressentia a possibilidade de fazer algo para modificar a situação existente à sua volta, as injustiças, a coação, o medo.
Virgínia Moura e António Lobão Vital foram extraordinários obreiros de pequenas e grandes lutas pela liberdade, pacientes construtores da unidade antifascista, assumindo exemplarmente um confronto, sem concessões, com o regime opressor vigente.
Foram, manifestamente, dois dos mais destacados rostos legais do PCP (ainda na clandestinidade). Constituíram uma referência, política e moral, fundamental para gerações de jovens, de trabalhadores e distintos intelectuais.
Em 1933, Virgínia Moura ligou-se ao PCP tendo nesse ano participado na organização da secção portuguesa do Socorro Vermelho (Organização de Socorro aos Presos Políticos Portugueses e Espanhóis). Foi a primeira mulher portuguesa a obter o título de engenheira civil, foi-lhe negado o acesso à Função Pública, pois a ficha policial já então a assinalava como séria opositora da ditadura fascista. Cursou ainda Matemáticas e frequentou a Faculdade de Letras de Coimbra. Desenvolveu uma intensa actividade cultural no Porto nos anos quarenta e cinquenta, tendo colaborado (sob o pseudónimo de Maria Selma) em vários jornais e revistas, promovido a edição da revista «Sol Nascente» e diversas conferências com a participação de Teixeira de Pascoais, Maria Isabel Aboim Inglês e Maria Lamas.
A sua intensa, firme e corajosa actividade política contra o regime fascista levou-a, em 1949, à primeira prisão o que, até ao 25 de Abril, viria a repetir-se 15 vezes. Nove vezes processada e três vezes condenada, agredida inúmeras vezes pela polícia política (PIDE) durante actos públicos de afirmação democrática, a vida de Virgínia Moura foi um confronto constante com o fascismo. Participou nos combates do MUD (Movimento de Unidade Democrática) e do Movimento Nacional Democrático; nas batalhas políticas em torno das “presidenciais” com as candidaturas de Norton de Matos, de Ruy Luís Gomes, de Humberto Delgado; nos congressos da oposição democrática e nas campanhas políticas de massas desenvolvidas em torno das farsas eleitorais para a chamada Assembleia Nacional, em 1969 e 1973; nas pequenas e grandes lutas contra a repressão, pela solidariedade com os presos políticos, pela melhoria das condições de vida do povo, pela igualdade e afirmação dos direitos das mulheres e da sua participação na vida política, pela criação das condições que conduziram ao derrubamento do fascismo e à Revolução de Abril, de que foi igualmente participante entusiástica.
Depois do 25 de Abril e nas novas condições de liberdade, Virgínia Moura continuou a luta em defesa e consolidação do regime democrático, pelas transformações capazes de assegurar uma sociedade mais justa, por um Portugal de Abril rumo ao socialismo.
Virgínia Moura foi distinguida com a Ordem da Liberdade e recebeu a Medalha de Honra da Câmara Municipal do Porto e do Movimento Democrático de Mulheres. Por ocasião do seu octogésimo aniversário, foi-lhe prestada, no Palácio de Cristal, uma homenagem, tendo sido então publicado o livro «Virgínia Moura, mulher de Abril» – Álbum de memórias (corpopublico)
Único na região norte, o Teleférico de Guimarães proporciona uma viagem de 1.700m, vencendo uma altitude de 400 m em apenas alguns minutos.
Conhecido como o 1º Teleférico a entrar em funcionamento em Portugal, o Teleférico de Guimarães leva-o numa viagem inesquecível até à Penha, um Santuário de vida natural com as melhores vistas sobre a região de Guimarães.
No topo da Penha, poderá descobrir um extraordinário local de culto do Norte do País, o Santuário de Nossa Senhora do Carmo da Penha, e o monumental conjunto de rochas que convidam a uma visita demorada.
Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, é o mandatário da Candidatura de Victor Hugo Salgado à Federação Distrital do Partido Socialista de Braga. Uma figura ímpar do concelho de Guimarães, Domingos Bragança é um dos mais proeminentes nomes do Partido Socialista desta região e uma referência enquanto Presidente de Câmara do nosso País.
Domingos Bragança é um autarca que marca a sua intervenção política pela proximidade que mantém com o cidadão comum, um homem de trabalho, resiliente, que nunca desiste dos seus projetos e das suas ambições.
O seu percurso profissional e político deixa uma marca indelével no concelho de Guimarães, associado a uma governação inclusiva humilde e de serviço, assente numa visão para o desenvolvimento de Guimarães, mobilizadora dos vimaranenses nos grandes projetos e nas grandes causas.
De realçar que a Candidatura de Victor Hugo Salgado à Federação Distrital do Partido Socialista de Braga conta ainda com o apoio do atual Presidente da Federação de Braga do PS, Frederico Castro, e da esmagadora maioria dos Presidentes das concelhias do distrito de Braga, a saber:
Barcelos – Carlos Brito Braga – Pedro Sousa Celorico de Basto – Carlos Silva
Assim, a Candidatura de Victor Hugo Salgado à Federação Distrital do Partido Socialista de Braga agradece profundamente o apoio do camarada Domingos Bragança, assim como de todos os presidentes das Concelhias do Distrito, que reforçam a confiança e a união em torno desta candidatura à Federação Distrital do PS de Braga.
Com o apoio de todos, iremos construir um futuro melhor para o nosso distrito.
De 10 a 17 de agosto, a cidade berço acolhe mais uma edição do Guimarães Clássico. Ao longo de uma semana a música de câmara é partilhada pelos artistas, alunos e público em geral, com vários concertos a acontecerem em vários pontos da cidade.
O festival é um projeto conjunto do Quarteto de Cordas de Guimarães e da Câmara Municipal de Guimarães.
PCP leva reforço da oferta de transportes na Linha de Guimarães entre o centro da cidade e a freguesia de Lordelo à Assembleia da República
Recentemente, vieram a público notícias que davam conta de um “chumbo” pela empresa IP - Infraestruturas de Portugal de um projecto da Câmara Municipal de Guimarães para o funcionamento de um transporte entre o centro de Guimarães e a freguesia de Lordelo.
Segundo a notícia do Jornal de Notícias do passado dia 16 de Julho “Pelo menos desde 2022, quando foi apresentado o estudo “Desenvolvimento do Estudo do Sistema de Transporte Público em Via Dedicada”, fala-se da possibilidade de pôr a circular uma espécie de metro ligeiro no troço Guimarães Lordelo da linha de comboio. O objetivo era criar uma alternativa de transporte público para a zona sul, que não passasse pela congestionada EN 105.”
A notícia refere ainda que “A IP estudou, a pedido da Câmara, a possibilidade de introduzir na Linha de Guimarães uma oferta como a referida, tendo-se concluído pela falta de capacidade da linha”, refere. A empresa também exclui, por motivos técnicos, duplicar a linha.
No entanto, não há, estranhamente, referência a um eventual contacto com a CP – Comboios de Portugal no sentido de aumentar a oferta naquela zona da Linha de Guimarães. A CP que ali presta um serviço de 17 comboios por dia e por sentido nem é referida.
A proposta da autarquia consiste em colocar na mesma linha outro operador, potencialmente para entrega a concessão privada por parte do Município, inclusive com o afastamento da CP.
Um serviço como o proposto pela autarquia, com outro operador e com outro material circulante, até coloca entraves à própria ligação ferroviária entre Guimarães e Braga que deve estar em continuidade da Linha de Guimarães e depois de Braga ligar à Linha do Minho em Barcelos.
Em todo caso, o assunto a estudar pode ter resposta no âmbito do sistema ferroviário integrado, com ajustes na infraestrutura e na operação da CP, e não em separado.
A notícia citada refere apenas do parecer negativo da IP, o argumento da falta de capacidade da linha, sem mais especificar. É ainda referida a exclusão de duplicação da linha por motivos técnicos, sem também especificar.
Convém ter presente que o aumento da capacidade da linha também se consegue com sinalização adequada ao objetivo e também com duplicação da linha em pequenos trechos que constituam mais zonas de cruzamento para além das que existirão em estações e apeadeiros. Isto mesmo antes de se avançar para uma duplicação em todo o troço interessado, designadamente entre Lousado ou Lordelo e Guimarães.
Analisados os horários do serviço da CP no Ramal de Guimarães parece não ser impossível aumentar a oferta, o que exige estudo da especialidade e obviamente exige também mais material circulante.
Assim, o Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República formulou as seguintes questões ao Governo, através do Ministério das Infraestruturas e Habitação:
Confirma o Ministério que a empresa IP - Infraestruturas de Portugal emitiu um parecer sobre a possibilidade de pôr a circular uma espécie de metro ligeiro no troço Guimarães - Lordelo? Em caso afirmativo, solicita-se a disponibilização do mesmo.
Conhece o Ministério algum contacto com a CP – Comboios de Portugal para o estudo da eventual criação da referida nova oferta de transportes?
Considerando a actual linha da CP e as vantagens de incluir o reforço da oferta no âmbito da empresa pública ferroviária, considera o Ministério a possibilidade de estudar soluções no âmbito do sistema ferroviário integrado, com ajustes na infraestrutura e na operação da CP?
Inauguração da Torre da Alfândega, em Guimarães: uma vitória da luta pela valorização do património histórico e cultural
A CDU manifesta o seu agrado pela inauguração da requalificação da Torre da Alfândega, espaço pelo qual lutou, defendendo a sua aquisição por parte do Município e a criação de condições para a sua fruição pública.
Relembramos que o processo para que este edifício, construído com fins militares, fosse adquirido e preservado é longo e até um pouco caricato.
A CDU recorda a luta empenhada em defesa da única torre que sobreviveu ao camartelo e que fazia parte da muralha que cercava a cidade de Guimarães, edifício histórico e emblemático do concelho, onde na fachada voltada para a alameda tem afixada a inscrição “Aqui Nasceu Portugal”, para que, em primeiro lugar, o Município assumisse a sua propriedade e, posteriormente fosse um espaço de memória e de usufruto público.
Em 2012 aquando da apresentação do projecto da requalificação da Alameda de São Dâmaso e da Praça do Toural, no âmbito da Capital Europeia da Cultura, estava incluída na memória descritiva deste projeto a requalificação do edifício da Torre da Alfândega como mais um espaço que deveria ser aberto ao público. Foi a partir deste pressuposto que os vimaranenses tiveram a oportunidade de em diversas iniciativas da CEC 2012 visitar o interior da torre, corroborando da necessidade de intervenção publica neste espaço degradado e abandonado. Nada foi feito.
Em 2016, a CDU tomou conhecimento de que o conjunto edificado onde se incluía esta torre foi vendido, e que a maioria municipal do PS optou por não exercer o direito de preferência na sua aquisição. O vereador da CDU colocou esta questão em reunião de câmara, tendo como resposta que o edifício vendido não incluía a torre e que as noticias vindas a publico não correspondiam à verdade. A partir daqui assistiu-se a um processo rocambolesco na tentativa, inglória, de ocultar a falta de acção da maioria do PS que ficou bem demonstrada nas actas das reuniões de câmara e nas mais diversas noticias dos órgãos de comunicação social, locais, regionais e nacionais.
Muito se discutiu sobre o possível desinteresse, desconhecimento do património, alheamento dos documentos do passado, por parte da maioria do executivo camarário na aquisição de imóveis que davam acesso à Torre da Alfândega.
O que é certo é que entre as mais diversas discussões na reunião de câmara, nas assembleias municipais, no espaço público, também houve lugar a tentativas de descredibilização da CDU e do seu vereador, Torcato Ribeiro, desde a acusação de intervenções infelizes, de declarações confusas ou até de lapsos de informação.
A CDU não desistiu, e mesmo tendo apenas um vereador eleito, lutou pelos interesses do concelho e defendeu mais uma vez a proteção do património vimaranense.
Por isso, hoje os vimaranenses e todos os que nos visitam têm à sua disposição mais um monumento de importância histórica para visitar. Do alto da Torre da Alfândega, um edifício público, será possível vislumbrar uma parte da cidade que viu nascer um país.
Que todo o concelho de Guimarães possa assumir esse património ímpar. Valeu a pena lutar!
A cerimónia de inauguração está marcada para as 21h00 de hoje e os vimaranenses poderão visitar o espaço até às 00h00. Até ao final das Festas da Cidade e Gualterianas, o horário será das 10h00 às 00h00. A partir de terça-feira, das 10h00 às 18h00.
A requalificação do espaço incluiu não só a restauração física do monumento, mas também a preparação para a instalação de conteúdos museológicos. Estes conteúdos terão como base o trabalho arqueológico realizado durante a empreitada e resultarão na criação do Centro Interpretativo, que ficará sediado na própria Torre da Alfândega, e que será desenvolvido ao longo dos próximos meses.
Esta intervenção preserva o património histórico de Guimarães e valoriza a experiência cultural dos visitantes, especificamente das muralhas da cidade, relevando a importância deste monumento nacional no legado histórico da cidade berço de Portugal e da inscrição simbólica no pano da muralha: AQUI NASCEU PORTUGAL.
Ministério da Cultura adianta que será enviada ao local uma equipa técnica para avaliar os danos causados ao Padrão de São Lázaro.
Apoie o jornalismo do Público. Para ler o artigo completo, junte-se à nossa comunidade de leitores.
Se já é assinante do jornal PÚBLICO, saiba que tem direito a oferecer até 6 artigos exclusivos por mês a amigos ou familiares, usando a opção “Oferecer artigo” no topo da página. É tão simples e é outra forma de contribuir para a vida democrática do país.
Todos os conteúdos do PÚBLICO são protegidos por Direitos de Autor ao abrigo da legislação portuguesa, conforme os Termos e Condições.
«O Padrão de S. Lázaro em Creixomil, concelho de Guimarães, classificado como monumento nacional, apareceu destruído na noite de terça-feira, anunciou a junta de freguesia local.
Em nota publicada na sua página de Facebook, a Junta de Freguesia de Creixomil refere que a Polícia Municipal esteve no local, tendo procedido ao seu isolamento. "A Junta de Freguesia espera, com expectativa, o desenrolar do processo", lê-se nessa nota, que lamenta que o património cultural da localidade tenha ficado "mais pobre".
A PSP tomou conta da ocorrência e vai investigar as circunstâncias da destruição do monumento. E o Ministério da Cultura já emitiu comunicado sobre o sucedido, assumindo tratar-se de um acto de vandalismo. "O acto de vandalismo praticado sobre o Padrão de D. João I, em Guimarães, constitui grave atentado a um registo identitário da memória relacionada com a passagem do rei em Guimarães. O Ministério da Cultura lamenta profundamente a ocorrência deste episódio, tendo agido na consciência de que a minimização dos danos não resolverá ainda as grandes questões da responsabilidade colectiva sobre o Património e o incontornável respeito que sobre ele deve presidir", lê-se.
E acrescenta: "Essa é, justamente, uma das grandes batalhas a desenvolver pelo Ministério da Cultura – a consciência patrimonial conquistada pela Educação e pela Cultura, com repercussões sociais activas na convivência pacífica entre as comunidades e os registos materiais que chegam até nós."
Face à gravidade da situação, "o Património Cultural, I.P. operacionalizou a deslocação de uma equipa técnica a Guimarães, no sentido de avaliar, não apenas os danos materiais causados ao cruzeiro derrubado e fragmentado, mas também para diligenciar sobre as condições da sua recuperação e ponderar estratégias futuras de salvaguarda. Os fragmentos foram, entretanto, recolhidos pela Câmara Municipal de Guimarães".»