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Os CTT - Correios de Portugal vão apresentar publicamente o novo Booklet de Filatelia CTT, alusivo à tradição do Lanço da Cruz, na próxima quinta-feira, 17 de abril, às 15h00, no Arquivo Municipal de Valença.
Este novo lançamento filatélico é constituído por quatro selos que espelham a singular tradição do Lanço da Cruz, entre Cristelo Côvo (Valença) e Sobrada, em Tomiño (Galiza), candidata a Património Cultural Imaterial junto da Direção-Geral do Património Cultural de Portugal.
O Lanço da Cruz é uma singular e secular tradição pascal transfronteiriça que se celebra, sempre, na segunda-feira de Páscoa, a partir das 16h00 (PT).
Milhares de minhotos e galegos juntam-se, todos os anos, nas duas margens, nesta festividade onde a tradição, a fé e a devoção misturam o cristianismo com os mais antigos cultos pagãos das águas.
O Santuário da Senhora da Cabeça, o parque de merendas do Cais de Sobrado e o rio Minho são os palcos desta autêntica romaria galaico-minhota que decorre sempre na segunda-feira imediata ao fim de semana da Páscoa.
Os CTT – Correios de Portugal apresentam oficialmente o novo booklet filatélico dedicado à secular tradição do Lançamento da Cruz, no próximo dia 17 de abril, às 15h00, no Arquivo Municipal de Valença.
A emissão é composta por quatro selos que retratam esta celebração única, partilhada entre Cristelo Covo (Valença) e Sobrado, Tomiño (Galiza) – atualmente candidata a Património Cultural Imaterial pela Direção-Geral do Património Cultural de Portugal.
O Lançamento da Cruz é uma tradição pascal transfronteiriça, realizada anualmente na segunda-feira de Páscoa, a partir das 16h00.
Milhares de participantes de ambos os lados do Rio Minho reúnem-se para uma celebração que harmoniza fé cristã e raízes pagãs, destacando-se como um dos eventos mais emblemáticos da cultura galaico-minhota.
Os momentos centrais da festividade decorrem no Santuário da Senhora da Cabeça, no Parque de Merendas do Cais de Sobrado e nas margens do Rio Minho, consolidando esta romaria como um símbolo de identidade e partilha entre Portugal e a Galiza.
A Eurocidade Tui Valença assinou, ontem, 8 de abril, um acordo de cooperação com três regiões da América do Sul, nos Paços do Concelho de Valença.
O acordo foi subscrito por José Manuel Carpinteira, presidente da Câmara Municipal de Valença,
Enrique Cabaleiro González, Alcalde de Tui e Maher Jaber, prefeito da Barra do Quaraí (Brasil), em representação dos concelhos de Barra do Quaraí (Brasil) e Monte Caseros (Argentina) e Bella Unión (Uruguai).
Com este acordo, pretende-se promover a partilha de experiências, de conhecimentos e de métodos de gestão de territórios transfronteiriços entre os concelhos europeus e da América do Sul que partilham um conjunto de singularidades geográficas, estruturais e culturais.
Para José Manuel Carpinteira, com este acordo, “reforçamos a partilha de experiências de cooperação que vão melhor operacionalizar a forma como gerimos os nossos territórios transfronteiriços, com ganhos acrescidos para os nossos cidadãos”.
Dentro do “Colóquio Internacional Cruzamentos Galiza-Portugal: Redes migratórias e culturais”, organizado pelo Centro de Estudos Galegos da Universidade Nova de Lisboa , em conjunto com o CEG da Universidade do Minho e o da Universidade do Algarve, em parcería com o “Proxecto de Investigación "Espanhóis em Portugal (1715-1868): emigração laboral e exílios políticos", a Cátedra UNESCO 226 sobre Migracións da USC e o Proxecto "Galicia-América: Música civil, ideología e identidades culturales a través del Atlántico (1800-1950)", participaremos nos 2 últimos días com os seguintes eventos:
DIA 10 ABRIL /5ª FEIRA
DIA 11 ABRIL /6ª FEIRA
19.00h- Clausura do Coloquio Internacional Cruzamentos
Na entrega dos Prémios Abadesa Mariana
O presidente da câmara municipal galega de A Estrada destacou, durante a entrega dos Prémios Abadesa Mariana, a importância patrimonial do Caminho da Geira e dos Arrieiros (CGA) e da ligação que estabelece entre Braga e Santiago de Compostela, enquanto rota de cultura e de peregrinação.
No tempo que leva, desde a apresentação em abril de 2017, o CGA tem motivado “a recuperação de muito património e história que unem Braga, uma das capitais culturais a nível europeu, e uma das grandes capitais de peregrinação, Santiago de Compostela”, referiu Gonzalo Louzao, no sábado, dia 5, na entrega dos prémios, no Museu do Móvel e da Madeira, em A Estrada, na Galiza.
Para o autarca, “esta via seguramente que jamais se recuperaria” sem o trabalho de associações como a Codeseda Viva – que promove os prémios – e “de muita gente”, pelo que foi feito nos municípios que unem Portugal e Galiza, “a nível da preservação da história, cultura, tradições e também da preservação de uma via turística tão importante como é o CGA”.
Na perspetiva de Gonzalo Louzao, o trabalho dos peregrinos e outros voluntários faz com que “a sociedade civil e as administrações públicas também se envolvam, para que se consigam os resultados que fazem do CGA um caminho de primeiríssimo nível, o mais cuidado possível, para que seja uma referência a seguir e uma das principais fontes municipais a nível cultural, económico e turístico”.
A 6.ª edição dos Prémios Abadesa Mariana distinguiu o escritor e peregrino português Luís Ferreira, pela obra dedicada ao Caminho de Santiago; a Associação Fervenza de Ouzande, da Galiza, pelos 25 anos a divulgar o património natural e cultural; e a hoteleira Maricarmen Gaspar, do Bar Pub Caminho da Geira, pelo apoio e dedicação aos peregrinos que passam por Codeseda.
“Este prémio reflete o trabalho de 13 anos a escrever livros sobre o Caminho de Santiago, muitas horas a dar informações aos peregrinos e a falar de norte a sul de Portugal, desde novembro em particular do CGA”, disse Luís Ferreira, autor de “Um Caminho que o tempo não apagou”, após receber o Prémio Abadesa Mariana 2025.
O escritor destacou ainda que a atribuição do prémio só aconteceu porque, antes de fazer o CGA, “houve pessoas que se dedicaram ao caminho, que fizeram o levantamento da sua história e o sinalizaram”, pelo que o troféu que levou para casa “é a imagem de todos aqueles que trabalham no CGA, associações, municípios e voluntários”.
Antes da entrega dos prémios, houve seis apresentações sobre temas relacionados com o Caminho de Santiago. O peregrino veterano Manuel Rocha, Irmão Maior da Arquiconfraria Universal do Apóstolo Santiago, falou sobre o “Caminho Português da Costa – Uma peregrinação aberta ao mar”; o presidente da Associação de Amigos do Caminho Português, Celestino Lores, interveio sobre “O Caminho Português – Ultrapassando todas as expetativas”; e Carlos Fernández Coto, presidente da Associação para a Defesa do Património Cultural Galego, falou sobre o “Património que une Portugal e Galiza”.
Por seu lado, Andrés Sampedro, investigador do património de Ponteareas, abordou “A Rota de Ignacio Taverneiro – Uma história com muito por descobrir”; Daniel Antelo, da Associação Peregrinos Dezae, falou sobre “Os caminhos de Inverno e Sanabrés – Caminhando pela comarca do Deza”; e Luís Ferreira explicou “O CGA nas letras de um escritor”.
O Caminho da Geira e dos Arrieiros estende-se por 239 quilómetros, inicia-se na Sé de Braga e atravessa os municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela do Homem. Nos últimos oito anos, foi percorrido por mais de cinco mil peregrinos, principalmente de Portugal e Espanha, mas também de outros 16 países europeus e de nações tão diversas como Afeganistão, Aruba, Austrália, Azerbaijão, Bahamas, Belize, Brasil, China, Colômbia, EUA, Japão, México, Palestina e Uruguai.
Apresentado em 2017 na Galiza e em Braga, foi reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021).
O percurso destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira, a via mais bem preservada do antigo império romano ocidental, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos raros cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.
O Pavilhão Municipal de Valença será o palco de mais uma edição do Torneio Internacional de Basket da Eurocidade, um dos maiores eventos de basquetebol jovem da Península Ibérica.
Durante três dias, cerca de 520 atletas de 41 equipas (representando 13 clubes portugueses e espanhóis) competirão num ambiente de fair-play, formação e internacionalização.
Destaques do Torneio
- Participação recorde: Jovens dos 6 aos 12 anos, distribuídos pelos escalões Mini 8, Mini 10 e Mini 12;
- Clubes em ação: BC Valença, BC Barcelos, CB Caselas, CBES Condado, CB Tui, Edo Blanco Amor, Fides GondoBasket, Guifões SC, Juvemaia ACDC, Monção BC, MV Barco, Olivais FC e SC Braga;
Programa Além-Competição
Para tornar a experiência ainda mais memorável, a organização preparou atividades lúdicas para os participantes, incluindo:
- Jogos e desafios desportivos;
- Visitas à emblemática Fortaleza de Valença;
- Espaços com insufláveis e diversão;
- Discoteca juvenil no recinto à noite.
Um Evento Para Todos
A entrada é livre e gratuita, convidando famílias e amantes do basquetebol a prestigiarem este grande festival desportivo.
A organização é do Basket Clube de Valença, com o apoio da Eurocidade Tui-Valença, reforçando o espírito de cooperação transfronteiriça e a promoção do desporto como ferramenta de união.
QRcode vai permitir acesso a play list de sons etnográficos e tradicionais
No Salão Nobre dos Paços do Concelho realizou-se uma reunião de trabalho para assinalar o primeiro ano da assinatura do Protocolo de Cooperação para a instalação do Caminho Português de Santiago Leon de Rosmithal, que teve lugar em Março do ano passado.
A Vice-Presidente e Vereadora da Cultura, Fátima Moreira, acompanhada pelo Vereador do Turismo, Ricardo Alves, deu as boas-vindas aos representantes dos municípios presentes e aos que participaram online (Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Vila Flor).
No início dos trabalhos esta responsável enalteceu o facto de “todos estarem alinhados na promoção e valorização deste caminho que vai permitir aos/às peregrinos/as explorar os nossos territórios, alavancando-se assim, o turismo do interior”.
Numa primeira fase, foram partilhados os resultados deste primeiro ano e, de seguida, foi feita uma apresentação, com uma proposta da sinalética que é considerada essencial para orientar os/as peregrinos/as ao longo dos 260 quilómetros, de uma forma autónoma. Este será um importante passo pois pretende-se que daqui a um ano estejam reunidas as condições necessárias para submeter a Caminho a certificação pelas entidades competentes.
Os Municípios tiveram oportunidade de fazer o ponto de situação em relação ao levantamento do mapa de quantidades e até quando é que conseguem instalar a sinalética básica no terreno, prevendo-se que seja conseguido por todos até ao final do ano.
Subprojecto “Sons do Norte”
Foi também decidido que este Caminho vai apresentar o subprojecto “Sons do Norte”. O desafio aos presentes passa pela criação de uma lista de músicas/poemas/sons associados a cada concelho que depois será carregada num QRCode e colocada nos totens de entrada do respetivo território.
O desenvolvimento deste subprojeto pretende incrementar uma novidade nos Caminhos de Santiago e partilhar com os peregrinos as sonoridades do Norte que tanto caracterizam a riqueza de Trás-os-Montes e o Minho.
Com a introdução desta novidade pretende-se valorizar este Caminho jacobeu e que os/as peregrinos/as ao percorrerem cada localidade possam de desfrutar da paisagem, do património edificado, da gastronomia … mas também conhecer diferentes “sonoridades e pronúncias” dos locais por onde passam, proporcionando experiências únicas a quem entrar nesta aventura.
A nova direção da Associação Espaço Jacobeus (AEJ), liderada por Eulália Fonseca, quer reforçar o apoio aos peregrinos ao longo da sua caminhada, durante os dois anos de mandato que agora assumiu, numa cerimónia que decorreu na Loja Interativa de Turismo de Felgueiras.
No discurso de tomada de posse, no sábado, dia 15, a presidente da associação jacobeia agradeceu à anterior direção “o seu empenho e esforço ao longo do mandato”, adiantando ser com “sentido de responsabilidade” que a sua “equipa assume funções perante esta prestigiada associação, cuja missão muito a privilegia”.
Entre os objetivos dos novos corpos sociais contam-se “dar apoio a todos os peregrinos associados ao longo das peregrinações, promover o culto de Santiago e realizar uma peregrinação” a Santiago de Compostela.
Para o cumprimento destes e de outros objetivos, Eulália Fonseca solicitou “ajuda e apoio” dos associados, para que a nova direção possa, “ao longo destes dois anos que agora se iniciam, atingir os objetivos a que se propõe e, em conjunto, dar continuidade ao bom caminho que todos partilham”.
O anterior presidente da AEJ, António Devesa, numa mensagem divulgada aos associados, afirma que, “olhando para trás”, vê um percurso de 16 anos ao serviço da associação “feito de desafios, de aprendizagens e, acima de tudo, de um imenso espírito de partilha e dedicação”.
“Foram anos intensos, repletos de histórias, encontros e projetos que fizeram da AEJ um espaço de acolhimento e inspiração para tantos peregrinos”, adianta, reconhecendo “o cansaço natural de quem se
entregou de corpo e alma, mas também uma enorme gratidão e alegria por tudo o que foi construído”.
Para António Devesa, “assim como ninguém chega a Santiago sozinho”, ele também não teria cumprido a sua missão sem o apoio dos associados, que “foram a força” que lhe “permitiu seguir sempre em frente, mesmo nos momentos mais desafiadores”.
A cerimónia de tomada de posse foi complementada com um convívio de associados da AEJ e convidados, que incluiu a tradicional queimada galega e a atuação da Tuna Académica do Polo Universitário de Felgueiras.
A presença de Valença e da Eurocidade Tui.Valença na BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa foi um marco notável na promoção turística desta região transfronteiriça. Durante o evento, que decorreu de 12 a 16 de março, no Parque das Nações, em Lisboa, Valença destacou-se como um destino de excelência, reforçando a sua posição no panorama turístico nacional e internacional.
A Eurocidade Tui.Valença, um projeto pioneiro de cooperação entre Portugal e Espanha, foi amplamente divulgada, mostrando a riqueza histórica, cultural e natural desta região única. Os visitantes da BTL tiveram a oportunidade de conhecer os principais atrativos de Valença.
A Eurocidade Tui.Valença foi apresentada como um exemplo de integração e inovação, com enfoque na valorização do património comum. A proximidade geográfica e a complementaridade entre as duas cidades foram destacadas como fatores diferenciadores, atraindo visitantes que procuram experiências autênticas e diversificadas.
O stand da Eurocidade foi um ponto de paragem obrigatório para profissionais do setor turístico e para o público em geral. Com uma cenografia que evocava sobretudo a Fortaleza, o rio Minho e a Catedral de Tui, o espaço proporcionou uma viagem sensorial pela região, com degustações de produtos locais e divulgação de roteiros turísticos inovadores.
O Presidente da Câmara Municipal de Valença, José Manuel Carpinteira, destacou a importância da participação na BTL: "Esta foi uma excelente oportunidade para mostrar ao mundo o que Valença e a Eurocidade Tui.Valença têm de melhor".
Estamos comprometidos em continuar a promover esta região como um destino turístico de referência, aliando a tradição à inovação e à sustentabilidade."
A presença na BTL reforçou ainda as parcerias estratégicas com operadores turísticos e agentes de viagens, abrindo novas portas para a internacionalização de Valença e da Eurocidade Tui-Valença.
Valença e a Eurocidade Tui-Valença continuam a afirmar-se como um destino imperdível no norte de Portugal e na Galiza, prometendo experiências memoráveis a todos os que as visitam.
A Eurocidade Tui.Valença, um dos exemplos mais emblemáticos de cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha, está presente na BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorre até 16 de março, para dar a conhecer a sua riqueza cultural, patrimonial e natural.
Com um espaço dedicado ao certame, a Eurocidade Tui-Valença pretende destacar a sua oferta turística única, que combina história, gastronomia, natureza e uma experiência de fronteira enriquecedora.
Os visitantes poderão explorar as propostas de turismo cultural, religioso, de natureza e de lazer que o nosso território oferece, reforçando a sua posição como destino de excelência no Norte de Portugal e na Galiza.
A presença na BTL é uma oportunidade para promover os atrativos turísticos da nossa região, como a imponente Fortaleza de Valença, o casco antigo de Tui, com a sua catedral de Santa Maria de Tui. Além disso, serão destacados os percursos pedestres e cicláveis, os Caminhos de Santiago, que atravessam a Eurocidade, o Rio Minho Navegável, o Parque Natural do Monte Aloia e as experiências gastronómicas que celebram os sabores tradicionais de ambos os lados do rio Minho.
Durante a Feira decorrem, também, várias ações e apresentações junto dos principais operadores turísticos nacionais e internacionais presentes.
A Eurocidade Tui-Valença tem vindo a consolidar-se como um destino turístico integrado, onde a colaboração entre os dois municípios permite oferecer uma experiência única aos visitantes.
A participação na BTL reforça o compromisso de promover o turismo sustentável e de qualidade, atraindo visitantes nacionais e internacionais.
Foto: Ilustração Portuguesa, 2ª Série, nº. 881, 6 de Janeiro de 1923
XI Convergências - Encerramento
A 11.ª edição do Festival Convergências - Festival Cultural Portugal Galiza , organizada com dedicação pelo grupo bracarense Canto D'Aqui, tem vindo a decorrer desde o dia 3 de fevereiro. Este evento que promove a celebração das tradições e a união entre as duas culturas, terá o seu apoteótico encerramento no fim de semana de 14 e 15 de março, com eventos em Nogueiró (Braga) e Ponteareas (Galiza).
São conhecidos por "Mártires de Carral" os militares sublevados em vários locais da Galiza em 1846 contra o presidente do Governo espanhol Narváez, e que foram executados na vila corunhesa de Carral.
Os factos
Sob reinado de Isabel II em Espanha, que na altura não passava de uma menina de 13 anos, o presidente do Governo, o general Narváez, instaurou uma ditadura que provocou protestos e levantamentos populares. A 2 de Abril de 1846, aconteceu em Lugo uma dessas revoltas de teor liberal, chefiada pelo coronel Miguel Solís e Cuetos, que chegou a dissolver o Conselho Provincial e a deputação; outras praças aderiram à revolta nos dias seguintes, até ser constituída em Santiago de Compostela a Junta Superior do Reino da Galiza, que reclamou liberdades e direitos que Narváez tinha abolido, bem como respeito para a Galiza, que os revoltados consideravam literalmente tratada como "verdadeira colónia da corte".
A repressão da revolta
O general Narváez respondeu com o envio de tropas sob o comando do general La Concha, com o intuito de reconquistar o território. No dia 23, começou a batalha de Cacheiras entre tropas vindas de Madrid e as galegas de Solís, que foram finalmente derrotadas devido à grande superioridade das forças governativas. As tropas vencedoras submeteram a capital da Galiza ao saque, como parte da desforra pela revolta e o apoio popular à mesma.
O coronel Solís, refugiado em São Martinho Pinário, veio a entregar-se na mesma tarde do dia 23, sendo levado a tribuntal sumaríssimo e condenado à morte na vila de Carral, perto da Corunha. O julgamento não decorreu em Santiago de Compostela nem na própria Corunha por medo a que provocasse novas revoltas dos sectores que tinham participado nos levantamentos anteriores.
Levado ao átrio da igreja de Paleo, em Carral, Solís foi lá fuzilado, tal como o comandante Vítor Velasco e mais dez oficiais envolvidos na revolta contra o Governo espanhol. Esses fuzilamentos aconteceram entre Carral e Paleo, na fraga do Rin, à noitinha do mesmo dia, sendo enterrados para o outro dia no cemitério de Paleo. Os túmulos podem ainda hoje ser vistos, sem qualquer inscrição identificativa dos revoltados. O padre que assistiu ao fuzilamento dos "mártires" registou na acta de defunção: "Espectáculo horroroso. Triste Memória"...
O monumento em lembrança aos mártires
Dez anos depois, um novo governo declararia "beneméritos da Pátria" os doze fuzilados. As Cortes concederam-lhes a "Cruz de valor e constância" e foi decretada a construção de um monumento, que só foi levantado em 1904, por iniciativa da chamada Liga Galega da Corunha, e que ainda fica hoje em pé, construído numa praça de Carral em granito das canteiras de Illó, desenhado pelo arquitecto lucense Juan Álvarez Mendoza. O monumento inclui o escudo da Galiza e a inscrição: "Aos mártires da liberdade mortos a 26 de Abril de 1846. Liga Galega na Corunha".
O tal monumento, embora não seja propriamente um cruzeiro, é baseado nesse elemento da arquitectura popular galega, e desde que foi inaugurado tem sido local referencial para homenagens aos Mártires de Carral por parte do nacionalismo galego, tal como a decorrida a 26 de Abril de 1931, em que o escritor e militante nacionalista galego Manuel Lugrís Freire discursou aos congregados, conservando-se uma imagem do acto.
Carácter da revolta dos Mártires de Carral
Um dos pais do nacionalismo galego, progressista e moderno, Manuel Murguia, interpretou essa Primavera de 1846 como o desabrochar da ilusão e o progresso republicanista e liberal contra o autoritarismo do Governo espanhol presidido por Narváez. Além disso, essa foi a primeira pedra da constituição do movimento em defesa dos direitos nacionais da Galiza, sendo considerado um episódio constitutivo do protonacionalismo galego, sempre ligado às ideias do progresso e a esquerda. Daí que o nacionalismo e o independentismo galego tenham sempre considerado o levantamento de Solis como parte da própria tradição soberanista galega.
Fonte: Wikipédia