Couto dos Santos encontrado morto num campo de golfe
Natural de Esposende, Couto dos Santos tinha 75 anos. Foi ministro da Educação e também presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP)
António Couto dos Santos, político e antigo ministro da Educação de Cavaco Silva (entre 1992 e 1993), morreu esta segunda-feira (6 de janeiro), de forma repentina, aos 75 anos, enquanto jogava golfe em Matosinhos, no campo Citygolf, avançou ao Expresso fonte do PSD.
Ao início da tarde, a agência Lusa já tinha noticiado que um homem foi encontrado morto “a boiar no lago do campo de golfe”. O Expresso contactou o Citygolf para obter mais informações, mas os responsáveis não se mostraram disponíveis para prestar qualquer esclarecimento.
O alerta foi dado peças 11h30 por golfistas que viram um corpo a boiar no lago do Citygolf. À chegada dos meios ao local, Couto dos Santos já se encontrava morto. Desconhecem-se ainda as causas da morte.
Segundo a mesma fonte, a vítima deslocou-se de manhã para o local para jogar golfe, mas o taco não foi encontrado.
Natural de Esposende, Couto dos Santos tinha 75 anos. Foi também presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP).
António Fernando Couto dos Santos (Esposende, Forjães, 18 de maio de 1949) é um político português. Ocupou diversos cargos em governos portugueses.
Fez o ensino secundário no Liceu Passos Manuel, em Lisboa, e licenciou-se em Engenharia Química no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa.
Foi adjunto do secretário de Estado do Ambiente (1983-1984), adjunto do ministro da Qualidade de Vida (1984-1985), secretário de Estado da Juventude (1985-1987), ministro adjunto do primeiro-ministro e da Juventude (1987-1991), ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares (1991-1992) e ministro da Educação (1992-1993). Este seu último cargo coincidiu com a mais intensa contestação estudantil às provas globais de acesso ao ensino superior (PGA) e às propinas. Foi suspeito de favorecer uma empresa de construção civil, a Ensul, através da adjudicação de obras quando tutelava a pasta da Juventude, atendendo a que a esposa de Couto dos Santos celebrou contrato promessa de compra e venda, em maio de 1992, de um apartamento na Costa da Caparica com uma imobiliária pertença dos mesmos sócios da Ensul, à qual havia sido adjudicada a construção da pousada da juventude de Almada enquanto Couto dos Santos tutelava a pasta da Juventude, enquanto ministro adjunto. Em 1993, quando o caso veio a público pelo jornal O Independente, Couto dos Santos e a esposa desistiram do negócio, optando por comprar casa em Miraflores, e o apartamento da Costa da Caparica acabaria por ser vendido a outra cliente por um preço muito inferior ao que havia sido contratado por Couto dos Santos e a esposa. A Polícia Judiciária chegou a investigar se havia relação entre a cliente que comprou efetivamente o imóvel, a empresa Ensul, Couto dos Santos e a esposa, mas não foram encontrados dados que apontassem para qualquer responsabilidade de Couto dos Santos, que sempre negou todas as acusações, alegando estar a ser vítima de ataque pessoal. Enquanto ministro da Educação, chegou a estar envolvido, apenas durante a fase de inquérito, no processo judicial relativo aos pagamentos ilegais do governo à antiga Direção-Geral dos Desportos, mas foi ilibado de quaisquer responsabilidades.
Para além da sua atividade de empresário, Couto dos Santos desempenhou também, entre outros cargos, o de presidente da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses entre 1988 e 1991 e deputado à Assembleia da República pelo distrito de Setúbal entre 1987 e 1995. Entre 2009 e 2015, foi também deputado à Assembleia da República pelo distrito de Aveiro, tendo sido presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República entre 2011 e 2015.
Foi ainda membro das distritais de Setúbal e do Porto e do Conselho Nacional do PSD. Foi também membro do Conselho Diretivo na Fundação Luso-Americana.
Foi presidente do Conselho da Administração da Casa da Música, no Porto, tendo sido o responsável pela conclusão das obras e pela abertura da sala de espetáculo ao público em 15 de abril de 2005.
Couto dos Santos esteve ligado à Associação Empresarial de Portugal (anteriormente chamada Associação Industrial Portuense) durante 13 anos, onde desempenhou cargos de administração em diversas empresas do grupo, nomeadamente no Europarque, na Eurisko, na Parque-Invest e na Exponor, para além da própria AEP, onde foi vice-presidente executivo. Cessou a sua colaboração em 2008.
Couto dos Santos desempenhou ainda as funções de cônsul honorário da Rússia no Porto, tendo apresentado a sua recusa ao lugar em 26 de fevereiro de 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
O Município de Esposende, através da Vereadora da Educação, Alexandra Vilar, associou-se à comemoração do 40.º aniversário da Escola Básica de Forjães, que teve lugar no passado dia 10 de dezembro.
A marcar a efeméride foi realizada uma tertúlia, subordinada ao tema “O papel da EBF na comunidade forjanense”, que se traduziu numa viagem no tempo, conduzida por João Paulo Ramos, membro da Direção da Escola, que recordou a sua vivência enquanto primeiro aluno e, mais tarde, professor da instituição, que conheceu várias designações ao longo do seu percurso. Manuel Ribeiro recordou os momentos mais marcantes nas funções de Diretor do Agrupamento de Escolas Terras do Baixo Neiva, tendo José Maria Lima recordado a fase prévia à construção da escola, pela ação do saudoso forjanense Jorge Félix de Araújo. De igual modo, também Basílio Lima e António Carvalho, respetivamente professor e técnico auxiliar aposentados, partilharam as suas memórias.
Na sua intervenção, após a tertúlia, a Vereadora Alexandra Vilar referiu: “celebramos não apenas uma instituição, mas também as pessoas que deram vida a esta escola ao longo das últimas quatro décadas: os professores, que dedicaram as suas carreiras a inspirar e a ensinar; o pessoal auxiliar, que, com empenho e dedicação, garantiu o bom funcionamento do dia a dia escolar; e, claro, os alunos, cujo entusiasmo, curiosidade e sonhos representam o futuro”, vincando que “Escola é coração”, “Escola é Abraço”. A todos saudou e agradeceu, particularmente aos professores e colaboradores, pelo papel e relevância na formação de cidadãos.
A Vereadora da Educação reafirmou “o compromisso do Município no investimento nos espaços escolares, essencialmente no que a segurança e conforto diz respeito, tal como a promover projetos educativos inovadores e a valorizar os profissionais que diariamente fazem da educação um motor de transformação”. A terminar, deu os parabéns à Escola Básica de Forjães por “quatro décadas de excelência educativa”
Decreto de 1 de outubro de 1884 (ministerio do reino — Diario do governo n.° 84 de 17 de abril de 1885) dando provimento, em parte, no recurso da camara municipal de Esposende e da junta de parochia de Forjães sobre aforamento de baldios (Erratas no Diario do governo n.° 86).
O Município de Esposende, em parceria com os grupos folclóricos do concelho, promoveu mais uma edição da “Desfolhada e Malhada”, numa atividade aberta a toda a comunidade. Além do anfitrião e organizador, o Grupo Associativo de Divulgação Tradicional de Forjães, a atividade contou, ainda, com a participação do Rancho Folclórico de Fonte Boa, Rancho Folclórico As Moleirinhas de Marinhas, Grupo Folclórico de Palmeira de Faro, do Rancho Folclórico de Danças e Cantares de Marinhas, Rancho Folclórico Sargaceiro da Vila de Apúlia e da Ronda de Vila Chã.
Para além da recriação da desfolhada e malhada do milho ao vivo, houve danças e cantares com os grupos participantes, promovendo, assim, o convívio entre os elementos dos grupos folclóricos concelhios e a comunidade.
A azulejaria que reveste o interior da estação de S. Bento, no Porto, é porventura a mais conhecida e apreciada pelo público das obras do ceramista Jorge Colaço. Não obstante, foram inventariados cerca de mil painéis em 116 locais diferentes em todo o país e no estrangeiro. Entre nós, no Minho, destacamos os paineis existentes em Esposende e Ponte de Lima.
Jorge Rey Colaço de seu nome completo, nasceu no Consulado de Portugal em Tânger, Marrocos em 1868 e veio a falecer em Oeiras em 1942. Foi pintor e ceramista. Estudou Arte em Lisboa, Madrid e Paris.
Foi caricaturista do jornal Le Figaro. Foi admitido no Salon de Paris em 1983, na Exposição oficial da l’Académie des Beaux-Arts de Paris. Presidiu à Sociedade Nacional de Belas Artes entre 1906 e 1910.
Trabalhou na Fábrica de Louça de Sacavém de 1904 até 1924 e posteriormente na Fábrica Lusitânia de Lisboa e Coimbra até à data do seu falecimento.
Foi um exímio desenhador, destacando-se na caricatura, pintura e azulejo, com capacidades inovadoras de processos e técnicas. Foi proprietário e diretor artístico da revista monárquica “O Thalassa”, colaborou nas revistas “Branco e Negro”, “O Branco e Negro” e ainda na “Illustração Portugueza”.
Em 1936, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Na passada terça-feira, o Município de Esposende apresentou a segunda sessão do “Folclore na Praça”, no Largo Dr. Fonseca Lima, contando com a participação do Grupo Associativo de Divulgação Tradicional de Forjães. A cor, a alegria e as tradições da nossa etnografia têm encontro marcado com o público todas as terças-feiras, no mesmo Largo, até ao dia 30 de julho.
De acordo com a programação “Folclore na Praça” que levará ao Largo Dr. Fonseca Lima todos os grupos folclóricos do concelho de Esposende até ao próximo dia 30 de Julho. Cabe ao Grupo Associativo de Divulgação Tradicional de Forjães atuar no próximo dia 18 de Junho.
De acordo com o seu historial, O Grupo Associativo de Divulgação Tradicional de Forjães, na freguesia de Forjães, no concelho de Esposende, distrito de Braga, foi fundado a 5 de Maio de 1995. É sócio efetivo da Federação do Folclore Português.
O grupo é composto na sua totalidade por cerca de 65 elementos, estando mais ligados á área do canto cerca de 28/30, sendo maioritariamente mulheres e divide os seus cantares por Cantigas de campo, de serão ou romaria, e cantigas de ciclo natalício.
O grupo designa às suas vozes: "voz de fora" ou "descante" feito por Arminda Sá, Fátima Ferreiro, Ana Amorim e Carlos Pereira.
São alguns exemplos do seu repertório "Infante Suavíssimo", Oiçam a voz dos Sinos", "Reis Magos"; das cantigas de campo ou serão: "O canário", "Chora a Videira", "Velho", "As praias", "Trazes Cordões ao Pescoço", "Maroquinhas", "Se eu morrer não botes dó", "Loureiro", "Coradinha" e "Andorinha".”
Numa celebração e encontro de diversas culturas, o Município promoverá ainda, no dia 4 de agosto, mais uma edição do Festival Internacional de Folclore de Esposende, em coprodução com o Grupo Associativo de Divulgação Tradicional de Forjães.
No ano em que se celebra o 21.º aniversário da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO, o Município continua assim empenhado, em parceria com as coletividades locais, na valorização e dinamização da etnografia, dando cumprimento aos Objetivos de Desenvolvimento Local (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
Arranca no próximo sábado, dia 20 de janeiro, no Estádio Horácio Queirós, em Forjães, a edição 2024 do Campeonato Concelhio de Futebol de Veteranos do Município de Esposende.
A competição será disputada ao longo de seis meses, por doze equipas, num total de mais de duas centenas de atletas, em representação do ADRC Fonte Boa, AD Esposende, CF Fão, CSJ Mar, DR Estrelas Faro, Esposende Surf Team, FC Marinhas, Forjães SC, Gandra FC, GCDR Gemeses, GD Apúlia e UD Vila Chã.
O Campeonato Concelhio de Futebol de Veteranos integra o Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo de Esposende (PEDDE) e tem como objetivo o incremento da prática desportiva regular. É direcionado para maiores de 35 anos e tem vindo a afirmar-se como uma oferta complementar ao desporto federado no concelho, dando cumprimento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
De 11 a 13 de outubro, a “Arte do Junco de Forjães” vai estar representada numa exposição no Palácio de São Bento, em Lisboa, edifício que foi sede do Parlamento de Portugal de 1834 até 1976, altura em que passa a sede da Assembleia da República.
A “Arte do Junco de Forjães” é uma das 22 produções certificadas em Portugal continental patente nesta mostra organizada, a convite do deputado Carlos Brás, pela A.Certifica, o único organismo de certificação das produções artesanais,
A produção artesanal das esteiras de Junco na Vila de Forjães, no concelho de Esposende, é um dos patrimónios culturais, a nível material e imaterial, mais estimados e queridos pela população local, que aqui foi introduzido ainda no século XIX, dando origem a um grupo de artífices à época designado por “esteireiros”.
O apogeu que teve no século XX deve-se a uma extraordinária conjugação de fatores: desde logo um saber fazer histórico; o impacto da adesão de um número significativo de famílias do lugar da Pedreira a este artesanato, aumentando a produção, especializando-se nela, junto com uma capacidade de criação e redes de comércio para territórios bem distantes da freguesia; o ter aproveitado os recursos naturais existentes na proximidade, mas não tão próximos como seria expectável, pois podiam usar o junco do rio Neiva, de águas doces, mas procuraram o junco de água salgada, o junco marítimo. A genuinidade e diferenciação das esteiras e cestas de junco dos artesãos de Forjães, assentes na sua qualidade e salinidade, sempre se distinguiram relativamente a artes similares que utilizam a mesma fibra vegetal.
Assiste-se, nos tempos mais recentes, a um ressurgimento desta produção artesanal, mercê do interesse suscitado quer pelos saberes tradicionais envolvidos, quer pela sustentabilidade das matérias-primas utilizadas.
Numa estratégia de preservação e valorização deste património, o Município de Esposende tem em funcionamento, desde julho de 2022, o Centro Interpretativo do Junco, instalado na antiga Escola Rodrigues de Faria, atual Centro Cultural de Forjães.
Já em julho deste ano, naquele local, decorreu a cerimónia de certificação do artesanato do Junco de Forjães. Ficou, assim, formalizado o processo de certificação da Unidade Produtiva Artesanal (UPA) de Isa Joana Silva, tornando-se, até ao momento, a única artesã/UPA certificada. No âmbito deste processo de reconhecimento do Junco de Forjães, foram ainda entregues Cartas de Mérito pelo CEARTE a Rosa Maria Pinto Brochado dos Santos, Maria Celina dos Santos Teixeira e Maria Filomena Mendanha da Rocha, cujo legado e testemunhos muito contribuíram para a emancipação desta arte, indo mais além da sua própria sobrevivência.
Refira-se que o artesanato do junco de Forjães configura uma das estratégias, do Plano de Ação para a Sustentabilidade, Crescimento e Competitividade do Turismo em Esposende: 2023_2027, pelo que o Município tem vindo a investir na sua preservação e promoção, ao abrigo da estratégica de valorização e potenciação do seu território, associado ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
O Município de Esposende vai avançar com a 1.ª fase da requalificação e alargamento da Estrada Municipal (EM) 546, que liga as freguesias de Antas e Forjães, num investimento muito próximo de 1 milhão de euros.
Neste sentido, a autarquia acaba de lançar o concurso público da empreitada, com o valor base de 983,807 euros e um prazo de execução de um ano. Nesta primeira fase, vai ser intervencionado o troço compreendido entre a rotunda da Igreja de Antas e o limite da freguesia de Forjães, numa extensão de 1400 metros.
Face ao volume de investimento, o Município optou por executar o projeto de requalificação em duas fases. Nesta primeira fase, proceder-se-á ao alargamento da via, criando uma faixa de rodagem com 6 metros e largura de passeios de 1,60 metros, e serão executados os respetivos muros de suporte/vedação.
Esta intervenção reveste-se da maior relevância, na medida em que a Estrada Municipal 546 regista um elevado fluxo de trânsito, impondo-se a necessidade de melhorar as condições de segurança e de circulação rodoviária e pedonal.
Esta obra constituiu um anseio antigo das populações das duas freguesias e encontra-se há muito sinalizada como uma intervenção prioritária, tanto pela Câmara Municipal como pelas Juntas de Freguesia de Antas e de Forjães, lideradas pelos autarcas José Viana e Vítor Quintão, respetivamente, que saúdam o anúncio da obra e pedem compreensão para os condicionalismos que advirão da sua execução.
O Presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, refere que “apesar de prevista há muito, a intervenção de requalificação e alargamento da EM 546 só agora será possível, uma vez a mesma não tem qualquer apoio de fundos comunitários”.
“Trata-se de um investimento muito significativo, razão pela qual tivemos de optar por realizar a obra faseadamente”, refere, evidenciando a “enorme melhoria que resultará da intervenção, ao nível da segurança e da circulação”.
“Estamos a cumprir os compromissos assumidos com a população do concelho, visando a melhoria da sua qualidade de vida e o crescimento e desenvolvimento do nosso território, em linha com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU”, afirma o autarca.
Isa Joana Silva é, a partir de hoje, a primeira, e para já a única, UPA/artesã certificada do junco de Forjães.
Em sessão realizada, esta tarde, no Centro Cultural de Forjães, teve lugar o processo de certificação da Unidade Produtiva Artesanal (UPA) desta artesã. Garantindo a qualidade e o vínculo do território da cestaria em junco de Forjães, as peças da sua autoria são devidamente reconhecidas através de etiquetas de certificação, numeradas sequencialmente e com o nome da UPA, atribuídas pelo organismo de certificação (A.CERTIFICA).
O ato ficou também marcado pela entrega das Cartas de Artesão de Mérito pelo CEARTE a Rosa Maria Pinto Brochado dos Santos, Maria Celina dos Santos Teixeira e Maria Filomena Mendanha da Rocha, que, não obstante já não se dedicarem à atividade, viram reconhecido o seu trabalho em prol do artesanato de junco.
“É um prazer enorme estar aqui neste momento pleno de significado”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, expressando satisfação por ver dar frutos o investimento do Município na preservação e promoção do artesanato do junco de Forjães. Em causa está, assinalou o autarca, o reconhecimento do património de Forjães e da sua comunidade, sendo, pois, de toda a justiça a concretização do processo de certificação, assim como ver reconhecido publicamente o trabalho de artesãs seniores. “O importante são as pessoas”, vincou, apontando o exemplo do Coro Sénior de Esposende como um projeto que dá palco e visibilidade à comunidade idosa, a quem muito se deve o desenvolvimento e o crescimento do concelho.
“Temos dado passos muito significativos na valorização do nosso património”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal, dando como exemplo o trabalho que vem sendo desenvolvido com vista à classificação de Património Imaterial da Romaria de S. Bartolomeu do Mar e da Procissão do Senhor aos Enfermos, em Belinho. Benjamim Pereira referiu também o investimento efetuado pelo Município na preservação da tradição do sargaço em Apúlia, materializada através da recente instalação do Museu do Sargaço. Neste contexto, deu ainda nota dos apoios concedidos aos ranchos folclóricos do concelho e às bandas de música, e do impulso do teatro amador, numa estratégia de valorização das tradições e da cultura locais, a par do investimento ao nível das infraestruturas, onde se enquadra, para além do Museu do Sargaço, o Centro Interpretativo do Junco de Forjães, o novo Arquivo Municipal e a recente requalificação da Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura. Em Esposende, afiançou o autarca “a cultura acompanha o desenvolvimento do território”.
“Estamos felizes. Hoje, uma vez mais, faz-se história em Forjães” afirmou o Presidente da Junta de Freguesia de Forjães, Vítor Quintão, sublinhando que o processo de certificação da arte do junco fica associado às comemorações do 34.º aniversário da elevação de Forjães a Vila. Felicitou a recém certificada artesã pelo selo de autenticidade conquistado e manifestou a expetativa de que outras artesãs possam seguir os seus passos. Notando que falar de junco equivale a falar deste património tão representativo de Forjães, Vítor Quintão agradeceu a intervenção do Município para dar maior visibilidade a esta arte. A terminar, revelou que a Junta de Freguesia concebeu e produziu um saco para acomodar as cestas adquiridas no Centro Interpretativo do Junco de Forjães.
O investigador Álvaro Campelo, a quem coube abordar o processo de elaboração do Caderno de Especificações e sua importância para a certificação, afirmou que “hoje é um dia histórico para Forjães”, na medida em que há um “reconhecimento da arte do junco”, e revelou o objetivo é que esta venha a ser classificada como Património Imaterial Nacional. Álvaro Campelo agradeceu ao Município o empenho no processo de cerificação do junco de Forjães e manifestou também o desejo de que outras artesãs possam associar-se ao processo. Conhecedor desta arte e das suas raízes, o investigador não tem dúvidas de que este é “produto com futuro”, atendendo a que “as pessoas o valorizam cada vez mais”, e afirmou que Esposende deve ter orgulho neste artesanato”, sobre o qual foi projetado um filme alusivo a esta atividade, com testemunhos de algumas artesãs de outrora.
Teresa Costa, da A.CERTFICA, entidade que atribuiu o selo de qualidade e autenticidade ao artesanato do junco de Forjães, explicou o processo de certificação e, com a colaboração do Presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, fez a entrega da primeira etiqueta à artesã Isa Joana Silva, sendo que a entrega da segunda etiqueta coube ao Presidente da Junta de Forjães, Vítor Quintão, e a entrega da terceira ao Presidente da Assembleia Municipal de Esposende, Carlos Silva. Teresa Costa notou que “este é o 22.º produto certificado no Continente e o 2.º produto certificado na área de produção de fibras vegetais”.
Fernando Gaspar, do CEARTE - Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património, enquadrou a atribuição das Cartas de Artesão de Mérito às três artesãs de Forjães que já não estão no ativo, assinalando que configuram o reconhecimento do “saber fazer, da experiência e do conhecimento”. Trata-se, explicou, de um processo paralelo ao reconhecimento das UPA - Unidade Produtiva Artesanal.
Refira-se que o artesanato do junco de Forjães configura uma das estratégias, do Plano de Ação para a Sustentabilidade, Crescimento e Competitividade do Turismo em Esposende: 2023_2027, pelo que o Município tem vindo a investir na sua preservação e promoção, ao abrigo da estratégica de valorização e potenciação do seu território, associado ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
No âmbito das comemorações dos 34 anos da elevação de Forjães a Vila, e um ano após a abertura do Centro Interpretativo do Junco de Forjães, terá lugar, no próximo dia 1 de julho, a cerimónia de certificação do artesanato do Junco de Forjães.
Na sessão, agendada para as 15h00, no Centro Interpretativo do Junco de Forjães/Centro Cultural de Forjães, será formalizado o processo de certificação da Unidade Produtiva Artesanal de Isa Joana Silva, que se torna assim na primeira, e para já única, UPA/artesã com produção certificada, garantindo a qualidade e o vínculo do território da cestaria em junco de Forjães. As peças serão devidamente reconhecidas através das etiquetas de certificação fornecidas nesta cerimónia, numeradas sequencialmente e com o nome da UPA, pelo organismo de certificação (A.CERTIFICA).
No âmbito deste processo de reconhecimento da Arte do Junco de Forjães, serão ainda entregues Cartas de Mérito pelo CEARTE a Rosa Maria Pinto Brochado dos Santos, Maria Celina dos Santos Teixeira e Maria Filomena Mendanha da Rocha.
Rosa Maria Pinto Brochado dos Santos, a “Rosa Maria - Lita” como é conhecida popularmente, nasceu em 1948, tendo iniciado as suas lides no junco com 9 anos apenas. Foi com o seu pai, “Manuel António Esteireiro”, filho do “Tio Albino Esteireiro” - referenciado no Caderno de Especificações para a Certificação do Junco de Forjães - que aprendeu a trabalhar esta fibra vegetal. Ao longo dos anos, foi a única entre cinco irmãos que adotou esta arte como atividade principal.
Maria Celina dos Santos Teixeira, a Celina Teixeira, nasceu em 1935 e, desde muito nova, começou a trabalhar no junco. Foram precisamente os seus pais, Domingos Teixeira e Rosa Faria dos Santos, que lhe transmitiram o saber fazer, pese embora a profissão de esteireiro tivesse proveniência do lado materno. Transmitiu este saber fazer à sua filha, Alexandrina, que, por sua vez, passou este ensinamento à Isa Joana, neta da Celina Teixeira, hoje uma artesã no ativo e a tempo inteiro, testemunhando a tenacidade e a sobrevivência da arte ao longo das gerações.
Maria Filomena Mendanha Rocha Fernandes, conhecida como “Mena do Rio” nasceu em 1944, filha de Ernesto Pereira da Rocha e de Maria da Glória Martins Mendanha. Aprendeu a trabalhar o junco desde os sete anos de idade, com a sua irmã Rosa e com a sua prima Irene, na casa do seu tio “Cravo”, irmão de seu pai - referenciado no Caderno de Especificações para a Certificação do Junco de Forjães. Ao longo dos anos, adotou esta arte como atividade principal, tendo representado o Município de Esposende em várias feiras e exposições nacionais e internacionais, perfazendo um notável percurso que muito contribuiu para o engrandecimento desta arte e do nome de Esposende. No 19 de agosto de 2004, foi distinguida com a medalha de Mérito Municipal.
A produção artesanal das esteiras de Junco na Vila de Forjães, concelho de Esposende, é um dos patrimónios culturais, a nível material e imaterial, mais estimados pela população local, que foi introduzido ainda no século XIX, dando origem a um grupo de artífices à época designado por “esteireiros”. Assiste-se nos tempos mais recentes a um ressurgimento desta produção artesanal, mercê do interesse suscitado quer pelos saberes tradicionais envolvidos, quer pela sustentabilidade das matérias-primas e processo de produção utilizados.
Ciente da importância e mais-valia desta arte, o Município de Esposende, no âmbito do Plano de Ação para a Sustentabilidade, Crescimento e Competitividade do Turismo em Esposende: 2023_2027, tem vindo a investir na sua preservação e promoção, ao abrigo da estratégica de valorização e potenciação do seu território, associado ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
No próximo sábado, dia 18 de março, realiza-se mais uma sessão do Café Memória de Esposende, na Casa da Juventude de Esposende, entre as 10h00 e as 12h00.
A sessão contará com a presença das Esteireiras que nos darão a conhecer a arte do junco de Forjães, património cultural imaterial que se transmite de geração em geração, da sua interação com a natureza e da sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para a promoção e o respeito pelas nossas raízes culturais.
O Município de Esposende, em parceria com a Sinfonietta de Braga, inicia no mês de março o ciclo “Falando de Música”, que contará com três concertos até ao final do ano.
Trata-se de um formato de concertos comentados, que darão a conhecer algumas das criações mais famosas da história da música.
O ciclo de concertos inicia no dia 3 de março, às 21h30, no Centro Cultural Rodrigues de Faria, em Forjães.
Entrada livre, mediante reserva na bilheteira online da Esposende 2000, nas Piscinas Foz do Cávado e na Junta de Freguesia de Forjães.
A imagem mostra um veículo de transporte com tração animal, puxado por um cavalo, passageiros, uma pessoa pendurada e outra a pé no cruzamento da Foz do Neiva-Forjães, na freguesia de Antas - Estrada Nacional 13 (Km 51), à volta de 1920.
Fonte: Arquivo Municipal de Esposende / Propriedade: António Azevedo