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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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ESPIGUEIROS: II ENCONTRO INTERNACIONAL DA REDE HÓRREA DECORREU EM ARCOS DE VALDEVEZ

Arcos de Valdevez acolheu nos dias 19, 20 e 21 de Maio o II Encontro Internacional da Rede Horrea, constituída por Associações e Investigadores de Portugal e Espanha, que tem desenvolvido um trabalho de estudo e divulgação do património associado às construções de armazenagem de colheitas - celeiros elevados – em Portugal conhecidos como espigueiros ou canastros, e outras tipologias similares (caniços, canastros de varas, sequeiros, palheiros ou casas da eira).

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Cerca de 70 participantes debateram o património associado a estas construções e aos seus valores materiais e imateriais, bem como metodologias para o seu inventário, salvaguarda e valorização, tendo ainda neste II Encontro Internacional sido apresentadas propostas para a formalização da Rede Horrea como Associação Internacional que abarcará associados institucionais e individuais, e que terá como principal objectivo a elaboração do processo de candidatura dos celeiros elevados a uma declaração como Património Imaterial pela UNESCO.

Do programa deste encontro científico, que contou com o apoio do Município de Arcos de Valdevez, constaram reuniões com representantes de diversos organismos (nomeadamente vários Municípios portugueses, Direcção Regional da Cultura do Centro, e Ministério de Cultura de Espanha) e foram proferidas diversas palestras por especialistas de Portugal, Galiza, Astúrias, Cantabria e Leon que abordaram temas como a classificação tipológica dos espigueiros (/hórreos), os valores imateriais associados a estas estruturas, metodologias de inventário e restauro, e ainda possibilidades para a sua integração em programas de dinamização local e regional, nas vertentes turística e cultural.

Durante as sessões foram ainda exibidos os documentários “Das Arquitecturas Tradicionais” (produzida pela AO Norte para a CIM Alto-Minho, e realizada por Carlos Eduardo Viana) e “Maestros del Horreo Asturiano” (dedicada ao registo dos conhecimentos e actividades dos mestres carpinteiros e marceneiros que ainda se dedicam à construção e restauro de hórreos nas Astúrias). Foi também apresentada a coleção de 5 livros “Parque Nacional Peneda-Gerês, Ambiente e Tradição”, tendo o autor Ricardo Prata proferido uma palestra dedicada ao fascículo sobre o Soajo.

Neste II Encontro Internacional também foi possível assistir e registar a execução de canastros de varas - uma tipologia de celeiro muito comum em algumas aldeias do concelho arcuense, e concelhos vizinhos - a qual se integrou num Workshop realizado no Campo do Trasladário e no Jardim dos Centenários, onde além de se ter executado pelos artesãos Armando Carriça e Manuel Freitas um caniço com recurso aos materiais e técnicas tradicionais (base em vigas de madeira, estrutura da câmara em técnica entrelaçada tipo cestaria de varas, e cobertura em colmo), foi ainda explorada por Rafael Freitas a possível construção de um modelo similar, mas com recurso a materiais reciclados.

O evento foi complementado com a realização de duas visitas aos relevantes conjuntos de espigueiros desta região transfronteiriça, nomeadamente à freguesia de Sistelo, classificada como Paisagem Cultural e Monumento Nacional, numa visita guiada por Fernando Cerqueira Barros onde se abordou a relação da paisagem agrária construída em socalcos que possibilitaram a cultura de regadio para o cultivo do milho maiz, trazido das américas no séc.XVI, e que sobretudo a partir do séc.XVII está intimamente relacionado com a proliferação de espigueiros nesta região; factores que levaram vários investigadores, entre eles Orlando Ribeiro, a apelidar este processo de “Revolução do Milho”; e à área do vale do Lima, tendo sido visitadas as eiras, espigueiros e o relevante conjunto de bases de canastros de varas existente em Vilarinho do Souto (Ermelo); no Soajo o grupo visitou o Centro Interpretativo e Etnográfico, analisando os diversos conteúdos sobre património material e imaterial existentes, tendo posteriormente percorrido os diversos conjuntos de espigueiros dispersos na vila, culminando na insubstituível visita à Eira do Penedo, onde se localiza o relevante conjunto de 24 espigueiros construídos integralmente em granito, classificados desde 1983 como Imóvel de Interesse Público.

Decorreram ainda visitas e oalestras na aldeia do Lindoso (Ponte da Barca) e na aldeia galega do Puxedo (Lobios).

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VIANA DO CASTELO: FAROL DE MONTEDOR É SENTINELA DO MAR EM CARREÇO – FOTOS DE CARLOS GOMES

Localizado no promontório de Montedor, na freguesia de Carreço, a cerca de quatro milhas a norte da foz do rio Lima e a sete da foz do rio Minho, o Farol de Montedor é uma sentinela vigilante para todos quantos navegam ao longo da costa minhota.

Farol Montedor

No cimo de uma torre quadrangular com 28 metros de altitude e a 103 metros acima do nível médio das águas do mar, o Farol de Montedor projeta atualmente dois grupos de relâmpagos brancos, num período de 9,5 segundos, com um raio de alcance de 22 milhas náuticas.

O Farol de Montedor foi um dos oitos faróis mandados construir por Júlio Zeferino Schultz Xavier, tendo entrado em funcionamento em 20 de março de 1910. Inicialmente alimentado a azeite, em 1936 passou a funcionar a petróleo e, com a sua ligação à rede pública de distribuição de energia efetuada em 1947, passou a trabalhar a eletricidade.

Sendo o mais setentrional do país, a luz do Farol de Montedor cruza com a do farol das Ilhas Cies, situado à entrada da Ria de Vigo e ainda com o Farol da barra do Rio Douro, no Porto.

Para além do seu interesse museológico, o Farol de Montedor proporciona uma vista soberba sobre toda a região envolvente, vendo-se toda a zona costeira desde a Areosa até Vila Praia de Âncora e as veigas em redor.

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As gentes da região dedicam-lhe uma graciosa cantiga que faz parte do cancioneiro popular cuja letra se transcreve.

                   FAROL DE MONTEDOR

                   O farol de Montedor, ó ai ó ai

                   O farol de Montedor

                   Alumia cá p'ra baixo, ó ai ó ai

                   Alumia cá p'ra baixo, ó ai ó ai

                   Qu'eu perdi o meu Amor, ó ai ó ai

                   Qu'eu perdi o meu Amor

                   E às escuras não o acho, ó ai ó ai

                   E às escuras não o acho, ó ai ó ai

                  

                   É noite e o sol já está posto, ó ai ó ai

                   É noite e o sol já está posto

                   E o meu Amor que não vem, ó ai ó ai

                   E o meu Amor que não vem, ó ai ó ai

                   Ou o mataram a ele, ó ai ó ai

                   Ou o mataram a ele

                   Ou ele matou alguém, ó ai ó ai

                   Ou ele matou alguém, ó ai ó ai

                  

                   Ó luar da meia noite, ó ai ó ai

                   Ó luar da meia noite

                   Alumia cá p'ra baixo, ó ai ó ai

                   Alumia cá p'ra baixo, ó ai ó ai

                   Qu'eu perdi o meu Amor, ó ai ó ai

                   Qu'eu perdi o meu Amor

                   E às escuras não o acho, ó ai ó ai

                   E às escuras não o acho, ó ai ó ai

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ESPOSENDE: OS CRISTÃOS-NOVOS E A ROMARIA DE SÃO BARTOLOMEU DO MAR

Todos os anos, por ocasião da festa litúrgica a São Bartolomeu que se celebra a 24 de agosto, vão as gentes Esposende em romaria à igreja do santo padroeiro da freguesia de Mar – São Bartolomeu do Mar – para invocar a sua proteção contra o medo e outros males atribuídos ao diabo como a epilepsia e a gaguez. Reza a lenda que, nesse dia, São Bartolomeu solta o diabo que durante o resto do ano traz preso, simbolizado num cão que mantém com uma trela.

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Os romeiros levam os filhos transportando consigo ao colo uma galinha preta, dando três voltas em redor da capela antes de nela entrarem procederem á oferenda sacrificial, após o que colocam na cabeça a imagem de São Bartolomeu. Uma vez cumprido o ritual, encaminham-se para a praia onde terá lugar o “banho santo” das crianças nas águas gélidas e purificadoras do mar – aonde o diabo regressará ao anoitecer – que, com a ajuda do sargaceiro, é imersa por diversas vezes, contadas as ondas sempre em número ímpar.

A romaria de São Bartolomeu do Mar aparece documentada desde o século XVI, muito embora evidencie marcas de ancestralidade, devendo muito provavelmente ter tido a sua origem nalgum culto a uma divindade numa época anterior à cristianização dos povos peninsulares. De resto, a associação do cão à representação do diabo remete-nos para a figura do cão tricéfalo guardião do Hades que nos é descrita pela mitologia clássica. Porém, o ritual de exorcização com recurso à galinha preta ter-se-á originado de uma influência mais tardia, muito provavelmente de raiz judaica.

Quando em 1496, o rei D. Manuel ordenou a conversão dos judeus ao Cristianismo sob pena de expulsão, existia em Barcelos uma comunidade judaica, à semelhança aliás do que sucedia noutras localidades minhotas como Braga, Viana do Castelo e Ponte de Lima. Refira-se que, à altura, o território que atualmente faz parte do concelho de Esposende era parte do termo de Barcelos, apenas tendo sido elevado à categoria de município com a atribuição do foral pelo rei D. Sebastião em 19 de agosto de 1572. Terão então os judeus conversos ou seja, os cristãos-novos que habitavam a região, adaptado a sua prática religiosa às que eram geralmente mantidas pela Igreja Católica a fim de serem tolerados no seio das comunidades locais, atitude aliás comum à generalidade dos judeus que permaneceram no país.

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O Yom Kippur constitui uma das festividades mais importantes e solenes do judaísmo, destinada ao arrependimento e ao pedido de perdão, correspondendo ao Ano Novo no calendário hebraico (Rosh Hashana) e coincidindo geralmente com os meses de setembro ou outubro do calendário cristão. Nos dias que antecedem o Yom Kippur, praticam os judeus um ritual de expiação dos pecados (Kaparot) que culmina na matança de milhares de galos e galinhas, preferencialmente de cor branca como símbolo de purificação. O ritual propriamente dito consiste em elevar o animal sobre as suas próprias cabeças, dando com eles três voltas enquanto murmuram :“Esta é minha mudança, este é meu substituto, esta é minha expiação”, sendo de seguida degolado com recurso a faca de lâmina rigorosamente afiada, cumprindo-se desta forma o sacrifício.

Com efeito, para além das semelhanças existentes, a altura do ano em que os judeus praticam o Kaparot é praticamente coincidente com a realização da romaria de São Bartolomeu do Mar, da mesma forma que se constata terem os primeiros registos desta festividade surgido pouco tempo decorrido após o início da conversão forçada dos judeus ordenada pelo rei D. Manuel I, fatos que nos levam a acreditar na possível relação entre ambas as tradições.

Fotos: Alfredo Cunha / Arquivo Municipal de Lisboa

ESPOSENDE: GRUPO DE SARGACEIROS DA CASA DO POVO DA APÚLIA NO 1º CONGRESSO DE ETNOGRAFIA E FOLCLORE REALIZADO EM 1956

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Este postal reproduz a imagem de um grupo de sargaceiras de Apúlia, em Esposende, no I Congresso de Etnografia e Folclore. Este foi promovido e organizado pela Câmara Municipal de Braga e teve lugar de 22 a 25 de Junho de 1956, em Braga e em Viana do Castelo.

Fonte: Biblioteca Manuel de Boaventura / Entidade detentora: Manuel Albino Penteado Neiva

BARCELOS: OS NOIVOS DE BALUGÃES – POR DÍDIMO VILAS BOAS MESQUITA

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Esta obra vem na sequência de uma anterior, publicada em 1978, e intitulada "Rio Neiva: monografia". Embora coordenada por Paulo de Passos Figueiras, foi Cândido Maciel o seu primeiro mentor.

Esta obra, resultado da colaboração de diversos autores oriundos dos concelhos de Vila Verde, Ponte de Lima, Barcelos, Esposende e Viana do Castelo, por onde passa o Rio Neiva, retrata aspetos culturais do Vale do Neiva, desde o património construído (capelas, pontes, azenhas...) ao património imaterial (lendas, cancioneiro e poesia populares...)

Fonte: Maciel, C. (ed.) (1982). Vale do Neiva: subsídios monográficos. Barcelos: [s.n.]

Entidade detentora: Biblioteca Municipal Prof. Machado Vilela

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MUSEU DA OLARIA DE BARCELOS APRESENTA A GRANDE EXPOSIÇÃO “OLARIA DE PORTUGAL”

Vai ser inaugurada, no Museu de Olaria, em Barcelos, no próximo sábado, pelas 17 horas, a exposição "Olaria de Portugal", uma mostra que permite percorrer mais de cem anos de produção de louça e figurado portugueses.

Esta exposição apresenta louças dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Coimbra, Aveiro, Portalegre, Lisboa, Leiria, e ainda dos núcleos do Alentejo, Algarve, Madeira e Açores.

Em destaque, estão também a olaria e o figurado de Barcelos, com peças desde os finais do século XIX.

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ESPOSENDE: PRESIDENTE BENJAMIM PEREIRA INAUGUROU MUSEU DO SARGAÇO EM APÚLIA

Investimento rondou os 780 mil euros

Apúlia viveu, hoje, 23 de abril, um dia festivo, com a inauguração do Museu do Sargaço, um novo equipamento cultural que resulta da requalificação das antigas instalações da Escola Primária de Areia e que se traduz num investimento do Município de Esposende na ordem dos 780 mil euros.

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“Havia carência efetiva de espaços culturais em Apúlia”, reconheceu, intervindo na cerimónia, o Presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, notando que a estratégia cultural do Município é orientada para o investimento e para a descentralização. Neste contexto, explicou, beneficia todo o território concelhio, seja por via da criação/disponibilização de espaços seja ao nível de realização de eventos.

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O Museu do Sargaço nasce da vontade do Município em manter vivas as memórias da tradição da apanha do sargaço, ofício de grande valor cultural e que se tornou num marco histórico na cultura Apuliense, dando, simultaneamente nova viva a um edifício que se encontrava devoluto, depois da desativação da Escola Primária de Areia, espaço também repleto de história.

Dirigindo-se a uma vasta plateia de Apulienses, Benjamim Pereira, tal como havia feito anteriormente o Presidente da Junta da União das Freguesias de Apúlia e Fão, Valdemar Faria, exortou a memória de Laurentina Torres, ex-presidente da Câmara Municipal e dedicada dirigente associativa da Casa da Povo de Apúlia, falecida em novembro passado, por todo o trabalho de preservação e divulgação dos Sargaceiros de Apúlia.

Notando o “investimento muito significativo” da obra, Benjamim Pereira referiu que, para além da função de preservação da memória, “o Museu do Sargaço assume-se como um espaço cultural multifuncional ao serviço da cultura”. Neste sentido, lançou o repto à União das Freguesias de Apúlia e Fão e às coletividades locais para colaborarem na dinamização do espaço, que dispõe de condições para acolher os mais diversos eventos culturais, como, por exemplo, exposições e sessões de apresentação de livros, entre outros.

Aproveitando a presença de muitos Apulienses, o Presidente da Câmara Municipal lembrou os mais recentes investimentos concretizados em Apúlia, nomeadamente a requalificação da Escola Básica do Facho e da envolvente à Igreja Matriz, o alargamento da rede de saneamento, a reabilitação do Portinho de Apúlia e a abertura do Espaço Cidadão, bem como a requalificação do Campo dos Sargaceiros, cuja inauguração ocorrerá já no próximo dia 29 de abril. Benjamim Pereira referiu também que está em curso o projeto para a execução do novo Mercado de Apúlia e lembrou a intervenção prevista para a zona costeira Pedrinhas/Cedovém, destacando, ainda, o projeto na área da investigação a desenvolver na Estação Radionaval de Apúlia, numa parceria com a Universidade do Minho.

Em resposta ao Presidente da Junta da União das Freguesias, que expressou a sua preocupação face ao encerramento temporário do Centro de Saúde de Apúlia, Benjamim Pereira assegurou a reabertura da Unidade de Saúde após a realização das necessárias obras de requalificação e ampliação das instalações, garantidas no acordo de transferência de competências no domínio da saúde, recentemente concluído com o Ministério da tutela.

A terminar a sua intervenção, o Presidente da Câmara Municipal expressou agradecimentos a todos quantos contribuíram para tornar realidade o Museu do Sargaço, que, a partir de amanhã, passa a estar aberto ao público.

“Hoje, de facto, é um dia muito importante para o concelho, mas sobretudo para Apúlia”, afirmou o autarca Valdemar Faria, expressando satisfação por ver cumprido mais um projeto em Apúlia e pela presença massiva da população local. “A obra fala por si”, afirmou, assinalando que o Museu do Sargaço representa uma homenagem a todos os Apulienses e a todos os Sargaceiros e, neste contexto, lembrou Laurentina Torres, um “ícone desta terra e desta tradição”. Ciente da mais-valia deste equipamento, Valdemar Faria não tem dúvidas de que a comunidade local, nomeadamente as associações e as escolas, o saberão aproveitar. Concluiu a intervenção, agradecendo à comunidade Apuliense e a todos quantos contribuíram para a concretização da obra.

Citando um poema de Pedro Homem de Melo dedicado a Apúlia, o Tesoureiro da Junta da União das Freguesia de Apúlia, Otílio Hipólito, partilhou a sua satisfação pela criação de um espaço físico para albergar a cultura, as tradições, o património e os usos e costumes de Apúlia. “Este é um edifício devidamente renovado, moderno e funcional”, referiu, felicitando o Município, na pessoa do Presidente Benjamim Pereira, pela obra. Em jeito de sugestão, defendeu que o Museu do Sargaço deve assumir-se como ponto de partida para o desenvolvimento de novas dinâmicas em torno da cultura e das tradições de Apúlia e, em linha com o Presidente da Câmara Municipal, entende que as associações locais devem envolver-se na dinamização do novo espaço.

A anteceder as intervenções, teve lugar a bênção do novo equipamento pelo Pároco de Apúlia, Padre Rui Neiva, seguida da visita ao edifício. O técnico do Município responsável pelo Museu do Sargaço, João Neiva, apontou-o como “mais uma extensão das raízes do povo de Apúlia”. Por sua vez, o Comissário Científico, Álvaro Campelo, referiu que o Museu do Sargaço se afigura como o “ponto de partida para um espaço de cidadania, de debate e de construção do futuro da comunidade”. A encerrar a cerimónia, atuou o Grupo Infantil dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia.

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MONÇÃO REALIZA TARDES ETNOGRÁFICAS

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Tardes Etnográficas: Vamos “virar” a Praça Deu-la-Deu

O concelho de Monção, rico em tradições e cioso da sua identidade cultural e etnográfica, é palco de variadas manifestações defensoras e promotoras dos usos e costumes locais.

Os grupos de folclore, com o seu repertório, trajes e versatilidade, são um dos exemplos dessa genuinidade, revelando-se como verdadeiros interpretes da nossa vivência comunitária e hábitos ancestrais que, orgulhosamente, queremos preservar e valorizar.

Para dar a conhecer este património imaterial, o Município de Monção realiza as “Tardes Etnográficas”. Assim, nos dias 23 e 30 de abril e 7 de maio, a sala de visitas do concelho, Praça Deu-la-Deu, abre-se à atuação dos nove grupos folclóricos locais, animando o centro histórico da vila.

Em cima e fora do palco, a sonoridade tradicional da nossa comunidade, aliada ao convívio dos grupos participantes, promete “virar” a Praça Deu-la-Deu, presenteando o público com uma tarde animada, onde será evidenciada a identidade rural e etnográfica do nosso território.

23 de abril 2023 | 15h30

Associação “Os Moleirinhos do Gadanha”

Associação Sócio Cultural e Recreativa de Pinheiros

Grupo Folclórico Estrela dos Vales

30 de abril 2023 | 15h30

Rancho Folclórico Santa Maria de Moreira

Rancho Folclórico da Casa do Povo de Barbeita

Grupo Danças e Cantares de Mazedo

07 de maio 2023 | 15h30

Grupo Folclórico “Os Amigos de Longos Vales”

Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de São Mamede de Troviscoso

Grupo Folclórico das Lavradeiras de S. Pedro de Merufe

ESPOSENDE: MATRACA E REQUE-REQUE USADOS NA SEMANA SANTA

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Este postal reproduz o desenho de uma matraca e de um reque-reque, assim como a fotografia de uma matraca, Instrumentos usados para fazer ruído nos ofícios religiosos noturnos da Semana Santa. Ambos os elementos pertencem à Santa Casa da Misericórdia de Fão, segundo a indicação no verso deste postal.

Data atribuída com base na indicação no verso deste postal que este é a favor dos Bombeiros Voluntários de Fão, nos 80 anos da sua fundação. Dado que a sua fundação se deu a 27 de Dezembro de 1925, este postal é de 2005

Desenho a partir do original de matraca existente na Santa Casa da Misericórdia de Esposende

Fonte: Arquivo Municipal de Esposende / Entidade detentora: Fernando Vilar

DOURO LITORAL É MINHO!

Transcrevemos parte de um extenso texto da autoria do escritor ponte-limense Conde d’Aurora, D. José de Sá Coutinho, o qual constitui o prefácio da "Antologia da Terra Portuguesa", publicado pela Livraria Bertrand, através do qual se rebate a ideia errónea com que muitas vezes se encara parte do Minho como se tratando de uma nova província – o Douro Litoral – construindo-se conceitos errados nomeadamente no domínio do folclore e da etnografia.

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“Cabe, este volume da Antologia da Terra Portuguesa, aos escritores da Província do Douro Litoral.

Trata-se de uma novíssima divisão territorial, transitória medida, esperemos (com seu muito de arbitrário), tentativa de adaptação à divisão liberal por distritos à moda francesa revolucionária dos departamentos – e contrariando toda a tradição, costumes e condições naturais.

Criou-se nos últimos anos, mutilando a velha e tradicional Província de Entre Douro e Minho (já truncada em 1834, subdividida em Minho e em Douro, já então sendo Santo Tirso, no Douro, por exemplo, mas não tendo qualquer efeito prático essa divisão de Províncias), de modo a ficarem nela incluídos o Distrito do Porto e ainda os Concelhos de Espinho, Arouca, Castelo de Paiva e Vila da Feira, do Distrito de Aveiro – e os de Resende e Cinfães, no de Viseu.

E sendo a nova comarca administrativa denominada Minho, apenas constituída pelos distritos de Braga e de Viana do Castelo.

Divisão de critério meramente ferroviário, baseado na penetração das duas velhas linhas do Estado, a do Minho e a do Douro, subdividindo-se em Ermesinde.

A querer partilhar a velha e ancestral Província na sua unidade inegável que resistira a tantos séculos, por se achar demasiado grande, porque não dar-lhe então os títulos, respectivamente, de Alto e Baixo Minho?

Assim poderiam continuar a ser minhotos, oficialmente, os povos do resto da velha comarca interamnense; minhotos sem distinção dos restantes, hoje destinados à condição de douro-litoralenses, os minhotos de Felgueiras, de Santo Tirso, da Póvoa ou de Baião…

De resto o leitor verá, pelos trechos da presente antologia, como todos os escritores, à excepção dos burocratas da actualidade, tratam este pedaço de território nacional como Minho, e seus habitantes por minhotos, que o são com a maior propriedade e legitimidade. Ao acaso, citarei o grande escritor Carlos Malheiro Dias sempre apelidando os portugueses de minhotos nos três volumes das suas magistrais Cartas de Lisboa; o mesmo sucedendo a Almeida Garrett; e ao imortal criador de Fradique Mendes, considerando coração do Minho a Quinta de Moreira da Maia, de Luís de Magalhães, tão admiravelmente descrita sob o título de Quinta de refaldes (Minho), e a de Santa Cruz, em Baião, dos Condes de Resende, imortalizada como Tormes.

Ora porque o Entre Douro e Minho continua a ser uma indiscutível unidade mas tão vastos seus interesses culturais, espirituais e temporais, enchendo o tempo e o Espaço, justo é caberem-lhe três volumes nesta colecção de antologias; e que por tácito entendimento entre os dois ilustres pensadores que orientam a do Minho e a do Porto, e o humilde escrevedor anotante desta prefacção, se relegasse para o mais obscuro o esboço do conjunto provincial.

Já o Padre João Baptista de Castro, no seu Mapa de Portugal, publicado no ano distante de 1745, se referia à divisão de Portugal em seis províncias – e quanto à do Minho relatava:

“Como esta Província está encerrada entre as famosas correntes dos rios Douro e Minho no Ocidente setentrional da Espanha tomou nome de Entre Douro e Minho, que em latim se diz Interamnensis, ou Duriminea. Quase todos os geógrafos (e cita Duarte Nunes de Leão, João de Barros Faria, João Salgado de Araújo e outros) “lhe dão de comprido de Norte a Sul dezoito léguas, e de Nascente a Poente doze de largo na sua maior largura, porque em algumas partes não tem mais de oito.

Confina esta Província da bando do Meio-Dia com o rio Douro, que a separa da Beira: da banda do Ocidente parte com o mar oceano, começando em S. João da Foz e acabando na vila de Caminho, onde o rio Minho divide Portugal da Galiza.”

(E não transcrevo mais porque é o repetido por todos os geógrafos e no texto o tem o leitor avonde: Castro laboreiro ao Gerês, serra de Barroso a Cavez e Amarante, e, por Baião, outra vez ao rio Douro).

E refere ainda o Padre Baptista as “estãncias da musa de um engenho espanhol”:

 

“Es entre-Duero, y Miño la primera

Porcion del Reyno, en rios muy bañada

Donde Braga magnânima propéra

De los Brachatos hija sublimada

 

Al Romano difícil, y guerrera:

A los de Porto altiva, y respetada:

De Augusto honor, Juridico Convento

Corte Sueva, y Arçobispal assiento.

Del Duero ilistra el margen atractivo

Porto que de Gatelo Pueblo raro

Com mitra Episcopal se ostenta altivo,

Dandole a Portugal nombre preclaro

Guimarães, Villa es noble, y primitivo

Solio de Reys Lusos. Tiene claro

Timbre Puente de Lima: altas belezas

Viana, de partido ambas cabeças.”

 

Província das romarias (da Peneda e do São Torcato, da Agonia e das “Feiras Novas” à de S. Gonçalo e á da srª da Graça).

Comarca das feiras, semanais, quinzenais e anuais, tão célebres as de Ponte de Lima e Barcelos como a do S. Martinho em Penafiel, feira de cavalos rivalizando com a do S. Miguel em Famalicão (da faca minhota e do garrano travadinho).

Terra do granito, terra negra de aluvião, do vinho verde de enforcado e de latadas, desde Monção a Amarante: seus pequeninos campos de propriedade não pulverizada como o pretendem tantos economistas, mas ábia e socialmente dividida: total de cem mil produtores de vinho, agasalhando menos de duas pipas (ou seja menos de mil litros!) cerca de cinquenta mil colheteiros; trinta mil arrecadando de duas a cinco pipas anuais; apenas uns escassos noventa e cinco atingindo a centena; e só dez, ao todo, ultrapassando duzentas pipas, mas nenhum colhendo mais de quinhentas!

Província interamnense do consórcio do feijão e do milho, ininterruptamente, há séculos, sem um sinal de erosão – essa lepra que arruinou já quatro quintas partes do território total da grande América do Norte.

Terra dos lindos jugos trabalhados em madeira ainda hoje entalhada com os primitivos desenhos de beleza ingénua do século XVI, idêntica à velhas arquibancadas monásticas.

Com seus lindos boizinhos piscos de focinhito negro luzidio e alta cornadura de belo desenho em lira.

Carro de eixo móvel girando em admirável cântico vesperal de louvar a Deus, nos altos córregos dos pequeninos altos montes minhotos.

E das danças e dos cantares, da gota e do vira de Carreço e de Santa marta, à chla de Paredes e de Penafiel.

E das soberbas mulheres de peito estrelado a oiro – esse oiro trabalhado à mão pelos mesteirais da Póvoa de Lanhoso e de Gondomar (é curioso ter havido contrastarias nestas duas localidades). Entre Douro e Minho das mil águas de rega, de lima e rega, de torna-tornarás, e seus mil cantantes e bucólicos regatinhos (“espertos regatinhos” dizia Eça!) movendo as 30.000 azenhas registadas na Repartição de Hidráulica como existentes já desde antes do Código Civil e ainda há pouco laborando…

Como diferenciar nos livros de Camilo. O grande escritor quase exclusivamente minhoto, suas páginas do Minho actual das do actual Douro Litoral: Landim, Famalicão, Santo Tirso, Braga, Amarante, Porto?

Profético, parece, também, outro grande escritor que se sublimava no descritivo do Minho, Antero de Figueiredo, haver saltitado entre terras idênticas hoje separadas pelo risco dos repartidores administrativos…

Minho, bem Minho, essa terra negra de Bougado, ao diante transcrita na pintura anteriana.

Terra de brasileiros, todo esse Entre Douro e Minho, aquém e além Ave – que a admirável página de Fialho, ao descrever o chalet de Famalicão, podia-o ter encaixado em qualquer outra silória interamnense, dos Arcos de Valdevez a Fafe.

Excelente tipo de portugueês, tão mal tratado pela literatura e ao qual se devem tantos dos benefícios da Província no terrível período da crise do liberalismo.

Seja um primeiro acto de desagravo a inserção neste volume da página da Monografia de Gondomar referente à grande figura desse protótipo de brasileiro torna-viagem, a imortal figura do Conde de Ferreira, Deus tenha em Santa guarda a sua alma.

Aos escritores (desde Eça a Garrett, desde Alberto Sampaio a todos os seus pares da Portugália; desde Gonçalo Sampaio a João penha; desde Régio a Pascoais, desde Vila Moura a António Patrício) – não me referirei se não muito rapidamente, porque a antologia fala pela própria boca deles mesmos.

(…)

Deste pedaço irridente da velha província de Entre Douro e Minho do Sudeste, hoje Douro Litoral, melhor do que a minha pálida e descolorida prosa falarão os escritores, dos mais célebres e afamados de Portugal, tanto os nascidos como os radicados na Província de que o presente trabalho é antologia.”

Conde d’Aurora

ARCOS DE VALDEVEZ REALIZA DESFILE DOS “BOIS DA PÁSCOA”

“Bois da Páscoa” regressam no próximo fim de semana, dias 25 e 26 de março
No próximo domingo sai à rua o tradicional desfile dos “Bois da Páscoa”, o qual simboliza o fim do jejum da Quaresma e apresenta os melhores exemplares bovinos dos talhos locais.
A programação desta iniciativa tem início no sábado, 25 de março, com a exposição de animais e carros de Bois da Páscoa, pelas 10h00, no Parque da Ponte Nova, seguindo-se às 14h00 o Concurso Pecuário (concurso nacional) e às 21h30 o Concerto musical dos Sons do Minho.
No domingo, pelas 10h00 será possível voltar a apreciar a exposição dos animais e carros de Bois da Páscoa, realizando-se depois o desfile, às 15h00, pelas principais artérias da Vila.
Este desfile é uma tradição secular à qual o Município de Arcos de Valdevez, a Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, a ACIAB – Associação Comercial e Industrial de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca e a ARDAL têm vindo a dar continuidade, recuperando usos e costumes enraizados neste concelho há já longos anos.
Neste evento desfilarão 36 bovinos, os melhores exemplares da raça, propriedade dos talhos aderentes, que apresentam os corpulentos e bem enfeitados animais, cangadas à moda antiga, num desfile que contará ainda com a participação de figurantes, vestidos à época, com os trajes regionais.
Todos os anos milhares de pessoas distribuem-se pela avenida principal da vila para assistir ao desfile, e, manda a tradição que os animais que desfilam, comprados pelos talhos do concelho, sejam abatidos antes da Páscoa para que a sua carne seja consumida durante os festejos da época Pascal.
Para a Autarquia a realização deste desfile é uma forma de enaltecer as tradições, o trabalho do campo, e de destacar os produtos locais, nomeadamente a raça cachena, contribuindo assim para dinamizar a economia no concelho.
A animação também faz parte do programa do desfile e irá ser garantida com a presença de rusgas e ranchos folclóricos.
Visite Arcos de Valdevez!
Reviva Tradições e aproveite para degustar a excelente gastronomia, bem como ter o privilégio de passear em território inserido em plena Reserva Mundial da Biosfera!

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PONTE DE LIMA EXPÕE SOBRE TRADIÇÃO PASCAL DE VITORINO DAS DONAS

O CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO TERRITÓRIO (CIT) – espaço cultural afeto ao Município de Ponte de Lima e baluarte da identidade cultural da região – vai inaugurar a 1 de abril, pelas 17h00, uma exposição temporária dedicada à tradição ancestral das cestas dos mordomos da Páscoa de Vitorino das Donas.

Patente ao público na sala principal do CIT até 31 de agosto de 2023, a mostra intitulada “CESTAS COM HISTÓRIA – A TRADIÇÃO PASCAL EM VITORINO DAS DONAS” pretende divulgar um costume de grande valor etnográfico que evoca a recolha do folar do pároco – constituído no passado por maçãs e ovos, substituído hoje por uma quantia pecuniária – e a arte da ornamentação das cestas cedidas por antigos mordomos.

Esperamos por si no interior do Parque Temático do Arnado!

Estamos abertos ao público de 3.ª feira a domingo das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00.

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