Após 10 anos de interregno, a comunidade cerveirense em Newark, EUA, reuniu-se, no passado domingo, com o objetivo de angariar verbas para apoiar a aquisição de um camião de combate a incêndios, mais moderno e com maior capacidade de água (4000 litros), para a ULC – Unidade Local de Covas. Presente no evento, o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, veio ainda com a garantia de um acordo, através do City Hall de Newark, para um futuro processo de geminação entre o município e a cidade.
O convívio anual dos 'Amigos de Cerveira em Newark' juntou cerca de 350 convivas, no Sport Club Português de Newark, e angariou cerca de 25 mil euros para a Unidade Local de Covas aumentar a sua frota de combate a incêndios florestais, o correspondente a metade do investimento necessário para a viatura identificada (cerca de 50 mil euros).
Na presença da Vice-Prefeita de Newark, Lígia de Freitas, e do Vereador Michael Silva, o autarca cerveirense, Rui Teixeira, que se fez acompanhar pelo Presidente da Junta de Covas, André Araújo, freguesia na qual está sedeada a entidade beneficiada, relembrou com orgulho os impulsionadores históricos deste convívio: João Loureiro (falecido em 2020) e Mô, que deixaram um legado ímpar de ligação à terra natal; agradeceu à comunidade cerveirense e aos amigos de Cerveira por toda a generosidade e espírito de solidariedade; e felicitou as novas gerações pela continuidade deste projeto social de grande louvor.
Ainda durante o convívio, Rui Teixeira mostrou-se muito satisfeito com o futuro desta ligação Cerveira/Newark, que poderá vir a ser formalizada através de um processo de geminação, muito ambicionado pela comunidade cerveirense em Newark, e já aceite informalmente pela City Hall de Newark.
Durante a visita, Rui Teixeira foi ainda distinguido com um certificado de reconhecimento pelo Serviço e Relações Internacionais e Assuntos da Diáspora, e homenageado com um diploma de elogio pelo seu percurso profissional, atribuído pelo Conselho Municipal de Newark. Para além disso, foi recebido na City Hall of Newark, pela Vice-Prefeita de Newark, Lígia de Freitas, e convidado a assinar o Livro de Honra do Sport Club Português, juntando-se a um grupo restrito de personalidades de referência.
O encontro da comunidade cerveirense em Newark foi reativado por Helena Castro, filha de um dos impulsionadores, o cerveirense Mô, com o apoio de Victor Santos, de José Barreira da Freguesia de Sopo, e de Judite Silva, também natural de Sopo, e Presidente do Rancho Dança na Eira, que atuou durante o evento, contando ainda com a colaboração de Jack Couto, Presidente do Sport Club Português.
O convívio de Newark é uma tradição com mais de três décadas, considerada uma das mais relevantes ações de angariação de fundos da comunidade cerveirense naquela cidade. Ao longo dos anos, permitiu canalizar mais de meio milhão de dólares em apoio direto (numerário e equipamentos) a instituições e projetos em Vila Nova de Cerveira.
Sobe a ULC - Unidade Local de Covas
A Associação de Defesa do Património Florestal - ULC - Unidade Local de Covas, fundada em 2010, com o apoio da Junta de Freguesia de Covas e da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, tem como principal objetivo a defesa do património natural, florestal e ambiental, da freguesia de Covas, das freguesias limítrofes e do concelho, concretamente na defesa da floresta contra incêndios; na vigilância da floresta, particularmente em períodos críticos (junho a outubro); no apoio à Proteção Civil na defesa de pessoas e bens, estando integrada no respetivo dispositivo Municipal e Distrital.
Constituída por cerca de 15 voluntários, a atuação desta equipa incide principalmente na primeira intervenção a nível de incêndios e apoio às forças no terreno, quer no combate quer no rescaldo.
O Clube da Juventude Lusitânia de Cumberland, Rhode Island nos Estados Unidos da América leva a efeito no próximo dia 22 de junho um festival de folclore no âmbito das Festas de São João.
O horário mencionado no cartaz é às 2:00 porque nos Estados Unidos da América o sistema horário é das 0 às 12h.
Autoria e design - Lisa Rosa Ilustração - Teresa Silva - Ilustração Organização - Clube Juventude Lusitânia Cumberland, Rhode Island, EUA.
O vinho verde é um dos mais poeminentes embaixadores de Portugal no mundo. O Minho exporta anualmente para os Estados Unidos da América cerca de 20 milhões de euros. O mercado dos Estados Unidos é “prioritário para a Região dos Vinhos Verdes”. Caso as sanções impostas por aquele país em relação aos produtos europeus venham a ter reflexo nas exportações portuguesas, os cidadãos dos Estados Unidos da América e os nossos compatriotas ali radicados passarão a ter mais dificuldade em apreciar o vinho verde… aguardemos que os atuais governantes dos Estados Unidos da América sejam sensatos!
Lusodescendente entre as vítimas do ataque em Nova Orleães. Matthew Tenedório era neto e filho de emigrantes de Vila Nova de Cerveira, no Minho.
Matthew Tenedório, lusodescendente, é uma das 15 vítimas do ataque que marcou a noite de passagem de ano, quarta-feira, em Nova Orleães, nos Estados Unidos da América, avança o jornal LusoAmericano.
O lusodescendente, de 25 anos, neto e filho de emigrantes de Vila Nova de Cerveira, no Minho, foi baleado após um ex-militar norte-americano ter atropelado em massa.
Na noite do ataque, Matthew jantou com os pais e juntou-se, posteriormente, aos amigos na Bourbon Street.
"O meu filho morreu na hora... Ontem à noite abracei-o e beijei-o. Disse-lhe que o amava. Ele tinha tanta esperança, um grande futuro a trabalhar no estádio Super Dome em Nova Orleães. Ele tinha o emprego dos seus sonhos”, recorda, emocionada, a mãe à Sky News.
Matthew era filho de Luís e Cathy Tenedório. O pai era ainda criança quando se mudou com a família (os avós de Matthew) para os EUA. A família estabilizou-se em Long Island, numa casa da Washington Street, em Mineola. Os Tenedório mudar-se-iam em meados da década de 2000 para o estado da Luisiana, onde tanto Matthew como o pai, Luís Tenedório, eram técnicos de audio-visual no Superdome and Smoothie King Center, uma arena no centro da cidade de Nova Orleães.
Reza a historiografia oficial que a Florida terá sido descoberta pelo navegador espanhol Juan Ponce de León em 1513. Porém, a existência em Itália de um mapa datado de 1502 ou, para sermos mais rigorosos, enviado àquela data para Itália, dá-nos conta da existência da Florida, aparecendo desenhada pelos cartógrafos portugueses, a par de uma vasta extensão da costa do Brasil. Daqui se depreende que o seu conhecimento terá resultado das navegações secretas empreendidas pelos portugueses nos finais do século anterior.
Sucede que o planisfério de Cantino constitui uma cópia do Padrão Real, uma obra cartográfica do século XVI que se encontrava exposta no Armazém da Casa da Guiné, Mina e Índias, registando todas as descobertas portuguesas, públicas e secretas, apenas acessível aos navegadores e cartógrafos ao serviço da Corte. Trata-se atualmente de uma das mais antigas cartas náuticas conhecidas que representam os Descobrimentos Portugueses.
O referido mapa deve o seu nome a Alberto Cantino, um espião italiano ao serviço do Duque de Ferrara, que chegou a ser secretário particular do Rei D. Manuel I. De autor desconhecido, Alberto Cantino terá obtido o referido mapa de forma expedita, enviando-o para Itália em 1502, daí resultando um notável incremento das relações comerciais daquele país em relação a Portugal face às informações nele contidas, por representar com uma notável precisão extensas regiões do mundo até então desconhecidas ou pouco exploradas pelos europeus.
O Planisfério de Cantino encontra-se desde 1868 na Biblioteca Estense, em Modena, na Itália, depois de durante muito tempo se ter julgado perdido e ocasionalmente Giuseppe Boni o ter encontrado numa salsicharia e decidido adquiri-lo.
Considerando a extensão da área cartografada relativamente à costa do Brasil e ao tempo que era necessário despender para proceder ao seu reconhecimento e trazer a informação para Portugal a fim de a poder reproduzir no Padrão Real, antes mesmo de Alberto Cantino poder obter uma cópia deste, fácil será de compreender que tal missão jamais poderia ter sido iniciada a partir de abril de 1500. De resto, o Planisfério de Cantino também nos dá conta da existência da península da Florida cuja descoberta é oficialmente atribuída ao navegador Juan Ponce de León, em 1513, do que se depreende que o seu conhecimento terá resultado das navegações secretas empreendidas pelos portugueses nos finais do século anterior.
Na realidade, coube a Duarte Pacheco Pereira realizar a missão atribuída em 1498, pelo Rei D. Manuel I, de proceder ao reconhecimento das áreas situadas para além da linha de demarcação estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, tendo atingido nesse ano a costa do Brasil, as Antilhas e a América do Norte, conforme relatou em “Esmeraldo de situ orbis”, obra preciosa de “cosmografia e marinharia” da maior importância no contexto do Renascimento português, nela se mencionando todas as coordenadas geográficas de latitude e longitude de todos os portos conhecidos à época em que escreveu e que constitui um roteiro comentado das costas ocidental e oriental de África.
A importância e consequências dos resultados que obteve foram de tal importância que levou Portugal a ocultar os resultados obtidos por aquela expedição e a manter a obra em segredo em virtude das informações valiosas de natureza geográfica, náutica e económica nelas contidas.
Duarte Pacheco Pereira foi um dos mais célebres navegadores, militares e cosmógrafos da época áurea dos Descobrimentos Portugueses. Hidrógrafo ao serviço do Rei D. João II e de D. Manuel I. Entre outros contributos do maior relevo, deve-se também a Duarte Pacheco Pereira o reconhecimento dos regimes de ventos e correntes e a experimentação de métodos de navegação astronómica, antecipando em mais de dois séculos o cálculo do valor do grau de meridiano com uma margem de erro de apenas 4%.
Luís de Camões imortalizou-o n’Os Lusíadas como “fortíssimo e Grão Pacheco Aquiles Lusitano” em louvor do seu heroísmo e feitos militares que lhe consagraram uma auréola de glória. Duarte Pacheco Pereira, a quem na realidade se deve o descobrimento do Brasil, nasceu em 1450 e morreu em 1533.
Finalmente, o topónimo Florida deve ser pronunciado em português e significa “cheio de flores”. Curiosamente, da mesma forma em castelhano empregue pelos colonizadores espanhois.
A Cidade de Braga recebeu a primeira Missão Comercial Internacional da Delegação dos EUA da Universidade A&M do Texas, composta por cerca de 25 prestigiados elementos, desde investidores a empreendedores. Até amanhã, dia 1 de Novembro, a iniciativa, co-promovida pela Câmara Municipal de Braga, pela InvestBraga, pela Startup Braga, pela Universidade do Minho e pela AdventGX, procura estimular oportunidades de sinergias em áreas como a Arquitectura e a Construção Sustentável, a Medicina e a Biotecnologia, os Negócios Internacionais e a Inovação e o Empreendedorismo.
Esta Quinta-feira, a comitiva foi recebida nos Paços do Concelho pelo presidente da Câmara Municipal de Braga, que salientou a importância da iniciativa como um marco de cooperação internacional. Ricardo Rio referiu que esta missão comercial é uma prova do crescente interesse de instituições e empresas de renome internacional em Braga. “É uma oportunidade valiosa para trocarmos conhecimento e abrirmos novas portas para o desenvolvimento de projectos inovadores e sustentáveis em áreas de grande impacto”, salientou.
Os representantes da Universidade A&M do Texas tiveram a oportunidade de se reunir com líderes académicos da Universidade do Minho, visitando as Escolas de Medicina e de Engenharia, com foco nas ciências da saúde. A delegação ficou também a conheceu a Startup Braga, onde foram apresentados quatro projectos de inovação – IPLEXMED, OmniumAI, PluggableAI e Rubynanomed – e exploraram possibilidades de colaboração com startups locais.
Durante a recepção, Ricardo Rio destacou o papel de Braga como um hub de inovação e cooperação. “Braga tem vindo a afirmar-se como uma Cidade de portas abertas para a inovação e o empreendedorismo. Esta visita é mais um testemunho do ambiente de excelência que estamos a construir para atrair e reter talento, além de promover o intercâmbio e a mobilidade entre as nossas instituições e as de outros continentes”
Durante a tarde, regressaram à instituição de ensino superior para reunirem com representantes das Escolas de Arquitectura e Engenharia, onde se debruçaram sobre as áreas de arquitectura, desenvolvimento sustentável e ciência da construção.
Esta Quinta-feira, foram acolhidos na Reitoria da Universidade do Minho, onde tiveram a oportunidade de reunir com diferentes escolas e centros de investigação do Minho. Posteriormente, reuniram com o vice-reitor da UMinho para a Investigação e Inovação, Eugénio Ferreira, e o pró-reitor, Guilherme Pereira. A comitiva passou ainda pelo Human Power HUB.
Integrado no programa da visita, consta ainda concerto de Piraí Vaca, guitarrista acústico de renome internacional, que iniciará a sua digressão internacional no Theatro Circo. Neste concerto, o guitarrista - embaixador cultural da Bolívia -, irá ser acompanhado por um grupo de jovens do Conservatório Bomfim.
Esta visita, estabeleceu bases sólidas para futuras colaborações nas áreas de interesse entre a Delegação dos EUA da Universidade A&M do Texas, da Universidade do Minho e do Município de Braga, e permitiu explorar a possibilidade de programas conjuntos de investigação; programas de mobilidade académica e intercâmbio de talentos; iniciativas conjuntas de inovação e empreendedorismo, como um programa de softlanding para startups; workshops e conferências interdisciplinares e o fortalecimento de ligações em áreas chave de interesse estratégico comum.
A celebração, nos Estados Unidos da América, do Haloween ou "noite das bruxas", não constitui mais do que a tradição do culto dos mortos que os colonos europeus levaram para o continente americano, entretanto regressada à Europa com uma roupagem comercial mais ao gosto da sociedade de consumo. O culto dos mortos constitui entre nós uma das mais ricas tradições que nos remetem para ancestrais cultos pagãos.
Desde sempre o Homem acreditou na possibilidade dos mortos intercederem na ação criadora dos deuses e no próprio ciclo da natureza, contribuindo inclusivamente para o renascimento dos vegetais e das culturas que os demónios e maus espíritos do inverno fizeram desaparecer. Esta crença está na origem de uma infinidade de práticas relacionadas com o culto dos mortos que regra geral se iniciam em Novembro e prolongam-se até à Serração-da-Velha, atravessando as cerimónias solsticiais ou "saturnais" e os festejos carnavalescos.
Naturalmente, os ritos variam consoante as celebrações em causa mas conservam entre si uma finalidade comum que é o de assegurar que o ciclo da vida e da morte não se interrompa, possibilitando por conseguinte que ao inverno suceda impreterivelmente a primavera. De acordo com as investigações feitas no domínio da arqueologia e da antropologia, acredita-se que as práticas do culto dos mortos tiveram o seu começo na fase de transição da pedra lascada para a pedra polida, sendo disso testemunho os inúmeros monumentos funerários como os dolmens ou antas, inscrições votivas e outros achados. O folclore trouxe até nós inúmeros vestígios desse modo de pensar e dos cultos praticados pelos nossos ancestrais, devendo por esse modo constituir uma importante fonte de estudo.
Pão por Deus! - pedem as crianças na região saloia, percorrendo as casas em alegre peditório. A ladainha varia contudo de uma região para outra. Por exemplo, para os lados de Braga é costume dizer-se do seguinte modo: "Bolinhos, bolinhós, / Para mim e para vós / E para quem está debaixo da cruz / Truz truz". Na região de Ourém, o rapazio vai pelos casais e suplica: "Ti Maria: dai-me um bolinho em louvor de todos os santinhos!". E, se a dona da casa é pessoa dada à brincadeira, ao assomar à soleira da porta responde prontamente: "Dou sim... com uma tranca no focinho!"
Por esta ocasião, as pessoas cumprem o ritual da visita aos cemitérios e cuidam das sepulturas dos seus entes queridos. Mas, também em casa é costume em muitas localidades, após a ceia, deixar até ao dia seguinte a mesa composta de iguarias para que os defuntos possam banquetear-se. Em Barqueiros, no concelho de Mesão Frio, na noite de Todos-os-Santos coloca-se uma mesa com castanhas para os familiares falecidos, as quais ninguém tocará porque ficam "babadas dos defuntos". Da mesma forma que o azeite que alumia os defuntos jamais alumiará os vivos. Entre alguns povos do leste europeu conserva-se ainda a tradição de organizar o festim no próprio cemitério a fim de que todos em conjunto - mortos e vivos - possam confraternizar!
A partir desta época do ano, as noites das aldeias são povoadas por criaturas extraordinárias que surgem nas encruzilhadas e amedrontam os notívagos. Uivam os lobos nas penedias enquanto as bruxas se reúnem debaixo das pontes. A prudência aconselha que ao gado se prendam pequenas saquinhas de amuletos que o resguardem do "mau-olhado". O serão é passado à lareira ouvindo histórias que nos embalam num mundo de sonhos e fantasia que nos alimenta a imaginação. E, quando finalmente é chegada a hora de dormir, faz-se o sinal-da-cruz para que o demónio não nos apoquente e a manhã do dia seguinte volte a sorrir radiante a anunciar uma vida nova.
Um dos mais importantes pilares da proteção civil em Portugal, os Bombeiros desempenham um serviço fundamental em ações de socorro decorrentes de acidentes rodoviários, combate a incêndios, desastres naturais e industriais, emergência pré-hospitalar e transporte de doentes, assim como abastecimento de água às populações, socorros a náufragos, e inúmeras ações de prevenção e sensibilização junto das populações.
Ainda em meados do mês passado, numa fase crítica em que Portugal enfrentou dezenas de incêndios, em particular no Norte e Centro do país, ficou patente a coragem e a importância dos Bombeiros. Sendo que inclusive quatro “soldados da paz” tombaram em serviço da defesa e proteção das populações, o saudoso herói João Manuel dos Santos Silva, de 60 anos, durante o combate às chamas na freguesia de Pinheiro da Bemposta, no concelho de Oliveira de Azeméis, vítima de um problema cardíaco. E os saudosos e valentes Paulo Jorge Santos, Susana Cristina Carvalho e Sónia Cláudia Melo, quando o carro em que seguiam estes bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha, foi apanhado pelas chamas no combate ao incêndio que lavrou no concelho de Tábua.
Exemplos de genuíno serviço de cidadania, às vezes sem o devido reconhecimento dos poderes políticos, as corporações de bombeiros em Portugal debatem-se constantemente com grandes dificuldades, resultantes da falta de meios financeiros, que em muitos casos entravam inclusive a prestação de serviços essenciais às populações.
Ao longo dos últimos anos, muitas destas dificuldades e entraves, agravados pelos contextos de debilidades económicas, têm sido mitigados e ultrapassados graças à generosidade de vários emigrantes portugueses, que um pouco por todo o território nacional são um apoio vital para o funcionamento de corporações e para a prossecução de relevantes serviços prestados pelos bombeiros às populações.
Um desses exemplos paradigmáticos encontra-se plasmado na dinâmica solidária da Associação Amigos do Vale USA, um grupo de emigrantes oriundos da freguesia do Vale, em Arcos de Valdevez, um concelho do Alto Minho fortemente marcado pelo fenómeno migratório como revelam as suas numerosas comunidades estabelecidas em França, Andorra, Venezuela, Canadá e Estados Unidos da América (EUA).
No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, a Associação Amigos do Vale USA, assente no reiterado orgulho que os seus associados nutrem pelas suas raízes, tem ao longo dos últimos anos vindo a assumir-se como uma genuína “família” da diáspora arcuense nos Estados Unidos.
Com uma profunda dimensão de solidariedade e humanitarismo, os membros da associação luso-americana, naturais da vila raiana encravada no Vale do Vez, organizaram no início deste ano uma recolha de fundos a favor da Associação Humanitária dos Bombeiros da sua terra-mãe. Uma centenária corporação, fundada no ocaso do séc. XIX, que se constitui como uma peça estruturante no serviço prestado à população do concelho de Arcos de Valdevez, um dos quatro municípios que integram o Vale do Lima.
A angariação solidária decorreu em Newark, a cidade mais populosa do estado de Nova Jérsia, nos Estados Unidos, onde reside uma das maiores e mais conhecidas comunidades portuguesas nos EUA. Mais de quatro centenas de emigrantes e luso-americanos, muitos deles com raízes arcuenses, marcaram presença num almoço solidário, no salão nobre do centenário Sport Club Português (SCP), uma vitrina da portugalidade na América, que contou com a presença de uma delegação da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez.
Além do almoço solidário que angariou 70 mil dólares, verba que permitiu à corporação humanitária arcuense adquirir uma ambulância de socorro pré-hospitalar, completamente nova, os representantes dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez estiveram através do vereador lusodescendente Michael Silva, numa cerimónia de homenagem na Câmara Municipal de Newark.
Nesta cerimónia de homenagem, que incluiu ainda uma visita às instalações dos Bombeiros de Newark nº 14, estiveram igualmente presentes Fernando Grilo e Joe Barros, presidente e vice-presidente da União de Clubes Luso-Americanos de New Jersey, Jack Costa, presidente da Assembleia Geral do Sport Club Português e dos Amigos do Vale USA, António Cardoso, diretor do Rancho Folclórico ‘Sonhos de Portugal’, de Kearny, e Emanuel Barros, presidente da Casa dos Arcos.
A ambulância de socorro pré-hospitalar ofertada pela comunidade emigrante dos EUA à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, foi oficialmente entregue e benzida no passado mês de agosto, o mês eleito por muitos emigrantes para regressarem às suas terras, e contou com a presença de membros da Associação Amigos do Vale USA, que tinham já no passado recente auxiliado nas obras da igreja local.
Como enalteceu no decurso da cerimónia oficial de entrega e bênção da viatura, no quartel da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, o representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Cruz, são as comunidades “que acabam por minimizar os danos de subfinanciamento das corporações de bombeiros, quer ao nível autárquico, quer a nível nacional. São os cidadãos, uns mais perto, outros mais longe, que se lançam na ajuda dos bombeiros”.
A celebração nos Estados Unidos da América do Haloween ou “noite das bruxas” mais não constitui do que uma transposição que foi feita do culto dos mortos que os colonos levaram da Europa e que agora nos procuram vender da mesma forma que nos impingem a coca-cola e a comida de plástico que dispensa os talheres que apenas servem a gente civilizada – é a globalização de acordo com o modo de vida americano e que rejeita as diferenças culturais entre os povos.
Mas, o que nos surpreende é que, possuindo o nosso povo riquíssimas e profundas tradições, entre as quais as que se relacionam com o culto dos mortos, ainda exista quem, com aparente formação académica, insista em transmitir nas escolas aos seus alunos costumes que na realidade não lhes pertencem. Trata-se de uma pedagogia de natureza duvidosa que contraria inclusive o princípio da ligação da Escola com o meio que a envolve.
As comemorações do Dia de Portugal em Newark, New Jersey, adquire todos os anos um especial destaque na vida da comunidade portuguesa em geral e entre os minhotos em particular.
Os nossos conterrâneos radicados nos Estados Unidos da América saem à rua levando consigo os estandartes das coletividades – associações e ranchos folclóricos – exibem os trajes tradicionais, cantam e dançam.
O desfile já está hoje a decorrer e fica aqui um registo da participação do Rancho Folclórico Barcuense, um grupo vocacionado para integrar os arcuenses e barquenses que ali vivem.
A Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, representada pelo vereador Olegário Gonçalves, marcou presença em iniciativa promovida pelos Amigos do Vale nos USA, de beneficência em prol do Corpo de Bombeiros de Arcos de Valdevez.
O autarca fez questão de destacar o continuo apoio atividade corrente e de investimento da Câmara Municipal ao Corpo de Bombeiros de Arcos de Valdevez, bem como o grande envolvimento em torno das iniciativas promovidas pela comunidade arcuense espalhada pelo mundo, destacando a importância da proximidade e do trabalho do Associativismo da Diáspora junto das comunidades emigrantes.
A proximidade e apoio da Câmara Municipal à comunidade emigrante são uma constante e, reflexo disso, é o envolvimento do Município, de várias empresas e de produtores locais nas muitas iniciativas promovidas pelos emigrantes nos países de acolhimento, assim como a celebração de protocolos de cooperação com autarquias estrangeiras.
Para o Município de Arcos de Valdevez o Corpo de Bombeiros de Arcos de Valdevez e as Associações da Diáspora tem um papel ativo e muito importante na vida da comunidade arcuense.