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Filme “Monção Deixa Marca” distinguido no US International Awards, em Los Angeles, California, com medalha de prata, na categoria “Tourism Destination City”
Depois da conquista do Japão com o prémio de melhor filme de turismo, no Japan World`s Tourism Film Festival, no passado dia 16 de março, o filme “Monção Deixa Marca” foi distinguido hoje, no US International Awards, em Los Angeles, California, com medalha de prata, na categoria “Tourism Destination City”
Este festival, com mais de meio século de existência, é um dos mais antigos e conceituados a nível mundial, fazendo parte do CIFFT – The International Committe of Tourism Film Festivals, certificado pela World Tourism Organization (UNWTO).
Apresentado no dia 24 de março de 2022, no Cine Teatro João Verde, o filme “Monção Deixa Marca”, criado, realizado e produzido pelo Cineasta Leonel Vieira, em parceria com a agência criativa “Marka Branka”, foi acolhido com extraordinária recetividade e múltiplos elogios pelo público e especialistas.
Antes da premiação no Japão, já havia sido distinguido, em abril de 2022, nos Prémios Lusófonos da Criatividade, na Categoria “Digital – Filme para Web” e, em outubro do mesmo ano, no Finisterra Arrábida Film Art & Tourism Festival, onde recebeu prémios em três categorias: documentário curto, hospitalidades e lugares da história.
A distinção no US International Awards representa mais uma grande conquista para o nosso concelho, sendo motivo de orgulho para todos os monçanenses e reforço da crescente dinâmica e atratividade do nosso território enquanto destino de excelência.
“A “Marca Monção” é o nosso património, a nossa cultura, as nossas tradições, os nossos lugares e paisagens, mas também os nossos objetivos, desejos e aspirações. É uma marca abrangente e universal, onde cabem todas as nossas potencialidades, onde cabem todos os monçanenses”
António Barbosa
O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, recebeu, esta manhã, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, um grupo de potenciais investidores americanos oriundos de diferentes estados dos EUA. O crescimento do setor imobiliário, a vigorosa vertente industrial e a dinâmica cultural do concelho foram os principais temas do encontro muito participado.
Integrado numa tour organizada pela empresa Infinite Solutions, o grupo de americanos manifestou-se interessado em conhecer as possibilidades de investimento privado em Vila Nova de Cerveira, bem como em aprofundar conhecimento sobre a realização da Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira.
O Presidente Rui Teixeira começou por abordar a localização geoestratégica privilegiada do concelho de Vila Nova de Cerveira, “entre dois grandes centros económicos que se complementam, Porto e Vigo, de fáceis e rápidas acessibilidades e um mercado de milhões de pessoas”. Sendo o setor imobiliário um dos pontos de interesse desta visita, Rui Teixeira explicou que Vila Nova de Cerveira está “numa fase ascendente, com a construção de vários empreendimentos habitacionais, assim como a instalação de mais dois hotéis, tendo ainda capacidade e interesse de acolher mais investimento privado”.
A vertente industrial de Vila Nova de Cerveira também foi realçada pelo Presidente Rui Teixeira, que contextualizou as áreas mais vigorosas nos dois polos industriais, nomeadamente náutica, automóvel, têxtil e pescado, destacando “o volume de negócios muito elevado, na ordem dos 750 milhões de euros por ano”. E acrescentou: “Com o objetivo de criar condições favoráveis e atrativas para a instalação de mais operadores económicos no concelho, estamos a construir um novo parque empresarial, na freguesia de Sapardos, que tem uma localização estratégica junto ao nó da A3. Para nós, este investimento é uma necessidade para o desenvolvimento do interior do concelho, atraindo mais atividade económica e, por consequência, mais pessoas, assegurando a potenciação do vigor industrial de Vila Nova de Cerveira”.
A vigorosa dinâmica cultural foi um terceiro tema que suscitou o interesse dos cerca de 10 americanos, manifestando vontade em conhecer a organização da Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Rui Teixeira frisou que “Vila Nova de Cerveira é uma referência na produção cultural no país e além-fronteiras, e a Bienal Internacional de Arte é um pináculo da criação cultural a nível nacional”. Explicando a origem e a evolução deste ex-libris que tornou Cerveira reconhecida como a ‘Vila das Artes’, Rui Teixeira sublinhou “o trabalho de excelência e a proximidade que é desenvolvido pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira e a prova de que são cumpridos padrões de rigor e de qualidade no exercício das nossas atividades culturais e artísticas”.
Finalizando, o Presidente Rui Teixeira agradeceu a visita e lançou o desafio de regressarem a Vila Nova de Cerveira, como visitantes e, se possível, com uma perspetiva de investimento “sempre muito bem-vinda”.
Presidente da cidade norte-americana, Jeni Arndt, foi recebida esta sexta-feira nos Paços do Concelho
A presidente da cidade norte-americana de Fort Collins, Jeni Arndt, termina hoje uma visita de três dias a Vila Nova de Famalicão, onde está desde a passada quarta-feira para conhecer a experiência da cidade portuguesa nas áreas da sustentabilidade, participação social e economia circular.
A autarca norte-americana aproveitou a passagem pelo concelho famalicense para conhecer vários espaços da cidade - a Estação Rodoviária, recentemente requalificada, o Mercado Municipal, a Fundação Cupertino de Miranda, a Casa de Camilo, a Incubadora Famalicão Made IN instalada na Riopele e o CIEES - e trocar ideias e experiências sobre politicas públicas e ações comunitárias nas áreas da sustentabilidade e economia circular.
O périplo pela cidade famalicense passou esta sexta-feira de manhã pelos Paços do Concelho para uma visita guiada pelo edifício e para uma reunião de trabalho com o vice-presidente da autarquia, Ricardo Mendes.
No final do encontro, ambos os autarcas realçaram “a profícua relação de cooperação que une as duas cidades” há cinco anos, garantindo a continuidade e o fortalecimento dos laços de amizade entre Famalicão e Fort Collins.
Recorde-se que depois de dois anos de cooperação, através do Programa Internacional de Cooperação Urbana (IUC), da Comissão Europeia, o município de Vila Nova de Famalicão e a cidade norte-americana de Fort Collins decidiram prolongar e aprofundar a relação de parceria em outubro de 2020 com a assinatura de um memorando de entendimento.
Entre os passados dias 31 de março e 3 de abril, o escritor e historiador Daniel Bastos apresentou na Califórnia, o estado com maior diáspora de origem portuguesa nos Estados Unidos da América (EUA), a segunda edição do seu último livro “Comunidades, Emigração e Lusofonia”.
A segunda edição da obra, agora revista e aumentada, que reúne as crónicas que o historiador tem escrito nos últimos anos na imprensa de língua portuguesa no mundo, foi dada a conhecer em importantes centros da emigração portuguesa na Califórnia.
A primeira apresentação do livro ocorreu no dia 31 de março (sexta-feira), no Portuguese Athletic Club (PAC), em San José; e no dia 2 de abril (domingo), foi recebida na Casa dos Açores de Hilmar, no Vale de San Joaquin. O périplo de apresentações culminou no dia 3 de abril (segunda-feira), no Consulado Geral de Portugal em São Francisco, uma das mais cosmopolitas cidades dos Estado Unidos.
Sessão de apresentação no Portuguese Athletic Club (PAC) em San José
Sessão de apresentação na Casa dos Açores de Hilmar, no Vale de San Joaquin
As sessões de apresentação do livro, prefaciado pelo advogado e comentador Luís Marques Mendes, foram bastante dinâmicas e participadas pela comunidade portuguesa. Mormente emigrantes, lusodescendentes, empresários, dirigentes associativos, autoridades consulares e órgãos de informação da diáspora, contexto que contribuiu para que os exemplares disponibilizados tenham esgotado.
O historiador Daniel Bastos (esq.), acompanhado de Pedro Perestrelo Pinto (centro), Cônsul-Geral de Portugal em São Francisco, e do comendador Manuel Bettencourt, dirigente associativo da comunidade lusa na Califórnia, no decurso da sessão de apresentação no Consulado Geral de Portugal em São Francisco
Refira-se que a deslocação do historiador português aos Estados Unidos partiu de um convite endereçado por forças vivas das comunidades luso-americanas da Califórnia. Nomeadamente, do comendador Manuel Eduardo Vieira, o maior produtor mundial de batata-doce biológica; do comendador Batista Vieira, uma das figuras mais proeminentes da comunidade luso-americana; do comendador Manuel Bettencourt, um dos mais destacados dirigentes associativos da comunidade portuguesa na Costa Oeste; e do Museu Histórico de São José, um espaço museológico que homenageia e perpétua a herança cultural lusa na Califórnia.
Nesta última obra, o escritor revela o empreendedorismo, as contrariedades, a resiliência e a solidariedade das comunidades portuguesas, a riqueza do seu movimento associativo, e as enormes potencialidades culturais, económicas e políticas que as mesmas representam. Como é caso da Califórnia, onde residem mais de 300 mil luso-americanos, na sua maioria oriundos dos Açores, que trabalham por conta de outrem, na indústria. Embora, sejam muitos, os que trabalham nos serviços ou se destacam na área científica, no ensino, nas artes, nas profissões liberais, nas atividades políticas e em associações socioculturais, meios de comunicação social, clubes desportivos, fundações para a educação, bibliotecas, grupos de teatro, bandas filarmónicas, casas regionais, sociedades de beneficência e religiosas.
Professor e autor de vários livros que retratam a história da emigração portuguesa, Daniel Bastos é atualmente consultor do Museu das Migrações e das Comunidades, sediado em Fafe, e da rede museológica virtual das comunidades portuguesas, instituída pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.
Entre 31 de março e 3 de abril, o escritor e historiador português Daniel Bastos apresenta na Califórnia, o estado com maior diáspora de origem portuguesa nos Estados Unidos da América (EUA), a segunda edição do seu último livro “Comunidades, Emigração e Lusofonia”.
A segunda edição da obra, agora revista e aumentada, que reúne as crónicas que o historiador tem escrito nos últimos anos na imprensa de língua portuguesa no mundo, será dada a conhecer em importantes centros da emigração portuguesa na Califórnia.
A primeira apresentação do livro ocorre no dia 31 de março (sexta-feira), às 19h00, no Portuguese Athletic Club (PAC), em San José; e no dia 2 de abril (domingo), às 13h00, será recebida na Casa dos Açores de Hilmar, no Vale de San Joaquin. O périplo de apresentações culmina no dia 3 de abril (segunda-feira), às 17h00, no Consulado Geral de Portugal em São Francisco, uma das mais cosmopolitas cidades dos Estado Unidos.
As apresentações do livro, prefaciado pelo advogado e comentador Luís Marques Mendes, decorrem no âmbito de um convite endereçado ao historiador português por forças vivas das comunidades luso-americanas da Califórnia. Mormente, do comendador Manuel Eduardo Vieira, o maior produtor mundial de batata-doce biológica; do comendador Batista Vieira, uma das figuras mais proeminentes da comunidade luso-americana; do comendador Manuel Bettencourt, um dos mais destacados dirigentes associativos da comunidade portuguesa na Costa Oeste; e do Museu Histórico de São José, um espaço museológico que homenageia e perpétua a herança cultural lusa na Califórnia.
Refira-se que nesta última obra, o escritor revela o empreendedorismo, as contrariedades, a resiliência e a solidariedade das comunidades portuguesas, a riqueza do seu movimento associativo, e as enormes potencialidades culturais, económicas e políticas que as mesmas representam. Como é caso da Califórnia, onde residem mais de 300 mil luso-americanos, na sua maioria oriundos dos Açores, que trabalham por conta de outrem, na indústria. Embora, sejam muitos, os que trabalham nos serviços ou se destacam na área científica, no ensino, nas artes, nas profissões liberais, nas atividades políticas e em associações socioculturais, meios de comunicação social, clubes desportivos, fundações para a educação, bibliotecas, grupos de teatro, bandas filarmónicas, casas regionais, sociedades de beneficência e religiosas.
Professor e autor de vários livros que retratam a história da emigração portuguesa, Daniel Bastos é atualmente consultor do Museu das Migrações e das Comunidades, sediado em Fafe, e da rede museológica virtual das comunidades portuguesas, instituída pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.
A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, destaca-se hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico na principal potência mundial.
No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, destacam-se vários percursos de vida de compatriotas que alcançaram o sonho americano ("the American dream”).
Entre as várias trajetórias de portugueses que começaram do nada na América e ascenderam na escala social graças a capacidades extraordinárias de trabalho, mérito e resiliência, destaca-se o percurso de sucesso do empresário e dirigente associativo David Oliveira, umas das figuras mais proeminentes da comunidade luso-americana em Yonkers, a quarta maior cidade do estado de Nova Iorque.
Natural da freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias, concelho de Ourém, David Oliveira emigrou na década de 1980 para os Estados Unidos da América, na esperança de vir a construir um futuro melhor numa época em que Portugal vivia uma crise profunda, com níveis de inflação e de desemprego elevados. A chegada ao território americano, no início da idade adulta, adveio após passagem da fronteira com o México, tendo-se estabelecido na cidade de Yonkers, burgo do estado de Nova Iorque, onde encontraria trabalho como serralheiro no ramo das estruturas metálicas.
Atividade profissional, em que celeremente começou a trabalhar por conta própria, e cuja técnica, conhecimentos precisos e específicos o catapultou para um renomado empresário da metalurgia alicerçado na sua empresa de sucesso, a Westchester Metal Works Inc., fundada no alvorecer dos anos 90 e que hoje emprega cerca de meia centena de funcionários.
Entre as obras mais emblemáticas do self-made man luso-americano, muitas delas em Manhattan, o distrito mais conhecido e importante de Nova Iorque, encontram-se o restauro do carrossel de Coney Island, uma das incontornáveis atrações do Luna Park, na “Big Apple”, ou o restauro do Fulton Market.
O empresário e dirigente associativo luso-americano David Oliveira, com o Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, em 2018 no âmbito da Gala anual da PUSCC, no Harvard Club em Nova Iorque
Empresário e empreendedor com uma trajetória marcada pelo mérito e pela inovação, o sucesso que o emigrante oureense alcançou têm sido acompanhados de um apoio constante à comunidade luso-americana em Yonkers. Cidade onde tem sido no decurso dos últimos anos, um dos principais dinamizadores do Centro Comunitário Português, uma das mais ativas associações luso-americanas, conhecida pela sua escola portuguesa, bar, restaurante, sala de festas, rancho folclórico e clube de futebol, e que tem sido frequentemente distinguido pelo Conselho Municipal.
Nunca esquecendo as suas raízes, frequentemente visita o seu torrão natal, e ainda em 2019 no âmbito das cerimónias do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas no Estado de Nova Iorque, na qualidade de presidente do Clube de Yonkers, recebeu a delegação dos bombeiros de Ourém, na comemoração do 40.º aniversário da Fanfarra, aos EUA, o percurso de vida do empresário luso-americano David Oliveira recorda-nos a máxima do arquiteto Frank Lloyd Wright: “Eu sei o preço do sucesso - dedicação, trabalho duro, e uma incessante devoção às coisas que você quer ver acontecer”.
A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, destaca-se hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico na principal potência mundial.
No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, destacam-se vários percursos de vida de compatriotas que alcançaram o sonho americano ("the American dream”).
Entre as várias trajetórias de portugueses que começaram do nada nos EUA e ascenderam na escala social graças ao trabalho, ao mérito e ao empenho, destaca-se o exemplo inspirador de empreendedorismo e benemérito de John Guedes.
Natural de Vilas Boas, uma freguesia do concelho de Chaves, João Guedes emigrou para a América no alvorecer da década de 1960, com 10 anos de idade. Numa época em que o fardo da pobreza, da interioridade e a estreiteza de horizontes na região trasmontana durante o Estado Novo compeliu uma forte vaga migratória para o centro da Europa e para a América.
Detentor de um percurso educacional que computou nos anos 70 a formação académica em arquitetura no Norwalk State College, na cidade de Norwalk, no estado americano do Connecticut, John Guedes fundou no ocaso dessa década a Primrose Companies. Uma empresa de arquitetura e construção, sediada em Bridgeport, a cidade mais populosa do Connecticut, com cerca de meia centena de trabalhadores e especializada em projetos de construção de escritórios comerciais, multiresidenciais e médicos no Connecticut e em Nova Iorque.
Com mais de mais de 40 anos de experiência e sucesso no setor da construção e design, o arquiteto luso-americano tem mantido um constate apego à região trasmontana, torrão a quem devota um extraordinário sentimento benemérito. Na sua aldeia natal, onde regressa amiúde, entre outros exemplos notáveis de filantropia, pagou o terreno onde está o campo de futebol, financiou a abertura de um caminho e a construção de um parque de lazer, patrocina jornadas culturais e doou cem mil euros para a construção da sede da associação cultural local.
O espírito generoso de John Guedes tem-se estendido também, por exemplo, ao longo dos últimos anos, ao Patronato de São José, em Vilar de Nantes, uma instituição flaviense de solidariedade que acolhe crianças do sexo feminino. E à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vidago, a quem já apoiou com a compra de um monitor de sinais vitais para equipar uma ambulância, assim como de uma ambulância de emergência e de uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM).
Contexto que levou a corporação, que desenvolve a sua atividade em várias freguesias, a sul do concelho de Chaves, distrito de Vila Real, a atribuir ao arquiteto luso-americano na primeira década do séc. XXI a medalha de prata da Associação Humanitária.
Ilustre filho da terra transmontana, o exemplo de vida do arquiteto luso-americano John Guedes, lembra-nos o excerto do poema “Da minha aldeia” de Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa: “Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo.../ Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer/ Porque eu sou do tamanho do que vejo/E não do tamanho da minha altura...”.
O escritor e historiador Daniel Bastos, que ao longo dos últimos anos tem realizado vários trabalhos no domínio da História e Emigração, foi condecorado esta terça-feira pela Federação Americana de Luso-Descendentes, uma das mais relevantes instituições da comunidade portuguesa na Venezuela.
O historiador Daniel Bastos (centro.), acompanhado de Miguel Reis (esq.), Presidente da Câmara Municipal de Espinho, e Jany Moreira, Presidente da Federação Americana de Luso-Descendentes, no decurso da cerimónia de condecoração no Centro Social Luso-Venezuelano
No decurso da cerimónia, que se realizou no Centro Social Luso Venezolano, sediado no concelho de Santa Maria da Feira, no âmbito da celebração do dia da Independência da Venezuela, o Presidente da Federação Americana de Luso-Descendentes, Jany Moreira, condecorou Daniel Bastos com a Ordem Luís Vaz de Camões, no Grau Oficial Primeira Classe, pelo trabalho que tem desenvolvido em prol das comunidades portuguesas. Em particular, da comunidade portuguesa na Venezuela, por via do relevante apoio que a Fundação Nova Era Jean Pina, da qual o escritor e historiador é representante junto da diáspora, destinou à comunidade luso-venezuelana na última quadra natalícia.
Refira-se que nesta cerimónia foram igualmente condecorados os presidentes da Câmara Municipal de Espinho, e de Santa Maria da Feira, autarquias que têm cimentado relações de amizade e solidariedade com a comunidade portuguesa na Venezuela, que é constituída por uma parte importante de emigrantes naturais destes concelhos do distrito de Aveiro.
Historiador, escritor e professor, Daniel Bastos é atualmente consultor do Museu das Migrações e das Comunidades, sediado em Fafe, e da rede museológica virtual das comunidades portuguesas, instituída pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, que pretende criar uma plataforma entre diversos núcleos museológicos, arquivos e coleções respeitantes à história e à memória, à vida e às perspetivas de futuro dos portugueses que vivem e trabalham fora do seu país.
Entre as características mais distintas da diáspora, a enorme capacidade empreendedora e o seu forte espírito de solidariedade, são seguramente das que mais sobressaem no código genético das comunidades lusas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.
Ao longo das décadas têm sido inúmeras as campanhas solidárias, as iniciativas de apoio e os gestos de altruísmo protagonizados, a título individual ou coletivo, pelos portugueses no estrangeiro em prol de causas, valores e pessoas, muitas delas concidadãos que por vicissitudes da vida encontram na generosidade de muitos compatriotas uma bússola e um porto de abrigo.
Um desses exemplos de espírito solidário é o que no decurso dos últimos anos vários empresários portugueses da diáspora têm protagonizado ao nível da atribuição de bolsas de estudo a alunos lusodescendentes. Trata-se de uma ação benemérita que tem tido um papel essencial não só na promoção da cultura e língua portuguesa no mundo, como também na capacitação e valorização das comunidades portuguesas, e na dinamização da participação de jovens lusodescendentes no pulsar do movimento associativo.
Um dos exemplos paradigmáticos da dimensão e importância do apoio dos empresários da diáspora a alunos lusodescendentes é o que tem sido dinamizado desde a primeira década do séc. XXI pela Fundação António Amaral, em Palm Coast, cidade localizada no estado da Flórida, nos Estados Unidos da América.
O empresário luso-americano Tony Amaral, no decurso de uma cerimónia de entrega de bolsas de estudo pela Fundação António Amaral a jovens de origem portuguesa na Flórida
Radicado há mais de meio século na América, o empresário no sector da construção e imobiliário Tony Amaral, benemérito e fundador da comunidade portuguesa de Palm Coast, instituiu em 2006 a Fundação António Amaral com o objetivo central de atribuir bolsas de estudo a jovens de origem portuguesa na Flórida.
Há 16 anos consecutivos que a Fundação António Amaral, através do espírito empreendedor e solidário do emigrante natural de Ovar, entrega bolsas de estudo a alunos lusodescendentes na Flórida, tendo até ao momento, distribuído 223 bolsas, no montante superior a 355 mil dólares. Este ano, as candidaturas às bolsas de estudo da Fundação António Amaral encontram-se abertas até 20 de maio, sendo que as mesmas serão entregues aos respetivos contemplados durante uma pequena cerimónia a ter lugar em Palm Coast no dia 6 de Junho, no âmbito das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Também na América do Norte, mais concretamente no Canadá, onde vive uma das maiores comunidades lusas no continente americano, a Federação de Empresários e Profissionais Luso-Canadianos (FPCBP) vai realizar no termo do presente mês, no Pearson Convention Centre, em Brampton, região metropolitana de Toronto, uma cerimónia de entrega das Bolsas de Estudo e Prémios de Excelência Empresarial.
A iniciativa, que decorrerá durante o 39.º Jantar Anual de Gala da FPCBP, foi instituída há mais de quatro décadas e representa o programa mais antigo de bolsas de estudo da comunidade portuguesa no Canadá, tendo atribuído já mais de um milhão e meio de dólares para jovens luso-canadianos.
No ano passado, no âmbito do 40.º Aniversário da FPCBP, foram atribuídas 45 bolsas, o maior número até à data, graças à generosidade dos empresários luso-canadianos que financiam anualmente este programa que tem como principal objetivo incentivar os estudantes da comunidade a escolherem o caminho do ensino superior e motivá-los a serem futuros líderes, a nível global e comunitário.
Estes exemplos paradigmáticos da dimensão e importância do apoio dos empresários da diáspora a alunos lusodescendentes, e muitos outros que possam estar atualmente a ser dinamizados no seio das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, corroboram a visão hodierna expressa no trabalho académico de Catarina da Costa Tavares Silva, intitulado Empresários Portugueses na Diáspora - Tendências Recentes. Mormente, que os “empresários portugueses emigrados contribuem para a competitividade, modernização e inovação que é favorável para qualquer país, nomeadamente para Portugal”, constituindo-se “como um importante ativo estratégico a valorizar”.
A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, destaca-se hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico na principal potência mundial.
Comendador Baptista Sequeira Vieira
No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, destacam-se vários percursos de vida de compatriotas que alcançaram o sonho americano ("the American dream”).
Entre as várias trajetórias de portugueses que começaram do nada na América e ascenderam na escala social graças a capacidades extraordinárias de trabalho, mérito e resiliência, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso do comendador Batista Sequeira Vieira, uma das figuras mais proeminentes da comunidade luso-americana.
Natural dos Rosais, freguesia do Município de Velas, na Ilha de São Jorge, arquipélago dos Açores, Batista Sequeira Vieira emigrou em 1954, perto de completar 16 anos de idade, para San José, terceira cidade mais populosa do estado americano da Califórnia, na companhia do irmão mais velho, motivado pelas histórias de abundância e riqueza contadas pelo avô durante a sua meninice.
O fascínio pela América transmitido pelo avô, que chegou a ter uma pequena rede de sapatarias em Newman, na Califórnia, na região do Vale de San Joaquim, impulsionou o jovem emigrante açoriano a abalar do seio de uma família relativamente abastada de São Jorge em demanda do sonho americano.
A coragem e o "antes quebrar que torcer", manifestas no facto de ter começadoo seu percurso de autêntico self-made man em duras condições de vida e de trabalho numa leitaria, forjaram um homem que teve o vislumbre de nos anos 60, já depois do enlace com a sua companheira de vida, Dolores Machado, se ter lançado na construção civil, primeiro na pintura, a “Vieira Painting Company” e depois na construção e imobiliário alavancado pelo crescimento de Silicon Valley.
Empresário e empreendedor com uma trajetória marcada pelo mérito e pela inovação, premissas que estão desde o início na base do conglomerado de empresas que criou na Califórnia, o sucesso que o emigrante jorgense alcançou ao longo do último meio século no mundo dos negócios, têm sido acompanhados de um apoio constante à comunidade luso-americana.
Na década de 1970, comprou, em parceria, a primeira estação de rádio paraservir a comunidade portuguesa, e posteriormente adquiriu outra estação, com o propósito de servir a comunidade luso-americana do Vale de San Joaquim, realizando o sonho de introduzir na sua programação a língua portuguesa.Contemporaneamente, foi Presidente da Sociedade do Espírito Santo, da Luso-American Fraternal Federation, e desempenhou funções relevantes em várias instituições luso-americanas que sempre contaram com o seu generoso apoio, como é o caso, por exemplo, da Igreja Portuguesa de San José.
O seu profundo sentido de responsabilidade e de dever cívico foram distinguidos em 1985 pelo então presidente norte-americano, Ronald Reagan, assim como em 1989, pelo antigo Presidente da República, Mário Soares, que o agraciou com o grau de comendador da Ordem do Mérito. Na base da justíssima distinção da pátria de origem, estiveram os serviços meritórios, a ligação umbilical e a generosidade que ao longo dos anos tem devotado a várias instituições da sua terra natal, como por exemplo, a Casa de Repouso João Inácio de Sousa, que recebeu do empresário e filantropo luso-americano uma grande doação tanto a nível monetário como de equipamentos.
Com o seu nome associado a ruas e edifícios na Ilha de São Jorge, mais propriamente no povoado que o viu nascer, Rosais, onde no ano passado lhe foi prestada uma homenagem pública e descerrado um busto, o comendador Batista Sequeira Vieira, que foi distinguido em 2014 pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores com a atribuição da Insígnia Autonómica, inspira-nos a máxima do escritor e ensaísta francês Albert Camus: “A grandeza do homem consiste na sua decisão de ser mais forte que a condição humana”.
Um dos mais importantes escritores modernistas norte-americanos, John Dos Passos (1896-1970), nunca escondeu ao longo da sua renomada carreira literária o carinho e orgulho pelas suas raízes familiares madeirenses.
As origens lusas do autor de Manhattan Transfer e U.S.A. Trilogy, livros marcantes da América da primeira metade do século XX, descendem de Manuel Joaquim dos Passos, avô paterno do afamado escritor, natural da vila madeirense de Ponta do Sol, onde nasceu em 1816.
Manuel Joaquim dos Passos emigrou aos 14 anos de idade para os Estados Unidos da América (EUA), tendo-se radicado em Filadélfia, cidade da Pensilvânia, onde contraiu matrimónio com a americana Ann Cattel. Dessa união nasceram vários filhos, entre eles, um prestigiado advogado, John Randolph dos Passos (1844-1917), pai do escritor americano de origem portuguesa que em 1936, no auge da fama, chegou a ser capa da revista Time.
Amigo de Ernest Hemingway e de outros grandes nomes da literatura mundial, Jonh Dos Passos, que acompanhou as tropas americanas durante a Primeira Guerra Mundial como condutor de ambulâncias, e trabalhou como correspondente durante a Segunda Guerra Mundial, visitou a ilha da Madeira em três ocasiões.
A primeira, ainda em criança, no ano de 1905, acompanhado pelo seu pai, como o mesmo refere na introdução do seu livro The Portugal Story: “Embora eu fosse educado sem qualquer conhecimento da língua portuguesa, a minha família não perdera por completo o contacto com os parentes do meu avô, na Madeira. O meu pai, embora falasse apenas um pouco de francês, além do inglês, nunca se esqueceu de que era meio português. Tinha oito anos quando ele me levou ao Funchal. Lembro-me das visitas de um primo idoso que me dava, no jardim do velho Reid's Hotel, uma lição diária de latim”.
A segunda visita de John dos Passos à Madeira ocorreu em 1921, onde em trânsito a caminho de Lisboa, passeou pelo Funchal relembrando as raízes humildes do seu avó paterno que fora sapateiro no torrão natal. Mais tarde, em 1960, voltou a visitar a pérola do Atlântico, desta feita, acompanhado pela mulher, Elizabeth Hamlin Dos Passos, e a filha Lucy dos Passos Coggin, onde foram recebidos pelos familiares e autoridades locais.
No então discurso que realizou em agradecimento à homenagem que recebeu na Ponta do Sol, no decurso dessa terceira e última visita à região arquipelágica, John dos Passos exporia: “Desculpem eu não falar a língua dos meus avós. Como sabem o meu avô deixou a Ponta do Sol há muito mais de cem anos. É deveras enternecedor para mim ser recebido com tão grandeza gentileza e consideração. [...]. Mais tarde o meu pai tornou-se cada vez mais interessado a respeito da Madeira e das suas raízes portuguesas. Quando eu tinha oito anos trouxe-me, por algumas semanas ao Funchal. Assim quando aqui cheguei há dias reconheci os rochedos cor púrpura, o mar azul, os mergulhadores e as pequenas lagartixas que correm através dos jardins do Reid’s Hotel. Recordo amável hospitalidade de amigos e parentes da Madeira.”
A ligação estreita de John Dos Passos com a terra do avô paterno é desde o alvorecer do séc. XXI, preservada e dinamizada pelo Centro Cultural John dos Passos, fundado em homenagem ao escritor americano com raízes lusas e localizado no centro da vila da Ponta do Sol.
Atualmente, a instituição que acolhe exposições temporárias, seminários e conferências, com destaque particular para o simpósio anual dedicado a John dos Passos, possui uma sala de exposição permanente dedicada ao escritor, dois espaços museológicos, uma biblioteca, que apresenta a extensa obra do autor, e um auditório onde se desenvolvem as mais variadas atividades culturais como a música, a dança e o teatro.
A ligação do escritor norte-americano à terra de origem dos seus antepassados está ainda simbolicamente inscrita desde 2016 no nome de um dos aviões da TAP, companhia área portuguesa que atravessa o Atlântico para os EUA. Época em que Secretaria Regional de Turismo e Cultura da Madeira assumiu a responsabilidade do Prémio John Dos Passos, instituído com a finalidade de
homenagear o escritor homónimo e difundir a sua obra, rememorar as suas ancestrais ligações à Região e, simultaneamente incentivar a produção literária e a investigação histórico-literária.