Estamos perante uma complexa e exaustiva obra de investigação, no âmbito das mobilidades, na região do Alto Minho. É parte de um trabalho de investigação que o autor apresentou, em primeira mão, como dissertação de doutoramento na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, acerca de vinte anos. Mas não parou aí o estudo e reflexão com a defesa da tese. O Prof. Doutor Henrique Rodrigues tomou a temática das mobilidades nas suas mais diversas variáveis para provocar novas reflexões nos seus alunos, enquanto docente do ensino superior, bem como nas múltiplas comunicações em congressos e seminários, no país e no estrangeiro, junto dos seus pares. Agora compilou vários estudos, em dois volumes. o que representa, de facto, um tempo longo de reflexão e de escrita aprimorada.
Depois de uma vida dedicada à investigação, o autor deparou-se com um conjunto deveras significativo de trabalhos científicos, na área das mobilidades, que andavam dispersos e que careciam de ser agregados porque eles constituem um todo e obedecem a uma única lógica. São dezenas de textos divulgados em obras coletivas ou espalhados por centros de investigação, com destaque para os divulgados em Espanha e Brasil, em capítulos de livros ou atas de reuniões em que participou, bem como em revistas com arbitragem científica.
O autor circunscreveu o estudo da emigração para o Brasil à região do Alto Minho e ao período dos séculos XIX e inícios do XX. O seu olhar e atenção voltaram-se para a fonte primordial do arquivo do ex-Governo Civil de Viana do Castelo onde se encontra a abundante documentação que mais e melhor informação lhe poderia fornecer – os passaportes de emigração para o Brasil das gentes do Alto Minho e de cidadãos oriundos da Galiza, que daqui partiram para as Américas. Acresce, ainda, que grande parte desses documentos oficiais são acompanhados de cartas desses emigrantes, que foram usadas para fins de aquisição de licença de viagem, e que o seu uso transformou em documentos “oficias”, sendo integradas no corpo dos processos para requisição de passaporte. Além disso, o Prof. Doutor Henrique Rodrigues deitou mão do seu rico e variado arquivo particular, onde reúne mais de um milhar de documentos da emigração e outros arquivos familiares de gente de sucesso no Brasil.
Diria, antes de mais, que este conjunto documental de arquivo lhe forneceu um manancial de informação, quase inesgotável, que o autor, com mestria, soube explorar e expor de uma forma exemplar e exímia nas suas exposições orais e nos múltiplos escritos que foi deixando em publicações de especialidade. Uma primeira nota, que logo ressalta do tomo n.º 1, é a meticulosa recolha dos dados e a rara forma como o Doutor Henrique os trabalhou – através da análise das mais diversas variáveis – retirando deles as mais impensáveis conclusões que caracterizam uma época e uma região, fazendo cair por terra muitos mitos existentes sobre os nossos emigrantes de oitocentos. Daí a originalidade e riqueza de informação que aqui se colhe e que fica à disposição de ulteriores desenvolvimentos na área das mobilidades. O número de casos registados conta-se na ordem de dezenas de milhares, como se pode ver pela análise do tomo sobre perfis de emigrantes.
Quando falamos da emigração do séc. XIX, nesta região em concreto, estamos a referir-nos a motivos essencialmente económicos que levaram grupos de pessoas a deixar o país e a procurar o Brasil em busca de empregos e melhores condições de vida. Trata-se de um fenómeno complexo que, nesta região do Alto Minho e neste período em análise, envolveu um fluxo migratório significativo, como podemos constatar pelos dados apurados e apresentados através das mais variadas formas.
Que é que atraía os nossos emigrantes a procurar o Brasil? Que desejavam fazer num país tão longe que, em princípio, levava à separação e até desagregação da família, e a despesas que levavam normalmente ao endividamento familiar? A resposta a estas e a muitas outras questões passa muito pela análise epistolográfica onde mais se evidenciam as razões que levaram aos fluxos migratórios que o Doutor Henrique sabiamente explora e apresenta.
Este estudo permitiu-lhe traçar um quadro bem elucidativo do que foi, de facto, a emigração para as Terras de Vera Cruz, averiguando as causas e as consequências que, nem sempre, foram as mais felizes. A partida para o Brasil era quase uma miragem, era a ideia de um “El Dorado”, ideia essa alimentada pela fantasia de um enriquecimento fácil e uma vida opulenta para todo o agregado familiar. Era, muitas vezes, o espírito de aventura que norteava a partida para o desconhecido, um pouco ao sabor dos navegadores de outrora que deram “novos mundos ao mundo”.
É um facto que os nossos emigrantes se dedicaram mais a atividades urbanas, principalmente o comércio e serviços, porque a experiência que levavam era a da agricultura de subsistência que não os retirava da pobreza em que viviam e o sonho que os levava apontava por outros voos mais altos. O Brasil surgia, então, como a possibilidade de um enriquecimento fácil e uma possibilidade de ascensão na vida social da sua terra de origem. A sua miragem era poder voltar à terra com uma aura de sucesso que os alcandorasse no seu meio social e os tornasse invejáveis aos olhares dos seus concidadãos.
Na verdade, aqui é feita uma avaliação aos refluxos e reembarques, às travessias da primeira viagem, por concelhos e índices de instrução. O número de reembarques atinge a maior dinâmica no último quartel do século XIX, o que significa que foi bem-sucedida a partida para o Brasil. Por outro lado, relacionando o reembarque com a alfabetização, o autor verifica uma melhoria substancial nos índices de alfabetização, o que significa, também, uma melhor posição laboral conseguida.
O primeiro tomo, agora em análise, com mais de 500 páginas, está estruturado em quatro grandes partes que, por sua vez, foram subdivididas em onze capítulos: Mobilidades epistolares, saudade e solidariedade (escritas populares da emigração; a saudade na epistolografia e quadros da emigração); Mobilidades demográficas (mobilidade da juventude e correspondências; mobilidades rurais e urbanas; geografia do emigrante do noroeste de Portugal; mobilidades de pequena e média distância); Mobilidades de quadros familiares precários (emigração de órfãos; mobilidade de filhos ilegítimos no século XIX; sobrevivência de expostos); Mobilidades de galegos (galegos para as américa no século XIX).
No primeiro capítulo, e através de um tratamento minucioso e exaustivo, emergem as fontes utilizadas. O autor dá uma particular atenção às cartas de emigração, aos ritmos de correspondência, aos papéis femininos, às preocupações com a viagem da família, às imagens de alfabetização e ao enxoval que a família levava e, até, a determinados pormenores que passavam pelos conselhos dados à esposa na forma como se devia vestir e comportar durante a viagem.
No campo das mobilidades demográficas apresenta-nos a geografia do noroeste de Portugal, com pormenores: proveniência e destino dos lavradores e agricultores, dos estudantes e caixeiros, dos pedreiros e trabalhadores de calçado, carpinteiros, alfaiates e chapeleiros, entre outros. Mas não são só os rurais que emigram. Para além das mobilidades rurais e quadros profissionais das aldeias, o investigador preocupa-se em apresentar também um quadro completo das mobilidades urbanas através dos embarques e reembarques, quadros profissionais dos burgos, destinos à primeira travessia e destino dos reembarcados.
Dentro das mobilidades individuais, o Historiador dedica um capítulo à mobilidades de quadros familiares precários: os órfãos, os filhos ilegítimos e os expostos. Numa análise mais fina, apresenta os índices de orfandade, de ilegítimos e expostos, origem, destinos, níveis de literacia, identificação dos progenitores, quadros profissionais e instrução, distribuição por locais de naturalidade, sobreviventes e trajetórias. Enfim, traça um quadro minucioso esgotando a análise das fontes consultadas.
Finalmente, temos o capítulo dedicado à mobilidade de galegos que, de Portugal, demandaram as Américas. Na linha metodológica que traçou apresenta, antes de mais, as fontes utlizadas. E depois, os passos que sistematicamente explorou: áreas de naturalidade, distribuição, por municípios, das províncias de A Coruña e Pontevedra, áreas de residência e áreas de destino.
Esta obra teve como mecenas, a CCAMN (Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Noroeste), tendo dado um contributo financeiro assinalável, sem o qual a edição não teria visto a luz do dia. Também houve apoio financeiro concedido pelas câmaras de Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Valença, Monção, Melgaço e pela FCAN (Fundação Caixa Agrícola Noroeste). Ainda apoiaram esta edição a CIM Alto Minho (Comunidade Intermunicipal do Alto Minho) e a APHVIN/GEHVID (Associação Portuguesa de História da Vinha e do Vinho).
Bem-haja ao autor e aos patrocinadores, pelo papel em prol da cultura da nossa região e por terem dado espaço ao cidadão anónimo que emigrou no século XIX.
Ernesto Português
Dezembro de 2024
Nota biobibliográfica do Prof. Doutor Henrique Rodrigues
Henrique Fernandes Rodrigues formou-se na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo obtido os graus de Bacharelato. Licenciatura, Mestrado e Doutoramento em História Moderna e Contemporânea, com Louvor e Distinção por unanimidade do júri. É investigador do CETRAD/UTAD e docente aposentado do Ensino Superior.
Participou em mais de cento e sessenta eventos científicos nacionais e internacionais com comunicação. É autor de mais de duzentos títulos dados a lume no Brasil, Chile, Espanha, Ilhas Baleares, França, Portugal (Portugal Continental, Madeira e Açores). Organizou eventos científicos sobre a problemática das Mobilidades, Escritas, Alfabetização e da Guerra e fez parte de várias comissões científicas de congressos nacionais e internacionais. Foi Fundador e Coordenado Científico da Revista Estudos Regionais, 2.ª série (n.º 1 a 4). É membro de várias associações e de centros de investigação, de que se destaca a APHVIN/GEHVID (Associação Portuguesa de História da Vinha e do Vinho), CER (Centro de Estudos Regionais), ADEH (Associação de Demografia Histórica Ibérica) e do CETRAD.
Foi colaborador da Universidade Portucalense-Infante D. Henrique, instituição onde arguiu e orientou várias dissertações de doutoramento, e da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), com o mesmo perfil de ação. Orientou cerca de três dezenas de dissertações de mestrado no ensino superior e arguiu várias dezenas.
Tem colaborado com o CEHA (Centro de Estudos de História do Atlântico), onde foi co-organizador de vários eventos científicos internacionais sobre Escritas do Eu, Escritas de Si e Mobilidades. Foi membro efetivo do CEPESE do Porto e colaborou com outros centros de investigação estrangeiros, com destaque para o Brasil, Espanha, Chile e França.
Publicou em várias revistas internacionais e nacionais. Das publicações sobre Mobilidades, destacam-se os trabalhos dados à pública forma no Funchal, Ponta Delgada, Maia, Minas Gerais Rio de Janeiro, São Paulo, Porto, Santiago de Compostela, Valência, Córdova, Múrcia, Vigo, Braga, Guimarães, Barcelos, Bragança, Coimbra, Évora, Lisboa, Paris, Régua, Viana do Castelo e várias academias e centros de investigação, de que se apresentam alguns textos vindos a lume: Imagens de emigração oitocentista na correspondência enviada do Brasil; Escritas de Emigrantes, uma abordagem à correspondência oitocentista; Escrita popular e imagens da emigração portuguesa; Uma abordagem às cartas enviadas do Brasil; “Viagens e Turismo” no século XIX, abordagem às imagens dos emigrantes da região da região do vinho verde a partir da escrita popular; A viagem, o sagrado e o profano na correspondência do século XIX; Arquivar a própria vida, documentos da Casa Malafaia de Viana; As Margens da Palavra, Cartas, Vozes e Silêncios Femininos, Solidariedade, apoios e gestos caritativos no contexto da emigração oitocentista; Correntes de afeto em tempo de guerra e Correspondências da Guerra Colonial.
Tem centrado a investigação na área da epistolografia dos “Sem História”, recorrendo às escritas populares, analisando os afetos da juventude através das correspondências; Cartas e aerogramas da guerra colonial; Escritas breves da Primeira Guerra Mundial; Epístolas da emigração Lusa; Cartas da diáspora vianense oitocentista; Escritas privadas e familiares; Correspondência recebida por um “brasileiro”; Memórias da Emigração, correspondências oitocentistas; Escritas da mobilidade; Escritas de si e correspondências da emigração, além de outras áreas de investigação, onde se cruzam os saberes da História, Linguística, Antropologia e Sociologia.
Tem em curso a preparação do quarto tomo sobre mobilidades da epistolografia. É investigador registado na Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
A obra é uma edição conjunta da APHVIN/GEHVID (Associação Portuguesa de História da Vinha e do Vinho) e da FCAN (Fundação Caixa Agrícola do Noroeste), patrocinada pela Caixa de Crédito Agrícola Noroeste e apoiada por municípios do Vale do Minho e CIM Alto Minho, obra constituída por dois tomos sobre Mobilidades e Emigrantes do Vale do Minho e Galiza.
A apresentação pública está a cargo do Historiador Doutor Ernesto Português e vai ter lugar hoje, dia 30 de Novembro, nas instalações da Caixa de Crédito Agrícola de Paredes de Coura.
A obra é uma edição conjunta da APHVIN/GEHVID (Associação Portuguesa de História da Vinha e do Vinho) e da FCAN (Fundação Caixa Agrícola do Noroeste), patrocinada pela Caixa de Crédito Agrícola Noroeste e apoiada por municípios do Vale do Minho e CIM Alto Minho, obra constituída por dois tomos sobre Mobilidades e Emigrantes do Vale do Minho e Galiza.
A apresentação pública está a cargo do Historiador Doutor Ernesto Português e vai ter lugar no próximo dia 30 de Novembro, nas instalações da Caixa de Crédito Agrícola de Paredes de Coura.
A obra é uma edição conjunta da APHVIN/GEHVID (Associação Portuguesa de História da Vinha e do Vinho) e da FCAN (Fundação Caixa Agrícola do Noroeste), patrocinada pela Caixa de Crédito Agrícola Noroeste e apoiada por municípios do Vale do Minho e CIM Alto Minho, obra constituída por dois tomos sobre Mobilidades e Emigrantes do Vale do Minho e Galiza.
A apresentação pública está a cargo do Historiador Doutor Ernesto Português e vai ter lugar no próximo dia 30 de Novembro, nas instalações da Caixa de Crédito Agrícola de Paredes de Coura.
O historiador da diáspora Daniel Bastos, proferiu hoje na livraria Unicepe, um espaço cultural de referência na cidade do Porto, uma conferência dedicada a "Gérald Bloncourt: o fotógrafo da emigração portuguesa", em homenagem ao “franco-atirador" dos bidonvilles e da emigração portuguesa “a salto” nos anos 60 e 70.
O historiador da diáspora Daniel Bastos (ao centro), no decurso da conferência de homenagem a Gérald Bloncourt (1926-2018) no Porto
A conferência de homenagem, assinalou os seis anos do falecimento de uma personalidade ímpar que durante mais de duas décadas escreveu com luz a vida dos portugueses em França e em Portugal. Centrada na abordagem do trabalho e percurso de vida do fotógrafo que imortalizou a epopeia da emigração e a génese da democracia portuguesa, a sessão intimista e acolhedora, inclui ainda a reapresentação do livro “O olhar de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores”.
Uma obra concebida e realizada por Daniel Bastos em 2015, que contou com prefácio de Eduardo Lourenço e tradução de Paulo Teixeira, onde é retratado através do espólio de Gérald Bloncourt, a vida dos emigrantes portugueses nos bairros de lata nos arredores de Paris, conhecidos como bidonvilles, que já integraram várias exposições em Portugal e França, e que fazem parte do arquivo da Cité nationale de l’histoire de l’immigration em Paris, e do Museu das Migrações e das Comunidades, em Fafe. Assim como, a primeira viagem a Portugal na década de 1960, onde retratou o quotidiano das cidades de Lisboa, Porto e Chaves; a viagem a “salto” que fez com emigrantes portugueses além Pirenéus; e as comemorações do 1.º de Maio de 1974 em Lisboa, que permanecem como a maior manifestação popular da história portuguesa.
No decurso da conferência de homenagem, o historiador da diáspora afirmou que “o trabalho fotográfico de Bloncourt constitui um valioso repositório do último meio século nacional, que resgata das penumbras do esquecimento os protagonistas anónimos da história nacional que lutaram aquém e além-fronteiras pelo direito a uma vida melhor e à liberdade”.
O Salão Nobre do Teatro Cinema acolhe, no dia 29 de outubro, às 18h00, a conferência "Gérald Bloncourt: o fotógrafo da emigração portuguesa", proferida pelo historiador da diáspora, Daniel Bastos, autor de obras de referência sobre o trabalho fotográfico de Bloncourt sobre a emigração e a génese da democracia portuguesa.
Neste mesmo dia, assinalam-se seis anos do falecimento do saudoso fotógrafo franco-haitiano com um forte vínculo cultural a Fafe, tendo sido um dos grandes nomes da fotografia humanista, cujas imagens que imortalizam a história da emigração portuguesa para França, representando um contributo fundamental para uma melhor compreensão e representação do nosso passado recente.
Um dos mais importantes pilares da proteção civil em Portugal, os Bombeiros desempenham um serviço fundamental em ações de socorro decorrentes de acidentes rodoviários, combate a incêndios, desastres naturais e industriais, emergência pré-hospitalar e transporte de doentes, assim como abastecimento de água às populações, socorros a náufragos, e inúmeras ações de prevenção e sensibilização junto das populações.
Ainda em meados do mês passado, numa fase crítica em que Portugal enfrentou dezenas de incêndios, em particular no Norte e Centro do país, ficou patente a coragem e a importância dos Bombeiros. Sendo que inclusive quatro “soldados da paz” tombaram em serviço da defesa e proteção das populações, o saudoso herói João Manuel dos Santos Silva, de 60 anos, durante o combate às chamas na freguesia de Pinheiro da Bemposta, no concelho de Oliveira de Azeméis, vítima de um problema cardíaco. E os saudosos e valentes Paulo Jorge Santos, Susana Cristina Carvalho e Sónia Cláudia Melo, quando o carro em que seguiam estes bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha, foi apanhado pelas chamas no combate ao incêndio que lavrou no concelho de Tábua.
Exemplos de genuíno serviço de cidadania, às vezes sem o devido reconhecimento dos poderes políticos, as corporações de bombeiros em Portugal debatem-se constantemente com grandes dificuldades, resultantes da falta de meios financeiros, que em muitos casos entravam inclusive a prestação de serviços essenciais às populações.
Ao longo dos últimos anos, muitas destas dificuldades e entraves, agravados pelos contextos de debilidades económicas, têm sido mitigados e ultrapassados graças à generosidade de vários emigrantes portugueses, que um pouco por todo o território nacional são um apoio vital para o funcionamento de corporações e para a prossecução de relevantes serviços prestados pelos bombeiros às populações.
Um desses exemplos paradigmáticos encontra-se plasmado na dinâmica solidária da Associação Amigos do Vale USA, um grupo de emigrantes oriundos da freguesia do Vale, em Arcos de Valdevez, um concelho do Alto Minho fortemente marcado pelo fenómeno migratório como revelam as suas numerosas comunidades estabelecidas em França, Andorra, Venezuela, Canadá e Estados Unidos da América (EUA).
No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, a Associação Amigos do Vale USA, assente no reiterado orgulho que os seus associados nutrem pelas suas raízes, tem ao longo dos últimos anos vindo a assumir-se como uma genuína “família” da diáspora arcuense nos Estados Unidos.
Com uma profunda dimensão de solidariedade e humanitarismo, os membros da associação luso-americana, naturais da vila raiana encravada no Vale do Vez, organizaram no início deste ano uma recolha de fundos a favor da Associação Humanitária dos Bombeiros da sua terra-mãe. Uma centenária corporação, fundada no ocaso do séc. XIX, que se constitui como uma peça estruturante no serviço prestado à população do concelho de Arcos de Valdevez, um dos quatro municípios que integram o Vale do Lima.
A angariação solidária decorreu em Newark, a cidade mais populosa do estado de Nova Jérsia, nos Estados Unidos, onde reside uma das maiores e mais conhecidas comunidades portuguesas nos EUA. Mais de quatro centenas de emigrantes e luso-americanos, muitos deles com raízes arcuenses, marcaram presença num almoço solidário, no salão nobre do centenário Sport Club Português (SCP), uma vitrina da portugalidade na América, que contou com a presença de uma delegação da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez.
Além do almoço solidário que angariou 70 mil dólares, verba que permitiu à corporação humanitária arcuense adquirir uma ambulância de socorro pré-hospitalar, completamente nova, os representantes dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez estiveram através do vereador lusodescendente Michael Silva, numa cerimónia de homenagem na Câmara Municipal de Newark.
Nesta cerimónia de homenagem, que incluiu ainda uma visita às instalações dos Bombeiros de Newark nº 14, estiveram igualmente presentes Fernando Grilo e Joe Barros, presidente e vice-presidente da União de Clubes Luso-Americanos de New Jersey, Jack Costa, presidente da Assembleia Geral do Sport Club Português e dos Amigos do Vale USA, António Cardoso, diretor do Rancho Folclórico ‘Sonhos de Portugal’, de Kearny, e Emanuel Barros, presidente da Casa dos Arcos.
A ambulância de socorro pré-hospitalar ofertada pela comunidade emigrante dos EUA à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, foi oficialmente entregue e benzida no passado mês de agosto, o mês eleito por muitos emigrantes para regressarem às suas terras, e contou com a presença de membros da Associação Amigos do Vale USA, que tinham já no passado recente auxiliado nas obras da igreja local.
Como enalteceu no decurso da cerimónia oficial de entrega e bênção da viatura, no quartel da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, o representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Cruz, são as comunidades “que acabam por minimizar os danos de subfinanciamento das corporações de bombeiros, quer ao nível autárquico, quer a nível nacional. São os cidadãos, uns mais perto, outros mais longe, que se lançam na ajuda dos bombeiros”.
Um dos mais consagrados artistas plásticos portugueses da atualidade, Orlando Pompeu nasceu a 24 de maio de 1956, na freguesia de Cepães, no concelho minhoto de Fafe. Estudou desenho, pintura e escultura em Barcelona, Porto e Paris, e nos anos 90 progrediu no seu percurso artístico ao ir trabalhar para os Estados Unidos da América, onde expôs na Galeria Eight Four, em Nova Iorque, e depois, Japão, tendo exposto na TIAS – Tokio International Art Show e na Galeria Garou Monogatari em Tóquio.
Detentor de uma carreira de quase quarenta anos, bem como um currículo nacional e internacional ímpar, a sua obra consta de variadas coleções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Suíça, Inglaterra, Alemanha, Croácia, Austrália, Brasil, México, Dubai, Canadá, Itália, EUA e Japão.
Dentro do estilo pictórico singular, heterogéneo, criativo e contemporâneo que perpassam as diversas fases e dimensões temáticas da obra do artista plástico, encontram-se várias representações alusivas à emigração portuguesa.
Em 1989, o artista concebeu uma obra hiper-realista, acrílico sobre tela 130 x100, atualmente na posse de um colecionador particular, intitulada “Portugueses, Emigrantes e Heróis”, que constitui uma grandiosa alegoria da emigração lusa para França nas décadas de 1960-70. Nesse quadro de grandes dimensões, Orlando Pompeu, pinta numa estação de comboios, uma família carregada de malas e de sonhos na demanda de melhores condições de vida, impulso maior que levou mais de um milhão de portugueses a emigrar “a salto” para o território gaulês nesse período.
Orlando Pompeu, “Portugueses, Emigrantes e Heróis”. 130 x 100 - acrílico s/ tela. Col. Particular
Uma emigração, nas palavras de Eduardo Lourenço, «de sangue, suor e lágrimas, mas que, ao fim e ao cabo, foi uma emigração com sentido e que deu sentido a tantas gerações, a tantas vidas e a tantos portugueses». Que até aos dias de hoje, representam uma das principais comunidades estrangeiras presentes no território gaulês, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa, rondando um milhão de pessoas, e desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da França.
Já em 2018, no âmbito do programa das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas no Canadá, nação que alberga uma das mais dinâmicas comunidades lusas na América do Norte, a Peach Gallery, uma das mais vibrantes galerias de arte em Toronto, deu a conhecer à numerosa comunidade luso-canadiana uma exposição composta por 40 aguarelas sobre papel do reputado pintor.
Uma exposição cujas aguarelas foram pintadas com várias representações de símbolos identitários dacultura portuguesa, como a bandeira nacional e a guitarra, que muito contribuem para a construção e reforço da portugalidade. Assim como, com diversos elementos canadianos, como por exemplo, a CN Tower, um símbolo de Toronto, capital da província do Ontário e maior cidade do Canadá, onde vive a maioria dos mais de 500 mil portugueses e lusodescendentes presentes neste território da América do Norte.
Em agosto de 2022, no âmbito da Festa do Emigrante promovida pelo Município de Fafe,uma iniciativa que congregou um conjunto diversificado de acontecimentos de cariz cultural, social e identitário que pretendeu homenagear os emigrantes locais, o artista plástico inaugurou uma exposição composta pelos desenhos concebidos propositadamente para a ilustração do livro “Crónicas – Comunidades, Emigração e Lusofonia”.
Os desenhos, que arrebataram no Salão Nobre do Teatro Cinema de Fafe, antigos e atuais emigrantes no Brasil, Canadá, França, Inglaterra e Suíça, na esteira da missão primordial do livro assinado pelo escritor e historiador da Diáspora, Daniel Bastos, dignificam, reconhecem e valorizam as sucessivas gerações de compatriotas que saíram de Portugal.
Refira-se ainda, que desde 2023, o Museu Histórico de São José, com uma forte componente dedicada à emigração portuguesa para a Califórnia, terceiro maior estado dos Estados Unidos, onde vive e trabalha a maior comunidade luso-americana do país, constituída por mais de 300 mil pessoas, possui no seu acervo uma aguarela do artista plástico alusiva aos fortes laços que unem as duas nações é a presença da diáspora.
Na esteira de grandes mestres da pintura portuguesa, que também verteram nos seus trabalhos representações da emigração portuguesa, como por exemplo, Domingos Rebelo, com o quadro “Os Emigrantes” (1929), ou Almada Negreiros, com o tríptico “A partida dos emigrantes” (1947-49). Orlando Pompeu sublima assim a máxima de Orhan Pamuk, escritor e professor turco vencedor do prémio Nobel de Literatura de 2006: “A pintura ensinou a literatura a descrever”. Neste caso traçando com a mestria dos pincéis e tintas uma constante estrutural da história portuguesa.
O mês de setembro está ao virar da esquina e a rotina do trabalho já bate à porta. Após um reconfortante e merecido período de férias, com familiares e amigos, é tempo dos nossos queridos emigrantes regressarem ao seu país de acolhimento.
Apesar da mobilidade e comunicação estarem mais facilitadas, permitindo viagens à terra natal durante o ano e contactos permanentes com os familiares, a despedida é sempre um momento de angústia e tristeza para quem vai e para quem fica.
Nesta hora, quero desejar-vosuma boa viagem, feita com tranquilidade e segurança, e um regresso ao trabalho em total normalidade. Que o novo ciclo corresponda, por inteiro, à concretização dos vossos desejos, aspirações e projetos.
Ao longo do mês, tive a oportunidade de falar com vários casais e empresários com vontade de regressarem a Monção. Foram conversas enriquecedoras e agradáveis, onde senti que consideram Monção um concelho com futuro para eles e para os seus filhos. Fiquei agradado e, por vezes, emocionado.
Reafirmo a minha total confiança no progresso da nossa terra e nos projetos em desenvolvimento no concelho. Porque todos amamos Monção, independentemente do local onde estejamos, deixo um convite para acompanharem a atividade regular do Município de Monção, através das plataformas digitais disponíveis. O futuro somos todos.
O nosso objetivo é fazer de Monção um concelho com potencial para a população viver com dignidade e os empresários investirem com segurança. Um concelho solidário e inclusivo, onde pugnamos, diariamente, pelo reforço da qualidade de vida de todos os monçanenses.
No próximo dia 16 de agosto, às 21h30, a Praça da República em Ponte da Barca será palco do Festival da Diáspora, uma iniciativa do município destinada a homenagear a comunidade emigrante barquense. O evento visa fortalecer os laços entre os emigrantes e a comunidade local, celebrando o reencontro com familiares, amigos e as raízes culturais.
A celebração contará com a participação de diversos grupos folclóricos que representam as tradições portuguesas além-fronteiras. Entre os grupos presentes estão o Arcop de Nanterre, o Grupo Etnográfico do Povo da Nóbrega em Créteil, o Flor do Lima de Villiers le Bel, as Estrelas de Versailles France, o Rancho Flores do Norte de Ballancourt e as Estrelas Douradas de Versailles. Estes grupos, formados por emigrantes barquenses e portugueses de diferentes localidades da França, trarão à Praça da República a riqueza do folclore, unindo ritmos e tradições que têm sido preservados e divulgados pelos nossos conterrâneos no estrangeiro.
O Festival da Diáspora surge num momento especial do ano, quando muitos emigrantes retornam à sua terra natal para passar férias e rever os seus entes queridos. Esta iniciativa da Câmara Municipal de Ponte da Barca é uma forma de expressar o orgulho que sente pelos seus emigrantes, que, através do seu trabalho e dedicação nos países de acolhimento, elevam diariamente o nome de Ponte da Barca.
“É com muita alegria que os vemos regressar a Ponte da Barca para umas merecidas férias, para o reencontro com os seus familiares e amigos e para encher de vida, movimento e alegria as nossas aldeias e o nosso concelho”, destacou o Presidente da Câmara.
O Festival da Diáspora promete ser uma noite de grande emoção e partilha, onde as tradições e a identidade barquense serão celebradas em toda a sua plenitude.
Na passada sexta-feira (9 de agosto), foi apresentado em Fafe o livro “Memórias da Ditadura – Sociedade, Emigração e Resistência”.
A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos a partir do espólio fotográfico inédito de Fernando Mariano Cardeira, antigo oposicionista, militar desertor, emigrante e exilado político, foi apresentada no Salão Nobre do Teatro-Cinema de Fafe, no âmbito da Festa do Emigrante que se celebra anualmente na “Sala de Visitas do Minho”, de forma a assinalar a chegada dos milhares de emigrantes dos quatro cantos do mundo que todos os anos regressam ao concelho.
A sessão, que encheu o espaço cultural de referência em Fafe com atuais e antigos emigrantes, oriundos de França, Brasil, Suíça, Luxemburgo e Canadá, computou a presença do Presidente do Município de Fafe, Antero Barbosa, e da Vereadora da Cultura, Paula Nogueira.
Sessão de apresentação do livro “Memórias da Ditadura: Sociedade, Emigração e Resistência” no Salão Nobre do Teatro-Cinema de Fafe (da dir. para a esq.: o historiador Daniel Bastos, a vereadora da Cultura do Município de Fafe, Paula Nogueira, o fotógrafo Fernando Mariano Cardeira, o Presidente do Município de Fafe, Antero Barbosa, e o tradutor Paulo Teixeira)
Nesta nova obra, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, realizada com o apoio institucional da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, Daniel Bastos revela o espólio singular de Fernando Mariano Cardeira, cuja lente humanista e militante teve o condão de captar fotografias marcantes para o conhecimento da sociedade, emigração e resistência à ditadura nos anos 60 e 70. Nomeadamente, o quotidiano de pobreza e miséria em Lisboa, a efervescência do movimento estudantil português, o embarque de tropas para o Ultramar, os caminhos da deserção, da emigração “a salto” e do exílio, uma estratégia seguida por milhares de portugueses em demanda de melhores condições de vida e para escapar à Guerra Colonial nos anos 60 e 70.
No decurso da sessão, foi inaugurada uma exposição fotográfica alusiva ao espólio fotográfico de Fernando Mariano Cardeira, protocolarmente doado pelo antigo oposicionista, militar desertor, emigrante e exilado político ao Museu das Migrações e das Comunidades. Um espaço museológico sediado em Fafe, precursor no seu género em Portugal, cuja missão e objetivos assentam no estudo, preservação e comunicação das expressões materiais e simbólicas da emigração portuguesa.
A Câmara Municipal voltou a organizar o Encontro anual com a Diáspora arcuense. Um convívio realizado habitualmente no Dia dedicado ao Emigrante, integrado nas Festas de Nossa Senhora da Lapa, em Arcos de Valdevez.
Este ano contamos com a presença de representantes arcuenses de 28 associações, vindos de 9 países, nomeadamente França, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Suíça, Bélgica, Andorra, Portugal e Venezuela.
Neste Encontro o Presidente da Câmara Municipal, João Esteves fez uma apresentação das potencialidades do concelho tanto a nível económico como turístico, onde destacou o papel importante dos Parques Empresariais, dos produtos locais, do turismo de Natureza, do comércio, hotelaria ou restauração e da reabilitação urbana no desenvolvimento do concelho. Lembrou também a importância de se reforçar a ligação com as comunidades de emigrantes arcuenses, pois “desempenham um papel importante na promoção do que é viver, trabalhar, visitar e investir em Arcos de Valdevez, divulgando a cultura e as potencialidades do nosso Concelho e contribuindo decisivamente para que Arcos de Valdevez fortaleça a sua atratividade e promova a fixação e atração de pessoas e investimento”.
A comitiva foi recebida nos Paços do Concelho, seguindo-se uma breve visita às novas obras realizadas no âmbito do “Murarcos - Festival de Arte Urbana de Arcos de Valdevez”. Após este momento foram visitar as obras de ampliação do Heliporto e do Parque Empresarial de Paçô.
Desde o início desta iniciativa que a Câmara Municipal pretende “congregar os esforços e os talentos das nossas comunidades, o seu dinamismo, o seu apego à terra, o seu espírito de fidelidade às raízes e aos valores que a distinguem.”
Estes encontros proporcionam a troca de contatos e experiências entre os vários participantes e abre espaço para um diálogo mais vantajoso e intenso entre a Autarquia e os arcuenses da nossa Diáspora.
De lembrar que a proximidade e apoio à comunidade são uma constante. A Câmara Municipal tem visitado as comunidades no estrangeiro, participado em iniciativas de promoção cultural, recreativa e económicas organizadas pelos nossos conterrâneos e tem celebrado protocolos de cooperação com autarquias estrangeiras.
Hoje, dia 6 de agosto, tem início em Vieira do Minho a tão esperada Festa do Emigrante. Esta iniciativa anual tem como objetivo acolher e dar as boas-vindas aos filhos da terra que regressam nesta época para um merecido período de férias. A festa, que decorre até o dia 10 de agosto, acontece em frente aos Paços do Concelho e promete cinco dias de muita animação e reencontros emocionantes entre amigos e familiares.
A programação da Festa do Emigrante está repleta de atividades variadas para todas as idades. A abertura oficial da festa, hoje à noite, será marcada pelas Desgarradas, com a participação de Valter São Martinho e Liliana Oliveira, a partir das 21h30.
Amanhã, dia 7 de agosto, a diversão fica a cargo do humorista Miguel 7 Estacas e do DJ Bomb, garantindo uma noite de muitas gargalhadas e música. No dia seguinte, 8 de agosto, o palco será animado pelo grupo musical Siga a Farra, uma noite cheia de ritmos contagiantes.
No dia 9 de agosto, a programação inclui um espetáculo dos Chama, seguido por uma sessão de fado com Manuela Navarro e Amigos, proporcionando uma noite de cultura e tradição.
A festa encerra no dia 10 de agosto com a Noite da Juventude, que contará com uma Color Run, uma animada festa da espuma e a presença de diversos DJs para garantir a diversão.
Este evento é uma oportunidade não só para acolher os emigrantes com atividades festivas, mas também para promover reencontros entre amigos e familiares, reforçando os laços que unem a comunidade de Vieira do Minho.
Esta quarta-feira, 7 de agosto, as Festas do Concelho dedicam a data aos courenses da diáspora, aos nossos conterrâneos que um dia deixaram as suas raízes na procura de uma vida melhor, mas mantêm laços inquebrantáveis com a Paredes de Coura que os viu nascer.
A partir das 20h00, no Museu Regional, a Festa do Emigrante promete voltar a encher de alegria e afetos aquele espaço que evoca as nossas raízes, permitindo o reencontro de amigos e familiares neste regresso à terra para a confraternização entre as suas gentes. Para além dos petiscos tradicionais, neste reencontro a música também faz parte desta receção de boas-vindas, com destaque para a Rusga Courense de Paris e a Rusga Sons de Coura.
José Cid e o fado de Ricardo Ribeiro
Nestas Festas do Concelho que se prolongam por toda a semana até domingo, 11 de agosto, antecede a Festa do Emigrante, amanhã, terça-feira, a 5ª Descida do Emigrante. Os sempre entusiasmantes carrinhos de rolamentos com os bólides que fizeram o encanto de outras gerações, proporcionam emoção e muita energia nas sinuosas ruas courenses, com muita gente nas bermas do traçado a vibrar com as peripécias dos muitos pilotos que aderem à iniciativa. O ponto de partida é na rua Dr. Bernardino Machado.
Já na quinta-feira, dia 8, há o Festival de Folclore, no Largo Hintze Ribeiro, e que reúne o Rancho Serradores do Monte, de Vila Fria (Viana do Castelo), Rancho Santa Maria de Moreira (Monção), Rancho Estrela do Norte (Arcos de Valdevez) e o Rancho da Associação de Rubiães (Paredes de Coura).
Num programa das Festas do Concelho bem preenchido, não falta o tão aguardado concerto de José Cid, na sexta, e também a noite de fado como Ricardo Ribeiro, no domingo, mas também arraial com Hugo Band, saltos de paraquedistas, concertos de bandas musicais, a procissão em honra a Nossa Senhora das Dores, o Cortejo Etnográfico e a evocação dos Combates de Travanca, no Dia do Concelho.
O Rancho Folclórico da Casa do Arcos em Paris vai participar Festival Folclórico “Terras de Valdevez” que tem lugar no próximo domingo em Arcos de Valvevez, no âmbito das festas de Nossa Senhora da Lapa.
Este grupo folclórico é constituído por emigrantes arcuenses radicados na região parisiense, em França, que ali constituíram uma associação regionalista a congregar a comunidade arcuense – a Casa dos Arcos em Paris.
A representar a comunidade arcuense em França, este festival conta ainda com a participação do Rancho Folclórico Alegria Portuguesa de Gironde, de França.
Refira-se que o município de Arcos de Valdevez tem conferido uma especial atenção à comunidades arcuenses espalhadas pelo mundo, nomeadamente em França e nos Estados Unidos da América.
Este encontro que representa um momento de regresso temporário é uma oportunidade de confraternização com os seus familiares e amigos e de superar as saudades das suas terras de origem.