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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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JOSÉ COSTA: UM EMIGRANTE EMPREENDEDOR DE REFERÊNCIA NA COMUNIDADE PORTUGUESA EM ANDORRA

  • Crónica de Daniel Bastos

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.

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Nos vários exemplos de empresários lusos da diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento internacional do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso do empresário José Costa em Andorra. Um pequeno principado independente situado entre a França e a Espanha, nas montanhas dos Pirenéus, com 80 mil habitantes, dos quais cerca de 14% são portugueses.

Com raízes no norte do país, José Costa nasceu em 1971, tendo a sua infância e adolescência sido passada entre Canidelo, freguesia do município de Vila Nova de Gaia, e em Ponte Lima, vila minhota onde a família de origens humildes, o pai era encarregado da Pedreira da Madalena, se instalou através da aquisição de uma quinta. Concluído o ensino secundário na vila minhota, José Costa vivenciou a sua primeira experiência migratória no alvorecer da maioridade, quando decidiu primeiramente ir trabalhar para Lisboa, e pouco tempo depois, ansiando por melhores condições de vida e dotado de um espírito arrojado, emigrou para a ilha francesa da Córsega, onde desempenhou funções no setor da construção.

A curta, mas enriquecedora experiência profissional na Córsega, e o apego ao torrão natal trariam novamente o jovem laborioso à pátria de origem, estabelecendo-se como empresário no âmbito da construção, restauração e têxtil. No entanto, a sua notável capacidade empreendedora e constante procura por novos horizontes profissionais impulsionaram um novo trajeto migratório para Andorra, nova pátria de acolhimento a partir de 2006, e base de um percurso que transformou José Costa num emigrante empreendedor de referência na comunidade portuguesa no principado andorrenho.

Esse caminho começou a ser trilhado quando nesse período criou uma companhia de subcontratação que tem trabalhado ao longo dos anos com as empresas de construção mais prestigiadas e reconhecidas do Principado de Andorra. Através de uma aposta decisiva na qualificação e especialização em construção de elevado valor acrescentado, o emigrante empresário tem estado envolvido na expansão de obras emblemáticas no território andorrenho, como é o caso paradigmático, do Centro Termolúdico Caldea, o maior centro termal do sul da Europa.

Empresário multifacetado, com uma trajetória marcada pelo mérito e pela inovação, José Costa lidera atualmente um grupo empresarial consolidado, Group Nova, que além da de se destacar através da Nova Construtora em acabamentos de luxo na construção, tem igualmente investimentos nos ramos do imobiliário, têxtil, moda, eventos, limpeza e estética.

O sucesso que o emigrante empresário nortenho alcançou ao longo das últimas décadas, tem sido acompanhado de um apoio constante à comunidade luso-andorrenha. Destacando-se, entre outros, não só a solidariedade que presta a vários compatriotas que demandam em Andorra melhores condições de vida, como também generosos apoios concedidos a coletividades lusas, por exemplo, do Grupo de Folclore “Casa de Portugal”, sediado há trinta anos no principado, e de quem o grupo empresarial de José Costa tem sido patrocinador oficial de múltiplas iniciativas, como seja o caso, do Festival de Folclore Ibérico – Principado de Andorra. A filantropia de emigrante empreendedor, ao longo dos anos, tem sido extensível a diversas iniciativas e associações andorrenhas, como os clubes de futebol Penya d'Andorra e Esportiu Carroi, ou o clube de karaté Encamp.

Uma das figuras mais conhecidas da comunidade portuguesa em Andorra, sexta menor nação da Europa onde vivem e trabalham à volta de 10 mil emigrantes portugueses, sobretudo nas áreas da construção, hotelaria e serviços, o exemplo de vida do emigrante e benemérito José Costa, espelha o conceito de empreendedorismo delineado pelo conceituado empresário norte-americano Michael Dell: “Os empreendedores reais têm o que eu chamo de três Ps (e, acreditem-me, nenhum deles significa ‘permissão’). Os empreendedores reais têm uma ‘paixão’ por aquilo que estão a fazer, um ‘problema’ que precisa de ser resolvido, e um ‘propósito’ que os impulsiona para a frente.”

A GENEROSIDADE DOS EMIGRANTES EM PROL DOS BOMBEIROS

  • Crónica de Daniel Bastos

Um dos mais importantes pilares da proteção civil em Portugal, os Bombeiros desempenham um serviço fundamental em ações de socorro decorrentes de acidentes rodoviários, combate a incêndios, desastres naturais e industriais, emergência pré-hospitalar e transporte de doentes, assim como abastecimento de água às populações, socorros a náufragos, e inúmeras ações de prevenção e sensibilização junto das populações.

Exemplos de serviço de cidadania, às vezes sem o devido reconhecimento dos poderes políticos, as corporações de bombeiros em Portugal debatem-se constantemente com grandes dificuldades, resultantes da falta de meios financeiros, que em muitos casos entravam inclusive a prestação de serviços essenciais às populações.

Ao longo dos últimos anos, muitas destas dificuldades e entraves, agravados pelos contextos de debilidades económicas, têm sido mitigados e ultrapassados graças à generosidade de vários emigrantes portugueses, que um pouco por todo o território nacional são um apoio vital para o funcionamento de corporações e para a prossecução de relevantes serviços prestados pelos bombeiros às populações.

Um desses exemplos paradigmáticos encontra-se plasmado na generosidade do emigrante e empresário de sucesso Abílio Lourenço. Natural da freguesia da Boalhosa, concelho de Ponte de Lima, Abílio Lourenço emigrou para França no alvorecer da década de 1980, como muitos compatriotas na demanda de melhores condições de vida.

Como primeiras experiências profissionais no território gaulês, o emigrante limiano almejou trabalhar na colheita de uvas, na construção civil, em serviços de limpezas e na área da pintura. Dotado de grande capacidade de trabalho e visão, Abílio Lourenço criou em 1994 a empresa MEGAL, uma firma que conta com várias dezenas de funcionários, muitos deles de origem portuguesa, e que ao longo das últimas décadas se tem assumido como uma estrutura de referência no sector de mosaicos e ladrilhos cerâmicos na região de Paris.

Os rasgos empreendedores do emigrante limiano incitaram, nos tempos mais recentes, Abílio Lourenço a associar-se em França a uma empresa portuguesa que vende produtos de higiene e de limpeza. Assim, como a abrir, conjuntamente com três amigos, um restaurante que serve especialidades lusas em Ivry-sur-Seine, nos arredores de Paris, chamado “Cantinho do Lima”.

Radicado há mais de quarenta anos em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa e uma das principais comunidades estrangeiras estabelecidas no território gaulês, rondando um milhão de pessoas, o sucesso que o empresário alcançou ao longo dos últimos anos no mundo dos negócios, tem sido acompanhado de uma singular dimensão benemérita em prol do seu torrão natal.

O vincado sentimento bairrista e de apego às raízes, têm impelido no decurso dos últimos anos o emigrante limiano a prestar um apoio notável à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima. Uma centenária corporação que se constitui como uma peça estruturante no serviço prestado à população minhota do concelho de Ponte de Lima, a quem Abílio Lourenço já ofereceu uma ambulância, um carro de combate a fogos, desfibrilhadores e equipamentos de proteção individual para bombeiros.

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O emigrante e empresário Abílio Lourenço no decurso da cerimónia de distinção, que lhe foi prestada em 2023, no âmbito do 136.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima 

A insigne filantropia de Abílio Lourenço em prol dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, impeliu no ano passado, no âmbito das comemorações do 136.º aniversário da associação limiana, a direção da instituição a distinguir o emigrante empreendedor como sócio honorário cuja figura passa a estar exposta no quartel da centenária corporação. A cerimónia de homenagem foi igualmente secundada pela Liga dos Bombeiros Portugueses, ou seja, a confederação das Associações e Corpos de Bombeiros voluntários ou profissionais no território nacional.

A generosidade do emigrante e empresário de sucesso Abílio Lourenço em prol da sua comunidade de origem encontra-se ainda espelhado no gesto de enorme altruísmo que teve na quadra natalícia transata para com o Hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Através da Liga dos Amigos do Hospital de Ponte de Lima (LAHPL), Abílio Lourenço ofereceu aos serviços hospitalares do Hospital Conde de Bertiandos, diversos equipamentos para conforto dos doentes e para apoio às intervenções dos profissionais.

Uma das figuras mais gradas da numerosa comunidade portuguesa em França, a benemerência e empreendedorismo de Abílio Lourenço, desígnio cívico reconhecido no ano passado com o prémio “Honra e Mérito” na Gala dos Portugueses de Valor promovida pela revista da diáspora Lusopress, inspira-nos a máxima do médico e escritor oitocentista Júlio Dinis: “Os afetos generosos estendem a sua generosidade aos sentimentos dos outros corações”.

HISTORIADOR FAFENSE DANIEL BASTOS FOI AUTOR CONVIDADO DOS ENCONTROS PNAID 2023

No passado dia 15 de dezembro (sexta-feira), o escritor e historiador fafense Daniel Bastos, foi um dos autores convidados do espaço artes e letras que este ano constituiu uma das novidades dos Encontros PNAID 2023.

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O historiador Daniel Bastos no Encontros PNAID 2023

A iniciativa, que se realizou em Viana do Castelo, promovida no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora, assume-se como um fórum privilegiado para os empresários da diáspora investirem em Portugal e para o empresariado nacional avançar para a internacionalização dos seus negócios apoiando-se nas redes da diáspora portuguesa.

No decurso da iniciativa governamental de valorização das comunidades portuguesas, o autor de vários livros que retratam a história da emigração lusa, marcou presença no espaço e letras, no Centro Cultural de Viana do Castelo, onde deu a conhecer várias das suas obras ligadas à diáspora. Mormente, o seu último livro “Crónicas - Comunidades, Emigração e Lusofonia”, que destaca o empreendedorismo, as contrariedades, a resiliência e a solidariedade das comunidades portuguesas, a riqueza do seu movimento associativo, e as enormes potencialidades culturais, económicas e políticas que as mesmas representam.

VIANA DO CASTELO ABRAÇA MUNDO DA DIÁSPORA NOS ENCONTROS PNAID 2023

O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, considerou hoje que a segunda edição dos Encontros do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), que acontecem até amanhã no Centro Cultural, são “um momento de reconhecimento do trabalho da nossa diáspora e um momento de concretização e de impacto”, nomeadamente dos cerca de 40.000 vianenses que residem no estrangeiro.

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“Somos, hoje, um território resiliente, diversificado e parceiro de quem investe e de quem quer investir”, declarou Luís Nobre, realçando que Viana do Castelo apresenta uma “conjugação de infraestruturas rodoviárias, ferroviárias, de Porto de Mar, que são essenciais para quem quer investir”. “Temos ainda uma relação única entre o Norte de Portugal e a Galiza que é absolutamente estratégica”, determinou.

Por isso mesmo, o autarca considera que “as infraestruturas, a geografia e o fator humano são fatores de atratividade para Viana do Castelo, muito particularmente nas energias renováveis e offshore, que são áreas onde estamos a investir e a crescer”.

Os emigrantes naturais do concelho de Viana do Castelo estão espalhados por meia centena de países. França, Canadá, Suíça, Andorra e Brasil são os cinco países que absorvem quase 80% dos emigrantes naturais do concelho vianense.

Numa participação através dos meios digitais, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho, assumiu que os Encontros PNAID são “o ponto de encontro e o epicentro da diáspora empreendedora”, considerando que “a diáspora é um ativo estratégico para o país” e que o regresso da mesma “pode materializar-se em investimento para o país”, podendo gerar “um efeito verdadeiramente transformador para o interior, que tem territórios de onde partiu muita população para a diáspora”.

O governante informou que as remessas dos emigrantes já representam 1,6% do PIB nacional e afirmou que “a diáspora terá sempre em Portugal a sua casa, o seu porto seguro, para viver, estudar, trabalhar e investir”.

No encerramento da cerimónia de abertura, a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, referiu que “este evento em solo português é o local privilegiado para fomentarmos a internacionalização e exportação dos nossos negócios locais”. “Viana do Castelo é a capital da diáspora portuguesa durante estes dias, onde existem excelentes exemplos de ciência, inovação e empreendedorismo no âmbito da economia azul e das energias renováveis”, frisou.

Também o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Beraldino Pinto, considerou que estes Encontros PNAID são “um evento muito importante, este ano com enfoque na economia azul, energias renováveis, sustentabilidade, ciência e tecnologia, áreas em que a estratégia do Norte dá a maior importância e nas quais está fortemente empenhado”.

A segunda edição dos Encontros do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora apresenta-se como o maior fórum nacional dedicado à economia da diáspora portuguesa. Promover o investimento, fomentar as exportações e apoiar a internacionalização dos negócios locais, através do potencial empreendedor das comunidades portuguesas, são os objetivos primordiais da iniciativa, que, além de dezenas de especialistas, empreendedores e investidores, junta Ministros e Secretários de Estado em Viana do Castelo.

Os ENCONTROS PNAID são uma iniciativa conjunta do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e da Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional. Esta segunda edição é organizada pelo Município de Viana do Castelo em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

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HISTORIADOR DANIEL BASTOS PARTICIPOU EM COLÓQUIO SOBRE OS 70 ANOS DA COMUNIDADE PORTUGUESA EM MONTREAL (CANADÁ)

No passado fim de semana, 18 e 19 de novembro, o escritor e historiador Daniel Bastos, participou em Montreal, a maior cidade da província do Quebeque, no Canadá, onde vivem mais de 75 mil portugueses e lusodescendentes, no colóquio “70 Anos da Comunidade”.
No decurso da iniciativa, promovida pela LusoPresse e LusaQTV, dois relevantes órgãos de informação da comunidade portuguesa em Montreal, e que decorreu na Casa dos Açores do Quebeque, Daniel Bastos apresentou no dia 18 de novembro (sábado) uma comunicação intitulada “O Empreendedorismo e Solidariedade das Comunidades Portuguesas”.

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Daniel Bastos no colóquio “70 Anos da Comunidade” em Montreal (Canadá)
O historiador minhoto refletiu assim, no espírito da iniciativa, sobre o passado, presente e futuro das comunidades luso-canadianas, que se destacam atualmente na América do Norte pela sua dinâmica associativa, económica e sociopolítica. E cujas raízes remontam a um grupo pioneiro de emigrantes portugueses que desembarcaram a 13 de maio de 1953, em Halifax, na Nova Escócia.
Refira-se que no dia 19 de novembro (domingo), o escritor e historiador participou num salão do livro promovido pela LusoPresse e LusaQTV dedicado à diáspora, através da apresentação da segunda edição do seu último livro “Crónicas - Comunidades, Emigração e Lusofonia”.
Professor e autor de vários livros que retratam a história da emigração portuguesa, Daniel Bastos é atualmente consultor do Museu das Migrações e das Comunidades, e da rede museológica virtual das comunidades portuguesas, instituída pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.

HISTORIADOR FAFENSE DANIEL BASTOS PARTICIPA NO CANADÁ EM COLÓQUIO SOBRE OS 70 ANOS DA COMUNIDADE PORTUGUESA EM MONTREAL

Nos dias 18 e 19 de novembro, o escritor e historiador fafense Daniel Bastos, autor de vários livros que retratam a história da emigração portuguesa, participa em Montreal, a maior cidade da província de Quebeque, no Canadá, onde vivem mais de 75 mil portugueses e lusodescendentes, no colóquio “70 Anos da Comunidade”.

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No decurso da iniciativa, promovida pela LusoPresse e LusaQTV, dois relevantes órgãos de informação da comunidade portuguesa em Montreal, e que decorrerá na Casa dos Açores do Quebeque, Daniel Bastos apresentará uma comunicação intitulada “O Empreendedorismo e Solidariedade das Comunidades Portuguesas”. Procurando assim, no espírito do colóquio refletir sobre o passado, presente e futuro das comunidades luso-canadianas, que se destacam atualmente na América do Norte pela sua dinâmica associativa, económica e sociopolítica, e cujas raízes remontam a um grupo pioneiro de emigrantes portugueses que desembarcaram a 13 de maio de 1953, em Halifax, na Nova Escócia.

Refira-se que no ano passado, no âmbito dos Prémios Corte-Real 2022, criados em 2016 pelo jornal LusoPresse de forma premiar o mérito comunitário de elementos distintivos de entre toda a comunidade portuguesa do Quebeque, o historiador natural de Fafe foi distinguido com o Prémio Corte-Real Reconhecimento.

Historiador, escritor e professor, Daniel Bastos, é atualmente consultor do Museu das Migrações e das Comunidades, sediado em Fafe, e da rede museológica virtual das comunidades portuguesas, instituída pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, que pretende criar uma plataforma entre diversos núcleos museológicos, arquivos e coleções respeitantes à história e à memória, à vida e às perspetivas de futuro dos portugueses que vivem e trabalham fora do seu país.

VIANA DO CASTELO: ROMARIA DA SENHORA D’AGONIA RECEBEU MORDOMAS QUE VIERAM DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS NO ESTRANGEIRO – FOTOS DE CARLOS VIEIRA

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Existem minhotos espalhados pelos quatro cantos do mundo. Em todos os países onde se fixaram criaram asssociações – grupos folclóricos e casas regionais – para confraternizarem e manterem vivas as suas tradições. Muitos dos seus descendentes já nasceram nesses países. Porém, não esquecem as suas raízes e na maioria dos casos integram as associações portuguesas. Confunde-se a pronúncia do Minho com as dos países de acolhimento. Mas, o coração continua preso às suas origens minhotas.

Nas fotos, jovens mordomas provenientes do Luxemburgo.

Provenientes nomeadamente de França, Andorra, Luxemburgo e Brasil vieram muitas mordomas que desfilaram no cortejo da Mordomia da Romaria da Senhora d’Agonia. São pedaços do Minho que Viana do Castelo mantém unidos.

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JOSÉ SALDANHA: FAFENSE LUTADOR PELA LIBERDADE, EMIGRANTE E EMPREENDEDOR

  • Crónica de Daniel Bastos

Entre 1933 e 1974 vigorou em Portugal um regime autoritário e conservador, designado de Estado Novo, sustentado na força repressiva da polícia política (PIDE), nas amarras da censura e na ausência de liberdade. Um regime idealizado pelo seu principal mentor, Oliveira Salazar, ditador de um país eminentemente rural, pobre, atrasado e analfabeto.

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José Saldanha

Apesar da repressão e violência foram vários os que se opuseram às ideias do Estado Novo, e instaram na luta política de oposição ao regime em defesa dos ideais da liberdade e da democracia. Entre esses vários lutadores pela liberdade e democracia, muitos deles protagonistas anónimos da história portuguesa, destaca-se o percurso inspirador e singular de José Saldanha, um emigrante empreendedor de sucesso no Brasil.

Natural de Fafe, concelho localizado na região do Baixo Minho, José Saldanha nasceu em 1929, no ocaso da Primeira República, no seio de uma família comprometida com os ideais democráticos republicanos. Filho do comerciante e político António Saldanha (1904-1978), afamado oposicionista estadonovista no distrito de Braga, inúmeras vezes preso pela PIDE e proprietário do Café Avenida, em Fafe, base dos resistentes antifascistas na Sala de Visitas do Minho, e em várias ocasiões, antecâmara da viagem “a salto” para quem procurava melhores condições de vida, José Saldanha cedo seguiu as pisadas do pai na luta pelos ideais da liberdade e democracia.

Com um percurso educativo que computou a frequência do vetusto Colégio Araújo Lima, na cidade do Porto, José Saldanha foi um elemento ativo do Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD Juvenil) na região nortenha. Na esteira da figura paterna, foi um entusiasta da candidatura oposicionista do general Norton de Matos à Presidência da República em 1949, assim como da candidatura oposicionista de Humberto Delgado, o “General Sem Medo”, em 1958, que acabaria assassinado em 1965 por agentes da PIDE, após ter sido atraído para uma cilada em Badajoz (Espanha).

Em 1961, após no final da década antecedente ter acumulado experiência profissional na área petrolífera em Angola, antiga colónia portuguesa em África, José Saldanha alertado pela ameaça de prisão da PIDE, com o auxílio do pai atravessa clandestinamente o rio Minho, para a Galiza, adquirindo em Vigo o bilhete da passagem de barco para o Brasil.

No vasto país sul-americano, onde continua a residir a maior comunidade lusa da América Latina, o oposicionista e emigrante por motivos políticos conheceu em 1962, no Rio de Janeiro, a brasileira Nilza Saldanha, grande suporte e companheira de vida. Encetando uma carreira fulgurante e bem-sucedida no ramo comercial e empresarial, através da representação de firmas de tecidos que eram exportados para Angola, assim como de representante da Philips e Volkswagen Brasil, orientado a exportação de material elétrico e automóveis para territórios africanos de expressão portuguesa. O emigrante fafense, manteve-se concomitantemente um oposicionista estadonovista ativo no Movimento Nacional Independente (MNI), uma organização criada por Humberto Delgado que visava manter unidas as forças da oposição no combate à ditadura após as fraudulentas eleições de 1958 que elegeram como Presidente da República, Américo Tomás, e impeliram em 1959, Humberto Delgado para o exílio no Brasil.

Nas memórias vivas de José Saldanha, ainda hoje o mesmo revive diversos episódios da sua ligação, enquanto 2.º Secretário do MNI, na luta contra o Estado Novo a partir do Brasil.  Mormente, o facto de ter custeado as despesas das cerimónias fúnebres no Brasil de Arajaryr Campos, cidadã brasileira e Secretária do General Humberto Delgado, assassinada conjuntamente com o herói da liberdade português pela PIDE em 1965. Ou, ter sido, com o seu passaporte que Hermínio da Palma Inácio (1922–2009), conhecido revolucionário que participou em diversas ações subversivas, partiu do Brasil em direção a Portugal, concretizando em 17 de maio de 1967, o histórico assalto da dependência do banco de Portugal da Figueira da Foz, procurando assim financiar as operações antifascistas no exterior.

Neste sentido, o percurso inspirador e singular do nonagenário lutador pela liberdade, emigrante e empreendedor de sucesso no Brasil, profundamente dedicado e estimado pela extensa prole, e que periodicamente regressa ao seu torrão natal para passar as férias e matar saudades, inspira-nos a máxima do escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre: “Quando, alguma vez, a liberdade irrompe numa alma humana, os deuses deixam de poder seja o que for contra esse homem”.

ARCOS DE VALDEVEZ RECEBE SECRETÁRIO DE ESTADO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS NO ENCONTRO COM A DIÁSPORA

Convívio representa a vontade do município, do movimento associativo e dos emigrantes em participar no desenvolvimento de Arcos de Valdevez.

A Câmara Municipal voltou a promover o encontro com a Diáspora, este ano, integrado no Dia dedicado ao Emigrante, na programação das Festas Concelhias de Nossa Senhora da Lapa.

Este momento contou com a presença do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo e reuniu 62 membros dos órgãos sociais de Associações espalhadas pelo mundo, bem como outras personalidades que se distinguem pela sua ação no exterior, tendo estado presentes arcuenses vindos de França, do Canadá, Estados Unidos da América, Andorra e Venezuela, bem como a Casa dos Arcos de Valdevez em Lisboa.

O Presidente da Câmara Municipal, João Esteves, fez uma breve resenha das potencialidades do concelho e lembrou a importância de se reforçar a ligação com as comunidades pois ela traz vantagens para o desenvolvimento cultural, social e económico do concelho. “A comunidade emigrante é uma montra do nosso concelho e promove o melhor que temos, criando emprego e gerando riqueza” referiu, adiantando também que ela “é vital na promoção do turismo e das oportunidades de investimento quer seja no mundo da agricultura, no turismo, comércio, indústria ou construção, contribuindo para a atração de investimento estrangeiro para Portugal e para o incremento das exportações, do emprego e rendimento, bem como para a fixação e atração de pessoas.”

Após a sessão solene nos Paços do Concelho a comitiva visitou o recentemente inaugurado Espaço Valdevez e ainda pôde contemplar os murais pintados na zona da Valeta durante o Festival de Arte urbana “Murarcos”.

De lembrar que o Município arcuense criou uma grande proximidade com a diáspora, promovendo várias atividades com as comunidades arcuenses espalhadas pelo mundo e no país, com o objetivo de reforçar o envolvimento da diáspora no desenvolvimento de Arcos de Valdevez.

De maneira a reforçar o envolvimento com a comunidade emigrante foi também criado um pelouro específico dedicado às relações com a Diáspora, para promover um diálogo mais intenso entre a Autarquia e a nossa vasta comunidade de emigrantes espalhada pelo mundo.

Outra das medidas foi a criação do Gabinete de Apoio ao Emigrante (GAE) para esclarecer e encaminhar os emigrantes na resolução dos problemas de uma forma mais rápida e eficaz (www.cmav.pt/p/gae).

Por fim, o Presidente da Câmara Municipal referiu que “Com este Encontro com a Diáspora pretendemos congregar os esforços e os talentos das nossas comunidades, o seu dinamismo, o seu apego à terra, o seu espírito de fidelidade às raízes e aos valores que a distinguem.”

VIEIRA DO MINHO: FESTA DO EMIGRANTE CONTINUA A ANIMAR OS VIEIRENSES

Continua a decorrer na, Praça Dr. Guilherme de Abreu, a Festa do Emigrante dedicada aos Filhos da Terra. As últimas noites foram animadas por tocadores de concertina, pela desgarrada com as interpretações de Valter São Martinho e Vanessa Teixeira e ainda do Grupo  Banda Lusa.

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Para hoje, dia 10 de Agosto está prevista a atuação da Banda Filarmónica de Vieira do Minho, do pianista Romeu Freitas, com a aprticipação especial do Grupo Valquírias.

Na sexta-feira, a noite é dedicada à juventude com a Color Run, festa da espuma e animação com DJ. Uma noite que promete muita animação e alegria.

MINHO: OS EMIGRANTES SÃO NOSSOS COMPATRIOTAS!

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Desde há vários séculos que o minhoto – à semelhança de muitos portugueses de outras regiões do país – vem sendo arrancado à terra que o viu nascer para povoar outras paragens e outros países como o Brasil e o Arquipélago da Madeira. Sobretudo por razões económicas demandaram no século passado também a França, Alemanha, Andorra, Estados Unidos da América e Austrália. Nos tempos mais recentes, gerações mais instruídas são forçadas a emigrar para a Alemanha e Reino Unido em consequência de decisões políticas que privilegiam a contratação de cidadãos estrangeiros especializados nomeadamente na área da saúde. O minhoto é escorraçado da pátria que ele próprio fundou e engrandeceu.

Enquanto os políticos portugueses mostram preocupação com a falta de creches, as famílias mais jovens em idade fértil emigram para outros países, deixando Portugal para aqueles que já não podem contribuir para a taxa de natalidade.

E, o que justifica a preocupação dos governantes em relação à falta de habitação principalmente nos grandes centros urbanos quando devido à emigração dos jovens portugueses tem a população vindo a decrescescer?

A nova geração de emigrantes jamais regressará definitivamente a Portugal – enquanto os seus filhos passarão a ser luso qualquer coisa a que chamam luso-descendentes – na prática cidadãos estrangeiros que não se identificarão mais com as suas origens familiares – enquanto nós, neste cantinho da Europa, nos contentaremos com o seu sucesso nos países que os acolheram porque os seus pais aqui foram rejeitados!

E, quando os nossos filhos, irmãos ou amigos regressam por alguns dias ao país que os viu nascer e onde conservam as suas raízes, continuam a ser olhados de soslaio sempre que cruzam a fronteira, ao contrário do que sucederia se fossem originários da cultura e das mais estranhas origens onde por vezes não são respeitados sequer os mais elementares princípios de humanidade.

- Ó Pátria Mãe que não raras as vezes te revelas madrasta dos teus próprios filhos!

VIEIRA DO MINHO REALIZA FESTA DO EMIGRANTE

Festa do Emigrante arranca, segunda-feira, em Vieira do Minho

Todos os anos, por ocasião do mês de agosto, Vieira do Minho acolhe centenas de emigrantes que regressam à sua terra natal para gozar um merecido período de descanso. E, para receber os filhos da terra, a Câmara Municipal programou um programa festivo, onde não irá faltar a música e a diversão.

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A Festa do Emigrante vai decorrer de 7 a 11 de agosto, na Praça Dr. Guilherme de Abreu e tem por objetivo proporcionar o reencontro com as tradições e a cultura  da nossa terra.

Com a realização desta festa, a Câmara Municipal quer dar as boas vindas a todos o Vieirenses que por motivos vários tiveram que emigrar, bem como demonstrar aos nossos emigrantes que o Município não os esquece.

A Festa do Emigrante arranca na segunda-feira, dia 7 de agosto, pelas 22h00 com a atuação do grupo de Fados de Braga. Na terça-feira, a noite vai ser animada por tocadores de concertina( 21h30) e pelos cantadores ao desafio Valter São Martinho e Vanessa Teixeira.

No terceiro dia de festejos, dia 9 de agosto, vai ser a Banda Lusa (22h00), um grupo muito acarinhado pelos emigrantes. No dia 10 atuam pelas 21h30 Romeu Freitas ao piano e a Banda Filarmónica de Vieira do Minho, pelas 22h00.

A festa termina em grande com a noite da juventude. Neste dia 11, vai ter lugar, pelas 21h00 a Color Run e animação com DJ.

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ARCOS DE VALDEVEZ PROMOVE ENCONTRO DA DIÁSPORA ARCUENSE

A Câmara Municipal de Arcos de Valdevez vai organizar o Encontro da Diáspora Arcuense no dia 8 de agosto de 2023, dirigido a arcuenses que integram os órgãos sociais de associações sediadas nos países de acolhimento.

Com este Encontro pretendemos reforçar os laços entre a nossa vasta comunidade de emigrantes e a sua Terra Natal, em termos culturais, sociais, turísticos e empresariais.

Este evento decorrerá durante as Festas Concelhias de Nossa Senhora da Lapa, que terão lugar de 2 a 13 de agosto de 2023, sendo o dia 8 de agosto dedicado ao Emigrante.

Este Encontro da Diáspora Arcuense, que conta com a presença do Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. Paulo Cafôfo,  com o seguinte programa:

9h30 – Receção aos convidados nos Paços do Concelho

10h00 – Apresentação de iniciativas socioeconómicas em curso em Arcos de Valdevez

10h15 – Apresentação do Programa Regressar e do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora

10h45 – Intervenção do Presidente da Câmara Municipal

11h00 – Intervenção do Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. Paulo Cafôfo

11h30 – Visita ao “Espaço Valdevez”, espaço de valorização do património arqueológico de Arcos de Valdevez

12h30 – Almoço com os convidados

MUNICÍPIO DE FAFE DEDICA FESTA AOS EMIGRANTES DE 4 A 10 DE AGOSTO

Cartaz com Pedro Mafama, Os Trastes e Carlos Pires inclui sessão de apresentação do programa Regressar com a presença do Secretário de Estado das Comunidades, Paulo Cafôfo.

Concerto com Pedro Mafama, DJ’s, uma feira de vinhos e petiscos, música tradicional e popular, folclore do mundo, uma exposição e uma sessão de apresentação dos programas de apoio ao regresso dos emigrantes são alguns dos destaques do programa que volta a equilibrar a componente festiva com agenda cultural onde não falta a apresentação de um livro e uma sessão de cinema ao ar livre. O evento encerra com a presença do Secretário de Estado das Comunidades, Paulo Cafôfo.

A Festa do Emigrante celebra-se em Fafe de 4 a 10 de agosto e arranca com o Trio Elétrico e DJ’s para assinalar a chegada dos milhares de emigrantes que todos os anos regressam a Fafe. Este momento antecipa a estreia da «Feira dos Vinhos e Petiscos», um arraial minhoto organizado pelo Rancho Folclórico de Fafe e que se realizará nos dias 5 e 6 de agosto na Praça 25 de Abril.

Entre tasquinhas, cantares ao desafio, concertinas e música tradicional, o Rancho Folclórico de Fafe programou a atuação do grupo «Os Trastes» e de Carlos Pires, o cantor fafense e autor do «Vira de Fafe» que é já um emblema para os fafenses.

Entre 7 e 27 de agosto, a Arcada recebe a exposição «As costas portuguesa e francesa sob o olhar dos satélites», promovida pelo Município de Fafe com a colaboração da Agência Espacial Portuguesa. Pretende-se, desta forma, dar a conhecer aos emigrantes (sobretudo aqueles que vivem em França) uma perspetiva diferente dos dois países que melhor conhecem.

No dia 8 de agosto é a vez do cantor de «Olarilolé» se apresentar perante o público fafense. Pedro Mafama atuará no palco da Praça 25 de abril a partir das 21h30. No dia seguinte, realiza-se o festival de folclore do mundo «Fest’In Folk», uma organização conjunta do Município de Fafe e Fest’InFolk Corredoura.

A Festa do Emigrante termina no dia 10 de agosto com uma sessão de apresentação dos apoios aos emigrantes, medidas de apoio fiscal e ao investimento da diáspora inscritos no programa «Regressar». O evento tem início pelas 17h00, no auditório da Câmara Municipal de Fafe, e contará com a presença do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.

No mesmo dia, a partir das 21h00, no auditório exterior da Casa Municipal da Cultura e Biblioteca Municipal será apresentado o livro «As Fafeiras» da autoria de Paulo Inocêncio e José Novais (e que versa sobre as mulheres das freguesias serranas de Fafe que migraram para o litoral para trabalharem na seca do bacalhau).

«As Fafeiras»
O livro «As Fafeiras», da autoria de Paulo Moreira e António José Novais, retrata o processo migratório de jovens mulheres, oriundas de algumas freguesias do norte do concelho Fafe, para a localidade de Gafanha da Nazaré (e outras, designadamente, Vila do Conde), para trabalharem na seca do bacalhau.

Resultado de um trabalho etnográfico e de pesquisa baseada em entrevistas individuais, esta obra identifica mulheres que migraram no seu próprio país, mas que, em boa parte, acabaram por emigrar para destinos longínquos. Com este livro é possível conhecê-las, assim como as suas histórias pessoais.

«EROSÃO» cinema comunitário de Fafe inspirado em Miguel Torga
O filme EROSÃO é um hino poético ao fenómeno da emigração a partir do mundo rural. Impulsionado pela companhia EnfimTeatro e a Sociedade de Recreio Cepanense, o filme é resultado de um projeto comunitário homónimo que tem a comunidade fafense como protagonista.

Rodado em Fafe, com não-atores fafenses e orientado tecnicamente por alguns atores, técnicos e encenadores profissionais, envolveu mais de 200 participantes e duas dezenas de instituições. "Erosão" inspira-se na obra de Miguel Torga, “Terra Firme”, e retrata a longa e penosa espera de um pai pelo filho há vinte anos ausente.

O filme apresenta episódios individuais e memórias da emigração, conduzindo o espetador a um autêntico mergulho na história contemporânea portuguesa e à etnografia rural local. O argumento induz a uma reflexão quase silenciosa em torno da democratização, o encontro e desencontro de pessoas e à recriação humana na procura da liberdade, da democracia e do direito a viver um sonho.

“Erosão” teve o apoio do Município de Fafe e estreou em novembro de 2021 no Teatro Cinema de Fafe. Será exibido no âmbito da Festa do Emigrante no dia 10 de agosto, pelas 21h45. (trailer: https://www.youtube.com/watch?v=kWy6MuQC59I)

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ANTÍNIO DA SILVA: UM BRACARENSE QUE FOI UM PIONEIRO DA EMIGRAÇÃO PORTUGUESA PARA O CANADÁ

  • Crónica de Daniel Bastos

Recentemente foi celebrado com profundo simbolismo e sentimento de pertença, exposto em inúmeras atividades e eventos, o 70.º aniversário da emigração portuguesa para o Canadá.

Uma das mais relevantes comunidades lusas na América do Norte, que se destaca pela dinâmica da sua atividade associativa, económica e sociopolítica, as suas raízes remontam a 1953.  Ano em que, ao abrigo de um Acordo Luso-Canadiano, que visava suprir a necessidade de trabalhadores para o sector agrícola e para a construção de caminhos-de-ferro, desembarcaram no Saturnia, a 13 de maio, em Halifax, província de Nova Escócia, os primeiros emigrantes portugueses.

Se entre 1953 e 1973, terão entrado no Canadá mais de 90.000 portugueses, na sua maioria originários dos Açores, estima-se que atualmente vivam no segundo maior país do mundo em área total, mais de meio milhão de luso-canadianos, sobretudo concentrados em Ontário, Quebeque e Colúmbia Britânica, representando cerca de 2% do total da população canadiana que constitui um hino ao multiculturalismo. 

Foi a partir deste valioso legado histórico, que se assinalou a efeméride cujo programa oficial computou a presença de representes oficiais do governo português, a realização de atividades literárias e artísticas. Uma verdadeira dinâmica cultural que envolveu e fortaleceu o espírito identitário das comunidades portuguesas disseminadas pelo imenso território canadiano.

Entre os dias 13 e 14 de maio, um dos momentos cimeiros do programa oficial em Toronto, metrópole onde vive a maioria dos mais de 500 mil portugueses e lusodescendentes presentes no Canadá, foi indubitavelmente a presença de António da Silva, um dos pioneiros da emigração portuguesa para o Canadá.

Natural de Dume, povoação do concelho de Braga, no Baixo Minho, onde nasceu em 1930, António da Silva integrou o primeiro contingente de emigrantes portugueses que desembarcaram a 13 de maio de 1953, em Halifax. Estofador de profissão, mas almejando melhores condições de vida, na esteira de centenas de milhares de portugueses que nessa década encetaram uma trajetória emigratória para a América do Norte e o centro da Europa, o bracarense, instalado primeiramente em Toronto, acabou pouco tempo depois da sua chegada por se estabelecer em Ottawa, a capital do Canadá, localizada na província de Ontário.

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O pioneiro da emigração portuguesa para o Canadá, António da Silva (esq.), acompanhado do historiador Daniel Bastos, na Galeria dos Pioneiros Portugueses em Toronto, no âmbito do 70.º aniversário da emigração portuguesa para o Canadá.

Conseguindo com abnegado trabalho e resiliência ultrapassar as dificuldades iniciais, em particular as do novo idioma, o clima e cultura, António da Silva casou na década de 1950 com Delfina, uma imigrante natural de Espanha, construindo em comum uma família sustentada pelo laborioso trabalho na área do estofamento.

No alvorecer dos anos 60 consegui mesmo começar a trabalhar por conta própria, abrindo a empresa “Da Silva Estofados”, que venderia uma década depois aos seus funcionários. Mantendo, paralelamente, uma importante colaboração e participação no seio da comunidade portuguesa, através essencialmente do Lusitania Portuguese Recreation Centre, em Ottawa.

A presença do nonagenário emigrante nas recentes comemorações do 70.º aniversário da emigração portuguesa para o Canadá, acompanhado de vários familiares, foi um cintilante sinal de respeito pelo passado da comunidade luso-canadiana, e concomitantemente, de construção do presente e esperança no seu futuro.

Nas palavras abalizadas do Comendador Manuel DaCosta, um dos mais ativos e beneméritos empresários portugueses em Toronto, “alma mater” do programa alusivo ao 70.º aniversário da emigração portuguesa para o Canadá. Os pioneiros da emigração portuguesa para o território canadiano, como António da Silva, encarnam overdadeiro espírito português", humildade e coragem aceitaram o desafio e integraram-se para contribuir e construir o país que o Canadá é hoje”.

FAFENSE PARCÍDIO PEIXOTO: UM OBREIRO DA MEMÓRIA DA EMIGRAÇÃO PORTUGUESA PARA FRANÇA

  • Crónica de Daniel Bastos

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico, político e associativo.

Nestes vários exemplos, por exemplo, de dirigentes associativos da diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento do país, tem-se destacado, ao longo dos últimos anos, o percurso altruísta e dinâmico de Parcídio Peixoto.

Originário de Fafe, concelho localizado na região do Baixo Minho, Parcídio Peixoto, nasceu em 1948 no seio de uma família modesta de agricultores. Contexto que concorreu para que em 1965, tenha partida a “salto”, expressão muito utilizada na época para descrever a emigração clandestina, em direção à França, na esteira de milhares de compatriotas, que nos anos 60, impelidos pela miséria rural, e a fuga ao serviço militar e à Guerra Colonial, demandaram melhores condições de vida na pátria gaulesa.

Na região parisiense, onde constituiu família e desenvolveu a atividade profissional em diversas áreas, embrenhou-se ativamente no movimento associativo da comunidade lusa, onde se tornou uma figura grada, assim como das autoridades locais e portuguesas.

Antigo tesoureiro da Federação das Associação Portuguesas em França, e do Conselho das Comunidades Portuguesas, a Parcídio Peixoto se deve um contributo importante na aproximação do saudoso fotógrafo franco-haitiano Gérald Bloncourt (1926-2018), fotógrafo que imortalizou a emigração portuguesa para França, à comunidade portuguesa. Que desse modo, redescobriu no alvorecer do séc. XXI o seu valioso trabalho e espólio, fundamentais para uma melhor compreensão e representação do nosso passado recente.

Foi na sequência do seu ativismo sociocultural dinamizado na Amicale Culturelle Franco-Portugaise Intercommunale de Viroflay, nos arredores de Paris, que foi desencadeada a doação, em 2009, de mais de uma centena de fotografias originais de Gérald Bloncourt, com quem mantinha uma relação de amizade bastante estreita, ao Museu das Migrações e das Comunidades, sediado na sua terra natal, e que se assume como um centro de encontro e preservação de memória da emigração portuguesa.

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O dirigente associativo Parcídio Peixoto (dir.), com o saudoso fotógrafo Gérald Bloncourt, aquando da sua condecoração em 2016 com a ordem de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

O seu trabalho persistente de resgate da memória da emigração portuguesa para França, levou-o a fundar há uma década a Associação Memória das Migrações, estabelecida no território gaulês, e que tem desde então realizado um trabalho articulado, com o Museu das Migrações e das Comunidades, na recolha de documentos e testemunhos dos portugueses que saíram de Portugal nos anos de 1960-70 e ainda continuam a deixar Portugal. Em Maio de 2013, foram assinados protocolos com o Consulado Geral de Portugal em Paris, o Museu das Migrações e das Comunidades e a Associação Memória das Migrações, no sentido da recolha de documentos, objetos e histórias de vida ligados às migrações dos portugueses para França.

Esta profunda ligação à preservação da memória da emigração portuguesa para França, mas também às suas raízes, concorreu para que em 2018 tenha estado patente, no verão de 2018, na Sala de Visitas do Minho, uma exposição fotográfica e documental “Racines – Les Amours suspendus”, enquadrada nas comemorações do Centenário da Batalha de La Lys (9 de abril de 1918) e do termo da I Guerra Mundial (1914-1918).

A sua estreita ligação a Gérald Bloncourt, concorreu para que no ocaso de 2019, tenha sido um dos principais dinamizadores da homenagem póstuma, promovida pela comunidade portuguesa, ao fotógrafo franco-haitiano no Museu Nacional da História da Imigração de Paris.

Figura grada da comunidade portuguesa em França, a dedicação laboriosa do emigrante e dirigente associativo Parcídio Peixoto, inspira-nos a máxima de José Saramago, o único Nobel da Literatura em língua portuguesa: “Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimosSem memória não existimossem responsabilidade talvez não mereçamos existir”.

HISTORIADOR FAFENSE DANIEL BASTOS APRESENTOU EM BRUXELAS LIVRO DEDICADO ÀS COMUNIDADES PORTUGUESAS

Na passada sexta-feira, foi apresentado em Bruxelas, o livro Comunidades, Emigração e Lusofonia”.

A obra, prefaciada pelo advogado e comentador Luís Marques Mendes, e que reúne as crónicas que o historiador Daniel Bastos tem escrito nos últimos anos na imprensa de língua portuguesa no mundo, foi apresentada na livraria “La petite portugaise”, um espaço cultural de referência da comunidade lusa na capital da Europa.

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O historiador Daniel Bastos (esq.), acompanhado do escritor Joaquim Tenreira Martins, no decurso da sessão de apresentação do livro “Comunidades, Emigração e Lusofonia” na capital da Europa

A sessão de apresentação, que levou à livraria portuguesa em Bruxelas, vários emigrantes e dirigentes associativos, esteve a cargo do escritor Joaquim Tenreira Martins, que salientou “que neste livro, Daniel Bastos tem como objetivo informar, divulgar, sugerir, chamar a atenção, refletir, dar opinião” sobre o papel das comunidades portuguesas no mundo.

Refira-se que neste último livro, que tem sido apresentado em diversos espaços da diáspora, o escritor revela o empreendedorismo, as contrariedades, a resiliência e a solidariedade das comunidades portuguesas, a riqueza do seu movimento associativo, e as enormes potencialidades culturais, económicas e políticas que as mesmas representam. Como é caso da comunidade lusa na Bélgica, constituída por cerca de 70 mil pessoas, e que nos últimos anos se tem tornado um dos destinos mais procurados pelos emigrantes portugueses.

Professor e autor de várias obras que retratam a história da emigração portuguesa, Daniel Bastos é atualmente consultor do Museu das Migrações e das Comunidades, e da rede museológica virtual das comunidades portuguesas, instituída pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.

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HISTORIADOR FAFENSE DANIEL BASTOS APRESENTA EM BRUXELAS LIVRO SOBRE AS COMUNIDADES PORTUGUESAS

No dia 23 de junho (sexta-feira), o escritor e historiador Daniel Bastos apresenta em Bruxelas, o seu mais recente livro “Crónicas - Comunidades, Emigração e Lusofonia”.

A obra, que reúne as crónicas que o historiador tem escrito nos últimos anos na imprensa de língua portuguesa no mundo, é apresentada às 18h00, na livraria “La petite portugaise”, um espaço cultural de referência da comunidade lusa na capital da Europa.

A apresentação do livro, que é prefaciado pelo advogado e comentador Luís Marques Mendes, e conta com posfácios de Maria Beatriz Rocha-Trindade, Presidente da Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa, e de Isabelle Oliveira, Presidente do Instituto do Mundo Lusófono, estará a cargo do escritor Joaquim Tenreira Martins.

Nesta última obra, que tem sido apresentada em diversos espaços da diáspora, o escritor revela o empreendedorismo, as contrariedades, a resiliência e a solidariedade das comunidades portuguesas, a riqueza do seu movimento associativo, e as enormes potencialidades culturais, económicas e políticas que as mesmas representam. Como é caso da comunidade lusa na Bélgica, constituída por cerca de 70 mil pessoas, e que nos últimos anos se tem tornado um dos destinos mais procurados pelos emigrantes portugueses.

Professor e autor de vários livros que retratam a história da emigração portuguesa, Daniel Bastos, que ainda no mês passado apresentou na América do Norte o seu último livro, no âmbito das celebrações dos 70 anos da emigração portuguesa no Canadá, é atualmente consultor do Museu das Migrações e das Comunidades, e da rede museológica virtual das comunidades portuguesas, instituída pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.