“Olhamos para o Castelo de Cerveira como um Hub Criativo e Cultural, onde podem ser organizados eventos culturais, implementados programas educativos para os jovens, dinamizados encontros intergeracionais de valorização da herança histórica material e imaterial, bem como residências artísticas e científicas que liguem conhecimento e arte”. O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, apresentou, esta semana, em Cracóvia (Polónia), as potencialidades de utilização comunitária do Castelo de Cerveira, durante o 4º Encontro Transnacional da rede ARCHETHICS, da qual o Município é parceiro no âmbito do programa URBACT.
Abordando novas perspetivas que potenciem o património dissonante, este encontro de trabalho de cariz europeu procura refletir e debater sobre o estado de desenvolvimento do Plano de Ação Local dos municípios afetos ao projeto. No caso concreto de Vila Nova de Cerveira, esta é uma oportunidade para redefinir a estratégia para o Castelo D. Dinis, “devolvendo-o à comunidade local, como um espaço de convívio e celebração da rica história do concelho”. Rui Teixeira reiterou a importância de transformar aquele monumento “num espaço de encontro entre gerações e entre os Cerveirenses e seus visitantes, sendo exequível implementar este programa em conjunto com vários parceiros: Fundação da Bienal de Arte Cerveira, Universidade Portucalense, Agrupamento de Escolas, Fábrica da Igreja Paroquial, Santa Casa da Misericórdia, e demais entidades do grupo de ação local”.
No encontro político, que decorreu no edifício da Câmara Municipal de Cracóvia, com presidentes e vereadores das cidades de Betera (Espanha), Gdansk e Cracóvia (Polónia), Kazanlak (Bulgária), Permet (Albânia) e Cesena (Itália), Rui Teixeira contextualizou “o passado dinâmico e o presente inerte e desanimador, com o impasse em torno da sua conversão em hotel, e cujas promessas do promotor não avançaram ao longo de quase seis anos”. “Temos ideias, temos parcerias, mas para que tal aconteça é fundamental que o Castelo seja devolvido aos Cerveirenses”, sublinhou o autarca cerveirense.
De realçar que estes encontros internacionais resultam de uma proposta incluída no Plano de Ação Integrado, do Grupo de Ação Local afeto ao projeto ARCHETICS, financiado pelo programa URBACT, do qual o Município de Vila Nova de Cerveira faz parte juntamente com mais nove cidades da União Europeia, partilhando a presença de um património ligado a um passado controverso, e abrindo novas perspetivas e oportunidades que potenciem esse património dissonante.
Os trabalhos da rede ARCHETHICS vão ter continuidade com novo encontro marcado para início de julho em Leipzig, na Alemanha.
O Castelo de Lindoso, um dos mais imponentes testemunhos do património militar da região, será alvo de uma intervenção de valorização com um investimento de cerca de 100 mil euros por parte da autarquia, que permitirá a criação de uma exposição permanente que destacará a relevância histórica e estratégica do monumento.
A exposição, cujo conteúdo já está concluído e aguarda apenas a fase de montagem, foi concebida sob a orientação científica do Professor Doutor Mário Barroca e desenvolvida em estreita colaboração com o Estado-Maior do Exército Português.
O Presidente da Câmara, Augusto Marinho, destaca a importância desta iniciativa para a valorização do património local: "O Castelo de Lindoso é um dos maiores símbolos da nossa história e identidade. Este investimento permitirá não só melhorar a experiência de quem nos visita, mas também reforçar o papel do castelo enquanto espaço de conhecimento e divulgação do nosso passado."
Datado do século XIII e classificado como Monumento Nacional, o Castelo de Lindoso teve um papel estratégico na defesa da fronteira portuguesa Para além da sua imponência arquitetónica, inclui um dos maiores núcleos de espigueiros comunitários da Península Ibérica, que atesta a riqueza da região.
O selo “Rotas do Norte” foi recentemente atribuído ao Castelo de Lanhoso e ao Castro de Lanhoso pela CCDR NORTE e pela Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (ER-TPNP).
Estas duas entidades promovem conjuntamente uma estratégia de organização, gestão e promoção de rotas turísticas regionais de Património Cultural, Arte e Arquitetura Contemporâneas, designadas de “Rotas do Norte”, tendo em vista o desenvolvimento do turismo cultural e a valorização do património cultural na Região Norte.
Com a obtenção do selo Rota “Castelos e Fortalezas a Norte”, atribuído ao Castelo de Lanhoso, e do selo Rota “Castros a Norte”, atribuído ao Castro de Lanhoso, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso poderá concorrer a financiamentos que visem apoiar operações de salvaguarda, valorização e promoção destes dois espaços com um forte potencial de atração turística e cultural.
A atribuição deste selo é, também, um critério de admissibilidade, entre outros, a candidaturas de bens de património cultural a financiamento do NORTE 2030.
Este reconhecimento e adesão às “Rotas do Norte” foi solicitado pela autarquia povoense e a sua aprovação dependeu do cumprimento de um conjunto de critérios, nomeadamente tratar-se, quer o Castro, quer o Castelo, de um “Bem Cultural” classificado ou em vias de classificação ou estar inscrito na Lista do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, como é o caso da Arte da Filigrana da Póvoa de Lanhoso.
A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso submeteu outros bens patrimoniais para a obtenção dos respetivos selos, como é o caso do Theatro Club, Estrada Lusitano Romana, Santuário Rupestre de Garfe e Arte da Filigrana da Póvoa de Lanhoso, aguardam-se a decisão da Comissão de Gestão das Rotas a Norte.
Lembramos, nesta data, o Castelo de Lanhoso, ex libris da Póvoa de Lanhoso, que foi construído num dos períodos mais conturbados da História de Portugal, a Reconquista Cristã, e que subsistiu ao passar dos séculos como admirável exemplar da arquitetura militar medieval, tendo acolhido, dentro e fora das suas muralhas, lutas, contendas e histórias de amor e traição.
Testemunho da memória coletiva e uma referência da cultura e da história do nosso país, o Castelo de Lanhoso é local de paragem obrigatória para quem visita a Póvoa de Lanhoso.
Artesãos recriam a Idade Média no Castelo de Faria
Nos próximos dias 5, 6 e 7 de outubro, nas ruínas do Castelo de Faria haverá ações de visita e interpretação da vida na Idade Média. Uma dezena de artesãos e profissionais da recriação histórica farão a apresentação de ofícios medievais, oficinas de experimentação e de recriação histórica, tentando reproduzir o ambiente vivido no local há mais de 600 anos. Animais de sela e de carga, falcoaria, ferreiros, tecelões e outros agentes emprestam ao Monumento Nacional a ambiência de outros tempos.
No dia 7 de outubro, as atividades serão dedicadas exclusivamente às escolas do primeiro e segundo ciclos inscritas neste evento. As crianças e jovens terão oportunidade de ver fazer, de visitar os recantos do Castelo e de ouvir contar as histórias do lugar.
Esta comemoração, que vai para o terceiro ano consecutivo, insere-se no conjunto das atividades de promoção e de dinamização que o Município tem incrementado no local, desde que recebeu a tutela da gestão das ruínas arqueológicas, em 2022.
No ano de 2023, o Castelo de Lanhoso bateu o recorde de visitas e superou os números registados no período pré-pandemia, confirmando uma tendência de crescimento e que são cada vez mais as pessoas interessadas em conhecer melhor o ex libris patrimonial da Póvoa de Lanhoso.
Assim, o ano passado fechou com um registo de muito perto de 14.000 visitantes (13.988), superior ao último ano em que as visitas à Torre de Menagem do Castelo de Lanhoso decorreram sem as restrições impostas pela pandemia de Covid-19.
Analisando estes dados por nacionalidade, constata-se que os/as portugueses/as continuaram a ser quem mais visitou o Castelo de Lanhoso: um total de 11.402.
De resto, o principal local de atração turística, histórica e cultural Povoense recebeu visitantes de 59 nacionalidades (número que também representa um recorde desde que existem registos) provenientes de todos os Continentes. Brasil, França e Espanha lideram o ranking de países de origem dos/as visitantes estrangeiros/as.
As pessoas residentes na Póvoa de Lanhoso também visitaram ou revisitaram o Castelo. Os/As 1.173 visitantes locais registados beneficiaram da gratuitidade da entrada, uma medida implementada em maio de 2022.
Em 2023, o Castelo de Lanhoso esteve aberto ao público 257 dias, tendo os serviços proporcionado 1.236 visitas guiadas a grupos (com marcação prévia). Em 2019, foram 13.968 as pessoas que passaram pelo principal monumento da Póvoa de Lanhoso.
No ano em análise, valorizou-se o Castelo de Lanhoso, no âmbito do POVOAR.TE, e essa foi uma estratégia que contribuiu para estes resultados, assim como a realização de diferentes dinâmicas culturais e artísticas, como performances teatrais e musicais, em particular integradas no projeto POVOAR.TE, comemorações de datas temáticas, apresentações e diversos momentos de partilha e lazer, como o Escape Room e exposições, de entre outras.
O trabalho próximo com a comunidade escolar, que proporciona visitas guiadas às turmas do ensino básico, também tem desempenhado um papel de relevo na missão transversal da Câmara Municipal de proporcionar o conhecimento da história coletiva e de dar mais visibilidade a este Monumento Nacional, com data anterior à fundação do Condado Portucalense, que daria origem a Portugal. Muito recentemente, o Castelo de Lanhoso integrou a Rede Municipal de Monumentos Inclusivos, de forma a que o conhecimento deste património seja acessível a cada vez mais pessoas, com as suas diversas particularidades.
De lembrar que, no dia 29 de julho de 2023, atingiu-se a marca de 150.000 visitantes desde que existem registos (2006). O Castelo de Lanhoso pode ser visitado de quarta-feira a domingo, entre as 9h30 e as 12h30 e entre as 14h00 e as 18h00.
Oficinas medievais e visitas guiadas no Castelo de Faria tiveram grande adesão
Cerca de mil pessoas participaram nas atividades de celebração do Dia Nacional dos Castelos que, ao longo de três dias, decorreram nas ruínas do Castelo de Faria.
Promovida pelo Município de Barcelos, a programação pretendeu dar alma e vida ao sítio e reviver o período medieval, numa altura em que se assinalam os 650 anos do Feito dos Alcaides.
Assim, da passada sexta-feira até domingo, o Castelo de Faria virou laboratório de animação medieval, com experiências não só para a comunidade escolar como para a população em geral, que aderiu com entusiasmo à iniciativa.
Os participantes puderam sentir o pulsar quotidiano da vida no castelo, aferir como eram as quintas de animais, participar nas oficinas medievais e usufruir de visitas guiadas dinamizadas pelo Gabinete de Arqueologia e Património Histórico do Município de Barcelos.
Todos puderam assistir e experimentar alguns ofícios da época medieval, ver como se produzia o calçado, as armaduras dos cavaleiros em cota de malha e como o ferreiro produzia as espadas e outros artefactos de ferro necessários ao dia a dia num castelo. Ouviram as explicações e experimentaram as armaduras dos cavaleiros da Idade Média e puderam conhecer os animais mais comuns nestes povoados: galinhas, gansos, cabras, bufo real, mochos e diferentes aves de rapina que serviam para ajudar à caça, e ainda o burro e os cavalos.
Destinada ao público escolar, foi apresentada a peça relativa ao Feito dos Alcaides de Faria, encenada pela Companhia de Teatro de Santo Tirso, e que envolveu os alunos neste episódio da história nacional.
No sábado, comemorou-se a efeméride do Dia Nacional dos Castelos, estando em funcionamento as oficinas e representações do quotidiano medieval. Paralelamente, decorreu a experiência "Arqueólogo por um dia", com visitas guiadas à estação, e no decorrer da qual os arqueólogos do Gabinete de Arqueologia e Património Histórico do Município explicaram como se fazem as intervenções no terreno e desafiaram os participantes a ajudarem na manutenção das estruturas arqueológicas com limpezas sumárias, no aro da Idade do Ferro.
No domingo, continuaram as visitas guiadas tendo os presentes a possibilidade de experimentar e aprender mais sobre artes e ofícios, alguns deles quase em extinção.
Recorde-se que, em março do ano passado, o Castelo de Faria passou para a alçada da Câmara Municipal, sendo que, a partir dessa altura, foi gizado um plano de intervenção do sítio que passa pela limpeza, preservação e dinamização cultural daquele património histórico concelhio. Assim, desde que a tutela da estação arqueológica passou para a esfera do Município de Barcelos, a autarquia já promoveu trabalhos de controlo e remoção da vegetação arbórea infestante de grande porte e das árvores com patologia que colocavam em perigo a circulação de pessoas no local, estando em curso os trabalhos de manutenção e de gestão florestal dos 4 hectares da propriedade.
Nos próximos meses, será implementado o circuito de interpretação às ruínas do povoado da Idade do Ferro e do castelo medieval, que privilegiará a informação ao visitante sobre os diferentes momentos da ocupação histórica no monte do Castelo.
Dar alma e vida ao sítio e reviver o período medieval. Este é um dos objetivos a que se propõe o conjunto de ações previstas para as ruínas do Castelo de Faria, no próximo fim de semana. A iniciativa coincide com a celebração do Dia Nacional dos Castelos (7 de outubro) e faz parte da programação geral que assinala os 650 anos do Feito dos Alcaides que o Município tem vindo a assinalar, ao longo do presente ano.
O objetivo destas comemorações visa dar visibilidade aos castelos, enquanto monumentos centrais do imaginário medieval das populações (ver programação).
Recorde-se que, em março do ano passado, o Castelo de Faria passou para a alçada da Câmara Municipal, sendo que, a partir dessa altura, foi gizado um plano de intervenção do sítio que passa pela limpeza, preservação e dinamização cultural daquele património histórico concelhio. Assim, desde que a tutela da estação arqueológica passou para a esfera do Município de Barcelos, a autarquia já promoveu trabalhos de controlo e remoção da vegetação arbórea infestante de grande porte e das árvores com patologia que colocavam em perigo a circulação de pessoas no local, estando em curso os trabalhos de manutenção e de gestão florestal dos 4 hectares da propriedade.
Nos próximos meses, será implementado o circuito de interpretação às ruínas do povoado da Idade do Ferro e do castelo medieval, que privilegiará a informação ao visitante sobre os diferentes momentos da ocupação histórica no monte do Castelo.
Dia dos Castelos - Programação para o fim de semana
Este fim de semana (dias 6, 7, 8 de outubro), o Castelo de Faria vai transformar-se num laboratório de animação medieval, com experiências para a comunidade escolar, mas também para toda a família. Durante o fim de semana (sexta, sábado e domingo) das 10h00 às 17h00, os interessados podem sentir o pulsar quotidiano da vida no castelo, usufruir de visita guiada as ruínas do Castelo de Faria, aferir como eram as quintas de animais, e participar nas Oficinas Medievais, experienciando os vários ofícios da época medieval.
Na programação proposta pelo Município barcelense há também lugar para a apresentação da peça de teatro “Alcaides: 650 anos de Imortalidade”, encenada pela Companhia de Teatro de Santo Tirso, no dia 6 de outubro (sexta-feira). Esta ação é destinada ao público escolar, estando já inscritos mais de uma centena de alunos do 1.º ciclo.
Já no dia 7 de outubro, Dia Nacional dos Castelos, o desafio é aliciante: ser “Arqueólogo por um dia”, atividade dinamizada pelo Gabinete de Arqueologia e Património Histórico do Município de Barcelos, no aro arqueológico do Castelo de Faria. A participação é gratuita, mas carece de inscrição através do email: arqueologia@cm-barcelos.pt
Comemorações dos 650 anos do Feito dos Alcaides de Faria
Como já foi sublinhado, esta ação insere-se no conjunto mais vasto da programação das comemorações dos 650 anos do Feito dos Alcaides de Faria. Para esse efeito, o Município criou uma comissão executiva e constituiu uma Comissão de Honra da qual fazem parte, entre outras individualidades, o Presidente da República e o Primeiro-Ministro.
Das atividades já realizadas sobressai a exposição «Era uma Vez... o Castelo de Faria» que está patente no Sala Gótica dos Paços do Concelho, que dá a conhecer a história e os vestígios daquela estrutura militar medieval que, durante quatro séculos e meio, serviu para defender a Terra de Faria e as suas rotas, sendo palco de acontecimentos marcantes da História do nosso país.
A meados do ano, decorreu em Barcelos, o grande desfile “O Castelo de Faria na Idade Média”, no qual participaram cerca de 400 alunos e professores dos Agrupamentos das Escolas Rosa Ramalho e Alcaides de Faria, e foram entregues diplomas aos alunos do 2º Ciclo das escolas básicas de Fragoso, Rosa Ramalho e Gonçalo Nunes, que participaram no projeto “Um documento – Uma história”, com trabalhos elaborados sobre um documento do Arquivo Histórico, relativos ao Feito dos Alcaides de Faria. Além dos diplomas, às escolas que apresentaram os três melhores trabalhos foi oferecido um Kit de livros e um cheque-prenda de material escolar, no valor de 150 euros. Entretanto, já está agendado, de 26 a 28 de outubro, o Seminário “Os Alcaides de Faria na génese do concelho de Barcelos”, dedicado a dois públicos distintos, em dois palcos diferentes: no edifício dos Paços do Concelho, uma sessão mais vocacionada para investigadores e outros públicos interessados, e uma sessão mais vocacionada para estudantes, na escola Alcaides de Faria.
Castelo de Faria passou o ano passado para a alçada do Município
O Castelo de Faria passou oficialmente em março do ano passado a ser gerido pelo Município de Barcelos, através da assinatura do auto de entrega daquele monumento.
As Ruínas do Castelo de Faria e a Estação Arqueológica Subjacente, situadas nas freguesias de Gilmonde e Milhazes, foram classificadas como Monumento Nacional por Decreto-Lei nº 40684 de 13-07-1956, e constituem uma das estações arqueológicas com maior projeção do Noroeste de Portugal, pela sua dimensão, significado histórico e diversidade arqueológica. A estação arqueológica compreende uma área de 38.513 m², propriedade do Estado Português, e estando afeta à Direção Regional da Cultura do Norte, foi agora transmitida ao Município de Barcelos, no âmbito da Lei n.º 50/2018, de 16 de agosto, que veio estabelecer o quadro de transferência de competências para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais, e pelo Decreto-Lei n.º 22/2019, de 30 de janeiro.
O monumento é um conjunto notável de vestígios que datam desde a Pré-história até à Baixa Idade Média, passando pela Idade do Ferro, pela Romanização, e pelo período Altimedieval, implantados no outeiro noroeste do Monte da Franqueira. A ocupação sucessiva do outeiro ao longo de milhares de anos foi motivada por questões estratégicas, pelo excelente panorama visual que dali se desfruta sobre a bacia inferior do Cávado e sobre o oceano Atlântico.
O sítio foi alvo de intervenções arqueológicas, primeiro promovidas de forma informal pelo Grupo Alcaides de Faria desde a década de 1930 até 1950, tendo nessa altura sido identificadas e reconstruídas algumas estruturas entendidas como medievais e pertencentes ao Castelo de Faria, tendo-se então reconstruído estruturas de épocas diferentes; e numa segunda fase, as campanhas arqueológicas de 1978-1986, realizadas pela equipa de Arqueologia da Universidade do Porto, que interveio no povoado da Idade do Ferro e no quadrante do período Romano.
No local é possível observar os restos das muralhas e habitações do povoado da Idade do Ferro, de alguns edifícios do habitat Romano, mas o elemento mais monumental é o alicerce da torre de menagem e a muralha do castelo medieval, associado a dois eventos significativos da história nacional: foi neste castelo que D. Afonso Henriques assinou, em 1128, um conjunto de documentos, afirmando-se como governante do Condado Portucalense, num processo que culminou na Batalha de São Mamede; e onde foi assassinado Nuno Gonçalves, o famoso Alcaide de Faria, pelo invasor castelhano, durante a Segunda Guerra Fernandina.
A lenda
Reza a lenda que em 1373, reinando D. Fernando, o exército castelhano invadiu Portugal pelo Minho. As tropas portuguesas tentaram travar o avanço do inimigo, dando-lhe combate nos campos a norte de Barcelos. Durante a batalha, os castelhanos aprisionaram o alcaide do Castelo de Faria, Nuno Gonçalves e levaram-no ao castelo, para forçar a rendição dos portugueses. Nas portas do castelo, o alcaide gritou ao filho que não entregasse o castelo. Os castelhanos mataram Nuno Gonçalves diante do filho que mesmo assim, não entregou o Castelo de Faria. Este ato heroico transformou-se numa página lendária da história de Portugal, imortalizando a valentia de Nuno Gonçalves e o espírito de valentia e coragem do povo português na defesa do reino.
Situado na Freguesia de Âncora, a sul de Vila Praia de Âncora, no sítio denominado por lugar da Gelfa, o Forte do Cão constitui um pequeno fortim edificado após o termo das guerras da Restauração como meio de prevenir um possível ataque da Armada espanhola. Este fortim inseria-se num sistema defensivo que incluía os fortes da Vinha, na Areosa, de Montedor em Carreço, da Lagarteira em Vila Praia de Âncora e da Ínsua, em Moledo, com vista a reforçar a defesa da costa atlântica do Alto Minho. O forte do Cão foi construído entre 1699 e 1702, encontrando-se atualmente classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1967.
De planta estrelada, dispõe de quatro baluartes, apresentando a face curva voltada para o mar a fim de reduzir o impacto dos projéteis, apresentando uma tipologia inspirada no chamado estilo Vauban de fortificação, concebido pelo arquiteto militar francês Sébastien Le Preste, marquês de Vauban, que viveu ao tempo de Luís XIV, influência a que certamente não foi alheio o apoio da França à causa da Restauração em Portugal.
Município barcelense assinala Dia Nacional dos Castelos com apresentação das Comemorações dos 650 anos do Feito dos Alcaides de Faria
Sexta-feira, dia 7 de outubro, o Município de Barcelos associa-se ao Dia Nacional dos Castelos, dinamizando uma série de atividades centradas no Castelo de Faria. O objetivo destas comemorações visa dar visibilidade aos castelos, enquanto monumentos centrais do imaginário medieval das populações. Assim, no dia 7 (sexta), pelas 18h30m, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, far-se-á a apresentação pública do programa das Comemorações dos 650 anos do Feito dos Alcaides de Faria (1373-2023) e do plano de intervenção para a estação arqueológica do Castelo de Faria. No mesmo dia, a partir das 21h30m, o Gabinete de Arqueologia e Património Histórico vai dinamizar uma visita à Ermida de Nossa Senhora da Franqueira, no âmbito do programa Arqueologia à Noite.
O Castelo de Faria foi um dos equipamentos militares mais importantes do sistema de vigilância e defesa da costa e do território a sul do Cávado desde os alvores da nacionalidade, tendo sido local de habitação de D. Afonso Henriques antes da Batalha de São Mamede, em 1128.
Foi também ali que foi assassinado o alcaide Nuno Gonçalves em fevereiro de 1373, conforme é narrado por Fernão Lopes e por Alexandre Herculano, constituindo um dos episódios da história nacional mais bem conhecidos e uma referência da literatura portuguesa.
A estação arqueológica das ruínas do Castelo de Faria entrou na gestão do Município em março de 2022, e vai ser alvo de uma intervenção de fundo de reabilitação para garantia da segurança dos visitantes. A visita à ermida da Franqueira é de acesso livre e o Município fornece transporte aos interessados, sendo necessária inscrição para arqueologia@cm-barcelos.pt ou pelo telefone 915288428.
Nova Zelândia, Suriname, Trinidad e Tobago, Etiópia e Nepal. Estes são alguns do países de proveniência dos visitantes do Núcleo Museológico do Castelo de Lanhoso.
Estes dados começaram a ser registados em 2017. Dão conta de que, dos 195 países do Mundo, cidadãos de 77 desses países já visitaram o interior de torre de menagem do ex libris da Póvoa de Lanhoso.
Na receção do Núcleo Museológico do Castelo de Lanhoso existem dois mapas, nos quais é assinalada a proveniência das pessoas que visitam este espaço, quer em termos internacionais, quer em termos nacionais. Para dar um exemplo, na semana de 29 de maio a 5 de junho, o Núcleo Museológico recebeu visitantes provenientes de 11 países, para além de Portugal: Brasil, Espanha, Ucrânia, Alemanha, França, Hungria, Itália, Inglaterra, República Checa, Nigéria e Trinidad e Tobago.
Esse registo permite ainda perceber que pessoas provenientes de 38 países da Europa já passaram pelo interior da Torre de Menagem.
Em termos nacionais, visitantes de 211 dos 308 concelhos do país, já estiveram no local, enquanto, em termos distritais, estão representados todos os 18 distritos do país, com Madeira e Açores incluídos.
De salientar ainda que os habitantes do Litoral Norte e do Minho são os que mais procuram o Castelo de Lanhoso, para ficarem a conhecer melhor a história da Póvoa de Lanhoso, sendo que os do Interior e do Sul já não o fazem tanto.
Assim, o espaço pode ser visitado de quarta-feira a domingo, das 09h30 às 12h30 e das 14h00 às 18h00. O encerramento acontece às segundas e terças-feiras.
Desde o dia 18 de maio (Dia Internacional dos Museus), as pessoas residentes no concelho da Póvoa de Lanhoso passaram a beneficiar de entradas gratuitas no Núcleo Museológico do Castelo de Lanhoso, mediante apresentação de comprovativo de morada.
Panorámica do Castelo de Lanhoso. Entre o século X e o século XI, a antiga fortificação romana encontrava-se reduzida aos seus alicerces. O arcebispo D. Pedro (I) de Braga (1071-1091), visando a defesa avançada da sede episcopal de Braga, determinou a construção do castelo, conforme placa epigráfica no silhar (a mais antiga em um castelo de Portugal), acompanhando os alicerces e o perímetro da primitiva fortificação. De qualquer modo, datará do final do século XII e o início do século XIII a reforma do castelo, com a construção da torre de menagem. O castelo era então o que se chamava de cabeça de terra, o que traduz a sua importância regional.
Castelo de Arnoia de portas abertas no Dia Nacional dos Castelos
O dia de ontem, 7 de outubro, foi oficialmente o Dia Nacional dos Castelos, e Celorico de Basto viu o seu Castelo a celebrar este dia com uma iniciativa promovida pela Rota do Românico em parceria com o Município de Celorico de Basto e o Agrupamento de Escolas.
Durante a tarde de ontem, uma turma do 5G da Escola Básica 2 e 3 da Mota esteve no Castelo de Arnoia, o único Castelo inserido na Rota do Românico, e aprenderam as características deste estilo arquitetónico, presentes no Castelo e explicadas pelas técnicas do Serviço Educativo da Rota do Românico. Segundo Paula Monteiro da Rota, “esta atividade está inserida num projeto pedagógico, um projeto extenso que contempla variadíssimas atividades para várias faixas etárias e ciclos de estudo, para esta iniciativa em particular era importantes termos alunos do 5º ano que estão agora a aprender estas matérias neste ano letivo”.
O dia Nacional dos Castelos celebra-se desde 1984 e, desde 2003 que se estabeleceu o dia 7 de outubro como dia oficial, uma celebração que visa a promoção do património edificado. Segundo o Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Celorico de Basto, Fernando Peixoto “o Castelo de Arnoia edificado entre o Século XI e XIII, é o nosso símbolo arquitetónico, a nossa referência do património histórico mais marcante, outrora cabeça de terra, marco incontornável das terras de Basto, símbolo de defesa e grandiosidade. Um monumento que deve ser visitado por todos, sempre, todos os dias do ano”.
Durante esta visita ao Castelo as crianças aprenderam e brincaram, porque a “brincar também se aprende” e por isso, findas as explicações sobre o românico e a visita à torre de Menagem participaram em vários jogos tradicionais dentro do Castelo de Arnoia.
Muitas das crianças presentes nunca tinham visitado o Castelo de Arnoia como nos disse o aluno Tiago Queirós, “foi a primeira vez que vim ao Castelo, é muito bonito, e gostei muito de aprender como foi construído e que servia para defender as pessoas”.
Esta foi a forma de dar a conhecer o Castelo de Arnoia a 22 alunos do Agrupamento de Escolas, em pleno dia Nacional dos Castelos.