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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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ACADEMIA DO BACALHAU REALIZA GALA NO CÍRCULO REAL DE BRUXELAS – CRÓNICA DE TITO DE MORAIS

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Na próxima sexta – feira 20 do corrente mês de Setembro, um acontecimento social e gastronómico irá decorrer na capital da Europa. A Academia do Bacalhau de Bruxelas, presidida por Amândio Maia, realiza o seu Jantar de Gala, no Círculo Real, situado no parque do Palácio do Reino da Bélgica.

Um ambiente restrito, um local de renome artístico e cultural, utilizado habitualmente para banquetes de diplomatas, cientistas, académicos e fidalguia europeia, vai receber pela primeira vez, a nossa Academia do Bacalhau, onde fomos admitidos em Junho passado, juntamente com o Chef Domingos Gomes, de Cardielos, Viana do Castelo.

Fundado em 1848, o Círculo Real e Artístico bruxelense, é uma reputada agremiação do velho continente, cujo prestígio de seus serviços e instalações a distingue entre muitas outras em restantes capitais europeias.

O programa elaborado pelas direcções da Academia do Bacalhau e daquele espaço social, compreende um “fiel amigo” cozinhado á moda do País Basco (Biscaínho), por uma equipa de Chefs espanhóis e belgas, acompanhado de vinhos de Portugal e França, para um limitado grupo de comensais, provenientes da Bélgica, França, Luxemburgo e Portugal. A animação estará a cargo de David Fonseca e sua Orquestra, e uma parte da receita do evento destina-se à associação portuguesa – Corações com Coroa – fundada em Lisboa em 2012. Presidida por Catarina Furtado, embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a população (UNFPA), entre os serviços prestados por aquela instituição, destacam-se apoios médicos a raparigas e mulheres, e bolsas de estudo.

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TORRE DE CARDIELOS (OU DE D. SAPO): UM DESCANSO PARA AS FEIRAS NOVAS – CRÓNICA DE TITO DE MORAIS

Situada a uma dúzia de quilómetros da vila de Ponte de Lima, a Quinta da Torre de Cardielos (ou de D. Sapo), a qual já não existe, pois foi demolida em 1806, é um local paradisíaco para descanso nos dias de hoje, mas repleta de história perdida nos tempos…

Conhecida com residência solarenga dos Velhos Barretos de Viana do Castelo, das primeiras e mais honradas famílias da sede do distrito, a propriedade está envolta na Lenda de D. Sapo, a qual foi recriada em 2019, com feira medieval e outras actividades.

Como figura central dessa tradição popular na localidade e redondezas, a qual remonta a centenas de anos atrás, recorda-se o nome de Florentino Barreto, um tirano Senhor da dita Torre ou Paço, cuja recordação quase lembra tempos dum feudalismo na Ribeira Lima!

A narrativa ocorrera há cerca de quinhentos anos, e manteve-se em memória oral em gerações de cardielenses e mais além, que recordam, às vezes em tom hilariante, daquela terra “ de direito de pernada”…

Desse avoengo tronco de Barretos Velhos da então Viana da Foz do Lima, um descendente ilustre do Florentim (ou Florentino), realça o trineto João Pais Barreto, que ainda criança partiu para as partes do Brasil. No nordeste da grande colónia, o vianense um dos colonizadores de Pernambuco e senhor de engenho de acúçar. Possuía pelo menos dois, os quais chegavam a produzir 5000 arrobas anuais.

Histórias, recordações duma casa que também dizem foi a sede da Honra de Cardielos, e descanso de gente ilustre, como por exemplo o saudoso Presidente da República, Mário Soares, em 1985 aquando deslocação ao Alto Minho. E, além de Barretos, por lá também residiram os brasonados Maciéis Aranhas.

Já nos finais do século XIX, a torre desaparecida e a reforma do solar, fizeram surgir habitações ao gosto da época, quiçá com restos de cantaria reaproveitada. A história propriedade passou então a pertencer á família Antunes Correia. Nesse apelido, salientou-se Américo (1899-1982), uma referência na gastronomia regional portuguesa. A ele se deve a existência da Pensão Rio Lima, junto do demolido Prédio Coutinho, e o Restaurante do mesmo nome à face da EN 202 em Cardielos, onde nasceu o Bife da Páscoa há sessenta anos…

Por isso, relaxe pela Quinta já sem D. Sapo, entre campos e jardins verdejantes e pedras históricas, neste fim de semana de Feiras Novas, esgotado que está o alojamento em Ponte de Lima, até sugerimos fique por lá, pois Cardielos também sabe receber …

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MITRA DO BISPO DA DIOCESE DE VIANA DO CASTELO CELEBRA OS BORDADOS DE CARDIELOS

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Não há minhoto que não se reconheça nos motivos que adornam a mitra do Bispo da Diocese de Viana do Castelo. Com efeito, ela remete-nos para os magníficos bordados de Cardielos e da região do Alto Minho em geral. É, porventura, uma forma de afirmar que o Bispo está com o seu povo e ele é a sua Igreja.

A mitra possui origens remotas que nos remetem para a época romana ao tempo do imperador Constantino. Trata-se de uma cobertura de cabeça usada como insígnia pontifical pelos prelados da Igreja Católica e outras igrejas cristãs. Melhor dizendo, apenas aos bispos é conferido o direito de uso da mitra.

VIANA DO CASTELO: CARDIELOS É CAPITAL DO BACALHAU À EÇA DE QUEIRÓS

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  • Crónica de Tito de Morais

A União de freguesias de Cardielos e Serreleis, no concelho de Viana do Castelo, será na próxima terça-feira 23 do corrente, a capital do Bacalhau á Eça de Queirós, no âmbito dum evento promovido pelo Clube de Gastronomia de Ponte de Lima. Este grupo de amigos e promotores da cozinha regional portuguesa, minhota em particular, em parceria com o “Rio Lima”, organiza o convívio com o Bacalhau à Eça de Queirós, na mesa.

O motivo do encontro é dar a conhecer um prato com intervenção do autor de “Os Maias”, ou seja, uma nuance que ele proporcionou ao popular Bacalhau de Cebolada; assim, a iguaria nacional, depois da sua apresentação em Março último na embaixada de Portugal em Estocolmo, Suécia, cozinhado pelo Chef Paulo Santos, de Ponte de Lima, e no mês passado em Bruxelas, aqui pela respectiva Academia e confecionado pelo Chef Domingos Gomes, este resolveu dar honras de mostra gastronómica no seu espaço comercial.

Com dezenas de apreciadores do “fiel amigo” inscritos, limitado á capacidade da sala, a data foi escolhida depois de garantia de representações estrangeiras no evento. Deste modo, entre presenças particulares, também algumas instituições se associam ao evento: Academia do Bacalhau de Bruxelas; Confraria dos Vinhos de Portugal na Bélgica/ Ordem de S. Vicente; Fundação Gil Eanes; Associação dos Amigos Portugueses de Drancy (ADAP), França; da Casa do Minho no Canadá, para além de deputados à Assembleia da República; autarcas da região de Paris, de Ponte de Lima e de Viana do Castelo e os produtores de vinhos, Aromas 4U e Phulia.

Uma prova de Loureiros e Alvarinhos antecede a tertúlia gastronómica no Alto Minho, com oito petiscos selecionados, designadamente umas gambas grelhadas, uns ovos mexidos com alheira de galo, enchidos e um creme de marisco. Depois então, o ansiado Bacalhau á Eça de Queirós, um pitéu convivial, como que um tributo ao escritor universal,  registado nos Anais de Ponte de Lima e Viana do Castelo, senão vejamos: o nascimento do escritor, embora envolto em “circunstâncias misteriosas” (como registaram vários de seus biógrafos), pelos amores do Delegado do Procurador Régio em Ponte de Lima com Carolina Augusta (1826-1908), onde residia quando em Maio de 1845 escreve ao Prior de Vila do Conde para baptizar o seu filho e de “ mãe incógnita”. O nascimento ocorreria na Póvoa de Varzim, residência do irmão da avó materna, Francisco Pereira Soromenho, família de Ponte de Lima e Lagos.

Na capital do nosso distrito casaram a 3 de Setembro de 1849 os pais de Eça de Queirós, com ele menor de quatro anos de idade, entregue aos cuidados da ama em Vila do Conde, e só legitimado pelos pais no dia de Natal de 1885.

Homenagem ao navegador João Álvares Fagundes

O programa prossegue depois pelo centro histórico vianense, com destaque para a homenagem ao navegador João Álvares Fagundes (c.1460-1522), na sua estátua inaugurada em 1958, recordando o antigo dono do banco da Terra Nova para pescar bacalhau, reconhecido pelo rei D. Manuel I em 1521, hoje província do Canadá, ao largo do arquipélago onde em 1912 naufragou o Titanic.

A visita ao antigo navio-hospital da frota bacalhoeira, Gil Eanes, á residência dos Kampener Logier de Antuérpia, que no século XVII eram grandes exportadores de bacalhau e açúcar para a Flandres, encerram a jornada cultural e gastronómica luso – europeia- canadense, pela Ribeira Lima.

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VIANA DO CASTELO: BIFE DA PÁSCOA EM CARDIELOS REALIZA-E NO LOCAL DE ORIGEM

  • Crónica de Tito de Morais

Trata-se de um sabor com tradição, pois começou em 1962 por iniciativa de Américo Antunes Correia, proprietário da desaparecida Pensão Rio Lima, na cidade de Viana do Castelo, e restaurante com o mesmo nome, na freguesia de Cardielos, o qual subsiste.

Um pouco industrializado nos últimos anos, o menú desse território rural do Alto Minho, vai regressar ás suas origens, na sequência de informação prestada pelo descendente do fundador, o Chef Manuel Viana Martins, ex-formador de cozinha da EPRALIMA, e do actual proprietário do Restaurante Rio Lima, o Chef Domingos Gomes. Este profissional da restauração está a preparar “ com rigor e gosto, a receita tradicional”, na sequência de encontros realizados com colegas do nosso Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, reunião também regada com outro produto de Cardielos: o Loureiro da Phulia, de jovens empreendedores na arte do vinho!

Assim, no próximo Sábado 30 de Março, um almoço especial terá lugar nessa localidade situada a meio caminho entre Ponte de Lima e a capital do distrito. E, como fomos espreitar o cardápio, após as explicações do Chef Manuel Viana, que com mais sete irmãos nasceu no local de origem do Bife da Páscoa de Cardielos, eis o que será servido no “ Rio Lima”: vinhos selecionados, e como entretém haverá  entradas variadas, seguindo-se uma porção cárnea de bovino, da vazia, grelhada, acompanhando com batata frita, salada e alguns segredos. Uma mesa de sobremesas com doces e frutas, completará o convívio de faca e garfo, cujas inscrições já passaram além do país!

É que, atento, conhecedor dos paladares e aromas da tradição portuguesa, minhota, o administrador no Conselho Europeu de Investigação, desloca-se de Bruxelas para degustar a iguaria vianense! Nascido em Paris, mas com raízes em Arcos de Valdevez, o antigo membro de missões da ONU em Moçambique e no Kosovo, piloto – aviador seu hobbye, que virá acompanhado da esposa, Triin Aasma, natural da Estónia, mas apreciadora dos sabores lusitanos. A dama do nosso amigo Victor é também funcionária superior da Comissão Europeia, como administradora no CESE (Comité Económico e Social Europeu), Unidade de Refugiados, Trabalho e Segurança Social, um órgão de consulta do Parlamento Europeu.

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