Sete concelhos da Galiza e Norte de Portugal unem-se para apoiar o Caminho (da Nossa Senhora) do Norte a Santiago
Sete concelhos da Galiza e do Norte de Portugal manifestaram-se unidos em prol da certificação do Caminho (da Nossa Senhora) do Norte a Santiago. Alcaldes, alcaldesas, presidentes e representantes municipais de Tomiño, Gondomar, Redondela, Vila Nova de Cerveira, Póvoa de Varzim, Viana de Castelo e Caminha reuniram-se, esta sexta-feira, no Espaço Fortaleza de Goián, em Tomiño, para assinar a declaração da ‘Vila da Barca’, um documento de apoio a este caminho de origem medieval, com um grande valor natural, patrimonial e imaterial ao longo dos seus 200km.
“Damos o segundo passo de um caminho que vai ser longo, mas esta variante do Caminho de Santiago é mais um símbolo das novas pontes de amizade na Europa, que entende o valor da cooperação transfronteiriça que nos caracteriza porque o Minho para nós é um rio que nos une”, destacou a alcaldesa de Tomiño, Sandra González.
O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira salientou que esta iniciativa “é um exemplo de que a colaboração e as relações transfronteiriças fazem de nós um território único”. Para Rui Teixeira “este caminho podia ser uma mera ação de marketing, mas não o é, pois, a sua história está fundamentada e tem marcas no território. Este caminho é importante para o desenvolvimento económico, sustentado no turismo”.
O Caminho (da Nossa Senhora) do Norte a Santiago trata-se de uma “Ruta Jacobea” com início na Igreja de S. Pedro de Rates, no concelho da Póvoa de Varzim, atravessando os concelhos portugueses de Barcelos, Viana do Castelo, Caminha e Vila Nova Cerveira, e os concelhos galegos de Tomiño, Gondomar, Vigo e Redondela, local onde interceta com o Caminho Português rumo a Santiago de Compostela. A passagem no rio Minho fazia-se pela extinta Vila da Barca, hoje Goian (Tomiño), uma das travessias mais importantes do rio Minho, que se encontra referenciada no segundo Foral a Vila Nova de Cerveira, atribuído por D. Manuel I, em 1512.
Com este documento de apoio, os sete concelhos comprometem-se a preservar a herança cultural, através da proteção e divulgação deste caminho; pugnar pela sua valorização através de iniciativas sustentáveis de âmbito cultural, infraestrutural e socioeconómico; e a diligenciar, junto das entidades responsáveis, o processo de certificação deste caminho, que deve ser formalizado perante o Xacobeo e o Turismo de Galicia do lado galego, enquanto em Portugal deverá ser apresentado ao Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).
O ato de assinatura contou com a apresentação da alcaldesa de Tomiño, Sandra Gonzalez, e do presidente de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, contando com a presença do alcalde de Gondomar, Paco Ferreira; a concelleira de Redondela, Iria Vilaboa; a vereadora de Póvoa de Varzim, Maria Lucinda Campos Amorim Ramos; a vereadora de Viana do Castelo, Fabíola Oliveira; o vereador de Caminha, João António Branco Pinto; e do vice-presidente de Turismo de Porto e Norte de Portugal, Inácio Ribeiro.
O projeto de reconhecimento e valorização deste caminho começou há aproximadamente um ano com o trabalho iniciado pela Eurocidade Cerveira-Tomiño, através de uma investigação histórica realizada pelo arquiteto e investigador Antonio Soliño que documenta a passagem de peregrinos por Tomiño pelo menos ao ano de 1295. A investigação está compilada no livro ‘O Camiño (da Nosa Señora) do Norte a Santiago’, que o próprio Soliño apresentou durante o ato desta manhã.
O escritor Luís Ferreira, reconhecido como “o maior autor português de ficção” sobre o Caminho de Santiago, está a percorrer a pé o Caminho da Geira e dos Arrieiros, que liga Braga à capital da Galiza na distância de 240 quilómetros.
“Há momentos que preenchem a alma para sempre” afirma o autor na sua página na Internet, referindo-se “à deslumbrante vista sobre a barragem de Vilarinho das Furnas e à magia da Mata de Albergaria”, por onde passou na etapa Campo do Gerês-Lobios, que também inclui “um grande momento histórico: a romana Aquis Originis”.
Luís Ferreira, que escreveu obras como “O Peregrino”, “A Sombra da Verdade”, “Porque Caminhas?” e ”282 - O Último Caminho Será Sempre o Primeiro”, começou a peregrinação pelo Caminho da Geira e dos Arrieiros no domingo, dia 17 de setembro, em Braga.
No trajeto do primeiro dia, Braga-Caldelas, destaca “pontos de interesse” como a Capela de São Frutuoso de Montélios, “de traço visigótico e que parece ter sido inspirada nos mausoléus bizantinos”, e o mosteiro beneditino de Santo André de Rendufe, que “remonta à época do conde D. Henrique, muito embora se desconheça concretamente a data da sua fundação”.
“Adorei a saída de Caldelas. Passamos por um casarão antigo, que alimenta muitas histórias na nossa imaginação”, escreve Luís Ferreira sobre a passagem pelo Concelho de Amares, destacando que “depois foi desfrutar de um trilho bimilenar, sentir a história em cada passo, rodeado de belas paisagens. Um caminho cheio de miliários, a famosa via romana XVIII”.
No final da etapa Lobios-Castro Laboreiro, esta quarta-feira, dia 20, anotou na sua página na Internet: “Entro numa parte extremamente bonita deste troço, a zona do ribeiro a convidar para um mergulho e a magnífica ponte da Cava Velha, de origem romana, provavelmente construída no século I”.
O escritor, que nasceu no Barreiro em 1970 e iniciou a sua atividade literária como poeta em 2007, “apaixonou-se” pelo Caminho de Santiago cinco anos mais tarde. Esta é uma das razões de estar a percorrer nos próximos dias o Caminho da Geira e dos Arrieiros.
Este itinerário começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem.
Nos últimos seis anos foi percorrido por mais de 3.500 peregrinos, sobretudo de Portugal e Espanha, mas também do resto da Europa, da Austrália, Brasil, Japão, México, Azerbeijão, China, Belize ou Aruba.
Foi apresentado em 2017 em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021).
O percurso destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira, via do género mais bem conservada do antigo império ocidental romano, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos escassos cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.
A Eurocidade Tui.Valença é já o segundo ponto de partida de todos os peregrinos que rumam até Santiago de Compostela.
Entre janeiro e julho saíram desta Eurocidade, rumo a Santiago de Compostela, cerca de 21.000 peregrinos, reforçando a segunda posição no ranking de origem das peregrinações a seguir a Sarria (Galiza) com 58375 peregrinos. Em terceiro lugar surge o Porto com 15698.
O Caminho Português (Central), este ano, consolida a posição como o segundo percurso mais utilizado. Já o Caminho da Costa posiciona-se em terceiro lugar. Números muito positivos nestes dois percursos que tem a sua entrada na Galiza através da Eurocidade Tui.Valença, com a travessia da Ponte Internacional Centenária.
Espanha, Alemanha, Estados Unidos, Portugal e Itália estão no top 5 dos países de origem dos peregrinos
A Eurocidade Tui.Valença é a porta de entrada do Caminho Português para Santiago de Compostela na Galiza. Um traçado onde confluem os peregrinos do Caminho Português Central, do Caminho das Torres e do Caminho da Costa.
Valença proporciona uma experiência única aos peregrinos: a meio da ponte internacional, em pleno Caminho, é possível estar com um pé em Portugal e outro em Espanha, sobre o rio Minho, com a Catedral de Tui de um lado e a Fortaleza de Valença do outro.
Um bolo com 13 metros e 400 quilogramas, em forma de seta amarela, a apontar de Valença para Santiago de Compostela, vai marcar a homenagem de Valença, aos peregrinos e ao Caminho Português para Santiago, no Dia da Galiza e de Santiago, terça, 25 de julho.
A Praça da República, na Fortaleza, será o palco para a instalação deste bolo gigante que será distribuído aos peregrinos e aos turistas, a partir das 11h00.
O Presidente da Câmara, José Manuel Carpinteira, convida todos os que se queiram juntar à iniciativa “simbólica, de demonstração do carinho e acolhimento que Valença transmite aos peregrinos do Caminho Português para Santiago”.
O bolo vai ser elaborado por uma pastelaria de Valença.
25 de Julho I Dia de Santiago
Peregrinos de todo o mundo deslocam-se, por esta altura, a Santiago de Compostela para a festa de Santiago o apóstolo. Na Galiza é feriado a 25 de julho, é o Dia Nacional da Galiza.
Valença é ponto de passagem e convergência de peregrinos de três caminhos para Santiago de Compostela: o Central, o da Costa e o das Torres.
Na Fortaleza, os peregrinos entram pelas portas da Coroada e saem pelas portas da Gaviarra, sob o Baluarte do Socorro, que remata o topo norte da fortificação e oferece a melhor vista para Tui, o rio e a ponte que o atravessa. A saída em túnel faz a ligação à centenária ponte internacional. A meio da ponte as setas marcam o caminho, mas também a oportunidade de estar com um pé em Portugal e outro em Espanha, na porta de entrada na Galiza.
O Município de Braga poderá receber em 2025 o primeiro Encontro Internacional do Caminho de Santiago, com o objetivo de divulgar e promover a importância, em diferentes vertentes, dos itinerários jacobeus, em que assume uma posição única na Península Ibérica.
A proposta foi apresentada este sábado, dia 22, pelo presidente da associação fundadora do Caminho da Geira e dos Arrieiros (ACJMR/Plataforma Berán no Caminho), Abdón Fernández, durante a tertúlia “Braga a Caminho de Santiago - O futuro do Caminho”, organizada pela Associação Espaço Jacobeus na Quinta Pedagógica de Braga, com o apoio do município.
“A criação de um Encontro Internacional do Caminho de Santiago pretende ser uma referência que realce as ligações históricas entre as duas cidades, em que Braga pode ser também um ponto de celebração de uma das ideias mais importantes do Caminho de Santiago, a de que temos de relacionar-nos como seres humanos”, defendeu Abdón Fernández.
“A ideia, que partilho com Carlos Ferreira [delegado em Leiria da Associação Espaço Jacobeus], é que sirva para divulgar os distintos caminhos, experiências, que seja de interesse cultural e espiritual, mas também económico e turístico, com a presença de delegações internacionais”, adiantou.
A realização de um encontro deste género em Braga justifica-se por ser a cidade de origem ou de passagem de cinco itinerários jacobeus reconhecidos pela Igreja e/ou por Galiza e Portugal: Caminho da Geira e dos Arrieiros, Caminho Central, Caminho de Torres, Caminho de São Rosendo e Caminho Minhoto Ribeiro.
“Poucas cidades haverá na Europa onde isto aconteça”, referiu o presidente da Plataforma Berán no Caminho (Concelho de Leiró, na Galiza), destacando o papel histórico de Braga como “capital espiritual da Península Ibérica e a sua mais do que evidente ligação a Santiago de Compostela”.
O adjunto do presidente da Câmara de Braga, António Barroso, também presente no encontro, referiu que “o desafio lançado está adquirido, porque de alguma forma já se falou dele”, realçando: “Eu entendo que faz todo o sentido”. Assim, propôs que se trabalhe para que “em 2025 se faça em Braga um grande encontro internacional de associações e de tudo o que esteja relacionado com o Caminho de Santiago”, e que o “trabalho de casa” se inicie entretanto.
“A organização deste encontro, que poderá ser bienal, tem de ser coordenada e obter o apoio do outro lado da fronteira, nomeadamente do Governo galego. Se Espanha não estiver representada, podemos acolher outros países, mas não funciona, como é óbvio. E temos de trabalhar de igual modo a nível nacional. Mas temos todo o gosto e estamos abertos a fazê-lo”, frisou o adjunto do presidente da Câmara de Braga.
O presidente da Associação dos Amigos do Caminho Português, Celestino Lores, reforçou a ideia da importância histórica de Braga e da sua ligação a Santiago, apoiando a realização do encontro internacional: “é uma das cidades importantes em Portugal, até porque já existia antes de Santiago e deve recuperar a sua posição nas peregrinações”.
No âmbito mais concreto da tertúlia, o presidente da Associação Espaço Jacobeus (AEJ), António Devesa, analisou as mudanças registadas na última década. À espiritualidade inicial do Caminho de Santiago acresceram novos interesses, como os dos chamados “turigrinos”, e o aumento do número de caminhantes, gerando mais necessidades que precisam de respostas.
A segurança é uma delas e, neste contexto, o presidente da AEJ elogiou o trabalho das forças policiais portuguesas (PSP E GNR) “pela atenção que estão a dar aos peregrinos no caminho”.
Por outro lado, realçou as dificuldades cada vez maiores das associações na assistência aos peregrinos e na manutenção dos caminhos, até por imposições legais que resultam da sua certificação. Por isso, pediu o apoio das autarquias “para que possam continuar a desempenhar o seu papel de servir, de cada um dos voluntários dar um pouco de si”.
Um protocolo a assinar, em breve, entre a Câmara de Braga e a AEJ, em que a associação – segundo a autarquia - “será a guardiã dos caminhos e promotora de iniciativas, que talvez seja um exemplo a replicar pelo pais”, poderá ser a solução para algumas das questões levantadas por António Devesa.
A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira celebra o Dia de Santiago (25 de julho) com um conjunto de atividades que se centra no peregrino e na importância turística dos Caminhos de Santiago para o território concelhio.
O programa tem início pelas 17h30, com a instalação do ‘Banco do Peregrino’, em frente à Rotunda do Cervo. Trata-se de um local de passagem de milhares de peregrinos, no qual podem desfrutar do slogan de ‘Cerveira, Vila das Artes’ e um dos seus elementos identitários, contemplando de perto a escultura de Zadok Ben-David, ‘O Cervo’, e lá bem no alto do Monte da Sr.ª da Encarnação a escultura do Mestre José Rodrigues, ‘O Cervo’, além de toda a beleza envolvente aos jardins verdes e bem cuidados de Vila Nova de Cerveira.
Segue-se, às 18h30, uma visita ao centro histórico, com paragem e um breve enquadramento sobre o Hospital Antigo do Peregrino, pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Cerveira, e que prestava o habitual auxílio aos mais desfavorecidos, mas também aos peregrinos que por ali passavam.
Pelas 19h30 está previsto um Convívio Peregrino com um momento musical, a decorrer no Jardim Solar dos Castros, que culmina com um Chá do Peregrino e Conversa sobre ‘Cerveira Vila de Caminhos’ com Lourenço de Almada, na Biblioteca Municipal, pelas 21h00. Pesquisador de caminhos e traçados, antigos e culturais, para rotas temáticas, Lourenço de Almada é ainda orientador e lecionador de cursos sobre caminhos de Santiago, a sua história, traçado e organização preparatória de peregrinações a pé, de bicicleta e a cavalo na atualidade.
O concelho de Vila Nova de Cerveira tem 14,4kms do Caminho Português da Costa, devidamente sinalizados, com uma parte do percurso a passar no centro histórico, onde frequentemente se veem peregrinos a descansar ou desfrutar dos pontos de interesse.
O Município de Barcelos vai assinalar o dia de Santiago, no próximo 25 de julho, promovendo um conjunto diversificado de ações na cidade e no concelho, capazes de envolver todos os que percorrem o Caminho de Santiago de Compostela que atravessa o território barcelense.
A iniciativa avança no dia 22, às 21h30, com a realização da tertúlia jacobeia no Albergue de Peregrinos “O Palhuço”, em Pedra Furada. A participação nesta ação é gratuita, mas carece de inscrição, através do e-mail cultura@cm-barcelos.pt.
No dia 25, às 17h00, no Albergue de Peregrinos "Cidade de Barcelos", é tempo de "Caminho Criativo" tema para o desenvolvimento de ações criativas de pintura com artistas locais. No mesmo dia, às 21h00, na Casa da Azenha, acontecerá a exibição de vídeos promocionais sobre o Caminho Português de Santiago.
A 28 de julho, inserido no programa da Festa de S. Tiago, na freguesia de Carapeços, realiza-se, pelas 18h00, a Recriação Histórica de S. Tiago no "Caminho da História".
Mais tarde, a 30 de julho, as Comemorações do Dia de Santiago têm palco na freguesia de Macieira de Rates, onde, entre as 9h00 e as 12h30, se vão desenrolar diversas atividades promovidas pela Associação "Viver Macieira".
O Caminho Português de Santiago é repleto de valor simbólico, religioso e artístico, eivado de lendas e outras histórias que fazem deste percurso uma viagem profundamente enriquecedora.
Ao longo do Caminho, igrejas, capelas, fontes, pontes, aldeias e pequenas vilas pontuam um itinerário essencialmente rural.
“282 – O Último Caminho Será Sempre o Primeiro” vai ser apresentado, este sábado, 1de julho, às 11h00, na Biblioteca Municipal de Vila Nova de Cerveira. Trata-se do mais recente livro de Luís Ferreira, o primeiro em literatura de viagens por relatar a viagem de bicicleta a Santiago de Compostela. Por vontade do autor, Vila Nova de Cerveira foi o concelho escolhido para acolher esta sessão pública a abranger todo o Alto Minho e Baixo Minho Galego.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira é uma honra ter a presença deste “conceituado autor e entusiasta do Caminho de Santiago, com uma história de vida fundida a uma singular vivência do Caminho de Santiago”. Rui Teixeira sublinha que “o executivo municipal está, desde a primeira hora, empenhado, em dar o devido contributo para potenciar o Caminho Português da Costa, e o facto de ter sido eleito para receber esta apresentação é um reconhecimento do trabalho desenvolvido e uma motivação para o continuar”.
A dedicação de Luís Ferreira ao Caminho de Santiago já lhe valeu diversas homenagens na Galiza e em Portugal, onde é unanimemente conhecido como o maior autor nacional de ficção sobre este tema. Além dos seus trabalhos de investigação e divulgação sobre a temática, em 2020, aproveitando a pausa devido à pandemia Covid-19, Luís Ferreira decide frequentar três cursos de reconhecimento académico sobre o Caminho de Santiago e o fenómeno Jacobeu, realizados com a parceria Miriadax/Universidade de Santiago de Compostela.
Depois de ter percorrido os Caminhos de Santiago a pé por mais de 20 vezes, Luís Ferreira aceita o desafio lançado por um amigo e juntos rumam a Santiago, mas, desta feita, de bicicleta. O percurso escolhido é o Caminho Português da Costa, com início em Vila Nova de Gaia. Ao longo de uma semana conhecem inúmeras localidades, pessoas, monumentos, culturas, lendas e tradições e enfrentam as agruras e os cansaços do dia-a-dia.
Num registo muito pessoal e intimista, Luís Ferreira traz-nos um livro completamente diferente dos anteriores. Em “282 – O Último Caminho Será Sempre o Primeiro” encontra-se o peregrino que se esconde atrás do autor, convidando o leitor a viver as mesmas fortes emoções, sem filtros ou barreiras.
Luís Ferreira nasceu no Barreiro e vive atualmente em Alcochete. Iniciou a sua atividade literária em 2007, com a publicação de um livro de poesia por ano, até 2011. Em 2012, a sua carreira literária toma outro rumo ao descobrir e percorrer o Caminho de Santiago. Essa paixão reflete-se no primeiro livro de prosa que publica, em 2013, “Entre o Silêncio das Pedras”, que já conheceu quatro edições, em 2014 o livro é editado no Brasil e em 2021 na Polónia. Depois deste romance, Luís Ferreira publicou “Diário de Xavier Lopes”, mais tarde em coautoria “Olhares de um peregrino de Santiago” e, em 2016, “O Peregrino”, romance que chega à 3ª edição no presente ano.
Em 2018 publicou o seu primeiro thriller, intitulado “A Sombra da Verdade”. Em 2020 regressa à publicação de um romance puro sobre o Caminho de Santiago, cujo título é desde logo um convite à reflexão interior e surge o "Porque caminhas?". Após ter realizado mais de 20 caminhos a pé, decide em junho de 2022 realizar uma vez mais o Caminho da Costa e escreve o seu mais recente livro e primeiro em literatura de viagens “282 – o último caminho será sempre o primeiro”, lançado em abril de 2023.
A Associação ACB - Albergue Cidade de Barcelos promove, durante 2023, a 1.ª Edição do Concurso Internacional de Fotografia: "Barcelos no Caminho de Santiago" 2023. Esta 1.ª Edição tem como principais objetivos: promover a participação cívica associada ao Caminho Português de Santiago, à Peregrinação e à Hospitalidade Jacobeia; potenciar a divulgação de Barcelos no Caminho de Santiago, bem como, a promoção do Caminho de Santiago aos barcelenses.
A 1ª fase do concurso (de submissão das fotografias) decorre até 31 de julho de 2023.
A passagem do Caminho da Geira e dos Arrieiros por Berán, no concelho galego de Leiró, marcou parte da campanha eleitoral para as autárquicas locais, que terminou na sexta-feira, dia 26, com os candidatos a serem desafiados a comprometer-se na defesa do itinerário, pela associação fundadora do projeto.
“A petição que enviámos pedia às candidaturas no concelho de Leiro e Entidade Local Menor de Berán [junta de freguesia] um compromisso firme na defesa do traçado, por Berán e Lebosende, do caminho jacobeu que liga a Sé de Braga, pela região do Ribeiro, a Santiago de Compostela”, explica o presidente da plataforma Berán no Caminho/AJCMR, Abdón Fernández.
No documento, a associação “manifesta a sua preocupação pela escassa sensibilidade das representações políticas locais em relação à inclusão nos seus programas eleitorais de uma firme defesa do caminho por aquelas povoações, como contempla o Caminho da Geira e dos Arrieiros”.
“A única candidatura que incluiu no seu programa a defesa deste traçado foi o BNG”, explica Abdón Fernández”, adiantando que “o PSdeG unicamente refere que apoia um caminho jacobeu, mas não especifica por quais localidades ou o traçado”. Trata-se de “uma posição ambígua, apesar das referências de apoio ao itinerário por Berán em mensagens ou discursos de campanha”.
No caso do PP, Abdón Fernández refere que as candidaturas, encabeçadas por pessoas que conhecem a grande afluência de peregrinos, com repercussão positiva nas termas e todo o concelho”, não têm respondido às solicitações da associação ao longo dos anos, a última das quais no sentido de divulgar a sua posição sobre o caminho.
Neste contexto, o presidente da plataforma Berán no Caminho – localidade onde está o marco do Km 100 do Caminho da Geira e dos Arrieiros - pede à população que “tire as suas próprias conclusões, agora quando mais se precisa do apoio institucional das autarquias, porque o futuro depende dele e dirá quem esteve com este caminho”.
O Caminho da Geira e dos Arrieiros começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem.
Nos últimos seis anos foi percorrido por mais de três mil peregrinos, um terço dos quais em 2022; sobretudo de Portugal e Espanha, mas também do resto da Europa, da Austrália, Brasil, Japão, México, Azerbeijão, China, Belize ou Aruba.
Este itinerário foi apresentado em 2017 em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021).
O percurso tem 240 quilómetros e destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira, via do género mais bem conservada do antigo império ocidental romano, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos escassos cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.
O Caminho da Geira e dos Arrieiros (CGA) foi percorrido a pé este fim de semana por pelo menos três grupos com um total de 120 peregrinos. Estão a fazer por etapas este itinerário jacobeu que liga Braga a Santiago de Compostela.
O maior é constituído por 55 pessoas, provenientes da Galiza, que cumpriu domingo, dia 14, a distância entre Campo do Gerês e as termas de Lóbios. É organizado pela Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago (AACPS), liderada por Celestino Lores.
“Há 30 anos que fazemos os caminhos portugueses e faltava este, que percorremos de modo a contribuir para aumentar o conhecimento e divulgação das suas potencialidades. É um percurso que está a renascer, em plena promoção, mas muito antigo e suportado pela história”, explicou Celestino Lores, presidente da AACPS, no dia 23 de abril, à partida para a primeira etapa, entre Braga e Caldelas de Amares.
Um outro grupo, coordenado pela delegação de Amares da Associação Espaço Jacobeus (AEJ), percorreu sábado, dia 13, a distância de 28 quilómetros entre Castro Laboreiro e Cortegada.
Esta peregrinação, cuja primeira etapa foi a 4 de maio, é levada a efeito em parceria com a Câmara de Amares e a União das Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos. É composta por 32 pessoas e está dividida em 11 troços, a percorrer até setembro.
Segundo os organizadores, “tem como principal objetivo promover o Caminho da Geira e dos Arrieiros junto dos amarenses, bem como a importância turística deste traçado para os territórios que atravessa".
A terceira peregrinação, organizada pelo grupo Roteiros de Lalín (concelho galego), palmilhou domingo, dia 14, a distância de 24 quilómetros entre Campo do Gerês e Lóbios. Foi a terceira etapa dos também 32 peregrinos que a compõem e começaram esta jornada a 5 de março.
“Foi um dia fantástico, por um caminho mágico que nos tele transportou para a época romana, ao longo de grande parte da Via XVIII”, referem os organizadores, adiantando: “Apreciámos a impressionante coleção de miliários, rodeados por uma paisagem espetacular, à sombra de frondosas árvores e vendo cascatas pelos vales dos rios Homem e Caldo”.
O Caminho da Geira e dos Arrieiros começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem.
Nos últimos seis anos foi percorrido por mais de três mil peregrinos, um terço dos quais em 2022; sobretudo de Portugal e Espanha, mas também do resto da Europa, da Austrália, Brasil, Japão, México, Azerbeijão, China, Belize ou Aruba.
Este itinerário foi apresentado em 2017 em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021).
O percurso tem 240 quilómetros e destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira, via do género mais bem conservada do antigo império ocidental romano, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos escassos cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.
O vereador do Turismo da Câmara Municipal de Terras de Bouro, António Cunha, a par do delegado local da Associação Espaço Jacobeus (AEJ), Vítor Cunha, “fizeram as honras da casa”, ao receber no nosso concelho um grupo de mais de meia centena de peregrinos galegos que percorreu, durante o fim de semana, a segunda etapa do Caminho da Geira e dos Arrieiros.
Da parte galega o grande animador do grupo de 55 peregrinos da Galiza foi Celestino Lores Rosal, presidente da Associação de Amigos e Amigas dos Caminhos de Santiago, a par de António Devesa, de Braga, presidente da Associação Espaço Jacobeus (AEJ). A peregrinação tem como objetivo divulgar o itinerário jacobeu que liga Braga a Santiago de Compostela.
Esta segunda etapa partiu de São Sebastião da Geira e terminou no centro da vila de Terras de Bouro. O Caminho da Geira e dos Arrieiros começa na Sé Catedral de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e entra na Galiza, através de Lobios (Ourense), pela antiga fronteira da Portela do Homem, reentrando em Portugal por Melgaço. Ao longo dos últimos seis anos já foi percorrido por mais de três mil peregrinos, um terço dos quais em 2022, principalmente de Portugal e Espanha, mas igualmente da Europa e da Austrália, Brasil, Japão, México, Azerbeijão, China, Belize ou Aruba. O percurso tem 240 quilómetros e destaca-se por integrar aspetos peculiares, a Geira, Via XVIII ou Via Nova, que tem a maior concentração mundial de marcos miliários na sua Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés, decretada pela UNESCO.
O Concello de Tomiño deu o primeiro passo para promover uma nova variante do Caminho de Santiago, com passagem pelo território transfronteiriço da Eurocidade Cerveira-Tomiño e que consta de arquivos históricos. Após um ano de investigação, a alcaldesa de Tomiño, Sandra González, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, e o arquiteto e investigador Antonio Soliño apresentaram, esta quarta-feira, o Caminho da Nossa Senhora do Norte a Santiago, numa sessão realizada no Salon de Plenos do Concello de Tomiño e que contou com a presença de autoridades e representantes do tecido associativo e hoteleiro galegos. O próximo passo é a formalização junto do Xacobeo e do Turismo de Galicia.
A proposta de uma nova variante de Caminho a Compostela fortalece a identidade transfronteiriça e permite alargar novas pontes de amizade entre a Galiza e Portugal, uma vez que esta variante começa em Barcelos, segue por Viana do Castelo, Caminha e Vila Nova de Cerveira e cruza para Tomiño para continuar por Gondomar, Vigo e Redondela até Vilavella, onde se funde com o Caminho Central a Santiago.
“Com um árduo trabalho realizado podemos documentar a passagem de peregrinos e peregrinas por Tomiño ao longo dos séculos. Por isso, hoje, iniciamos esta caminhada que não vai ser pequena, que vai levar tempo, mas que terminará com êxito com o reconhecimento oficial desta variante”, salientou a alcaldesa, Sandra González.
Já o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira afirmou que “esta nova variante reafirma o projeto da Eurocidade, no que concerne ao turismo, sustentabilidade ambiental e valorização da economia local, além de reforçar a relação histórica de trabalho e de amizade”. “Seguimos cimentando uma relação com a Galiza que é muito importante para nós e pensamos que hoje estamos a dar o primeiro passo de centenas de quilómetros caminhando juntos em prol deste projeto. Da minha parte, cabe apresentar este estudo aos concelhos portugueses implicados”, sublinhou Rui Teixeira.
A investigação documenta a passagem de peregrinos por Tomiño para Santiago desde, pelo menos, 1295, ano que surge como a referência mais antiga conhecida. Como assinalou o investigador, Antonio Soliño, a origem da passagem do Caminho pelo território tomiñês está na vila da Barca, “entretanto já desaparecida situada na atual Goián, topónimo que certifica que era uma das passagens importantes do Minho”. E se algo caracteriza esta variante tomiñesa é “o alto valor do património construído pela arquitetura de origem medieval e barroca, e sobretudo pela sua arquitetura militar e pelo elevado número de elementos etnográficos, especialmente os caniços, cruzeiros”.
O estudo realizado vai ser apresentado ao Xacobeo e ao Turismo de Galicia para propor a formalização desta nova variante do Caminho de Santiago. Não obstante, toda a investigação será compilada num livro a ser apresentado em breve e colocado à disposição das comunidades.
Um grupo de 55 peregrinos provenientes da Galiza está a percorrer, desde domingo, dia 23, o Caminho da Geira e dos Arrieiros (CGA) por etapas, com o objetivo de divulgar este itinerário jacobeu que liga Braga a Santiago de Compostela na distância de 240 quilómetros.
A peregrinação é organizada pela Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago (AACPS), liderada por Celestino Lores, e prossegue no domingo, dia 30, com os participantes a cumprirem a distância entre Caldelas e Terras de Bouro, depois de no primeiro dia terem partido da Sé de Braga.
“O primeiro objetivo desta, como de todas as peregrinações, é chegar ao túmulo do Apostolo Santiago, mas neste caso há também a intenção de fazer um caminho novo, como é o caso do CGA”, explica Celestino Lores.
“Há 30 anos que fazemos os caminhos portugueses e faltava este, que cumprimos de modo a contribuir para aumentar o conhecimento e divulgação das suas potencialidades”, adianta o presidente da AACPS, frisando que “é um percurso que está a renascer, em plena promoção, mas muito antigo e suportado pela história”.
A AACPS “apoia todos os caminhos que realmente têm história, como acontece como CGA. Um dos objetivos da nossa associação é a divulgação e promoção dos caminhos portugueses de Santiago e este é um itinerário que existe desde o tempo dos romanos, é um caminho com história”, realça.
Quanto ao reconhecimento do CGA, Celestino Lores está convicto: “Sem qualquer duvida, penso que será reconhecido pelos governos da Galiza e de Portugal”.
“As notícias que tenho do Governo da Galiza é que vai ser considerado um caminho oficial, como já foi pela Igreja. É um caminho com futuro, que terá muito sucesso sem qualquer duvida”, destaca.
Para o adjunto do presidente do Município de Braga, António Barroso, esta é “mais uma peregrinação jacobeia a que a autarquia se associa com muito gosto. O contacto com quem faz o Caminho de Santiago é muito relevante para demonstrar a ligação ancestral ao Caminho, mas também para que a passagem por Braga seja diferente e mais acolhedora”.
“Com a Associação Espaço Jacobeus (AEJ) continuamos a procurar proporcionar as melhores condições aos peregrinos e, em conjunto, estamos a trabalhar com as entidades competentes para a certificação dos caminhos que passam ou iniciam em Braga”, acrescentou.
O Caminho da Geira e dos Arrieiros começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem. Nos últimos seis anos foi percorrido por mais de três mil peregrinos, um terço dos quais em 2022; sobretudo de Portugal e Espanha, mas também do resto da Europa, da Austrália, Brasil, Japão, México, Azerbeijão, China, Belize ou Aruba.
Este itinerário foi apresentado em 2017 em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021).
O percurso tem 240 quilómetros e destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira, via do género mais bem conservada do antigo império ocidental romano, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos escassos cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.
Jornalista de Leiria assina texto na National Geographic dedicada aos Caminhos de Santiago
O Caminho da Geira e dos Arrieiros é descrito e interpretado pelo jornalista Carlos Ferreira na Edição Especial Viagens que acaba de chegar às bancas.
O jornalista Carlos Ferreira, colaborador do REGIÃO DE LEIRIA, é um dos convidados da revista National Geographic – Edição Especial Viagens que acaba de chegar às bancas e é dedicada aos caminhos portugueses de Santiago.
Coordenada pelo historiador Paulo Almeida Fernandes, esta edição da revista descreve e interpreta os vários percursos, explicando a sua génese e tradição através do contributo de diversos autores.
Carlos Ferreira assina o artigo sobre o Caminho da Geira e dos Arrieiros (CGA), o único dos novos itinerários a partir de Portugal que está a renascer e a crescer apenas por iniciativa dos peregrinos. O jornalista fez o CGA, pela primeira vez, em maio de 2017, tendo sido o quarto peregrino a concluí-lo e o primeiro a concretizá-lo sozinho.
Escrito na primeira pessoa, sob o estilo de crónica, o texto descreve este percurso de 240 quilómetros e o que o destaca em relação aos restantes. O CGA começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem. Inclui patrimónios únicos no mundo como a Geira Romana, a via mais bem conservada do antigo Império Romano do Ocidente, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Tem ainda a particularidade de ser um dos escassos cinco caminhos que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.
Carlos Ferreira foi um dos autores convidados desta edição da National Geographic pelo amplo conhecimento e experiência que tem dos vários percursos que já fez 11 vezes desde 2012. Mas foi-o também pelo envolvimento afetivo com o Caminho de Santiago. Confrade da Arquiconfraria Universal do Apóstolo Santiago, é membro da Comissão Instaladora da Associação Transfronteiriça do Caminho da Geira e dos Arrieiros e administrador da página de Facebook Caminho da Geira e dos Arrieiros. Participa regularmente em encontros de peregrinos, debates e outras iniciativas com vista à divulgação do percurso, uma vez que, por enquanto, a gestão do CGA é feita apenas pelas associações de peregrinos.
Esta realidade deverá mudar em breve, uma vez que as entidades oficiais começam agora a dar atenção e a valorizar este percurso que, nos últimos seis anos foi percorrido por mais de três mil peregrinos. A maior parte é proveniente sobretudo de Portugal e Espanha, mas também de Itália, Inglaterra, Alemanha, Croácia, Ucrânia, Rússia, Polónia, Brasil, EUA, Austrália ou Países Baixos.
A Via Veteris - Associação Jacobeia de Esposende com o apoio do Município de Esposende e realizaram, no passado dia 1 de abril, uma ação conjunta de monitorização do Caminho Português da Costa para Santiago no trajeto que atravessa o concelho.
Nesta ação foi reforçada a pintura da sinalização ao longo do caminho, avivando as marcações que se encontravam mais esbatidas, procedeu-se à limpeza do percurso e à identificação de pontos e ações a melhorar.
Esposende afirma, assim, o seu empenho na manutenção do Caminho Português da Costa para Santiago, numa ótica abrangente de valorização deste ativo turístico. Com efeito, é cada vez mais crescente o número de peregrinos, que resulta, em grande medida, do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito do acordo de cooperação institucional celebrado entre os municípios de Esposende, Porto, Maia, Matosinhos, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença, para a investigação, promoção e dinamização do Caminho Português da Costa para Santiago de Compostela. O Albergue de São Miguel de Marinhas recebeu, em 2022, um total de 5.273 peregrinos, sendo na sua grande maioria originários da Alemanha, Itália, Espanha, Checa e da Polónia, bem como portugueses.
Paralelamente, têm constituído, também, um motor de crescimento e desenvolvimento da procura por este itinerário rumo a Santiago de Compostela as muitas ações de valorização e promoção do Caminho desenvolvidas pelo Município, em articulação com a associação esposendense Via Veteris e com outros parceiros locais.
A ação de monitorização do Caminho Português da Costa para Santiago integra-se no Plano de Ação para a Sustentabilidade, Crescimento e Competitividade do Turismo em Esposende – 2018_2022, e encontra-se interligada com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
“O Caminho de Santiago valoriza os territórios minhotos por onde passa e é uma excelente alavanca promocional da cultura, turismo, identidade, património, natureza, gastronomia e hospitalidade dos quatro municípios que aqui estão presentes no ato assinatura deste acordo de parceria que vai potenciar ainda mais este importante ativo territorial do Minho”. Foi desta forma que o presidente da Câmara, Mário Constantino, assinalou a cerimónia de que foi anfitrião e que reuniu em Barcelos os autarcas de Ponte de Lima, Paredes de Coura e Valença.
Na iniciativa, que além da assinatura do acordo serviu também para a apresentação do vídeo promocional “Este é o Caminho”, estiveram também representados todos os presidentes de Junta das freguesias por onde passa o Caminho Central Português – Caminho Primitivo. O referido vídeo promocional, produzido pela empresa Razão, leva o espectador, através das memórias de um peregrino, a viajar no tempo.
Estas ações, e as que se lhe seguirão, visam continuar a aumentar a notoriedade do Caminho no mercado nacional e internacional, e mobilizar o turismo de forma a recuperar a atividade registada nos anos pré- pandemia. Nesse sentido, os concelhos minhotos que fazem parte do Caminho Central Português de peregrinação a Santiago entenderam que seria bastante mais profícuo unirem esforços e daí nasceu o Acordo de Parceria assinado ontem, nos Paços do Concelho de Barcelos, envolvendo Barcelos, Ponte de Lima, Paredes de Coura e Valença.
Na sessão realizada em Barcelos, Vasco Ferraz, presidente da Câmara de Ponte de Lima, agradeceu a colaboração dos municípios vizinhos, reconhecendo que a valorização do Caminho “tem sido uma luta” da qual não se pode desistir e desafiou os seus congéneres a criarem a “Associação dos Municípios do Caminho’. Por seu lado, o autarca de Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira, considera que a aposta no digital pode também ser uma via para a promoção do Caminho. Já José Manuel Carpinteira, presidente da Câmara de Valença, sublinhou o papel central dos presidentes de junta, a quem deixou uma palavra de reconhecimento e agradecimento.
O “Projeto de Valorização e Comunicação do Caminho Português de Santiago” é cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), integrado no Programa Operacional Regional Norte 2020.
No dia 12 de março chegou a Santiago de Compostela um grupo de catorze peregrinos de Terras de Bouro que percorreu o Caminho da Geira e dos Arrieiros por etapas desde maio do ano passado e viu agora concluída a sua derradeira etapa, entre Pontevea e a Praça do Obradoiro , na Catedral de Santiago.
A peregrinação, que contou com o apoio do Município de Terras de Bouro, realizou-se ao longo dos 224 kms e foi gloriosamente concluída com a entrada do grupo em Santiago de Compostela trajado como se de uma legião romana se tratasse, uma forma original de honrar esta fase da História que tanto significa para a Terras de Bouro.
A Delegação de Terras de Bouro da Associação Espaço Jacobeus foi a promotora da iniciativa, sendo representada nesta jornada por um dos responsáveis, Vítor Cunha, que frisou a importância como esta ação decorreu, com visibilidade e interesse, despertando a curiosidade e o apoio dos que com ela se cruzaram. Também presente e participante nesta iniciativa esteve o Presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Manuel Tibo, “que salientou a sinergia com os concelhos de Amares, Braga e Melgaço na promoção deste projeto que queremos certificar e promover, apelando também a todos que façam esta viagem pedestre pela imensa beleza natural, interesse cultural e histórico”, sublinhou também. O Presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro foi acompanhado nesta ação pelo Vice-Presidente, Adelino Cunha e pelo Vereador Municipal, António Cunha.
Um grupo de peregrinos concluiu este domingo, dia 12, o Caminho da Geira e dos Arrieiros, prestando em Santiago de Compostela uma homenagem à herança romana deixada na região atravessada pelo itinerário, numa iniciativa da delegação de Terras de Bouro da Associação Espaço Jacobeus (AEJ).
Os 14 peregrinos completaram a pé os 224 quilómetros que separam Terras de Bouro da capital da Galiza, fazendo a parte final vestidos com trajos da época romana, motivo que despertou “muita curiosidade” em quem presenciou a sua passagem.
“Este é um caminho que pretendemos certificar, dignificar, conservar e promover. Este é um desafio para todos, chegar a Santiago de Compostela pela Geira”, disse no final da jornada o presidente da Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, que integrou a peregrinação.
“A câmara municipal continuará a trabalhar em conjunto com os municípios de Amares, Braga e Melgaço para a concretização de mais este projeto”, que inclui “a Geira milenar, que tanto orgulha Terras de Bouro”, adiantou Manuel Tibo, que esteve acompanhado pelo vice-presidente da autarquia, Adelino Cunha, e pelo vereador António Cunha.
O autarca aproveitou a oportunidade para endereçar “os parabéns a todos aqueles que ao longo dos últimos anos percorreram este itinerário”, apelando de seguida: “Façam o Caminho da Geira e dos Arrieiros e desfrutem das belíssimas paisagens que o envolvem”.
Na perspetiva do delegado da AEJ, Vítor Cunha, “a jornada correu muito bem” e a entrada em Santiago de Compostela da coluna de peregrinos vestidos com trajos romanos “despertou curiosidade e foram muitas as pessoas que quiseram conhecer o âmbito da iniciativa”.
“Foi uma maneira diferente de promover o Caminho da Geira e dos Arrieiros, e Terras de Bouro, que resultou muito bem”, adiantou Vítor Cunha.
Os peregrinos entraram na capital da Galiza pela zona antiga e a chegada à Praça do Obradoiro, em frente à catedral, foi acompanhada por um tocador de gaita de foles que, entretanto, se juntou ao grupo.
A peregrinação começou em Santa Cruz, no concelho de Amares, em maio do ano passado, decorrendo uma etapa por mês, com exceção de julho e agosto. Este domingo, foi cumprido o último troço, entre Pontevea a Santiago de Compostela.
O Caminho da Geira e dos Arrieiros começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem. Nos últimos seis anos foi percorrido por mais de três mil peregrinos, um terço dos quais em 2022; sobretudo de Portugal e Espanha, mas também de Itália, Inglaterra, Alemanha, Croácia, Ucrânia, Rússia, Polónia, Brasil, EUA, Austrália ou Países Baixos.
Este itinerário foi apresentado em 2017 em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021), e foi um itinerário oficial da Peregrinação Europeia de Jovens do Ano Santo Jacobeu 2021/22.
O percurso tem 240 quilómetros e destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira Romana, a via do género mais bem conservada do mundo, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos escassos cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.