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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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“CABRAL – O DESCONHECIDO” DESEMBARCA NO BRASIL PELQS MÃOS DO ESCRITOR JOÃO MORGADO

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  • Crónica de Ígor Lopes

O premiado escritor português João Morgado estará de visita ao Brasil para uma série de eventos que marcarão o lançamento da sua obra mais recente: "CABRAL - O Desconhecido".

A visita, programada para o período de 22 de março a 7 de abril, passa pelo Rio de Janeiro, Macaé, São Paulo, Porto Alegre, Canoas e Florianópolis. Terá ainda uma passagem pelo Uruguai, por Montevideu e Punta del Este.

No Rio de Janeiro, sexta-feira, 22 de março, pelas 15h, o autor estará na Biblioteca da Marinha do Rio de Janeiro, numa cerimónia em conjunto com a Academia Luso-Brasileira de Letras, que o empossará como académico correspondente. Às 19h, estará presente na Casa do Minho, como convidado especial das comemorações do centenário desta instituição, uma iniciativa que prevê a participação de autoridades do Brasil e de Portugal, como membros das autarquias de Viana do Castelo e de Braga, além do embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos. No dia seguinte, sábado, 23, visitará oficialmente o Real Gabinete de Leitura. No dia 26 de março, terça-feira, pelas 18h, apresentará o livro no Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro, no Palácio São Clemente, na presença oficial da Cônsul-Geral de Portugal no Rio de Janeiro, a embaixadora Gabriela de Albergaria.

Já em São Paulo, dia 27 de março, quarta-feira, será recebido na Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística e, no dia 28, estará presente no tradicional “Almoço das Quintas” na Casa de Portugal. Mais tarde, às 18h, apresenta o livro no Salão Saramago da mesma instituição.

João Morgado deverá passar a Páscoa junto da Comunidade Portuguesa de Montevidéu. Dia 30 de março será recebido pelo embaixador de Portugal no país, João Pedro Antunes, e, pelas 15h, falará dos 500 anos do Nascimento de Camões na Casa de Portugal de Montevideo. Além do seu livro “Cielo del Mar” (Em Espanhol), apresentará ainda a obra “O Pássaro dos Segredos”, sobre o “25 de Abril”, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos. Domingo de Páscoa estará de visita a Punta del Este, onde falará na sede da “Liga de Punta del Este, Fomento y Turismo”.

Em Porto Alegre, no dia 1 de abril, segunda-feira, tem agendada uma participação num jantar palestra promovido pelo Conselho das Comunidades Portuguesas, através do Conselho Regional das Américas Central e do Sul (CRACS).

Em Canoas, também no Sul do Brasil, a 2 de abril, terça-feira, começa cedo o dia, as sete da manhã, num “Café com Cultura”, a convite da Câmara de Indústria, Comércio de Serviços de Canoas, numa organização conjunta com os Rotary Club de Canoas Industrial.

Em Florianópolis, dia 3, pelas 16h, João Morgado apresenta o livro no Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. No dia 4 de abril, o autor estará presente na FIN Brasil - Feira Internacional de Negócios. João Morgado está convidado como presidente da Casa do Brasil - Terras de Cabral, em Portugal, e apresentará também o livro no palco principal da feira.

Dia 5 e 6 de abril, João Morgado estará no Brasil em contacto com a comunidade portuguesa, mais precisamente no Rio de Janeiro.

“CABRAL - O DESCONHECIDO”

A obra em destaque é uma edição brasileira do original "Vera Cruz", que recebeu a "Medalha do Mérito Literário da Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral”, em 2017. "CABRAL" é um romance biográfico que mergulha na vida do navegador que oficializou as terras do atual Brasil para a coroa portuguesa. O livro é resultado de uma extensa pesquisa sobre essa figura histórica tão significativa.

A Editora Clube de Autores apresenta a obra "CABRAL", no Brasil. O autor questiona: “o que conhece de Pedro Álvares Cabral, antes e depois de 1500?” A obra apresenta aspetos pouco conhecidos da vida do navegador, como a sua rivalidade com Vasco da Gama, as suas batalhas nos desertos de África, a liderança e humanismo em Terras de Vera Cruz em contraste com o seu perfil bélico que levou à destruição de uma cidade nas Índias, e ainda o arrependimento dos feitos ao virar as costas ao rei.

João Morgado, além de escritor, é presidente da Casa do Brasil - Terras de Cabral, em Belmonte, Portugal. O seu trabalho de investigação sobre Pedro Álvares Cabral tem sido amplamente reconhecido, sendo agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cívico e Cultural pela República Federativa do Brasil. O autor também recebeu o Troféu "Cristo Redentor" da Academia de Letras e Artes de Paranapuã, no Rio de Janeiro, em reconhecimento ao seu empenho na promoção da rica cultura luso-brasileira.  A sua participação em instituições como o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e a Academia de Filosofia e Ciências Humanísticas Lucentina demonstra o seu compromisso com a preservação e divulgação da história e cultura. No Rio de Janeiro, será recebido como académico da Academia Luso-Brasileira de Letras.

João Morgado recebeu os seguintes prémios literários: Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca 2020 :: Prémio Literário Ferreira de Castro 2019 :: Prémio "Medalha do Mérito Literário da Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral”, 2017 :: Prémio Literário António Gaspar Serrano, 2016 :: Prémio Nacional de Literatura LIONS 2015 :: Prémio Literário de Poesia Arandis - Manuel Neto dos Santos, 2015 :: Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’ Escritas, 2015 :: Prémio Literário António Alçada Baptista 2014 :: Prémio Literário Virgílio Ferreira 2012.

O trabalho do autor pode ser conhecido em: www.joaomorgado.net

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CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO ASSINALA AMANHÃ UM SÉCULO DE EXISTÊNCIA AO SERVIÇO DO REGIONALISMO E DA COMUNIDADE MINHOTA NO BRASIL – HÁ FESTA NO PRÓXIMO DIA 24 DE MARÇO!

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Fundada em 8 de Março de 1924 – prestes a assinalar o seu centenário – a Casa do Minho no Rio de Janeiro foi criada com o propósito de estabelecer solidariedade e prestar auxílio aos nossos compatriotas que, nos anos difíceis do começo do século XX, se viram desamparados pela sorte e à beira da miséria, muitos dos quais tiveram então de ser expatriados, a Casa do Minho viria a constituir-se num baluarte do regionalismo minhoto e da afirmação do patriotismo dos portugueses em terras de Vera Cruz, precisamente a que ostenta no seu próprio emblema.

Ultrapassadas as dificuldades iniciais com que os nossos conterrâneos se debateram para conseguirem uma vida mais digna, as gentes minhotas deram à Casa do Minho uma nova missão que consiste na preservação da sua identidade, mormente através das mais variadas manifestações culturais, tertúlias literárias, manifestações religiosas, divulgação do folclore e, sobretudo, da união e convívio familiar dos seus associados.

Desde a sua fundação, a Casa do Minho no Rio de Janeiro é obra de muitos homens e mulheres que ao longo de oitenta e oito anos de existência souberam erguer uma grandiosa instituição que dignifica a comunidade minhota radicada no Brasil e prestigia o nosso país.

Localizada na rua Cosme Velho, na zona sul do Rio de Janeiro, a Sede social da Casa do Minho dispõe para além das instalações propriamente ditas, de uma grande arborizada, parque de estacionamento e dois magníficos recintos desportivos.

De entre as suas principais finalidades, cumpre-nos destacar a promoção da fraternidade Luso-Brasileira; o desenvolvimento da prática de atividades desportivas, recreativas, culturais e sociais; a difusão do culto à Comunidade Lusíada; a luta pelos interesses do Minho tornando conhecidas sua história, belezas naturais, gastronomia e o seu folclore.

Fotos: Casa do Minho do Rio de Janeiro

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Instalações da Casa do Minho no Rio de Janeiro

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A Casa do Minho do Rio de Janeiro foi constituída em 8 de março de 1924. Em 1967, adquiriu a velha moradia que vemos na foto acima, situada na Rua Cosme Velho, no Bairro das Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro. Procedeu à sua demolição para nesse local edificar a sua atual sede social.

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Trinta anos após a criação da Casa do Minho, foi constituído no seu seio o Rancho Folclórico Maria da Fonte

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A Casa do Minho preserva as nossas tradições junto das gerações mais jovens da nossa comunidade radicada no Brasil

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A imagem mostra um aspeto panorâmico do salão social da Casa do Minho

SÃO PAULO ABRE LANÇAMENTO DO LIVRO “FESTAS D’AGONIA” NO BRASIL COM DESTAQUE PARA LUSO-BRASILIDADE

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O jornalista luso-brasileiro Ígor Lopes abriu a agenda de apresentação, no Brasil, do seu livro “Festas d’Agonia – Viana do Castelo, para brasileiros e Lusodescendentes” no dia 28/02, na biblioteca Ricardo Severo da Casa de Portugal de São Paulo.

Estiveram presentes na mesa de abertura o cônsul-geral de Portugal em São Paulo, António Pedro Rodrigues da Silva, o presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, Antero Pereira, o presidente em exercício da Casa de Portugal de São Paulo, Renato Afonso, além do escritor Ígor Lopes.

As autoridades presentes foram unânimes em elogiar a qualidade do trabalho desenvolvido pelo jornalista neste livro-reportagem, que reúne relatos, entrevistas e sentimentos de diversos participantes dessa que é a principal romaria de Portugal, e segundo o autor, o que traduz também um pouco da cultura portuguesa e costumes que podem ser encontrados nas casas de cada luso-brasileiro.

Para ele, o primeiro dia de lançamento foi “formidável”. “Foi um pontapé inicial de muita qualidade, fui muito bem recebido pela Casa de Portugal de São Paulo, queria deixar também um agradecimento ao Instituto Olhar da Língua Portuguesa no Mundo, ao Consulado Geral de Portugal em São Paulo, a Sociedade Brasileira Heráldica e Humanística, e a todas as entidades que apoiaram essa iniciativa, e também aos folcloristas que estiveram presentes, tanto da Casa do Minho, como da Casa de Portugal e da Casa dos Poveiros”.

À nossa reportagem, Ígor Lopes ainda falou da importância de temas que conectam as comunidades portuguesas no mundo. “Quem sai ganhando com isso é a nossa diáspora, além de ser um livro importante em minha carreira”.

Durante a conversa, Ígor Lopes falou sobre a sua tese de doutoramento na Universidade da Beira Interior em Portugal, em que defende a existência de uma cultura própria de luso-brasilidade. Essa mistura do ser brasileiro e português pode ser tema de uma próxima obra do escritor, que já lançou seis livros, sempre abordando uma temática lusa.

Como “filho da diáspora” e trabalhando entre Brasil e Portugal, o jornalista defende uma forma de sentir única. “Nós vivemos num limbo sentimental, quando estamos em Portugal sentimos que nos falta um pouco do Brasil, quando estamos no Brasil sentimos que vivemos a alma portuguesa. Nós vivemos numa agenda próxima dessa pluralidade. Quando eu falo em luso-brasilidade não falo só do sentimento mas daquilo que a gente vive, geralmente temos aptidões específicas musicais muito em resultado dessa nossa interação, de trabalho, de gosto literário, de gosto gastronômico, muito baseado nesse sentimento de luso-brasilidade” diz ele citando que os jornais da diáspora auxiliam nesse sentimento, assim como as instituições que servem como “embaixadas” e conectam os dois países.

“Esse sentimento na minha opinião, nasce connosco, não é só construído, é fruto dessa diáspora que acaba surgindo nos países de acolhimento, no caso Brasil e Portugal, desses que emigraram”.

Agenda

Além deste evento em São Paulo, o livro foi apresentado também durante o tradicional Almoço das Quintas, no dia 29 no restaurante Marques da Casa de Portugal SP, antes de seguir para o Rio, com grande expectativa.

“Eu quero reunir maior público possível nos eventos para que a gente comece novas discussões das necessidades nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, e que a gente consiga mobilizar gerações mais novas, e tocar em temas profundos com gerações mais antigas” disse Igor.

A digressão pelo Brasil conta com apresentações ainda na Casa do Minho do Rio de Janeiro, no dia 02 de março; no Palácio São Clemente – Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro, dia 06 de março; na Embaixada de Portugal em Brasília, no dia 13 de março; na Casa de Portugal de Montevideu, no dia 30 de março, Ponta Del Leste no dia 31, e por fim, em Florianópolis, no dia 4 de abril, numa data extra.

O livro, cuja primeira edição foi apoiada pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, em Portugal, explica a simbologia e os objetivos de cada ponto da programação desta Festa, enaltece a vertente religiosa em torno de Nossa Senhora da Agonia e de animação dos dias de celebração e dá voz a quem está conectado aos bastidores desta iniciativa que conta com a presença de milhares de visitantes. São também mostrados o trabalho em prol da sustentabilidade e a visão dos seus gestores para o futuro, além de decifrar os principais cantos e recantos desta cidade tão “charmosa” dona de um centro histórico rico em detalhes e com uma grande proximidade emocional ao Rio Lima.

Como adquirir a obra

O livro “Festas D’Agonia – Viana do Castelo – Para brasileiros e lusodescendentes” pode ser encomendado pelo e-mail do autor: igor.lopes@agenciaincomparaveis.com ou através das redes sociais @ÍgorLopes. A obra é enviada para todos os países.

RANCHO FOLCLÓRICO MARIA DA FONTE APRESENTA-SE NA QUINTA DO SANTOÍNHO DA CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO

Na Santoinho de março teremos a apresentação do Rancho Folclórico Maria da Fonte!

O Rancho Folclórico Maria da Fonte, da Casa do Minho do Rio de Janeiro, é um dos mais tradicionais grupos de folclore português do País. Criado em 1954 e hoje com mais de 50 integrantes, já se apresentou por todo o Brasil, Argentina e Portugal, especialmente em reconhecidos festivais nacionais e internacionais, os quais têm lhe rendido diversas premiações.

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ÍGOR LOPES APRESENTA NO BRASIL LIVRO INÉDITO SOBRE AS TRADIÇÕES DE VIANA DO CASTELO PARA BRASILEITOS E LUSODESCENDENTES

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Obra passará por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis e Montevideu, no Uruguai; Livro-reportagem conta os bastidores desta festividade que reúne milhões de visitantes

O jornalista e escritor luso-brasileiro Ígor Lopes vai apresentar no Brasil, entre os meses de fevereiro e abril, um livro inédito. “Festas D’Agonia – Viana do Castelo – Para brasileiros e lusodescendentes” é uma obra escrita no formato livro-reportagem. Ao longo de 260 páginas, o autor procura “abordar os bastidores desta que é considerada a Romaria das Romarias em Portugal para o público brasileiro e lusodescendente espalhado pelo mundo”, com o objetivo de “aproximar os dois países através das vertentes culturais, etnográficas e históricas, com olhos postos também nos fluxos migratórios”.

A digressão pelo Brasil conta com apresentações da obra na Casa de Portugal de São Paulo, nos dias 28 e 29 de fevereiro; na Casa do Minho do Rio de Janeiro, no dia 02 de março; no Palácio São Clemente - Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro, dia 06 de março; na Embaixada de Portugal em Brasília, no dia 13 de março; na Casa de Portugal de Montevideu, no dia 30 de março, e, por fim, em Florianópolis, no dia 4 de abril, numa data extra.

O livro, cuja primeira edição foi apoiada pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, em Portugal, explica a simbologia e os objetivos de cada ponto da programação desta Festa, enaltece a vertente religiosa em torno de Nossa Senhora da Agonia e de animação dos dias de celebração e dá voz a quem está conectado aos bastidores desta iniciativa que conta com a presença de milhares de visitantes. São também mostrados o trabalho em prol da sustentabilidade e a visão dos seus gestores para o futuro, além de decifrar os principais cantos e recantos desta cidade tão “charmosa” dona de um centro histórico rico em detalhes e com uma grande proximidade emocional ao Rio Lima.

“No seio da Diáspora portuguesa, muito se fala nas Festas da Agonia, porém, poucos descendentes ou amantes de Portugal têm a oportunidade de conhecer de perto esta grandiosa festividade que movimenta a região do Alto Minho e o país. Mesmo quem conhece a festa não faz ideia do seu teor organizacional, da pluralidade da sua programação e da sua importância no sentido de promover a cultura portuguesa, especificamente do Alto-Minho, e o esforço feito para internacionalizar as tradições, as potencialidades e a imagem de Viana do Castelo, num contacto direto com a emigração portuguesa”, afirmou Ígor Lopes, que destacou ainda que este novo trabalho literário é fruto “de uma investigação aprofundada junto dos nomes e entidades que fazem essa festa acontecer”.

Lançamento em Portugal reuniu grande público

A primeira edição deste livro foi apresentada diante de um grande público em Viana do Castelo, em agosto de 2022, na sala Couto Viana, na Biblioteca Municipal de Viana do Castelo. O responsável por falar sobre a obra foi o Secretário de Estado do Mar de Portugal, José Maria Costa, ex-autarca de Viana do Castelo. A cerimónia, liderada pelo presidente da Câmara Municipal de Viana de Castelo, Luís Nobre, autor do Prefácio, contou ainda com a participação de Alcides Martins, subprocurador-geral da República do Brasil, na mesa de honra. Na plateia, marcaram presença também vários nomes de autoridades e entidades ligadas às comunidades portuguesas, como Nathalie Oliveira, deputada portuguesa eleita pelo círculo europeu, e membros de entidades associativas portuguesas internacionais, como a Casa do Minho carioca.

Numa cerimónia marcada pela participação de nomes que conectam e valorizam as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, fizeram-se presentes, por meio de vídeo, o Embaixador João Ribeiro de Almeida, então presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, o Embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, o ex-cônsul-adjunto de Portugal no Rio de Janeiro, João de Deus, o presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, Flávio Martins, e o Embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro Silva.

No final da cerimónia, foi feita uma homenagem a Agostinho dos Santos, ex-presidente da Casa do Minho do Rio de Janeiro, falecido em 2022, um nome que defendia no Brasil a cultura do Alto Minho, mais concretamente a de Viana do Castelo.

Sobre o autor

Ígor Lopes é jornalista, escritor e social media entre Brasil e Portugal. É doutorando em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior; Mestre em Comunicação e Jornalismo pela Universidade de Coimbra; Especialista em Gestão de Redes Sociais e Comunidades para Jornalistas pela Universidade de Guadalajara; Especialista em Comunicação Mediática Contemporânea pela Universidade de Santiago de Compostela; e Licenciado em Comunicação Social, na vertente Jornalismo, pela FACHA, Brasil. Atuou como professor convidado de MBA em Hard News nas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), no Brasil.

É autor dos livros-reportagem “Luso-brasilidade Musical”, 2023; “Festas D’Agonia – Viana do Castelo – para brasileiros e lusodescendentes”, 2022; “Açores em Cores – Belezas, Contornos e Potencialidades”, 2021; “Rancho Folclórico Maria da Fonte da Casa do Minho do Rio de Janeiro - o percurso do grupo português que valoriza a cultura minhota no Brasil desde 1954”, 2019; “Casa do Distrito de Viseu: cinquenta anos de dedicação à cultura portuguesa no Rio de Janeiro”, 2016; “Maria Alcina, a força infinita do Fado”, 2016; entre outros artigos e antologias. Participou também em diversas antologias e é autor de textos académicos no circuito Brasil-Portugal.

É embaixador da Academia de Filosofia e Ciências Humanísticas Lucentina, membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni (ALTO), da Eco Academia de Letras, Ciências e Artes de Terezópolis de Goiás (E-ALCAT), da Academia de Letras e Artes de Paranapuã (ALAP), da Academia Luso-Brasileira de Letras (ALBL) e da Academia de Letras e Artes da Guiné-Bissau (ALAB). Foi condecorado no Brasil e em Portugal com medalhas, diplomas e comendas por diversas instituições.

Recebeu a “Comenda da Ordem Nacional do Mérito do Empreendedor Visconde de Mauá”, título oficializado como "Honraria Oficial do Município de Mauá", através do Ministério da Educação e Cultura, com o apoio da Secretaria de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania do Governo de São Paulo. Recebeu também outras comendas e títulos frutos do trabalho de aproximação das comunidades portuguesas e luso-brasileiras. É também "Chanceler" na aproximação cultural entre Brasil e Portugal, título reconhecido pelo Ministério da Cultura do Brasil, através da Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística.

Como adquirir a obra?

O livro “Festas D’Agonia – Viana do Castelo – Para brasileiros e lusodescendentes” pode ser encomendado pelo e-mail do autor: igor.lopes@agenciaincomparaveis.com ou através das redes sociais deste jornalista: @ÍgorLopes. A obra é enviada para todos os países.

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FALECEU NO BRASIL O VIANENSE JOAQUIM FERNANDES DA CUNHA GOMES – FOI DIRIGENTE DA CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO E DIRETOR ARTÍSTICO DO RANCHO MARIA DA FONTE

Faleceu no Brasil o vianense Joaquim Fernandes da Cunha Gomes. Era natural de Carvoeiro, em Viana do Castelo e foi um destacado dirigente da Casa do Minho no Rio de Janeiro.

De acordo com a notícia necrológica daquela instituição regionalista, “Joaquim Fernandes deixou uma marca indelével em todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.”

“Desde 1988, dedicou-se incansavelmente ao bem-estar e ao progresso da Casa do Minho, se destacando nos diversos cargos que ocupou, tendo sido presidente e vice-presidente dessa grande instituição, além de diretor artístico do Rancho Maria da Fonte. Sua paixão pela cultura e tradições locais era evidente em cada gesto e iniciativa.”

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CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO (BRASIL) ORGANIZA “DOMINGO MINHOTO”

Vem aí a estreia do “Domingo Minhoto” na Casa do Minho, e você não pode ficar de fora dessa celebração única da cultura portuguesa no coração do Cosme Velho!

Nessa primeira edição teremos a apresentação do Rancho Folclórico Maria da Fonte, trazendo toda a tradição e alegria do Folclore Minhoto! Do alto de suas quase sete décadas de existência, o Rancho constitui um autêntico porta-estandarte da Casa do Minho e das tradições minhotas e é o mais fiel representante do folclore minhoto no Brasil.

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DR. RODRIGUES ALVES – DESCENDENTE DE LIMIANOS – PRESIDENTE DO BRASIL – FALECEU HÁ 105 ANOS

Francisco de Paula Rodrigues Alves (Guaratinguetá, 7 de julho de 1848 – Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 1919) foi um advogado e político brasileiro, conselheiro do Império, presidente da província de São Paulo, presidente do estado de São Paulo, ministro da fazenda e quinto presidente do Brasil.

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Governou São Paulo por três mandatos: entre 1887 e 1888, como presidente da província, como quinto presidente do estado de 1900 a 1902 e como nono presidente do estado de 1912 a 1916.

Elegeu-se duas vezes presidente da República, cumprindo integralmente o primeiro mandato (1902 a 1906), mas faleceu antes de assumir o segundo mandato (que deveria se estender de 1918 a 1922).

Francisco de Paula Rodrigues Alves nasceu em 7 de julho de 1848 na Fazenda do Pinheiro Velho, bairro do Machadinho, em Guaratinguetá, terceiro filho de Isabel Perpétua de Marins e Domingos Rodrigues Alves.[1] Sobre seu pai, Rodrigues Alves dedicou a seguinte nota em seus escritos:

“Meu pai. Veio para o Brasil em 1832, no brigue Rio Lima partindo de Viana e chegando com quarenta e seis dias de viagem. Trouxe a fortuna de 12 vinténs em prata. Depois de uma permanência de cinco anos no Rio, empregado no comércio, enfermou (disseram os médicos que estava sofrendo do coração) e aconselharam-no a seguir para o interior. Foi para Guaratinguetá, onde se dedicou ao comércio e lavoura, constituindo família. Faleceu em 5 de maio de 1912. Eu acabava de tomar posse do governo do Estado.”

Passou sua infância no sobrado da família localizado no Largo do Rosário (atual Praça Conselheiro Rodrigues Alves), fazendo os estudos primários em sua cidade natal. Com 11 anos foi enviado para estudar no Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro; concluiu os estudos secundários em 1865, ingressando no ano seguinte na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em 1870.

De volta a Guaratinguetá, é nomeado promotor interino, sendo depois efetivado. Em 1873 torna-se juiz municipal e posteriormente substituto do juiz de direito da comarca. Nesse mesmo período correu seu primeiro mandato como deputado provincial pela Província de São Paulo. Em 11 de setembro de 1875 casou-se com Ana Guilhermina de Oliveira Borges, e mudam-se para a casa construída anos antes a mando do pai de Ana Guilhermina, José Martiniano de Oliveira Borges, que hoje abriga o Museu Histórico e Pedagógico Conselheiro Rodrigues Alves. Nos anos seguintes atua como advogado em Guaratinguetá e se torna sócio de duas empresas ligadas à sua família: a “Viúva Borges e Genros”, responsável pela fazenda Três Barras, em Guaratinguetá, e a “Rodrigues Alves e Irmão”, que administrava fazendas em Jaú e São Manuel. A fazenda Três Barras havia sido adquirida em 1858 por José Martiniano, sogro de Rodrigues Alves e de seu irmão e sócio, o Coronel Virgílio Rodrigues Alves, casado com sua filha Maria Guilhermina de Oliveira Borges. As terra que compunham as duas empresas foram posteriormente incorporadas à “Companhia Agrícola Rodrigues Alves”, administrada pelos descendentes de Rodrigues Alves e Virgílio. Ainda em Guaratinguetá, colabora no periódico “O Parahyba”. Em 1891 perdeu a filha mais velha, Guilhermina, acometida de tifo, e mais tarde no mesmo ano a esposa, falecida durante o parto. Não chegou a se casar novamente, e suas filhas Catita (Ana) e Marieta (Maria) cumpriram o papel de primeiras-damas em seu mandato como presidente da República. O estilo reservado do de Rodrigues Alves lhe trouxe a fama de dorminhoco, o que o fez ser chamado de “Morfeu” e “Soneca” pela sátira política. Outra alcunha era a de “Papai Grande”, recebida nos tempos de presidência da república.

Por ocasião de sua chegada ao Rio de Janeiro para tomar posse como presidente, a revista satírica “O Malho” não perdoou seu tipo simples, descrevendo-o “com as suas calças cor de pinhão, com o seu chapeuzinho de coco, com o seu ar pacatão de provinciano solene. Ninguém diria, se não fosse todo o engrossamento do pessoal, que ali estava o presidente da República: parecia simplesmente o presidente da câmara municipal de Guaratinguetá”.

Fonte: Wikipédia

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Dr. Rodrigues Alves circulando no Rossio, em Lisboa, por ocasião da sua vinda a Portugal

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Domingos Rodrigues Alves, pai de Francisco de Paula Rodrigues Alves, era natural da Correlhã, em Ponte de Lima

Francisco de Paula Rodrigues Alves nasceu em 7 de julho de 1848 na Fazenda do Pinheiro Velho, bairro do Machadinho, em Guaratinguetá, terceiro filho de Isabel Perpétua de Marins e Domingos Rodrigues Alves. Sobre seu pai, Rodrigues Alves dedicou a seguinte nota em seus escritos:

“Meu pai. Veio para o Brasil em 1832, no brigue Rio Lima partindo de Viana e chegando com quarenta e seis dias de viagem. Trouxe a fortuna de 12 vinténs em prata. Depois de uma permanência de cinco anos no Rio, empregado no comércio, enfermou (disseram os médicos que estava sofrendo do coração) e aconselharam-no a seguir para o interior. Foi para Guaratinguetá, onde se dedicou ao comércio e lavoura, constituindo família. Faleceu em 5 de maio de 1912. Eu acabava de tomar posse do governo do Estado.”

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Fonte: Ilustração Portugueza, 2ª Série, nº 676, 3 Fevereiro 1919 / Hemeroteca Municipal de Lisboa

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EMPREENDEDORA LUSO-BRASILEIRA SÓNIA CRISÓSTOMO DEFENDE QUE PORTUGAL CONTA COM “CENÁRIO ATRATIVO” PARA RECEBER NOVAS EMPRESAS

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  • Crónica de Ígor Lopes

A empreendedora e escritora luso-brasileira Sónia Crisóstomo foi uma das participantes, entre os dias 14 e 16 de dezembro de 2023, na cidade de Viana do Castelo, na região do Minho, em Portugal, de mais uma edição dos encontros do Programa Nacional de Apoio ao Investidor da Diáspora. A edição de 2023 foi organizada pelo município de Viana do Castelo em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho e com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Esta iniciativa é coordenada pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional.

O evento, que juntou cerca de 600 participantes, aconteceu no Centro Cultural de Viana do Castelo, foi uma “montra privilegiada para o networking com vista a estabelecer parcerias e lançar as bases de futuros negócios, com toda a rede de organismos públicos envolvidos no processo de criação de empresas a marcar presença no recinto, do IAPMEI à AICEP, passando pelo Instituto dos Registos e Notariado”.

Ao todo, 15% dos participantes vieram do estrangeiro de 34 países diferentes, em especial da França e do Brasil. Foram uns ENCONTROS essencialmente empresariais sendo que mais de 60% dos participantes eram empresas, empreendedores e investidores. Houve 104 intervenientes ativos, 67 oradores, 37 pitch e 56 expositores. O local contou com a presença de vários nomes ligados às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, bem como empresários e elementos do movimento associativo lusófono.

Segundo Sónia Crisóstomo, “participar do PNAID foi fundamental para aprofundar os meus conhecimentos sobre a diversidade e riqueza de Portugal”.

Esta profissional, que é também Diplomata Civil Humanitária, acredita que Portugal “está a envidar esforços para dar oportunidade aos jovens e criar condições competitivas de trabalho, além de promover um cenário atrativo para receber novas empresas que desejam investir no país europeu”.

Note-se que Sónia Crisóstomo é uma líder com mais de 30 anos de carreira executiva em telecomunicações e Tecnologia da Informação no Brasil e empresas de Capital israelenses. Empresária, escritora, membro do G100 Advisory Council, embaixadora master do Clube Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa. Formada e pós-graduada em Ciências da Computação, MBA em Executive Marketing pela FGV, com expertise em inteligência emocional, coaching, PNL e terapia com especialização em hipnose clínica pela International Mind Training Academy. Reconhecida colunista e autora de quatro livros, vencedora do Prémio Génios da Atualidade 2023 como Escritora do Ano em Portugal. Foi recentemente condecorada como Grand’Ambassadeur da Divine Académie des Arts Lettres et Culture da França, e integra a lista de parceiros de negócios da Câmara de Comércio da Região das Beiras.

VIANA DO CASTELO QUER ESTREITAR CONTACTOS DESPORTIVOS COM DIADEMA E MANAUS

O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, e o Vereador do Desporto, Ricardo Rego, receberam as cidades de Diadema e Manaus, duas Cidades Sul Americanas do Desporto. A visita da comitiva brasileira serviu para estabelecer e estreitar contactos das três cidades no âmbito do desporto e integrou visitas aos espaços desportivos de Viana do Castelo, eleita a Melhor Cidade Europeia do Desporto de 2023.

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O autarca disse ser muito importante “partilhar a nossa identidade, a nossa cultura, a nossa experiência, até no desporto”, assumindo a vontade de concretizar o “desafio” que é “ligar estes dois continentes, unidos pela língua e por uma história, através do desporto”.

Recorde-se que Viana do Castelo foi eleita a melhor Cidade Europeia do Desporto pela Associação das Cidades Europeias do Desporto (ACES Europe). A avaliação das 16 candidaturas europeias foi feita, de forma independente, pela Pavol Jozef Šafárik University, da Eslováquia, tendo Viana do Castelo sido eleita a melhor Cidade Europeia do Desporto deste ano.

Viana do Castelo vai promover, até final do ano, 500 eventos desportivos locais, nacionais, europeus e até mundiais, esperando um retorno económico de 94 milhões de euros.

O concelho vianense conta com 4.500 atletas federados e mais de 10.000 não federados, distribuídos por 88 clubes e coletividades que promovem 50 modalidades.

A Associação das Capitais e Cidades Europeias do Desporto (ACES Europa | European Capitals and Cities of Sport Federation), com sede em Bruxelas, não tem fins lucrativos e atribui anualmente, desde 2001, os títulos de Capital, Cidade e Comunidade Europeia do Desporto.

A alocação desses reconhecimentos é feita de acordo com os princípios que determinam que o desporto é um fator de agregação da sociedade, melhoria da qualidade de vida, bem-estar psicofísico e integração completa na comunidade envolvente.

Esta distinção retrata um reconhecimento internacional, mas também o enaltecimento do trabalho desenvolvido no âmbito das políticas desportivas daquelas cidades naquela que é a maior rede de cidades intitulados como “desportivas” na Europa.

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MINHOTOS FORAM PIONEIROS DA COLONIZAÇÃO DO BRASIL

Como é sabido, apesar da descoberta do Brasil se ter verificado no ano de 1500 e a primeira expedição exploradora ter ocorrido no ano seguinte, apenas a partir de 1534 foram criadas as capitanias hereditárias, altura em que o rei D. João III estabeleceu a capitania da Baía, concedendo-a a D. Francisco Pereira Coutinho. Até então, quase todas as atenções se encontravam viradas para as explorações a oriente. Contudo, por volta de 1510, o naufrágio de uma das naus portuguesas que seguia para a Índia segundo uns, de uma nau francesa que rumava ao novo mundo com o objectivo de explorar o negócio da madeira e sobretudo do pau brasil segundo outros, ocorrido junto à costa da Baía de Todos-os-Santos, levara a que um punhado de marinheiros na ânsia de sobreviver, lograsse atingir a nado terra firme. Entre eles encontrava-se o vianense Diogo Álvares Correia que, após ter sobrevivido ao naufrágio, acabara por ter sido o único que escapou ao massacre praticado pelos índios tupinambás os quais, preservando ainda hábitos canibais, mataram e devoraram os seus companheiros. Valeu-lhe o facto de ter disparado um mosquete e ter abatido uma ave, o que seguramente causou enorme impressão nos indígenas.

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Retrato de Diogo Álvares Correia, o “Caramuru”

De acordo com a narrativa fantasiosa tornada lenda, passaram os índios a tratá-lo por Caramuru, designação que significaria “homem de fogo” ou “filho do trovão”, sendo certo que se trata da denominação de um peixe existente naquela zona, de uma espécie próxima da moreia com mais de um metro de comprimento, tudo levando a crer ser esta a verdadeira razão do nome que lhe impuseram em associação ao seu aspecto físico ou então devido ao facto de ter surgido do mar, entre as pedras, como sucede com as moreias. Em todo o caso, Diogo Álvares passou a viver entre os indígenas, conseguindo entre estes enorme prestígio e acabando por prestar valioso auxílio não apenas às expedições portuguesas que ali aportavam como ainda aos donatários entretanto estabelecidos e aos missionários jesuítas que ali iniciaram a sua actividade de evangelização.

            Narra-nos Frei José de Santa Rita Durão, professor de Teologia na Universidade de Coimbra, no seu poema “Caramuru”, publicado em 1781, o seguinte:

Diogo então, que à gente miseranda,

por ser de nobre sangue precedia,

vendo que nada entende a turba infanda,

nem do férreo mosquete usar sabia;

da rota nau, que se descobre à banda,

pólvora, e bala em cópia recolhia;

e como enfermo, que no passo tarda,

serviu-se por bastão de uma espingarda.

Diogo Álvares veio a casar com Paraguassu – ou Paraguaçu, - filha do chefe indígena Taparica que habitava a região do Recôncavo e era um dos maiorais dos índios tupinambás, tendo passado a viver numa aldeia junto à entrada da Barra da Ponta do Padrão, local de onde se podia avistar as frotas e acudir, eventualmente, em caso de naufrágio. A sua vida ficou envolta em lendas, algumas das quais imortalizadas num poema épico escrito por frei José de Santa Rita Durão em meados do século dezassete. Salienta-se, entre elas, a que se refere à realização do seu casamento em França para onde supostamente navegaram em 1526, tendo sido apadrinhados segundo uns por Henrique II e de Catarina de Médicis ou, ainda de acordo com outra versão, por Katherine des Granches, esposa do navegador Jacques Cartier, e por Guyon Jamyn, cunhado de Tomasia Cartier, tia de Jacques Cartier, tendo Paraguassu a partir de então passado a usar o nome de “Catarina do Brasil”. Contudo, apesar de vários historiados terem durante muito tempo considerado esta uma história sem fundamento válido, a mesma parece encontrar-se actualmente suficientemente documentada, nomeadamente através de um termo do baptismo então realizado em Saint Malô e cuja cópia se encontra na Arquidiocese de São Salvador, a qual reza o seguinte: “Le pénultime jour du moys surdit fut baptizée la Katherine du Brézil, et fut compère… premier noble homme Guyon Jamyn, sieur de Saint Jagu, et commères Katherine dês Granges et Françoise Le Gonien, fille de l’aloué de Saint malo et fut baptizée para maitre Lancelot Ruffier, vicaire du dit jour que dessus. (a) P, Trublet”. O mesmo não sucede com a pretensão de alguns em atribuir origens galegas a Diogo Álvares, dando-o por natural da Corunha com o nome de Diego Álvarez Correa, tese que se revelou sem fundamento para a generalidade dos historiadores. Naturalmente, tais reivindicações mais não reflectem do que a disputa desde sempre existente acerca das origens do povoamento do Brasil com vista a uma eventual reclamação de direitos.

Do seu casamento com Catarina Paraguassu – nome que significa “grande rio caudaloso” – teve Diogo Álvares quatro filhas das quais procedeu numerosa e influente descendência, considerada das mais nobres da Baía. Entre elas, destaco Genebra Álvares que veio a casar com Vicente Dias, natural de Beja e moço fidalgo da Casa Real. Estes tiveram como filhos Diogo Dias que viria a casar-se com Isabel de Ávila, filha do senhor do Castelo da Casa da Torre e ainda, Maria Dias que casou com Francisco de Araújo, natural de Ponte de Lima e filho de Gaspar Barbosa de Araújo e Maria de Araújo, da “nobilíssima família dos Araújo da Província de Entre Douro e Minho”. Foi sesmeiro em Sergipe e faleceu em Salvador da Baía em 27 de Agosto de 1602. Deste casamento houve três filhos sem geração e uma filha chamada Catarina Álvares que viria a casar com o seu tio paterno Baltazar Barbosa de Araújo, também ele natural de Ponte de Lima e filho de Gaspar Barbosa de Araújo. Das duas filhas nascidas deste casamento, Francisca de Araújo e Joana Barbosa, esta veio a casar com António de Souza Drumond cuja genealogia nos levaria a uma autêntica incursão pela história da Europa e o povoamento da Ilha da Madeira. Para além das filhas que teve de Paraguassu, Diogo Álvares teve porém, muitos outros filhos e filhas das relações que manteve com numerosas índias, como aliás veremos adiante.

Diogo Álvares prestou enormes serviços a Portugal e serviu de intermediário nos negócios entre navegadores europeus e nativos, ajudando no abastecimento e recuperação das embarcações da rota das especiarias que passavam pelo litoral do Brasil rumo ao Oriente ou as que seguiam para o Rio da Prata, socorrendo não raras as vez as tripulações em perigo de naufrágio. Recebeu Martim Afonso de Sousa que foi Governador da Índia e Tomé de Sousa que viria a ser o primeiro governador-geral do Brasil, a quem aliás de imediato à chegada lhe ofereceu os seus serviços, experimentado que estava dos insucessos do anterior donatário da Baía, Francisco Pereira Coutinho, cuja permanência resultou em tragédia. Aliás, a sua colaboração foi também fundamental para os Jesuítas que ali se estabeleceram em 1550, altura em que iniciaram a catequização dos índios. Em reconhecimento dos seus serviços, o próprio governador-geral, Tomé de Sousa, armou cavaleiros três dos seus filhos – Gaspar, Gabriel e Jorge Álvares – e um dos seus genros, João de Figueiredo, tendo o rei D. João III confirmado no ano seguinte através de carta régia a concessão atribuída.

            A título de curiosidade, a jurisdição de São Salvador da Baía viria dois séculos mais tarde, por decisão do marquês de Pombal, a ser entregue ao 6º conde dos Arcos, D. Marcos José de Noronha e Brito, o qual acumulou com o cargo de Vice-Rei do Brasil. O mesmo sucedeu com o 8º conde dos Arcos, D. Marcos de Noronha e Brito, nomeado Vice-Rei em 1806 e mantido o cargo até à chegada do Príncipe Regente D. João VI, na sequência das invasões francesas. Por conseguinte, duas personalidades alto-minhotas que vêm estreitar ainda mais os laços da nossa região com o Brasil em geral e o Estado da Baía em particular.

Diogo Álvares Correia veio a falecer em 5 de Outubro de 1557, com setenta anos de idade, tendo sido sepultado na igreja de Jesus, pertencente aos Jesuítas. Por seu turno, Catarina Paraguassu contava oitenta e oito anos quando em 26 de Janeiro de 1583 morreu em Salvador da Baía, tendo ficado sepultada na Igreja de Nossa Senhora da Graça, local onde constam os seguintes dizeres: “Sepultura de Catarina Alz senhora desta Capitania da Bahia a, qual, ela e seu marido Diogo Alz corrêa, natural de Viana derão, aos, senhores Reys de Portugal e fés e deu esta Igreja ao, Patriarca S., Bento, Era de 1582”. Esta lápide vem, aliás, confirmar a adopção do apelido Álvares por parte de Catarina Paraguassu, o que de algum modo contraria a tese por alguns defendida de que teria passado a chamar-se “Catarina do Brasil” pelo baptismo supostamente realizado em França. Tal como, aliás, sucede com o nome próprio Catarina, o qual pode de igual forma ser associado ao da esposa do rei D. João III.

Após o falecimento de Diogo Álvares, o Caramuru, Catarina Álvares – a índia Paraguassu – alargou ainda mais os seus domínios, tendo do próprio governador Mem de Sá recebido propriedades tão vastas que compreendiam os actuais bairros da Graça e da Vitória, em Salvador da Baía. Considerada a “primeira matriarca da Bahia”, a memória de Catarina Paraguassu passou a ser venerada pelos brasileiros como “símbolo da miscigenação na América Portuguesa”. Como se afirma no jornal “Correio da Bahia” de 6 de Fevereiro de 2005, “considerada um dos principais símbolos femininos da história do país, por ter exercido um papel fundamental na integração das raças que formaram o povo brasileiro, a tupinambá Catarina Paraguaçu é sempre lembrada como a mãe das mães brasileiras, o esteio e a origem da família no país”.

Tal como Catarina Paraguassu se tornou no símbolo da integração nacional da nação brasileira, também o vianense Diogo Álvares é considerado o pioneiro da colonização do Brasil, tendo construído a primeira colónia de povoadores que veio a incluir os limianos Francisco de Araújo e Baltazar Barbosa de Araújo.

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Representação escultórica de Caramuru no monumento a Floriano Peixoto, no Rio de Janeiro

CARAMURU NA LITERATURA E NAS ARTES

A vida aventurosa de Diogo Álvares e a sua relação amorosa com a índia Paraguassu tem servido de argumento para a construção de vários romances de ficção e representações teatrais, entre outras manifestações culturais. Foi tema de uma série televisiva e serviu de argumento ao filme “Caramuru – a Invenção do Brasil”, ambos da autoria de Guel Arraes. Também o escritor Tasso Franco escreveu o livro “Catarina Paraguaçu – A Mãe do Brasil”, o qual descreve de forma romanceada o encontro da índia com Diogo Álvares e o início da construção de São Salvador. Não obstante, é o poema Caramuru de Frei José de Santa Rita Durão aquele que, pela sua antiguidade e exaltação que faz, é considerado como referência nos relatos que são feitos dos acontecimentos e lendas que as envolvem.

Com o título “Caramuru – Poema Épico do Descobrimento da Baía”, o poema de Frei José de Santa Rita Durão afigura-se como uma nova versão de “Os Lusíadas” através do qual, em dez cantos, o poeta evoca o descobrimento do Brasil e os feitos dos seus povoadores. Aliás, conforme o próprio autor afirma nas “Reflexões Prévias”, “os sucessos do Brasil não mereciam menos um poema que os da Índia”.

Este poema constitui, como afirma Óscar Lopes, uma das “primeiras manifestações apreciáveis de influência temática brasileira no domínio da poesia heróica” o qual, ainda segundo o mesmo autor, “de recorte versificatório camoniano, tem como assunto a acção civilizadora do nobre náufrago Diogo Álvares Correia, que no século XVI se viu obrigado a viver e a casar aventurosamente, numa tribo ameríndia”.

Considerado um dos poetas da Nova Arcádia, António José Saraiva retrata o poema “Caramuru” e o seu autor, no contexto da literatura brasileira ou, para sermos mais precisos, da literatura portuguesa do Brasil: “Os poetas mineiros assim chamados mostram-se animados do espírito arcádico, quer militem, quer não, em acordo com a Arcádia Lusitana. (…) Caracterizam-se , em geral, pela adesão ao espírito das luzes, o que teve dois efeitos contraditórios: um, o servirem a política do marquês de Pombal; outro, o de combaterem a política centralista e colonialista da corte portuguesa. Tanto o Uruguai, de José Basílio da Gama (1769), como o Caramuru, de Santa-Rita Durão (1781), poemas heróicos na linha d’Os Lusíadas, revelam, ao mesmo tempo que uma repulsa da política indiana dos jesuítas, reprimida pelo marquês, uma vontade de enraizamento e de criação de uma pátria americana”.

Ao naufragar nos recifes da costa da Baía, jamais o vianense Diogo Álvares poderia imaginar que, volvidos quase três séculos, haveria de tornar-se o herói principal do poema épico que retrata o nascimento do Brasil, tendo por título a alcunha que lhe fora atribuída pelos índios tupinambás e pela qual haveria de ser sempre reconhecido. E, desde logo celebrado na primeira estrofe do Canto I:

De um varão em mil casos agitado,

que as praias discorrendo do Ocidente,

descobriu o Recôncavo afamado

da capital brasílica potente:

do Filho do Trovão denominado,

que o peito domar soube à fera gente;

o valor cantarei na adversa sorte,

pois só conheço herói quem nela é forte.

Carlos Gomes in O Anunciador das Feiras Novas, nº XXVI,Ponte de Lima, 2009