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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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ARQUITETO CAMINHENSE VENTURA TERRA E A SUA CASA EM LISBOA

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Nome incontornável da arquitetura portuguesa, ligado à modernização de Lisboa no início do século XX, Miguel Ventura Terra nasceu neste dia 14 de julho, no ano de 1866. Entre as suas obras contam-se, por exemplo, os Liceus Pedro Nunes e Camões, a Sinagoga de Lisboa e o Teatro Politeama.

Fonte: EGEAC

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«Casa Ventura Terra»

Rua Alexandre Herculano, 57

[Do lado direito a Sinagoga de Lisboa «Shaaré Tikvá» (Portas da Esperança) inaugurada em 1904, projecto do arq. Ventura Terra]

O Prémio Valmor de Arquitectura de 1903 coube a um edifício, a «Casa Ventura Terra», na Rua Alexandre Herculano, 57, do qual Miguel Ventura Terra (1866-1916) foi o arquitecto e proprietário.

Edifício com decoração sóbria, vãos esguios com persianas articuladas de recolha lateral, elementos que o distinguiram dos edifícios da altura.

Destaque ainda para o friso superior de azulejos pintados no estilo Arte Nova.

Mantém a função original, habitação para rendimento.

Data(s): [c. 1903-1904]

Fotógrafo: Joshua Benoliel

Miguel Ventura Terra nasceu em Seixas do Minho, Caminha, a 14 de Julho de 1866. Frequentou o curso de Arquitectura da Academia Portuense de Belas Artes entre 1881 e 1886. Nesse ano, viajou até Paris como pensionista do Estado, na classe de Arquitectura Civil. Na capital francesa estudou na École Nationale et Speciale des Beaux-Arts e no atelier de Victor Laloux. Regressou a Portugal em 1896 e foi nomeado arquitecto da Direcção de Edifícios Públicos e Faróis. Nessa altura, triunfou no concurso para a reconversão do edifício das Cortes na Câmara dos Deputados e Parlamento, em Lisboa.

Foi autor de palacetes, de habitações de rendimento mais qualificadas, essencialmente na capital portuguesa, construções eclécticas, cosmopolitas e utilitárias, mas também de importantes equipamentos urbanos como a primeira creche lisboeta (1901), da Associação de Protecção à primeira Infância; a Maternidade Dr. Alfredo da Costa (1908) e os liceus Camões (1907), Pedro Nunes (1909) e Maria Amália Vaz de Carvalho (1913).

Projectou, igualmente, dois pavilhões da representação portuguesa na Exposição de Paris, de 1900, bem como o pedestal do monumento ao Marechal Saldanha (em Lisboa), com o escultor Tomás Costa (1900); a Basílica de Santa Luzia, de Viana do Castelo (1903); a Sinagoga de Lisboa (Shaaré Tikvá ou Portas da Esperança) inaugurada em 1904 na Rua Alexandre Herculano; o edifício do Banco Totta & Açores, na Rua do Ouro, Lisboa (1906); o Teatro Politeama, Lisboa (1912-1913), representativo da Arte do Ferro; e o Palace Hotel de Vidago.

Alcançou quatro vezes o Prémio Valmor de Arquitectura (1903, 1906, 1909 e 1911) e uma Menção Honrosa, no mesmo concurso (1913).

Também trabalhou na área do urbanismo, nomeadamente com projectos para o parque Eduardo VII (em Lisboa), planos para a zona ribeirinha da capital (1908) e o plano de urbanização do Funchal (1915).

Ventura Terra foi um dos grandes responsáveis pela criação da Sociedade dos Arquitectos Portugueses, em actividade desde 1903, e da qual foi o primeiro presidente. Exerceu o cargo de vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais e foi vereador da Câmara Municipal de Lisboa até 1913. Morreu em Lisboa a 30 de Abril de 1919.

Fonte: Lisboa de Antigamente

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POETA LIMIANO ANTÓNIO FEIJÓ FALECEU HÁ 108 ANOS

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20 de junho de 1917 – Morte do poeta e diplomata António de Castro Feijó. Passam hoje 108 anos. Nasceu na vila de Ponte de Lima em 1 de junho de 1859. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e, depois de uma curta passagem pela advocacia, seguiu a carreira da diplomacia, primeiro como Adido na Legação do Rio de Janeiro e, depois, como Adido de Portugal no Rio Grande do Sul. Foi a seguir colocado no Consulado de Pernambuco. Em 1891 regressou à Europa, terminando a sua carreira nos países nórdicos (Dinamarca, Suécia e Noruega). Dedicou-se à poesia, tendo publicado várias obras de poesia de que destacamos “Transfigurações”, “Líricas e Bucólicas”, “Cancioneiro Chinês”, “Ilha dos Amores”, “Bailatas”, “Sol de Inverno” e “Novas Bailatas”.

Fonte: Sociedade Histórica da Independência de Portugal

PONTE DE LIMA RECORDA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA - UM AFICCIONADO DA VACA DAS CORDAS – CRÓNICA DE TITO DE MORAIS

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Um tributo a um apaixonado e patrocinador da velha usança dos Pontelimenses – a Corrida da Vaca das Cordas – que nas décadas de quarenta e cinquenta do século passado, relatam conterrâneos desse tempo ou seus descendentes, tinha no poeta António Vieira Lisboa (Luanda 1907 – Ponte de Lima 1968) um de seus apoiantes.

O divertimento centrava-se na Praça de Camões (foto) frente ao chafariz e á Confeitaria Havaneza que o autor de Ao Longo do Rio Azul  havia fundado cerca de 1930, depois entregue sua gestão ao afilhado, o saudoso empresário António Martins. Mas, o cornúpeto tinha corte provisória nos baixos da Casa Dos Da Garrida, situada no fim do Arrabalde de São João de Fóra, hoje Universidade Fernando Pessoa, residência desse tiete da tradição tauromárquica num contexto popular, que também como abastado proprietário rural foi um pioneiro na agricultura mecanizada e Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários locais em 1936 a 1938.

Uma evocação dum mecenas pela cultura Limiana, referência nas Letras Limianas, terá assim lugar amanhã quarta-feira, antes da largada do touro, desde a morte de Vieira Lisboa, agora da Casa dos Condes de Aurora.

Com a presença de convidados oficiais, há a salientar as presenças dos presidentes: Aníbal Varela, da comissão organizadora; Pedro Ligeiro, da Assembleia Geral da associação promotora do evento; Domingos Morais, do GACEL (Grupo de Acção, Cultura e Estudos Limianos); Carlos Lago, vereador do pelouro e Pedro Braga Vieira Lisboa, descendente do homenageado. A organização da cerimónia é do nosso Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, que tal como ontem também hoje, os petiscos marcam presença no programa ao anoitecer nas unidades de restauração. E, como isso não foi esquecido, haverá um tempo para essa tarefa, um contributo do nosso Chefinho João Leonardo Matos, de Arcozelo, Ponte de Lima. Para molhar a merenda, o Loureiro Lethes, da quinta de Vilar, vencedor do concurso dos Vinhos Verdes na semana passada e dos 900 anos da fundação de Ponte de Lima em 2024.

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VILAVERDENSE JOSÉ MANUEL FERNANDES RECONDUZIDO COMO MINISTRO DA AGRICULTURA E MAR DO XXV GOVERNO CONSTITUCIONAL

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José Manuel Fernandes, natural de Vila Verde, acaba de ser reconduzido como ministro da Agricultura e Mar do XXV Governo Constitucional.

Licenciado em engenharia de sistemas e informática pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Minho, foi professor de informática na Escola Secundária de Vila Verde.

Do seu vasto currículo salientamos o cargo de presidente da Câmara Municipal de Vila Verde entre 1997 e 2009. Eleito deputado ao Parlamento Europeu e, desde 2024 ministro da Agricultura e Pescas do XXIV Governo Constitucional.

Revelou sempre grande proximidade com os problemas do mundo rural e um estreito contato com as nossas gentes. De resto, foi José Manuel Fernandes quem desbloqueou o Estudo de Impacto Ambiental, o Estudo de Custo Benefício e o Projeto de Engenharia da futura requalificação do Porto de Vila Praia de Âncora.

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José Manuel Fernandes entre os pescadores de Vila Praia de Âncora

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Foto: Presidência da República

JOÃO MANUEL ESTEVES – EX-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ARCOS DE VALDEVEZ – NOMEADO SECRETÁRIO DE ESTADO DO AMBIENTE

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João Manuel Esteves, ex-presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, acaba de ser nomeado secretário de Estado do Ambiente do XXV Governo Constitucional.

O Dr. João Manuel Esteves manteve-se nos últimos anos tem estado à frente dos destinos do seu concelho de Arcos de Valdevez, contribuindo para o seu desenvolvimento e projecção muito para além dos seus limites geográficos.

De seu nome completo João Manuel do Amaral Esteves, o autarca arcuense é natural de Arcos de Valdevez. Nasceu em 1968, é casado e pai de dois filhos.

Gestor de profissão, é licenciado em Matemática e Ciências de Computação pela Universidade do Minho (1993) e mestre em Gestão de Empresas pela Universidade do Porto (2003).

De janeiro de 1994 a outubro de 2009, João Esteves foi vereador tendo assumido a Vice-Presidência da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez e a responsabilidade pelas áreas da educação, turismo, desporto, cultura, associativismo, planeamento, urbanismo e desenvolvimento económico.

Em 2009 foi docente convidado pelo Instituto Politécnico de Viana Castelo (IPVC) e pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) para ministrar as áreas das tecnologias de informação e comunicação, empreendedorismo, planeamento e gestão de sistema de informação.

De novembro de 2009 a outubro de 2011 assumiu o cargo de Tesoureiro da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez e a responsabilidade pela Gestão e Coordenação dos Serviços nas áreas da saúde, ação social e educação.

De novembro de 2011 a setembro de 2013 assumiu a Coordenação do Centro de Incubação de Empresas de Base Tecnológica.

Em outubro de 2017 foi novamente eleito para exercer um segundo mandato como Presidente de Câmara no Município de Arcos de Valdevez, onde assume os pelouros: Coordenação Geral, Juntas de Freguesia, Cultura, Desenvolvimento Económico (Rural, Comercial, Industrial e Turismo), Planeamento e Ordenamento, Obras Públicas Municipais; Diáspora e Relações Internacionais e Justiça.

Com efeito, o Dr. João Manuel Esteves apresenta um currículo que revela uma larga experiência nomeadamente a nível autárquico.

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Foto: Presidência da República

VILA PRAIA DE ÂNCORA HOMENAGEIA FRANCISCO SAMPAIO – UM DOS MAIS LÍDIMOS DEFENSORES DA ETNOGRAFIA E DO TURISMO DO ALTO MINHO

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Detentor de um curriculum invejável, Francisco Sampaio dedicou a sua vida ao turismo. Tem mais de quatro dezenas de obras publicadas nas áreas da sociologia e do turismo e viu o seu mérito reconhecido cerca de duas dezenas de vezes. Com provas dadas no associativismo,foi diretor artístico e maestro do Grupo Coral do Orfeão de Vila Praia de Âncora, presidente da direção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora, fundador do Lions Clube de Vila Praia de Âncora, presidente da Assembleia Geral do Centro Cultural e Social de Vila Praia de Âncora e presidente da Comissão de Festas de Nossa Senhora da Bonança.

Foi ainda presidente da Assembleia Municipal de Caminha e um grande impulsionador do desenvolvimento de produtos turísticos na região do Alto Minho, como por exemplo os Caminhos de Santiago, a Rota do Românico da Ribeira Minho, o artesanato, a gastronomia e vinhos e ainda teve um papel ativo na recuperação e remodelação do património, como foi o caso do Castelo de Santiago da Barra, em Viana do Castelo.

O Dr Francisco Sampaio foi desde 1980 Presidente da Região de Turismo do Alto Minho e a ele se deve em grande medida a promoção do Minho também nas suas vertentes económica, cultural e paisagística, nomeadamente o seu folclore e o turismo rural.

Conceituado estudioso e defensor da gastronomia tradicional minhota, a sua atividade científica tem sido marcada pelos inúmeros trabalhos que tem produzido na área do turismo, marketing e definição do produto turístico do Alto Minho. Esclareça-se que, neste conceito geográfico, a Região de Turismo do Alto Minho abrangeu, para além dos concelhos do distrito de Viana do Castelo, ainda os de Terras de Bouro, Barcelos e Esposende, no distrito de Braga.

Presença assídua em programas televisivos e em todos os fóruns que poderiam constituir uma oportunidade de promoção turística da nossa região, ela é atualmente em grande medida resultado da estratégia delineada e perseguida pelo Dr. Francisco Sampaio.

Para além da sua atividade como investigador e divulgador das potencialidades turísticas do Minho, integrou desde sempre numerosas instituições da nossa região, mormente do concelho de Caminha onde tem vive, entre as quais se salienta a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora e o Orfeão de Vila Praia de Âncora onde foi coralista e maestro. Tem ainda integrado muitas Comissões de Festas como as de Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, e Nossa Senhora da Bonança, em Vila Praia de Âncora.

O seu trabalho em prol do Minho e do país tem merecido público reconhecimento por parte de inúmeras entidades oficiais das quais destacamos a Secretaria de Estado do Turismo que, em 1996, atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Turístico, a Xunta de Galiza com a Medalha de Honra em 2003, a Secretaria de Estado do Turismo com a Medalha de Honra em 2005 e, ainda no mesmo ano, a atribuição da Comenda de Mérito do Presidente da República.

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A imagem mostra o Dr. Francisco Sampaio, desfilando em Lisboa na avenida da Liberdade, em 2014, juntamente com milhares de minhotos que ali foram reclamar contra a extinção das freguesias. (Foto: Carlos Gomes)

QUEM FOI O COMANDANTE ARAÚJO PEREIRA – UM CAMINHENSE NATURAL DE SEIXAS QUE FOI MAESTRO DA BANDA DA ARMADA?

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O Maestro Capitão-de-fragata José Joaquim de Araújo Pereira iniciou os seus estudos musicais com a professora Emília Fão, em Seixas-Caminha, sua terra natal, fazendo ainda parte da Filarmónica local sob orientação de João da Costa e do maestro Rafael Alves.

Após ingressar na Marinha, concorreu à Banda da Armada, onde fez toda a sua carreira até ascender a Oficial, prestando as respetivas provas públicas no Conservatório Nacional de Lisboa (Provas Técnicas) e na Escola Naval (Ciências Sócio-Militares).

Como componente do famoso agrupamento “Os Náuticos”, percorreu Cabo Verde, Guiné, Angola e Moçambique e participou em várias gravações para a rádio e televisão.

Entretanto, prosseguiu os seus estudos académicos, completando o Curso Complementar dos Liceus e a admissão à Universidade, ao mesmo tempo que no Conservatório Nacional de Lisboa completava os Cursos de Acústica, História da Música, Educação Musical e o Curso Superior de Composição.

Em 1983, frequentou o 1º Curso de Regência de Orquestra, promovido pela Associação Portuguesa de Educação Musical e patrocinado pelo Conselho da Música da Alemanha Federal, o qual foi lecionado pelo Maestro Hans Herbert Joris.

Em 1986, participou num Curso de Interpretação e Direção de “Big-Band”, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Fez parte do Conselho Pedagógico da Escola de Música e Bailado de Linda-a-Velha, como Diretor dos Cursos ali ministrados aos alunos da Banda da Armada.

Autor de vários arranjos de música ligeira gravados pela Banda da Armada no disco “Anos 90” e de algumas marchas militares, das quais se destaca “Na Terra e no Mar”, inserida no Long-Play “Cantando o Mar”.

É membro da International Military Society.

Fonte: https://ccm.marinha.pt/

SARAH AFFONSO NASCEU HÁ 126 ANOS – O MINHO NA SUA VIDA E OBRA

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Sarah Affonso e Almada Negreiros em Moledo, concelho de Caminha

Sarah Affonso e a arte popular do Minho. A artista possui uma relação muito peculiar com a sua obra. Muitas vezes recordada como a mulher de Almada Negreiros, pretende-se evocar a artista como uma modernista reconhecida com um percurso próprio, de notável qualidade.

Nascida em Lisboa, em 1899, a vida de Sarah Affonso tem uma relação particular com a sua obra. Foram poucas as mulheres que souberam transpor em Portugal as barreiras sociais à afirmação das mulheres como artistas nas primeiras décadas do século XX. Foi a primeira mulher a frequentar, contra todas as convenções, o Brasileira, no Chiado, o que ilustra não só os preconceitos do seu tempo mas também o espírito independente com que os encarava. Mas se, por um lado, o tempo em que viveu condicionou o seu percurso artístico, foram também as suas vivências e memórias que usou como matéria-prima da sua arte. Foi a partir da sua própria vida – da infância e e dos laços de amizade e amor – que construiu uma linguagem e uma temática próprias.

Nascida em Lisboa numa família modesta, Sarah Affonso cedo foi viver para Viana do Castelo, onde ficou até aos 15 anos. Estes primeiros anos da sua vida marcariam indelevelmente a sua obra, desenvolvida nos trilhos dessa memória das paisagens minhotas, dos azuis, dos pinhais e das praias, do seu quotidiano e das tradições, das festas, profissões e feiras. Estudou pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, onde foi um dos últimos alunos de Columbano Pinheiro. Deste terá ficado com o gosto pelo retrato e pela encenação de uma certa intimidade (veja-se o Retrato de Tagarro e Waldemar Costa, 1929).

Expõe pela primeira vez em 1923, na Sociedade Nacional das Belas Artes em Lisboa (SNBA). Uma crítica de Mário Domingues aconselha-a a ir para Paris, o que faz no ano seguinte, suportada pelas poupanças do pai. Nos oito meses que passa na capital do mundo da arte frequenta aulas de modelo na Académie de Grande Chaumièr e, sobretudo, exercita o olhar – visita museus e exposições, mas também teatros e bailados, educando-se em tendências artísticas ignoradas em Portugal.

De volta a Lisboa, participa no primeiro e segundo Salão de Outono (SNBA, respetivamente 1925 e 1926). É neste período que começa a trabalhar nas artes decorativas, estratégia de sobrevivência habituais para os artistas portugueses nos anos 20. Faz ilustração de livros infantis, trabalhando frequentemente com Fernando de Castro (de Mariazinha em África - Romance para Meninos, 1925, a O Tesouro da Casa Amarela, 1932), e de imprensa (ABCzinho, entre outros), além de uma e outra incursão na cenografia. Mas trabalha sobretudo no bordado e no tricô. Após uma primeira exposição individual no Salão Bobonne, bem recebida pela crítica, volta em 1928 para Paris, vivendo do trabalho num atelier de costura. É particularmente impressionada por uma exposição de Henri Matisse, impacto que se pode detetar no quadro As Meninas deste ano (Museu do Chiado, Lisboa), exposto com algum sucesso no Salon d’Automne.

Após regressar a Lisboa no ano seguinte, em que expõe com José Tagarro no Salão Bobonne, participa em exposições coletivas (Salão de Artistas Independentes, 1930, onde expõe As Meninas; Salão de Inverno, 1932; Artistas Independentes, 1936; Exposição Moderna do Secretariado Nacional de Propaganda em 1940, 1942, 1944 – quando recebe o Prémio Souza-Cardoso por um retrato do filho – e 1945), e expõe individualmente em 1932, na Galeria do Século, e de novo em 1939. A receção crítica da sua obra foi, geralmente, boa, não obstante as categorias retóricas que subtilmente demarcavam as artistas mulheres (com uma obra inevitavelmente caracterizada como  «lírica», «feminina», «íntima», «delicada» ...) dos seus colegas masculinos.

Em 1934 casa com Almada Negreiros, que acabara de voltar de uma estadia de sete anos em Madrid. A prazo, as obrigações de sustentar a sua família, tarefa nem sempre fácil, concorreram para a voluntária retirada da pintura, em finais dos anos 40. Mas  nos primeiros anos do seu casamento desenvolve o que será a parte mais importante da sua obra pictórica. Dos retratos de meninas e mulheres e das paisagens urbanas passa para composições que incorporam motivos antes utilizados nos bordados, oriundos da cultura e imaginário populares. Evoca, a partir da  memória da infância passada no Minho, costumes (procissões, festas, alminhas) e mitologias populares (nomeadamente as sereias). A obra Casamento na Aldeia, de 1937, é representativa desta fase da obra de Affonso. Outro motivo frequente é a família, que retrata num universo íntimo com sugestões mágicas ou lendárias (veja-se Família, também de 1937).

Como já foi referido, foram várias as razões que levaram Sarah Affonso a abandonar a pintura. Às razões pessoais juntavam-se a insegurança profissional e a falta de condições de trabalho. Continuou, no entanto, com um trabalho menos visível nas artes decorativas e de apoio a Almada Negreiros, ainda pouco conhecido. Em finais dos anos 50, retomou algumas das direções interrompidas, como a ilustração infantil (entre outros de A Menina do Mar, 1958, de Sophia de Mello Breyner Andresen) e o desenho.

Em 1953 obras suas integraram a representação portuguesa na Bienal de S. Paulo. No mesmo ano, houve uma retrospetiva na Galeria Março, Lisboa, e outra em 1962, na Galeria Dominguez Alvarez, Porto. No entanto, foi – à semelhança de outras artistas mulheres, como Milly Possoz ou Ofélia Marques – algo esquecida pela historiografia, situação que só mais recentemente começou a ser corrigida. Neste aspeto, olhares mais demorados porventura revelariam, na «poética de ingenuidade» que caracteriza a obra de Affonso, uma proposta pictórica  mais pensada e consciente do que os motivos «inocentes» poderiam levar a crer, alimentada por uma cultura artística que não era comum em Portugal e um sentido de liberdade que lhe permitiu traçar sempre o seu próprio caminho.

Nota: Sobre a vida e a visão da artista pode-se consultar as Conversas com Sarah Affonso (Lisboa: Arcádia, 1982) de Maria José de Almada NEGREIROS, a sua nora, que serviram de base para Sarah Affonso (Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1989), da mesma autora. Para situar a artista no seu tempo, sobretudo no que diz respeito a questões de género, veja-se Emília FERREIRA, “Da deliciosa fragilidade feminina”, in Margens e Confluências, n. 11/12 (Dezembro 2006), p. 143-187.

Gerbert Verheij / Fonte: https://gulbenkian.pt/

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Sarah Affonso nasceu no dia 13 de maio de 1899, em Lisboa.

Passou a infância e a adolescência no Minho, cujas paisagens e costumes marcaram profundamente a sua obra. Estudou pintura na academia de Belas-Artes em Lisboa, onde foi aluna de Columbano Bordalo Pinheiro e onde fez a sua primeira exposição, antes de prosseguir os estudos em Paris. Seguiu as correntes modernistas, cultivando no entanto a arte popular, e afirmando-se como pintora nas primeiras décadas do século XX, altura em poucas mulheres o faziam.

Artista multifacetada, Sarah Affonso foi também ilustradora de livros para crianças, sendo dela os desenhos que ilustram “A Menina do Mar”, de Sophia de Mello Breyner Andresen. Casou-se com Almada Negreiros, artista multidisciplinar e modernista, cuja personalidade admirava. O retrato que fez de um dos seus filhos recebeu o prémio Amadeo de Souza-Cardoso.

Morreu no dia 15 de dezembro de 1983, em Lisboa.

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VIANA DO CASTELO EVOCA MÁRIO SOARES

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A Biblioteca Municipal de Viana do Castelo inaugura amanhã a exposição “Mário Soares: 100 anos”.

O átrio da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo acolhe a exposição “Mário Soares: 100 anos”, uma mostra que dá a conhecer a vida daquela que foi uma das figuras maiores da democracia portuguesa, o seu pensamento, interesses e valores, a sua luta e ação pela liberdade e pela democracia, o seu legado nacional e internacional.

A missão da exposição da Fundação Mário Soares e Maria Barroso é celebrar o centenário do antigo primeiro ministro e presidente da República. Soares foi uma das figuras mais proeminentes da história contemporânea de Portugal. Ocupou os cargos de primeiro-ministro de Portugal de 1976 a 1978 e de 1983 a 1985 e de presidente da República de 1986 a 1996. Foi, também, uma das principais figuras na Revolução dos Cravos e no processo de democratização do país após o fim da ditadura do Estado Novo.

A exposição foi pensada para bibliotecas e escolas, celebra e dá a conhecer a vida de Mário Soares. Lembra, também, os seus valores, interesses e pensamentos, assim como a sua luta e ação em prol da liberdade e da democracia. Soleniza, por fim, o seu legado, que transcende as fronteiras de Portugal e se estende ao plano internacional.

VILAVERDENSE MANUEL JOAQUIM MACHADO REBELO – QUE FOI ABADE EM PRISCOS – FOI O CRIADOR DO FAMOSO PUDIM BRACARENSE QUE TOMOU O SEU NOME: PUDIM ABADE DE PRISCOS!

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A origem do pudim abade de Priscos é sempre remetida a Braga em virtude desta paróquia pertencer àquele concelho. Porém, o famoso pároco que ficou conhecido pelo delicioso pudim que encanta todos quantos o provam era de Vila Verde, mais precisamente de Turiz, onde nasceu em 1834. E, naquela vila minhota veio a falecer em 1930.

Foi durante 47 anos pároco em Priscos, local onde desenvolveu os seus talentos culinários e, graças ao Arcebispo D. Manuel Baptista da Costa, veio a alcançar grande notoriedade com a organização de sumptuosos banquetes para altas dignidades como a Família Real, governantes, aristocratas e membros do clero.

O seu prestígio foi de tal ordem que algumas das suas afamadas receitas, incluindo o Pudim de Abade de Priscos, era à época ensinada às alunas do Magistério Primário Feminino de Braga.

Para manter o seu sabor tão característico, o pudim deve ser confeccionado num tacho de latão ou de cobre, onde se coloca meio litro de água. Assim que comece a ferver, junta-se meio quilo de açúcar, uma casca de limão, um pau de canela e cinquenta gramas de presunto ou toucinho cortado às tiras fininhas. Deixa-se ferver até atingir um ponto mais grosso.

À parte são batidas 15 gemas, às quais se junta um cálice de vinho do Porto. A calda de açúcar é passada por um coador fino para se juntar às gemas e mexe-se tudo.

Por fim, barra-se uma forma com açúcar em caramelo e junta-se o preparado, que vai a cozer em banho-maria durante 30 minutos. Deixe arrefecer e, quando estiver quase frio, retire da forma.

- Sirva e delicie-se!

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“PONTE DE LIMA CULTURAL” DEVERIA MENCIONAR AS FONTES DOS SEUS ARTIGOS

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“Ponte de Lima Cultural” constitui uma das páginas da internet que integram o portal do município de Ponte de Lima. Uma ideia interessante não fosse o caso de se encontar algo enviesada em relação aos seus propósitos culturais.

Constatamos que a mesma parece orientar-se de uma forma que peca pela falta de honestidade intelectual, visto frequentemente não referenciar as fontes – autores e publicações – algumas das quais ligadas a Ponte de Lima como sucede com a revista “O Anunciador das Feiras Novas”.

O responsável da referida página que desconheço por se tratar de um anónimo revela com esta atitude uma medíocridade que em nada abona a entidade que o incumbiu da tarefa – a Câmara Municipal de Ponte de Lima. Situação que lamentamos!

VIMARANENSE SOFIA ESCOBAR (EN)CANTOU EM VIANA DO CASTELO

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A Orquestra Filarmónica de Braga deu este sábado um concerto com Sofia Escobar, no Centro Cultural de Viana do Castelo.

Com a participação especial da mais reconhecida soprano nacional - Sofia Escobar, este concerto convidou o público a embarcar numa viagem emocionante pelos universos mágicos do teatro e do cinema.

Esta iniciativa está integrada na programação “Viana do Castelo - VIII Capital da Cultura do Eixo Atlântico 2025".

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QUEM É A ATRIZ E CANTORA VIMARANENSE SOFIA ESCOBAR GUIMARÃES?

Sofia Escobar Guimarães, (29 de novembro de 1984), é uma atriz e cantora portuguesa vencedora de galardão de Melhor Actriz de Teatro Musical em Inglaterra e uma nomeação para um “Laurence Olivier”.

Sofia foi para Londres com o objetivo de estudar na Guildhall School of Music and Drama.

Sofia Escobar vestiu, 50 anos depois da estreia de est Side Story, a pele da porto-riquenha Maria que se apaixona por Tony, antigo líder do gangue rival do seu irmão. A actriz portuguesa foi elogiada pelos grandes jornais londrinos e nomeada para prémios de teatro britânico.

Já antes de Maria, Sofia foi Christine, a personagem principal do O Fantasma da Ópera. Foram meses de audições até conseguir pisar pela primeira vez o palco do West End.

Após ter participado numa digressão mundial com o musical West Side Story, que passou por França, Itália e Malásia, Sofia Escobar regressou a Londres com a reconhecida peça O Fantasma da Ópera, onde interpretou a protagonista principal Christine Daaé.

A atriz fez uma participação especial na 7ª temporada da série juvenil Morangos Com Açúcar em 2010.

Em 2015 e 2016, Sofia fez parte do júri no programa Got Talent Portugal, transmitido pela RTP.

Participou no musical em homenagem a Eusébio e na peça denominada "Entre o Céu e a Terra" sobre as aparições de Fátima em 2016.

Em 2017, fez parte do elenco principal da novela Ouro Verde, da TVI, onde interpretou a personagem Inês Santiago.

Em 2020, Sofia regressa ao júri do programa Got Talent Portugal, transmitido pela RTP

Fonte: Wikipédia

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POETA SÁ DE MIRANDA FALECEU HÁ 467 ANOS

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15 de Março de 1558 – Morte do poeta Francisco Sá de Miranda. Passam hoje 467 anos. Filho do cónego de Coimbra, formado em Leis e Humanidades, vai não só compor segundo o modelo antigo do verso curto da redondilha, mas utilizar novas métricas, mais condizentes com os ideais do mundo renascentista e da cultura humanista. Foi Francisco Sá de Miranda que trouxe o soneto para a literatura portuguesa. Encontra-se hoje sepultado na Igreja de Carrazedo, em Amares.

Na imagem, busto do poeta Sá de Miranda, em Carrazedo.

Fonte: Sociedade Histórica da Independência de Portugal

QUEM FOI A ESCRITORA BRACARENSE MARIA ONDINA BRAGA?

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Maria Ondina abandonou sua cidade natal, Braga, nos anos de 1950 para estudar línguas em Paris e Londres, onde se licenciou em literatura Inglesa pela Royal Asiatic Society of Arts. Prosseguiu os seus estudos em França e na Inglaterra, trabalhando como enfermeira. Regressou a Portugal em 1964, depois de ter sido professora, sucessivamente, em Angola, Goa e Macau. Desenvolveu também a atividade de tradutora, traduzindo obras deErskine Caldwell, Graham Greene, Bertrand Russell, Herbert Marcuse e Tzvetan Todorov. Colaborou em várias publicações periódicas como Diário de Notícias, Diário Popular, A Capital, Panorama, Colóquio/Letras e Mulher.

Incluindo na sua bibliografia a poesia e as crónicas de viagem, Maria Ondina Braga afirmou-se como ficcionista, sendo considerada um dos grandes nomes femininos da narrativa portuguesa contemporânea. Depois de ter vivido em Lisboa por muitos anos, voltou a Braga, onde morreu em 14 de Março de 2003.

Fonte: Wikipédia

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ZÉ CARVALHAL: HOMENAGEM E AGRADECIMENTO! – CRÓNICA DE RUI CARVALHAL

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Nascer numa freguesia pequena e remota como a Ermida já seria difícil para conseguir abrir portas e ter oportunidades, se a esse facto juntarmos o ser invisual então seria tarefa quase impossível, isso caso não estivéssemos a falar do meu pai, Zé Carvalhal.

Lembro-me de em pequeno imaginar muitas vezes como seria não ver, às vezes até fechava os olhos para tentar sentir como seria, como conseguia o meu pai andar sozinho por tantos caminhos difíceis, fazer as suas coisas, ter o seu negócio, ser totalmente independente e o mais incrível, como tocava tão bem concertina e era tão admirado por tanta gente!?

Detestava que lhe falassem da condição dele, que tivessem pena dele, pois era uma força da natureza, nunca lhe senti fraqueza, nunca o ouvi queixar-se ou lamentar-se, sempre o admirei por uma força inquebrantável, por uma persistência e vontade que poucas vezes vi em alguém!

Correu o mundo, conheceu países e culturas, animou e alegrou a vida de muitas pessoas, também com o seu jeito único de ser.

Disse-lhe algumas vezes que apesar de eu ter visão, não seria capaz de viajar como ele fez para tantos países longínquos e muitas vezes sozinho.

O menino da Ermida- Ponte da Barca, que aprendeu por si próprio o toque da concertina e o cantar ao desafio, num tempo diferente sem redes sociais, ou publicidade fácil, onde apenas o seu talento e força falavam por si, sem nunca pisar ou enganar alguém, levou a sua arte a vários países e continentes, fez bons amigos e animou muitos e bons momentos, que hoje vemos recordados com saudade.

Nunca o vi ser falso, mentiroso ou desonesto, tinha uma teimosia vincada e uma frontalidade clara, que embora às vezes incomodasse, cada vez mais se deve admirar nos dias que correm.

Era amigo do amigo, de forma plena!

Teve uma vida repleta de amor, admiração, carinho e amizade!

É amado incondicionalmente pela sua família e amigos!

Para mim foi pai, amigo, ídolo e referência máxima em tudo o que tenho feito e em tudo o que tentarei fazer, tenho por ele uma admiração que não pode ser medida!

Era um pilar familiar que não pode ser compensado de forma nenhuma, as saudades já são incrivelmente pesadas, mas tentaremos reagir, como ele nos ensinou!

Muito obrigado, da forma mais sincera possível por todo o carinho e amizade que nos tem entregue, mas sobretudo pelo respeito e admiração que lhe tem prestado, honestamente ele merecia, foi um grande, grande homem, do primeiro ao último dia, em tudo o que foi e em tudo o que fez!

VALENÇA RECEBE A APRESENTAÇÃO DO LIVRO “FORTUNA, CASO, TEMPO E SORTE: BIOGRAFIA DE LUÍS VAZ DE CAMÕES”

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Obra da escritora e investigadora Isabel Rio Novo

A Biblioteca Municipal de Valença recebe a apresentação pública do livro "Fortuna, caso, tempo e sorte: biografia de Luís Vaz de Camões", de Isabel Rio Novo, na próxima sexta-feira, 14 de fevereiro, às 15h00.

Esta é uma oportunidade para os leitores valencianos ficarem a conhecer uma obra, reconhecida pela crítica, como um avanço importante no deslindar dos principais momentos da vida e da história de Luís de Camões. Este é um trabalho biográfico, assente numa pesquisa e análise de fontes, rigoroso e ponderado e que aporta um traço fiável de Luís de Camões.

A obra é da escritora e investigadora Isabel Rio Novo, já com vasta obra publicada, que tem granjeado a apreciação dos leitores e da crítica e com reconhecimento nacional e internacional. Um reconhecimento que a levou à final do Prémio Europeu de Literatura e do Prémio de Narrativa do PEN Clube.

Esta atividade insere-se nas comemorações do 500º aniversário do nascimento de Luís de Camões que a Biblioteca Municipal de Valença vai dinamizar, ao longo deste ano, e que contarão, ainda, com várias abordagens na Feira do Livro e nas atividades do Clube de Leitura.

A Câmara Municipal colocará, este ano, também, a obra de Luís de Camões como temática base do concurso municipal de leitura.

QUEM FOI ABÍLIO RIBAS – BISPO EMÉRITO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE – NATURAL DO SOAJO EM ARCOS DE VALDEVEZ?

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Abílio Rodas de Sousa Ribas, (Várzea do Soajo, Arcos de Valdevez, 2 de janeiro de 1931 - Braga, 2 de fevereiro de 2025) foi um prelado católico português, bispo emérito da Diocese de São Tomé e Príncipe.

Ingressou na Congregação do Espírito Santo e do Coração Imaculado de Maria onde, no dia 8 de março de 1953 efetuou os votos perpétuos, sendo ordenado presbítero no dia 21 de setembro de 1957.

Em 1968 especializou-se em Pastoral Catequética pelo Instituto Católico de Paris.

Como missionário em Angola, assumiu ininterruptamente as mais diversas responsabilidades, dentro e fora da sua Congregação: Superior de Missões, Pároco, Professor e Reitor dos Seminários Menor e Maior de Luanda e do Seminário Interdiocesano do Huambo. Foi ainda Superior Principal da sua Congregação, Diretor da Emissora Católica ”Rádio Ecclesia” e Secretário da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).

No dia 21 de dezembro de 1984, quando exercia em Luanda o cargo de Secretário Adjunto da Cáritas de Angola, foi eleito Bispo de São Tomé e Príncipe pelo Papa João Paulo II.

Foi ordenado Bispo na Sé Catedral de Nossa Senhora da Graça de São Tomé, no dia 24 de fevereiro de 1985, pelo cardeal Dom Alexandre do Nascimento, arcebispo de Lubango, coadjuvado por Dom Fortunato Baldelli, núncio apostólico no país e por Dom Manuel Franklin da Costa, arcebispo de Huambo, tomando posse nesse mesmo dia. Dom Abílio Ribas exerceu com ardor o seu múnus apostólico na Diocese de São Tomé e Príncipe até a sua renúncia no ano de 2006.

Morreu em 2 de fevereiro de 2025. Suas exéquias ocorrerão em 6 de fevereiro.

Fonte: Wikipedia

POETA VIANENSE ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA NASCEU HÁ 103 ANOS!

António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo a 24 de Janeiro de 1923, filho de um ilustre minhoto e de uma asturiana, e faleceu em Lisboa a 8 de Junho de 2010. Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, gastrólogo e autor de livros para crianças, foi também empresário teatral, director artístico, encenador e ator.

Com vasta obra publicada nas mais variadas vertentes literárias, António Manuel Couto Viana foi um dos maiores poetas do nosso tempo. Ensaísta, poeta, dramaturgo, tradutor e encenador, O livro de poemas O Avestruz Lírico, publicado em 1948, marca o início da sua carreira literária.

Ao longo da sua vasta carreira literária e artística, publicou mais de uma centena de livros, muitos dos quais traduzidos para inglês, francês, castelhano e mandarim, vulgo chinês. Encenou e dirigiu companhias de Ópera do Teatro Nacional de São Carlos, do Círculo Portuense de Ópera e da Companhia Portuguesa de Ópera. A sua paixão pelo teatro começa desde muito novo, quando recebeu por herança o Teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo, mantendo-se sempre durante toda a vida ligado a companhias de teatro para a infância.

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António Manuel Couto Viana à conversa com o Engº Manuel de Sá Coutinho (Aurora) e Carlos Gomes (Administrador do BLOGUE DO MINHO).

Da sua obra literária salientamos:

  • O Avestruz Lírico(1948)
  • No Sossego da Hora(1949)
  • O Caminho É por Aqui(1949)
  • Era uma Vez... Um Dragão(1950)
  • O Coração e a Espada(1951)
  • Em Louvor do Teatro Infantil(1951)
  • Auto das Três Costureiras(1952)
  • A Face Nua(1954)
  • O Fidalgo Aprendiz(1955)
  • A Tentação do Reino(1956)
  • O Acto e o Destino(1957)
  • Um Espinho da Flor(1959)
  • Mancha Solar(1959)
  • O Milagre de Ourique(1959)
  • A Rosa Sibilina(1960)
  • Do Cimo desse Telhado(1962)
  • Relatório Secreto(1963)
  • Poesia (1948/1963)(1965)
  • O Teatro ao Serviço da Criança(1967)
  • Desesperadamente Vigilante(1968)
  • Antígona, Ajax e Rei Édipo(1970)
  • O Avarento(1971)
  • O Senhor de Pourceaugnac(1971)
  • Pátria Exausta(1971)
  • Em Redor da Mesa(1972)
  • 10 Poesias de Agustin de Foxá(1973)
  • Raiz da Lágrima(1973)
  • O Almada Que Eu Conheci(1974)
  • 2 "Modernistas" do Alto Minho(1976)
  • 709 Poesias de Reclamo à Casa Brasileira(1977)
  • Coração Arquivista(1977)
  • Nado Nada(1977)
  • Voo Doméstico(1978)
  • João de Deus e um Século de Literatura Infantil em Portugal(1978)
  • As Pedras do Céu(1979)
  • Júlio de Lemos, num Retrato Breve e Leve(1979)
  • Retábulo para Um Íntimo Natal(1980)
  • As (E)vocações Literárias(1980)
  • Morte e Glória de Narciso no Poeta Alfredo Pimenta(1982)
  • Frei Luís de Sousa à Luz de Novas Luzes(1982)
  • Ponto de Não Regresso(1982)
  • Para um Encontro com o Poeta Alfredo Pimenta(1983)
  • Versos de Cacaracá(1984)
  • Uma Vez uma Voz: Poesia Completa - 1948-1983(1985)
  • as antologias “Tesouros da Poesia Popular Portuguesa”(1984)
  • Postais de Viana(1986)
  • O Senhor de Si(1991)
  • Café de Subúrbio(1991)
  • Colegial de Letras e Lembranças(1994)
  • A Gastronomia no Teatro e na Poesia Portuguesa(1994)
  • Bom Garfo e Bom Copo(1997)
  • Por Outras Palavras(1997)
  • Comeres em Lisboa: Roteiro Gastronómico(1998)
  • Prefiro Pátria às Rosas(1998)
  • Dez Peças de Teatro Infantil
  • Teatro Português d'Outrora Agora
  • Restos de Quase Nada(2007)
  • Disse e Repito(2008)
  • Bichos diversos em verso(2008)
  • Que é que eu tenho Maria Arnalda?(2009)
  • Cancioneiro do Rio Lima(2001).
  • 60 anos de poesia(2 vols.) (2004)

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A POESIA ESTÁ COMIGO

                                 Queres cantar fados, ler sinas

                                 Por ruas tortas, escusas?

                                 Ou tens pretensões mais finas?

                                 - Não me esperem nas esquinas:

                                 Não marco encontros a musas.

                                

                                 Cantem outros a desgraça

                                 Em quadras fáceis, banais,

                                 Cheias de mofo e de traça:

                                 Soluços de fim de raça,

                                 Com vinho, amor, ódios, ais.

                                

                                 E dos parques silenciosos

                                 De estátuas, buxo e luar,

                                 Cresçam sonetos cheirosos,

                                 Requintados, vaporosos

                                 Qual uma renda de altar.

                                

                                 Para mim basta o que tenho:

                                 Umas rimas sem valia,

                                 Mas próprias, do meu amanho;

                                 Minha colheita, meu ganho

                                 - Poesia! Poesia!

PONTE DE LIMA: AUGUSTO JOAQUIM ALVES DOS SANTOS – UM DOS MAIS EMINENTES PEDAGOGOS E O INTRODUTOR DO ENSINO DA PSICOLOGIA EM PORTUGAL – FALECEU HÁ 101 ANOS!

Passam precisamente 101 anos desde a data do falecimento do ilustre limiano que foi Augusto Joaquim Alves dos Santos

O Dr. Alves dos Santos – um dos mais ilustres filhos de Ponte de Lima – foi o pioneiro do estudo e investigação da psicologia no nosso país, continuando a sua obra a ser estudada pelos mais notáveis académicos decorridos mais de oito décadas desde a data do seu desaparecimento. A obra que publicou em 1923, “Psicologia Experimental e Pedologia”, é considerada aliás um marco “na história da psicologia em Portugal pelo seu pioneirismo e importância histórica”.

Figura controversa, padre apóstata, monárquico convertido ao republicanismo, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É apontado como o principal autor da reforma do ensino primário de 1911. Pioneiro em Portugal da Psicologia Experimental, criou o primeiro laboratório nesta área. Conhecia em profundidade os principais psicólogos europeus do seu tempo, tendo privado com Henri Piéron (colaborador de Binet), cursou no Instituto Jean-Jacques Rosseau, em Genebra, com Edouard Claparède e Paul Godin.

De seu nome completo Augusto Joaquim Alves dos Santos, o nosso ilustre conterrâneo nasceu em 14 de Outubro de 1866, na Freguesia de Cabração, tendo falecido em 17 de janeiro de 1924 na cidade de Coimbra onde viveu e se distinguiu.

Entre os inúmeros cargos que exerceu, o Dr. Alves dos Santos foi Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Ministro do Trabalho e por três vezes eleito deputado pelo círculo de Coimbra entre 1910 e 1921, chegando inclusivamente a presidir à Câmara dos Deputados. Foi ainda Diretor da Biblioteca da Universidade de Coimbra e, um ano após a implantação da República, Chefe do Gabinete do Presidente do Governo provisório.

Foi um eminente teólogo, tendo frequentado o curso de Teologia do Seminário de Braga e recebido ordens sacras. Comendador da Ordem de Santiago em 1904, lecionou Grego e Hebraico no Liceu de Coimbra, Pedagogia, Psicologia e Psicologia Infantil nomeadamente na Escola Normal Superior daquela cidade e, entre inúmeras cadeiras, Pedagogia, Psicologia e Lógica, História da Filosofia e Psicologia Experimental na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

A ele se deveu a instalação do Laboratório de Psicologia daquela Faculdade, no qual também desempenhou as funções de Diretor.

A sua obra literária é igualmente vasta, sendo de destacar os seguintes trabalhos:

  • “Concordismo e Idealismo”, publicado em 1900;
  • “O Problema da origem da família e do matrimónio em face da Bíblia e da Sociologia”, editado em 1901;
  • “A nossa escola primária – o que tem sido e o que deve ser”, em 1910;
  • “O ensino primário em Portugal, nas suas relações com a história geral da nação”, em 1913;
  • “Elementos de filosofia científica”, em 1918;
  • “Portugal e a Grande Guerra” (duas conferências), Coimbra, 1913;
  • “Psicologia experimental e Pedagogia”, Coimbra, 1923.

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A foto, publicada na revista “Ilustração Portugueza” de 28 de janeiro de 1922, mostra a visita do Dr. Alves dos Santos, na qualidade de Ministro do Trabalho, ao asilo D. Maria Pia