O dia 10 de dezembro de 1923 é, para Fafe, uma data especial, marcando a conclusão da obra de restauro do edifício do Teatro Cinema. Volvidos 101 anos, e como forma de comemoração do renascimento simbólico deste espaço emblemático, o espetáculo final «Carmina Burana» subiu a palco e trouxe ao público o sentimento, o trabalho e a emoção de um conjunto de artes.
O espetáculo, que apelou a todos os sentidos, juntou em palco cerca de 300 músicos e bailarinos da Escola de Bailado de Fafe e da Academia de Música José Atalaya (envolvendo o Coro Infantil e o Coro dos Pais e Amigos) que, em perfeita simbiose, proporcionaram um momento único e muito especial.
Este espetáculo resultou de um desafio lançado em 2022 e que se tornou um projeto essencialmente pedagógico, contando com o envolvimento das crianças e jovens de ambas as escolas de artes. Ao longo do ano de 2024, Carmina Burana foi apresentado em três atos: "Primo Vere", "In Taberna" e "Cour D'Amours". Na noite desta terça-feira, teve o seu epílogo num espetáculo palpitante no Multiusos de Fafe. A magia e beleza das artes que subiram a palco em «Carmina Burana» mostram que Fafe é também um farol para a promoção da arte e cultura, sempre ao serviço dos fafenses e da comunidade.
Emoldurada por um símbolo da antiguidade, a "roda da fortuna", a obra «Carmina Burana» reveste-se de uma parábola da vida humana exposta a constante mudança, num movimento perpétuo, que traz alternadamente boa e má sorte. Carl Orff musicou alguns dos poemas das canções de Benedikt-Beuern, (cerca de duzentos poemas e canções medievais, encontrados na Biblioteca da antiga Abadia de Menediktbeuern), e que compõe esta cantata, com o subtítulo "Cantiones profanae cantoribus et choris cantandae", com estreia em Frankfurt em 1937. Uma obra que nos oferece um lugar de magia, numa procura de cultos e símbolos, perpetuando a parábola da vida humana sempre exposta a constantes transformações. A exuberância da vida (natureza, amor, beleza, vinho), à mercê da eterna lei da mutabilidade, foi aquilo a que assistimos numa brilhante representação.
O Município de Fafe agradece a todos os envolvidos nesta produção, desde participantes, professores, diretores e equipas técnicas, em especial à Academia de Música José Atalaya, e aos seus grandes mentores, e à Escola de Bailado, na pessoa da Professora Alexandra, a grande ideóloga deste projeto que levou a palco um paralelismo brilhante entre a “roda da fortuna” e a sociedade do mundo atual.
Um agradecimento especial a todos os funcionários da autarquia, dos diversos serviços, envolvidos nesta produção e cujo trabalho, muitas vezes invisível, deve ser reconhecido como parte deste sucesso. O empenho e dedicação inexcedíveis de todas estas pessoas deram aso a um espetáculo único que ficará guardado nas melhores memórias da história da cultura do nosso concelho.
O Teatro Cinema é o berço de todas as artes. Celebrá-lo com espetáculos com a grandiosidade de «Carmina Burana» é, para nós, um orgulho! Fafe mostrou, na noite desta terça-feira, com uma casa lotada, que o investimento na Cultura será sempre uma prioridade e que o concelho tem um enorme potencial artístico e cultural.
A Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo vai instalar-se por estes dias em Paredes de Coura, para apresentação de duas obras: ‘AmarAmália’, de Vasco Wellenkamp, na próxima sexta-feira, 29 de setembro (22h00), e ‘Pic Nic’, de Cláudia Sampaio, no programa família a 1 de outubro (15h30), bem como o workshop de dança para crianças/jovens, no sábado, 30 de setembro, sempre no Centro Cultural. Por sua vez, ‘Pic Nic’ como espetáculo de dança contemporânea será também apresentado na quinta-feira, dia 28, nos Jardins de Infância e 1º e 2º ano do Primeiro Ciclo
Uma oportunidade única para ver uma das melhores companhias de bailado contemporâneo, ao ponto do ‘AmarAmália’, em 2004, ter sido considerada pelo prestigiado jornal New York Times “entre o que melhor se viu na temporada”, da mesma forma que venceu o prémio do público para melhor espetáculo de dança na Holanda com ‘Fado, Ritual e Sombras’.
Por sua vez, em 2011, três dos bailarinos da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo integraram a lista dos cem melhores bailarinos do mundo por um Júri Internacional reunido em Londres, sublinhando a excelência de uma companhia que desde a sua fundação tem atuado não só por todo o país, mas também na programação de vários teatros internacionais, tais como no Brasil, Itália, Espanha, Áustria, Alemanha, Luxemburgo, EUA, China, Israel, Holanda e Coreia do Sul.
AmarAmália – Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo
Dança - 29 de setembro - 22h00 – Centro Cultural
As hipóteses sobre a origem do Fado são muito diversas. Para uns, as suas raízes estão no Oriente, para outros nas canções dos escravos levados para o Brasil que cantavam ao ritmo murmurante do oceano. Gosto da imagem nostálgica de um Fado nascido em alto mar. Mas, enquanto coreógrafo, o que me seduz é sobretudo a emoção e a força dramática com que chegou até nós na voz divina de Amália. Neste ano em que se celebram os cem anos do nascimento de Amália Rodrigues, não podia deixar de me associar a estas tão merecidas comemorações com a alegria de voltar ao palco da Fundação Gulbenkian com uma obra que marcou uma fase tão importante da minha carreira. O processo de trabalho dessas obras teve sempre, do ponto de vista musical a mesma linha de organização: os fados escolhidos foram enquadrados numa malha musical formada por uma colagem de diversas obras musicais que surgirão nos interstícios.
AMARAMÁLIA 2020 começará como uma projeção imaginária, uma cerimónia sem tempo e personagens definidas. O seu espaço tanto poderá ser a geometria obscura das vielas e tabernas de Lisboa na sua penumbra habitada, como uma janela debruçada sobre a claridade de um lugar sem nome. As flutuações do destino e das paixões humanas, a tristeza, a separação, a estranheza, o voo e o grito pela liberdade, ressurgirão como a expressão de um sentimento de vida incerta. O discurso teatral acompanhará o espírito de cada um dos poemas escolhidos, ao mesmo tempo que se abandonará à voz de Amália, à sua emoção e às suas múltiplas interpretações, como matéria-prima do seu sentido e da sua própria expressão coreográfica. O que, principalmente, me move ao abordar esta nova obra é prestar uma homenagem sincera a essa extraordinária e inesquecível Artista que tornou o fado universal e orgulho do nosso povo. Vasco Wellenkamp
FICHA ARTÍSTICA
Coreografia - Vasco Wellenkamp
Consultor dramatúrgico - Daniel Gorjão
Ensaiadora - Cláudia Sampaio
Música - Fados cantados por Amália Rodrigues
Cenografia - Luís Santos e Wilson Galvão
Assistente de Cenografia - Samuel Garcia
Desenho de Luz - Vasco Wellenkamp
Figurinos - Liliana Mendonça e Teresa Martins
Bailarinos - Beatriz Mira, Carlos Silva, Francisco Ferreira, Ísis Magro de Sá, Maria Mira, Miguel Santos, Ricardo Henriques, Rita Baptista, Rita Carpinteiro, Sara Casal, Tiago Barreiros
Fotografia - João Costa
Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo
Direção artística - Vasco Wellenkamp e Cláudia Sampaio
Consultoria artística - Liliana Mendonça
Direção de produção - Cláudia Alfaiate
Assistência à produção - Anabela Cachinho
Gestão financeira - Bernardo Beja
Comunicação e imagem - Rita Carpinteiro
Diretor técnico - Ricardo Campos
Direção de cena - Cláudia Sampaio
Apoio ao Espetáculo AMARAMÁLIA 2020 - Fundação Calouste Gulbenkian
Apoio - República Portuguesa Cultura / Direção-Geral das Artes
Valor: 3€ (Bilhete pago a partir dos 3 anos inclusive)
Pic Nic - Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo
Programa Família - 1 de outubro. 15h30. Centro Cultural
E se de repente os alimentos ganhassem vida? Se em vez de falar, dançassem? Se em vez de se abanar com o vento, sorrissem? Se em vez de estar sozinhos, fizessem amizade com uma menina? Nesta história, ilustram-se outras pequenas estórias que estimulam a imaginação relativamente aos princípios de uma alimentação saudável. Tudo pode acontecer num piquenique mágico, onde os alimentos saudáveis da merenda se personificam e ganham vida própria. Neste diálogo criativo pela linguagem da dança, a menina ganha novos amigos e um novo interesse numa alimentação saudável e equilibrada. Os bailarinos expressam-se numa linguagem corporal contemporânea, que levará a uma relação inesperada dos alimentos com uma menina, da mesma forma que incute nas crianças valores tão essenciais como o companheirismo, a tolerância e o valor de uma alimentação saudável. Cláudia Sampaio
Direção Vasco Wellenkamp
Direção Artística Cláudia Sampaio
Consultoria Artística Liliana Mendonça
Direção de Produção Cláudia Alfaiate
Assistência à Produção Anabela Cachinho
Comunicação e Imagem Rita Carpinteiro
Gestão Financeira Bernardo Beja
Bailarinos Beatriz Mira, Carlos Silva, Francisco Ferreira, Ísis Magro de Sá, Maria Mira, Ricardo Henriques, Rita Baptista, Rita Carpinteiro, Sara Casal, Tiago Barreiros
Professores Convidados José Luís Vieira, Carlos Prado, Liliana Mendonça e Barbara Griggi.
Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo
A CPBC, fundada em 1998 por Vasco Wellenkamp e Graça Barroso, foi criada como uma Companhia de Repertório original, na linha técnica e estética do Ballet Gulbenkian. Até ao presente, estreou mais de oitenta obras. Desde a sua fundação tem atuado não só por todo o país, mas também na programação de vários teatros internacionais, tais como: Brasil; Itália; Espanha; Áustria; Alemanha; Luxemburgo; EUA; China; Israel; Holanda e Coreia do Sul.
Foi considerada pelo New York Times “entre o que melhor se viu esta temporada” no ano de 2004, com a peça AmarAmália; venceu o prémio do público para melhor espetáculo de dança na Holanda com Fado, Ritual e Sombras e em 2011, três dos seus bailarinos integraram a lista dos cem melhores bailarinos do mundo por um Júri Internacional reunido em Londres.