Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

QUEM ERAM AS “FAFEIRAS” DA GAFANHA DA NAZARÉ – MOÇAS DE FAFE QUE ÍAM TRABALHAR NA SECA DO BACALHAU?

461337399_8602503023103480_7867613160334914901_n.jpg

Mulheres da seca do bacalhau em 1948, Gafanha da Nazaré. (Fotografia de Maria Lamas).

Tal como o nome indica, as “fafeiras” eram moças do concelho de Fafe que migravam sazonalmente para a Gafanha da Nazaré, a fim de trabalharem na seca do bacalhau. A sua presença naquela freguesia do concelho de Ílhavo deixou marcas indeléveis na cultura local, mormente no seu folclore. A esse respeito e acerca das suas lides e modos de vida, transcrevemos a crónica de Gaspar Albino que é divulgada pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré.

page23fafeiras.jpg

FAFEIRAS – POR GASPAR ALBINO

Era às segundas-feiras. Logo pela manhã, dirigia-me aos correios de Aveiro em busca do sempre desejado telegrama com notícias de bordo do navio, nos mares da Terra Nova.

E era com sofreguidão que regressava ao Largo do Rossio, ao escritório da empresa, para abrir o cofre em busca da cifra que me permitia descodificar o seu conteúdo. Quase todo ele incompreensível para quem não tivesse a chave.

Ficava-se a saber do tempo que tinha feito, dos pesqueiros que o barco tinha frequentado, da saúde e da doença da tripulação, das avarias e, finalmente, a quantidade de bacalhau capturado na semana com aproximada definição dos tamanhos do peixe embarcado no porão.

Os momentos que se seguiam eram comandados pela informação que chegara: alegria pela fartura; tristeza, pela míngua. Às vezes, euforia pelas somas de bons parciais; outras, a tristeza e a dúvida que as brisas (ventos fortes, em linguagem marinheira) alimentavam de maus augúrios quanto ao resultado final da safra.

Tudo isto, entretanto, era guardado com um certo secretismo, conferindo ao ritual das segundas-feiras uma atmosfera singular que, hoje, decorridos que são tantos anos, ainda recordo com emoção.

A nova safra da pesca iniciava-se sempre ainda com o bacalhau da campanha anterior em mãos.

E era certo e sabido que ninguém me largava, ao sábado, quando me deslocava à seca na Gafanha para fazer o pagamento ao pessoal.

Começava pela ti Maria Rita (como a recordo no seu corpanzil de mulherona nos seus quarenta e tais anos que não passavam pela cara de menina que, no fundo, sempre foi) com o seu "então, que tal vamos de escama?"

E, depois, era o senhor Manuel Vareta, o carpinteiro, que, mal me pressentia, lá saltava do sobrado até ao pequeno escritório, onde eu me ia desfazendo dos envelopes das semanadas das mulheres. Os nossos olhares já continham, também eles, um código. As mais das vezes, nem trocávamos palavra sobre a pesca, mas o sorriso, ou o encolher de ombros com que ele ficava para o fim do pagamento ao pessoal, era a garantia da mensagem transmitida e bem compreendida.

Legenda da foto: Perspectiva aérea das secas da Cale da Vila com os seus estendais de peixe. Em primeiro plano a "Seca do Milena", hoje à espera de ser convertida em pólo do Museu Marítimo de Ílhavo.

O Zé Catarino, o ajudante de carpinteiro, nesta questão das capturas, vinha sempre também ajudar à missa e conforme a reacção do chefe, assim era o bulir da enchó que nunca largava.

A Fátima, a filha do guarda, o Ti Augusto, era mais afoita nos seus assumidos dezoito anos que o título de segunda encarregada não conseguia disfarçar.

E lá escorregava eu com a informação que mais tranquilizasse as fafeiras que, respondendo ao seu número na folha de férias, lá se chegavam ao postigo para receberem o soldo que guardavam, de pronto, no seio, por botão entreaberto da blusa.

É que da forma como estivesse a correr a viagem muito dependia o regresso às suas terras, lá para o Minho, para Fafe e seus arredores, onde as famílias as aguardavam para as vindimas e os namorados para aprazar casamento.

Ainda sou do tempo em que o sol mandava no trabalho das secas.

Desarreigadas da sua terra, das suas famílias, as fafeiras constituíam o grosso do pessoal que nelas trabalhava.

Na seca de Lavadores, na Barra, até dispunham dum dormitório. Mas a maior parte das moças que trabalhava nas secas da Cale da Vila vivia em grupos, em acomodações disseminadas pelo povoado, paredes meias com as famílias locais e com estas muito intimamente ligadas.

A forma como se instalavam e viviam na Gafanha, longe da sua terra, fazia com que se estabelecesse uma relação muito forte com a encarregada da sua seca.

É que, pelas décadas de 50 e de 60, também neste sector, havia uma grande fidelidade à empresa de pesca em que cada grupo trabalhava. Um grupo de jovens mulheres, quase todas solteiras e casadoiras, que se comportava de forma coesa, como se de uma irmandade se tratasse, e aceitando, de forma natural, a liderança de uma colega mais experimentada nestas andanças do trabalho nas secas.

Era com esta chefe pacificamente aceite que a encarregada tudo tratava.

Eu conto.

Mal se adivinhava o final da viagem, com o carregamento de peixe a propiciar o regresso do barco, a encarregada do secadouro, trabalhadora permanente, começava a preparar tudo para a nova safra. E lá telefonava para a chefe do grupo, lá para a sua aldeia fafense, para que o grupo se prevenisse. Os carpinteiros já andavam às voltas com as "lambretas" e os carros de mão que tinham de estar reconstruídos, afinados e lubrificados. Mas para cortar a relva, reparar as mesas de secagem, lavar e pintar com cal e metabissulfito de sódio os armazéns de peixe verde, de peixe em mãos, e de peixe seco, já era necessária a primeira leva de mulheres.

E logo que chegavam se ficava a saber quem tinha casado e, por isso, permanecia na sua terra. As neófitas já tinham metido a sua "cunha" para preencher as vagas no grupo.

Era vê-las com os seus ademanes minhotos, com o seu tagarelar exuberante, com o seu praguedo nortenho tão natural.

Sentia-se que a nova safreira vivia a sua deslocação para a Gafanha como se fosse para uma festa.

Festa que, pelo que lhes tinha sido contado pelas mais batidas, sabiam ser de não horários, de muito suor, de muito esforço, mas também de agradáveis sestas quando o tempo o permitia, tudo à mistura com os seus descantes minhotos que ritmavam tanto o trabalho como o descanso.

No dia da chegada do barco, tudo aparecia vestido como se fosse para romaria.

E as fafeiras misturavam-se com as famílias da tripulação, quase deixando transparecer a mesma ânsia de quem aguarda por longos meses o reencontro de entes queridos.

O "spring" era lançado para terra e o ti Vareta mais o Zé Catarino já sabiam que fazer. Nó hábil e rápido no moitão e o barco, lentamente, aproximava-se do trapicho.

Ao longo do cais, que o guarda-fiscal não deixava que se aproximassem, as fafeiras não perdiam pitada. Especialmente as "caloiras".

A encarregada, a Ti Maria Rita, essa já não era, ao fim de tantos anos de experiência, para essas andanças. Aguardava no seu tugúrio, a que pomposamente chamava de escritório, que o contra-mestre lá fosse combinar o início da descarga.

Quantas mulheres para o porão, quantas para o convés e ao trapicho, quantas aos carros, quantas para as pilhas, quem ficava à balança, enfim: o princípio do rodopio comandado pelo bacalhau, rei e senhor.

Não era trabalho fácil este, o da descarga.

Mas a verdade é que estas mulheres do coração do Minho revelavam um espírito de corpo, de inter-ajuda, verdadeiramente excepcional.

Um dia, logo nos princípios de responsável, verificou-se que o ritmo de descarga tinha abrandado.

E o contra-mestre, velho amigo, aconselhou-me que fosse ao porão, pois era lá que estava a causa.

Lá desci de gatas, que a altura até ao convés era pouca, e lá andavam elas a atirar o peixe para a dala estendida.

Vi que não dava para mais. Mas mesmo assim lá gritei: "Amiguinhas! Só vamos sair daqui quando estiverem pesados "tantos" quintais!"

E lá do escuro, bem do extremo do porão, uma voz que nunca identifiquei saiu-se com esta que nunca mais esqueci:

"Ai o estupor do homem! Se nos chama a nós de amigas, que há-de chamar à mulher?".

Para não me verem rir, corri a subir para o convés, deixando-as no seu ritmo marcado pelas suas cantigas.

Não sei como, mas a verdade é que à hora prevista, da balança vieram-me dizer que os quintais previstos para o dia de descarga tinham sido ultrapassados.

Ainda havia peixe no porão e já se começava a lavar nas pias.

Os tempos eram de dinheiro magro e havia que começar a secar, para se começar a realizar fundos.

E apesar de o trabalho, por vezes, se iniciar às seis da manhã, a verdade é que, se o tempo o justificava, se fazia serão, a lavar nos tanques, a separar e a enfardar, por noite dentro.

O espírito da "fafeira" era esse mesmo.

O que interessava era juntar o melhor pé-de-meia possível no decurso da safra para o enxoval que todas sonhavam rico de promessas de casório futuro.

Safra que não rendesse mais um cordão de ouro não era safra nem era nada.

As horas extra eram sempre desejadas e o castigo do corpo – diziam elas – afastava vícios.

Para moças que sempre tinham vivido o campo, era de espantar como, num ápice, se adaptavam ao novo meio, às novas gentes, às novas práticas do seu trabalho.

As expressões mais cerradas do seu novo oficio eram aprendidas e usadas como de nascença.

O "tratamento" do bacalhau "seleco", que aparecia sempre que os cascos de madeira dos barcos deixavam entrar água no porão e o seu esgoto se não fazia convenientemente, para elas era canja. O lavar e salgar de novo afastava os fumos de cheiros doentios e o bacalhau ressuscitava nas mesas, como se nada se tivesse passado.

Fazer a cosmética ao "rouge" e ao "empoado" para elas era brinquedo. Pincel na mão, peixe na mesa, caldo de metabissulfito e lá se ia o vermelho ao fim de algumas horas de sol.

Escova bem esfregada na carne do bacalhau e lá desaparecia o acastanhado do pó que atirava para sortido de segunda o peixe mais especial, o grado.

Fadas de milagres, estas fafeiras.

Sentia-se que o bacalhau era a sua razão de ser e que a seca era a sua casa. O convívio que se estabelecia no trabalho era encarado como sucedâneo da família que se tinha deixado lá para o norte.

Durante todo o santo dia cantavam. Normalmente, era quando se lavava peixe que as cantigas brilhavam mais.

À solista, que sempre havia, respondia o coro. Canções de trabalho do Minho, próprias do amanho dos campos, mas que a inventiva adaptava às tarefas da seca.

E à merenda, quando se sabia que o peixe só seria recolhido lá mais para tarde, às cantigas juntava-se o bailarico dumas com outras.

Era certo e sabido. Ao fim de pouco tempo, as que não tinham deixado namoro na terra arranjavam derriço gafanhão.

E era vê-los, aos moços, ao portão, à hora do despegar, à espera da fafeira apetecida, namorada de outras falas, de outros lados.

Quando se desenhava o fim da safra, todo o mundo começava a sonhar com a festa: era o jantar da seca, para algumas com a presença do namorado e o bailarico que entrava pela noite dentro.

E depois era a despedida até que houvesse notícia de novo carregamento a chegar ao cais.

Mas quantas daquelas moças não ficaram por cá, enriquecendo, com os seus costumes, a sua cozinha, os seus cantares, as suas danças, os hábitos das nossas Gafanhas?

A conclusões bem seguras nesta matéria já terá chegado, de há muito, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré no seu cuidadoso levantamento das riquezas culturais da sua terra.

E por certo que só esta interpenetração de danças e cantares do Minho – mais precisamente da região de Fafe – daria para um trabalho de grande fôlego etnográfico.

Haja quem o queira fazer.

A todos nos enriqueceria.

Fonte: Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré

page21fafeiras.jpg

HOJE É DIA NACIONAL DO FOLCLORE – FEDERAÇÃO DO FOLCLORE PORTUGUÊS COMEMORA-O EM AVEIRO!

Capturarfed.JPG

O Dia Nacional do Folclore Português comemora-se anualmente no último domingo do mês de maio, uma data instituída pela Assembleia da República, por iniciativa da Federação do Folclore Português (FFP). Este dia pretende enaltecer, celebrar e reconhecer as tradições populares, os usos, costumes e a memória coletiva, enfim, a identidade do povo português. 

Habitualmente a FFP assinala esta efeméride, tendo este ano escolhido Aveiro para acolher as comemorações deste dia que nos é tão querido. Assim, as cerimónias oficiais do Dia Nacional do Folclore Português, realizar-se-ão no grande auditório do Centro Cultural de Congressos de Aveiro, no dia 26 de Maio, pelas 16h30m, integrando o evento “(En)cantos da Tradição Popular", espelhando aspetos da sonoridade e sensibilidade do património cultural imaterial Português.

Os agentes culturais e demais interessados são chamados a tomar parte desta celebração assistindo ao referido evento, usufruindo em pleno dos momentos de cultura, lazer e convívio entre todos.

A Direção

Federação do Folclore Português

image001 (15).jpg

FEDERAÇÃO DO FOLCLORE PORTUGUÊS: AMANHÃ É DIA NACIONAL DO FOLCLORE!

Capturarfed.JPG

O Dia Nacional do Folclore Português comemora-se anualmente no último domingo do mês de maio, uma data instituída pela Assembleia da República, por iniciativa da Federação do Folclore Português (FFP). Este dia pretende enaltecer, celebrar e reconhecer as tradições populares, os usos, costumes e a memória coletiva, enfim, a identidade do povo português. 

Habitualmente a FFP assinala esta efeméride, tendo este ano escolhido Aveiro para acolher as comemorações deste dia que nos é tão querido. Assim, as cerimónias oficiais do Dia Nacional do Folclore Português, realizar-se-ão no grande auditório do Centro Cultural de Congressos de Aveiro, no dia 26 de Maio, pelas 16h30m, integrando o evento “(En)cantos da Tradição Popular", espelhando aspetos da sonoridade e sensibilidade do património cultural imaterial Português.

Os agentes culturais e demais interessados são chamados a tomar parte desta celebração assistindo ao referido evento, usufruindo em pleno dos momentos de cultura, lazer e convívio entre todos.

A Direção

Federação do Folclore Português

image001 (15).jpg

FEDERAÇÃO DO FOLCLORE PORTUGUÊS COMEMORA DIA NACIONAL DO FOLCLORE – 26 DE MAIO

Capturarfed.JPG

O Dia Nacional do Folclore Português comemora-se anualmente no último domingo do mês de maio, uma data instituída pela Assembleia da República, por iniciativa da Federação do Folclore Português (FFP). Este dia pretende enaltecer, celebrar e reconhecer as tradições populares, os usos, costumes e a memória coletiva, enfim, a identidade do povo português. 

Habitualmente a FFP assinala esta efeméride, tendo este ano escolhido Aveiro para acolher as comemorações deste dia que nos é tão querido. Assim, as cerimónias oficiais do Dia Nacional do Folclore Português, realizar-se-ão no grande auditório do Centro Cultural de Congressos de Aveiro, no dia 26 de Maio, pelas 16h30m, integrando o evento “(En)cantos da Tradição Popular", espelhando aspetos da sonoridade e sensibilidade do património cultural imaterial Português.

Os agentes culturais e demais interessados são chamados a tomar parte desta celebração assistindo ao referido evento, usufruindo em pleno dos momentos de cultura, lazer e convívio entre todos.

A Direção

Federação do Folclore Português

image001 (15).jpg

FEDERAÇÃO DO FOLCLORE PORTUGUÊS COMEMORA DIA NACIONAL DO FOLCLORE – 26 DE MAIO

Capturarfed.JPG

O Dia Nacional do Folclore Português comemora-se anualmente no último domingo do mês de maio, uma data instituída pela Assembleia da República, por iniciativa da Federação do Folclore Português (FFP). Este dia pretende enaltecer, celebrar e reconhecer as tradições populares, os usos, costumes e a memória coletiva, enfim, a identidade do povo português. 

Habitualmente a FFP assinala esta efeméride, tendo este ano escolhido Aveiro para acolher as comemorações deste dia que nos é tão querido. Assim, as cerimónias oficiais do Dia Nacional do Folclore Português, realizar-se-ão no grande auditório do Centro Cultural de Congressos de Aveiro, no dia 26 de Maio, pelas 16h30m, integrando o evento “(En)cantos da Tradição Popular", espelhando aspetos da sonoridade e sensibilidade do património cultural imaterial Português.

Os agentes culturais e demais interessados são chamados a tomar parte desta celebração assistindo ao referido evento, usufruindo em pleno dos momentos de cultura, lazer e convívio entre todos.

A Direção

Federação do Folclore Português

image001 (15).jpg

FEDERAÇÃO DO FOLCLORE PORTUGUÊS CELEBRA DIA NACIONAL DO FOLCLORE NO PRÓXIMO DIA 26 DE MAIO

Capturarfed.JPG

O Dia Nacional do Folclore Português comemora-se anualmente no último domingo do mês de maio, uma data instituída pela Assembleia da República, por iniciativa da Federação do Folclore Português (FFP). Este dia pretende enaltecer, celebrar e reconhecer as tradições populares, os usos, costumes e a memória coletiva, enfim, a identidade do povo português. 

Habitualmente a FFP assinala esta efeméride, tendo este ano escolhido Aveiro para acolher as comemorações deste dia que nos é tão querido. Assim, as cerimónias oficiais do Dia Nacional do Folclore Português, realizar-se-ão no grande auditório do Centro Cultural de Congressos de Aveiro, no dia 26 de Maio, pelas 16h30m, integrando o evento “(En)cantos da Tradição Popular", espelhando aspetos da sonoridade e sensibilidade do património cultural imaterial Português.

Os agentes culturais e demais interessados são chamados a tomar parte desta celebração assistindo ao referido evento, usufruindo em pleno dos momentos de cultura, lazer e convívio entre todos.

A Direção

Federação do Folclore Português

image001 (15).jpg

DIA NACIONAL DO FOLCLORE PORTUGUÊS COMEMORA-SE ESTE ANO NO PRÓXIMO DIA 26 DE MAIO

Capturarfed.JPG

O Dia Nacional do Folclore Português comemora-se anualmente no último domingo do mês de maio, uma data instituída pela Assembleia da República, por iniciativa da Federação do Folclore Português (FFP). Este dia pretende enaltecer, celebrar e reconhecer as tradições populares, os usos, costumes e a memória coletiva, enfim, a identidade do povo português. 

Habitualmente a FFP assinala esta efeméride, tendo este ano escolhido Aveiro para acolher as comemorações deste dia que nos é tão querido. Assim, as cerimónias oficiais do Dia Nacional do Folclore Português, realizar-se-ão no grande auditório do Centro Cultural de Congressos de Aveiro, no dia 26 de Maio, pelas 16h30m, integrando o evento “(En)cantos da Tradição Popular", espelhando aspetos da sonoridade e sensibilidade do património cultural imaterial Português.

Os agentes culturais e demais interessados são chamados a tomar parte desta celebração assistindo ao referido evento, usufruindo em pleno dos momentos de cultura, lazer e convívio entre todos.

A Direção

Federação do Folclore Português

image001 (15).jpg

FEDERAÇÃO DO FOLCLORE PORTUGUÊS COMEMORA DIA NACIONAL DO FOLCLORE

image001 (15).jpg

O Dia Nacional do Folclore Português comemora-se anualmente no último domingo do mês de maio, uma data instituída pela Assembleia da República, por iniciativa da Federação do Folclore Português (FFP). Este dia pretende enaltecer, celebrar e reconhecer as tradições populares, os usos, costumes e a memória coletiva, enfim, a identidade do povo português. 

Habitualmente a FFP assinala esta efeméride, tendo este ano escolhido Aveiro para acolher as comemorações deste dia que nos é tão querido. Assim, as cerimónias oficiais do Dia Nacional do Folclore Português, realizar-se-ão no grande auditório do Centro Cultural de Congressos de Aveiro, no dia 26 de Maio, pelas 16h30m, integrando o evento “(En)cantos da Tradição Popular", espelhando aspetos da sonoridade e sensibilidade do património cultural imaterial Português.

Os agentes culturais e demais interessados são chamados a tomar parte desta celebração assistindo ao referido evento, usufruindo em pleno dos momentos de cultura, lazer e convívio entre todos.

A Direção

Federação do Folclore Português

Capturarfed.JPG

AVEIRO VAI EXPÔR O TESTAMENTO QUE A CONDESSA DO CONDADO PORTUCALENSE MUMADONA DIAS FEZ AO MOSTEIRO DE GUIMARÃES

12647189_1221750531186589_8106672464839273475_n.jpg

A 26 de janeiro de 959 o Testamento da Condessa Mumadona Dias faz a primeira referência histórica à cidade de Aveiro.

"... cum omnibus prestationibus suis terras in Alauario et Salinas que ibidem comparauimus"

A citação proveniente do Testamento da Condessa Mumadona Dias, a 26 de Janeiro de 959, marca o primeiro registo escrito do lugar de Aveiro e da prática da salicultura de que há referência até ao momento.

Uma "certidão de existência" de Aveiro sob a forma de doação de terras e de salinas que a grande condessa fez ao Mosteiro de Guimarães.

Foto: Testamento de Mumadona Dias, Torre do Tombo [ANTT, Costa Bastos n.º 40 – PT-TT-CSM06/1/40], aquando da sua apresentação na exposição "BI Aveiro. 959-2009", no âmbito das Comemorações dos 250 anos de elevação a Cidade [Janeiro de 2009].

Fonte: Museu da Cidade de Aveiro

800px-Estátua_a_Mumadona_Dias_no_Largo_da_Mumadona_04.jpg

Condessa do Condado Portucalense Mumadona Dias (Foto: Wikipédia)

BRAGA ASSINA PROTOCOLO PARA FINANCIAMENTO DA BRAGA 2025 – CAPITAL PORTUGUESA DA CULTURA

Financiamento da iniciativa ascende aos nove milhões de euros (7 milhões do Município, 1 milhão do Governo e 1 milhão do Programa Regional Norte 2030)

Foram assinados hoje, dia 11 de Dezembro, os protocolos para apoio financeiro aos Municípios de Braga e Aveiro, que vão ser Capitais Portuguesas da Cultura em 2025 e 2024, respectivamente.

avei (1).jpg

Esta é uma iniciativa do governo que surge com o objectivo de aproveitar o legado das candidaturas finalistas a Capital Europeia da Cultura 2027 (Évora foi a cidade seleccionada), dando continuidade ao trabalho desenvolvido por estas cidades e viabilizando alguns dos aspectos do planeamento cultural realizado.

O financiamento para a realização da ´Braga 2025 – Capital Portuguesa da Cultura´ situa-se nos nove milhões de euros, sendo que sete milhões são assegurados pelo Município, um milhão pelo Programa Regional Norte 2030 e um milhão pelo governo (através do Turismo de Portugal e do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais).

De acordo com Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, o ano de 2025 será um momento de exaltação da cultura da cidade.

“Identificamos a cultura como um vector estratégico de desenvolvimento de Braga e reforçaremos o investimento nessa área, melhorando e aumentando os equipamentos e garantindo o fortalecimento das dinâmicas culturais. A relação com os agentes culturais sempre foi fundamental na definição da nossa estratégia e queremos também encontrar processos de financiamento alternativos para que os projectos em que estamos a trabalhar sejam sustentáveis a longo prazo”, referiu o edil.

A cerimónia, que decorreu em Aveiro, contou ainda com a presença de Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial, e Pedro Adão e Silva, Ministro da Cultura.

avei (2).jpg

avei (3).jpg

LIMIANO DOMINGOS CERQUEIRA SOLICITOU EM 1910 PROTECÇÃO AO PRESIDENTE BERNARDINO MACHADO JUNTO DO MINISTÉRIO DO INTERIOR

Domingos Cerqueira, da Sub-Inspecção Escolar de Aveiro, endereçou a Bernardino Machado uma missiva por volta de 1910, solicitando a sua protecção junto do Ministro do Interior, no sentido de ser nomeado para inspector escolar em Coimbra, lugar que já desempenhara interinamente por indicação do Dr. Alves dos Santos.

Relembra anteriores encontros com Bernardino Machado no congresso pedagógico do Porto, em outra ocasião em que se encontrava em Coimbra a substituir o Dr. Alves dos Santos, e no congresso maçónico de 1903 em que Domingos Cerqueira representou a Loja Fraternidade de Viana do Castelo. Menciona ter organizado com Barbosa Perre a comissão municipal republicana de Ponte de Lima e ter cooperado no “Intransigente”, jornal republicano de Viana.

O limiano Domingos Cerqueira era avô materno do cantor José Afonso. Por seu turno, o Dr. Alves dos Santos era natural da Cabração, concelho de Ponte de Lima, e foi entre outros aspectos um dos mais eminentes pedagogos do século XX e o introdutor do ensino da Psicologia em Pontugal. A referência feita a Coimbra deve-se ao facto de ter presidido à respectiva Câmara Municipal.

transferir.png

transferir (1).png

transferir (2).png

transferir (3).png

transferir (4).png

transferir (5).png

transferir (6).png

transferir (7).png

transferir (8).png

transferir (9).png

transferir (10).png

Fonte: Fundação Mário Soares

UNIVERSIDADE DE AVEIRO: INVESTIGADORAS PORTUGUESAS NA FRONTEIRA DA EXPLORAÇÃO DO MAR PROFUNDO

Depois de Marte, é, provavelmente, o mais enigmático local que a Humanidade não pisou: o mar profundo. Simbolicamente batizado de Challenger 150, em alusão ao ponto mais profundo do planeta (o Challenger Deep), um novo programa com cientistas de todo o mundo propõe-se trazer à superfície o conhecimento que ainda se esconde nas profundezas dos oceanos.

Ana Hilário no Ártico.jpg

Ao leme, a bióloga portuguesa Ana Hilário, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro (UA), quer dar um grande mergulho para a Humanidade e fazer com que o Challenger 150 seja uma referência da Década das Nações Unidas da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável.

“O mar profundo [vastas extensões de água e fundos marinhos entre os 200 e os 11000 metros abaixo da superfície do oceano] é reconhecido globalmente como uma importante fronteira da ciência e da descoberta”, aponta a bióloga marinha Ana Hilário, coordenadora da Challenger 150 a par com Kerry Howell, investigadora na Universidade de Plymouth (Reino Unido) e especialista em Ecologia do Mar Profundo.

Apesar de o mar profundo representar cerca de 60 por cento da superfície da Terra, aponta a investigadora da UA, “uma grande parte permanece completamente inexplorada e a Humanidade conhece muito pouco sobre os seus habitats e como estes contribuem para a saúde de todo o planeta”.

Para colmatar esta lacuna, Ana Hilário e Kerry Howell juntaram à sua volta uma equipa de cientistas de 45 instituições de 17 países que propõe um programa de investigação, com a duração de 10 anos, dedicado ao estudo do mar profundo. De Portugal, para além da equipa da UA, contribuíram para o desenho do programa também cientistas do CIIMAR (Universidade do Porto), do Okeanos (Universidade dos Açores) e do CIMA (Universidade do Algarve).

O Challenger 150 - o ano 2022 marca o 150º aniversário da expedição do navio HMS Challenger que circum-navegou o globo, mapeando o fundo do mar, registando a temperatura global do oceano, e proporcionando a primeira perspetiva da vida no mar profundo - irá coincidir com a Década das Nações Unidas da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável, que decorre de 2021 a 2030.

“Um dos grandes objetivos do Challenger 150 é a capacitação e aumento da diversidade no seio da comunidade científica, uma vez que atualmente a investigação no oceano profundo é conduzida principalmente por nações desenvolvidas com recursos financeiros suficientes e acesso a infraestruturas oceanográficas”, explica a bióloga portuguesa.

Este programa, esperam os cientistas, irá também gerar mais dados geológicos, físicos, biogeoquímicos e biológicos através da inovação e da aplicação de novas tecnologias, e utilizar estes dados para compreender como as mudanças no mar profundo afetam todo o meio marinho e a vida no planeta. Este novo conhecimento será usado para apoiar a tomada de decisões a nível regional, nacional e internacional sobre questões como a exploração mineira nos fundos oceânicos, a pesca e a conservação da biodiversidade, bem como a política climática.

Mais e melhor colaboração e conhecimento

Mas o mergulho no mar profundo do Challenger 150 só será possível através da cooperação internacional. Por isso, os investigadores do programa publicam hoje um apelo na revista Nature Ecology and Evolution enquanto, simultaneamente, publicam um esquema detalhado do Challenger 150 na revista Frontiers in Marine Science.

Liderada por membros das redes internacionais Deep-Ocean Stewardship Initiative (DOSI) e Scientific Committee on Oceanic Research (SCOR), a lista de autores dos dois artigos inclui cientistas de países desenvolvidos, emergentes e em desenvolvimento de seis dos sete continentes. Os cientistas alegam que a Década anunciada pela ONU proporciona uma oportunidade ímpar de unir a comunidade científica internacional para dar um salto gigantesco no nosso conhecimento das profundezas do oceano.

“A nossa visão é a de que, dentro de 10 anos, qualquer decisão que possa ter impacto no mar profundo, seja de que forma for, será tomada com base num conhecimento científico sólido dos oceanos”, aponta Kerry Howell. Para que isso seja alcançado, sublinha a investigadora britânica, “é necessário que haja consenso e colaboração internacional”.

Ana Hilário antevê que “a Década proporciona a oportunidade de construir um programa a longo prazo de formação e capacitação de recursos humanos em ciências do oceano”. Com o Challenger 150, “pretendemos formar a próxima geração de biólogos do mar profundo. Vamos concentrar-nos na formação de cientistas de países em desenvolvimento, mas também de jovens cientistas de todas as nações, incluindo Portugal”.

Tal formação, acredita, “irá criar uma rede reforçada que permitirá aos países exercer plenamente o seu papel nos debates internacionais sobre a utilização dos recursos marinhos dentro e fora das suas fronteiras nacionais”.

A cold water coral reef from _700m deep - these re

A fish (Lepidion eques) swims among bright purple

An outcrop of rock makes a perfect home for many d

Ana Hilário a bordo do navio de investigação Kr

Bubblegum, stoney, soft corals and sponges photogr

Large bubblegum corals on a cold water coral reef

A close-up image of a bamboo coral called Acanella

ESTUDO DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO INDICA QUE AUMENTOS DAS TEMPERATURAS VÃO "ASSAR" A PENÍNSULA IBÉRICA

As temperaturas da Península Ibérica vão aumentar de forma “muito preocupante” durante este século. O alerta é de um estudo da Universidade de Aveiro (UA) que prevê até 2100 aumentos da temperatura média de 2 a 3 graus ao longo de todo o ano, o suficiente para causar graves impactos no meio ambiente e, por consequência, na saúde pública. Em Portugal há mesmo regiões que poderão registar aumentos de 4 a 5 graus centígrados nas máximas diárias.

O investigador David Carvalho.jpg

“As implicações poderão ser enormes”, alerta o investigador David Carvalho. Com base nos aumentos de temperatura detetados no estudo que coordenou, o cientista do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA antevê que “o número de dias por ano com temperaturas máximas acima dos 40 graus centígrados poderão aumentar até cerca de 50 dias por ano no final deste século”.

Ou seja, sublinha, “daqui a algumas décadas poderemos ter 3 meses por ano onde as temperaturas máximas diárias são acima de 40 ºC, se bem que esta tendência é mais predominante no centro-sul de Espanha e não tanto para Portugal”.  Aumentos que, a acontecerem, “trarão de certeza consequências significativas para a saúde humana, mas principalmente para o meio ambiente e em áreas como a agricultura, os fogos florestais, a desertificação ou a seca”.

Subida dos termómetros em todas as linhas

Publicado na revista Climate Dynamics, o estudo assinado pelos investigadores do CESAM David Carvalho, Susana Cardoso Pereira e Alfredo Rocha projetou e analisou as temperaturas de superfície na Península Ibérica para dois períodos futuros, o primeiro de 2046 a 2065 e o outro de 2081 a 2100.

Os resultados apontam para aumentos da temperatura diária, não só da média como também da máxima e da mínima, para praticamente todo o território da Península Ibérica. As temperaturas máximas diárias aumentarão mais do que as médias e as mínimas serão as que aumentarão menos.

No entanto, existe uma grande variação espacial nestes aumentos de temperatura: para Portugal os aumentos andarão à volta dos 1,5-2 graus centígrados para o período 2046-2065 e de 2-3 graus centígrados para 2081-2100 em termos de temperatura média diária. No caso da temperatura máxima, o aumento poderá chegar aos 4-5 graus centígrados no final do século.

As zonas projetadas para terem maiores aumentos de temperatura são as zonas centro e sul de Espanha, onde poderão ultrapassar os 5 graus centígrados em termos de temperaturas médias diárias.

Os resultados das projeções “são, sem dúvida, muito preocupantes”, alerta David Carvalho, coordenador do estudo e investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA. O cientista explica a preocupação com os resultados: “Aumentos de cerca de 2-3 graus centígrados em termos de temperaturas médias, máximas e mínimas são suficientes para causar impactos em áreas vitais como agricultura, fogos florestais, seca, desertificação e respetivos impactos na saúde e bem-estar das pessoas”.

“Quando os dados mostram aumentos de 5-6 graus centígrados em algumas zonas de Espanha e entre 1.5-3 graus centígrados para a maioria das zonas da Península Ibérica, isso é sem dúvida motivo de preocupação”, refere o investigador.

E como se já não bastasse, David Carvalho sublinha ainda a “unanimidade quase total nos dados de clima futuro no que diz respeito ao aumento generalizado de temperatura na Península Ibérica, em todas as estações do ano, zonas geográficas e tipo de temperaturas”, sejam elas médias, máximas e mínimas.

É urgente reduzir a emissão de gases

A emissão para a atmosfera de grandes quantidades de gases com efeito de estufa, como é o caso do dióxido de carbono e do metano, refere o cientista do CESAM, “são as principais causas para o aumento de temperatura que estamos já a assistir, e que serão amplificadas nas próximas décadas”.

As soluções para contrariar as subidas do termómetro são já conhecidas, mas David Carvalho sublinha-as mais uma vez: “apostar fortemente numa descarbonização do modelo socioeconómico em que vivemos, ou seja, usar meios de produção de energia que não impliquem a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera, apostar também num uso mais eficiente dos nossos recursos energéticos e evitar a necessidade de produção de tantos bens de consumo”.

“O único caminho a seguir será gastar menos energia e recursos e ao mesmo tempo gerar a energia de que necessitámos sem emissão de gases com efeito de estufa”, resume David Carvalho.

Diferenças de temperatura.jpg

Tmax_verao.jpg

ANIMAIS NO ÁRTICO ALTERAM COMPORTAMENTOS EM RESPOSTA ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Biólogo José Alves da Universidade de Aveiro participa na investigação

Depois de 30 anos a monitorizar os movimentos de animais que habitam a zona polar ártica, cerca de 150 investigadores de mais de 100 instituições, entre os quais o biólogo José Alves, da Universidade de Aveiro (UA), não têm dúvidas: as alterações climáticas que levaram o ártico a entrar num novo estado ecológico, provocaram alterações na dinâmica espácio-temporal dos animais que habitam a região. O artigo foi publicado hoje na revista Science.

articoaveiro (4).jpg

O biólogo José Alves segura um Moleiro-parasítico (Stercorarius parasiticus), ave predadora do ecossistema ártico, marcado no sopé do glaciar Eyjafjallajökull, na Islândia, onde à semelhança de todo o ártico os efeitos do aquecimento global são muito notórios. (Créditos: Verónica Méndez)

 

O trabalho demonstra como aves migradoras alteraram os seus padrões migratórios e várias populações de renas mudaram a sua fenologia reprodutora em resposta às alterações climáticas no ártico. Por outro lado, ursos, alces e lobos não modificaram as suas taxas de deslocação em resposta à precipitação, embora os alces se movimentem mais com as temperaturas mais altas no verão, sugerindo diferenças nestas respostas em diferentes níveis tróficos do ecossistema ártico.

José Alves, investigador no Departamento de Biologia e no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), um dos laboratórios Associados da UA, e coautor do artigo, indica que “no ártico, o aquecimento global tem-se manifestado de forma muito notória, pois as temperaturas têm aumentado nos polos de forma mais acentuada do que no resto do globo, um fenómeno denominado por amplificação polar ártica”. O fenómeno, aponta o biólogo, “coloca os animais que habitam esta região na linha da frente dos efeitos das alterações climáticas”.

“A investigação de excelência desenvolvida pelo investigador José Alves no âmbito do estudo com animais que habitam na zona polar ártica foi aceite numa das revistas mais prestigiadas do mundo, a Science”, congratula-se Artur Silva. O Vice-reitor da UA para a Investigação aponta que “este estudo, e outros desenvolvidos pelo Investigador e sua equipa, mostram a relação que existe entre comportamentos e alterações fisiológicas dos referidos animais e as alterações climáticas do planeta”. Por isso, o responsável não tem dúvidas: “O investigador José Alves, um dos bons representantes da comunidade científica da Universidade de Aveiro, contribui com os seus estudos para alertar o Mundo para as consequências do aquecimento global”.

Seguimento cada vez mais detalhado

Desde mamíferos marinhos, como baleias e focas, a aves terrestres, como são exemplo as águias e os passeriformes, passando pelas aves marinhas, como a andorinha-do-mar ou o airo, e mamíferos terrestres, como ursos e renas, até às aves limícolas, como o ostraceiro ou o maçarico-de-bico-direito, todos estes animais têm cada vez mais sido alvos de programas de monitorização remota, com recurso a aparelhos electrónicos de seguimento, como é o caso dos transmissores GPS.

Inicialmente, apenas animais de maior porte tinham capacidade para transportar este tipo de aparelhos, mas a rápida inovação tecnológica das últimas décadas, possibilitou a existência de equipamentos com precisão GPS pesando apenas 1 grama. Esta miniaturização permitiu aos investigadores que se dedicam ao estudo da ecologia destas espécies no árctico, colocar estes aparelhos num número cada vez mais diversificado de espécies (201 e a aumentar) transformando esses indivíduos em autênticos bio-sensores.

Em suma, os cientistas conseguem registar os seus movimentos com muita precisão e quantificar alterações nas suas deslocações, monitorizando estes padrões em grande detalhe. Seguindo alguns indivíduos é, assim, possível perceber como estas espécies respondem (ou não) às alterações que ocorrem nos seus habitats. E os padrões de movimento de todos estes grupos não enganam: o ártico está a mudar, e a forma como estas espécies usam estes habitats também.

Respostas comportamentais nem sempre favoráveis

À primeira vista até pode parecer que estes animais estão a responder a estas alterações no clima, contudo nem sempre estas respostas são suficientes ou se traduzem em resultados favoráveis para estas populações. José Alves, que estuda as aves limícolas na Islândia desde 2006, indica, por exemplo, o caso do ostraceiro, uma ave migradora que tem uma proporção cada vez maior de aves residentes, ou seja, que passam o inverno na Islândia, enquanto as restantes migram para o Reino Unido, Irlanda e continente europeu durante os meses mais frios do ano.

Esta alteração de comportamento não é alheia aos invernos cada vez mais amenos que se têm vindo a fazer sentir no país. Contudo, explica José Alves, “quando há um inverno mais rigoroso, como no ano passado, várias destas aves acabam por morrer! E esse é um preço muito alto a pagar”. Esta alteração no comportamento e movimentos migratórios dos indivíduos desta espécie que se reproduzem na Islândia faz com que esta seja a latitude mais a norte onde passam o inverno.

Existem também alterações na fenologia destas espécies. É o caso, por exemplo, do maçarico-de-bico-direito, que tira partido da antecipação da primavera chegando às zonas de reprodução na Islândia cada vez mais cedo no ano. Contudo, a janela mais larga de temperaturas favoráveis durante esta época do ano tem feito também com que os agricultores expandam a área agrícola, pois têm mais tempo para tirar partido de épocas mais longas para crescimento de feno (uma das poucas culturas viáveis nestas latitudes). Ao perderem habitat natural, os maçaricos colocam cada vez mais os seus ninhos nas zonas agrícolas.

Mas o crescimento rápido destas plantas não permite que haja tempo suficiente para incubar os ovos e fazer com que as crias sejam grandes o suficiente para escapar às máquinas quando se inicia a ceifa. “O tempo de incubação e crescimento das crias é praticamente o mesmo independente da temperatura. Estes ritmos não se alteram muito devido a factores extrínsecos”, explica José Alves. O investigador adianta que “são processos que estão ajustados aos habitats naturais no ártico e sub-ártico, mas desadequados para feno de crescimento rápido plantado nestes habitats artificiais, que se têm expandindo devido às alterações climáticas que aí se fazem sentir”.

Evitar a 6ªvaga de extinção

A concluir, o investigador sugere que, num momento em que se planeia o relançamento da economia na Europa, se promovam esforços para reduzir as emissões de carbono, limitando assim o aquecimento global que se faz sentir de forma muito prevalente no ártico. “É preciso dar tempo a estas espécies de responder às alterações que enfrentam, para que se evite a cada vez mais evidente 6ª vaga de extinção, que é consequência da ação humana”, apela.

Este artigo tem por base uma grande base de dados que permitiu a criação do Arctic Animal Movement Archive – AAMA. Os autores apelam à contribuição de mais investigadores para que essa informação origine novas descobertas.

A equipa de José Alves encontra-se neste momento num período de intensa atividade de monitorização e seguimento de aves limícolas no estuário do Tejo. Muitas destas espécies migram para o ártico e sub-ártico na primavera e a maior e mais importante zona húmida de Portugal para as aves limícolas desempenha um papel fundamental nesta fase do ano, permitindo que estas aves cheguem nas melhores condições aos seus locais de nidificação nessa região.

O conhecimento adquirido pelos investigadores ao longo da rota migratória do Atlântico Leste nas últimas décadas tem sido crucial para a implementação de medidas de conservação para estas aves.

articoaveiro (1).jpg

Bando de ostraceiros em voo em Hvalfjörður na costa oeste da Islândia, uma espécie que têm vindo a alterar os seus comportamentos migratórios com um número cada vez maior de indivíduos a permanecer todo o ano na Islândia, tirando partido dos invernos mais amenos que se tem vindo a fazer sentir nestas latitudes. (Créditos: Sölvi Vignisson)

articoaveiro (2).jpg

Os ostraceiros que invernam na Islândia e que, apesar de invernos amenos serem cada vez mais frequentes, podem em anos mais rigorosos enfrentar vários dias com temperaturas abaixo de zero. A alteração no seu comportamento migrador, passando a residentes na Islândia tem subjacente risco de enfrentar condições de tal forma adversas que nem todos conseguirão persistir. (Créditos: Sölvi Vignisson)

articoaveiro (3).jpg

José Alves desenvolve investigação no ártico e sub-ártico desde 2006, estudando as aves limícolas migradoras que se reproduzem no interface entre a tundra e zonas agrícolas a altas latitudes e que durante o inverno migram para locais mais amenos, nomeadamente os estuários portugueses.

articoaveiro (5).jpg

Macarico-de-bico-direito (Limosa limosa) capturado no seu território de reprodução em Floi í Fridland, que recebeu um transmissor para seguimento detalhado dos seus movimentos. Esta espécie migradora tem adiantado as datas de chegada à Islândia, reproduzindo-se mais cedo em anos mais quentes. (Créditos: Verónica Méndez)

PADRÕES ALIMENTARES DOS PORTUGUESES SÃO INSUSTENTÁVEIS

Conclusão de investigação da Universidade de Aveiro

A alimentação pesa 30 por cento na pegada ecológica dos portugueses, mais do que os transportes ou o consumo de energia. A percentagem faz de Portugal o país mediterrânico com a maior pegada alimentar per capita. A conclusão é de um estudo da Universidade de Aveiro (UA) que deixa o alerta para uma balança muito desequilibrada: “Portugal importa 73 por cento dos alimentos e só o peixe e a carne ocupam cerca de metade do peso da pegada alimentar nacional”.

Os investigadores Filipe Teles, Sara Moreno Pires

Os investigadores Filipe Teles, Sara Moreno Pires e Armando Alves

 

A Pegada Ecológica nacional, por habitante, é superior à biocapacidade do país ou do próprio planeta, o que siginifica que se todas as pessoas no mundo consumissem como os Portugueses, precisaríamos de 2,3 planetas Terra.  29 por cento dessa pegada diz respeito à alimentação, 20 por cento aos transportes e 10 por cento à habitação.

“A pegada alimentar avalia em hectares globais (gha) a quantidade de recursos naturais que necessitamos para produzir o que comemos num ano. Sabendo que o país tem anualmente um ‘orçamento natural’ de 1,28 gha por habitante [valor de 2016], percebemos que só para nos alimentarmos ‘gastamos’ 1,08gha, ou seja, 84 por cento desse orçamento”, aponta Sara Moreno Pires, professora do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da UA.

Se dependêssemos exclusivamente da biocapacidade de Portugal para nos alimentarmos, refere a coautora do estudo, “ficaríamos com um saldo de 0,20 gha para todas as restantes atividades de consumo [transporte, habitação, energia, vestuário, etc.], se não quiséssemos ter défice ecológico”.

Mas grande parte da biocapacidade necessária para a nossa alimentação provém de outros países, como Espanha, França, Ucrânia ou mesmo China Senegal, o que implica uma pressão e uma dependência desses ecossistemas.

“Portugal é, por esses motivos, o pior país de 15 países do Mediterrâneo no que diz respeito à Pegada Alimentar”, alerta Sara Moreno Pires.

Publicado recentemente na reconhecida revista científica internacional Science of the Total Environment, o estudo intitulado “Transição alimentar sustentável em Portugal: uma avaliação da pegada das escolhas alimentares e das lacunas nas políticas de alimentação nacionais e locais”, assinado por investigadores da UA e da Global Footprint Network, apresenta conclusões relevantes sobre a insustentabilidade dos padrões alimentares dos portugueses e a ainda frágil estrutura de políticas públicas para inverter esta tendência. Para além de Sara Moreno Pires, também pela UA Armando Alves e Filipe Teles assinam o trabalho.

Peixe nosso de cada dia

Portugal é o terceiro maior consumidor de pescado do mundo, com cerca de 61,7 quilos consumidos por pessoa em 2017 e 60 por cento da biocapacidade para produzir esse pescado vem de outros países, sendo Espanha um dos parceiros comerciais mais evidente. A elevada intensidade da Pegada Ecológica de peixes como o atum, espadarte e bacalhau (não considerando a Pegada associada ao seu transporte) são outra evidência, que aliados à sua força cultural na alimentação portuguesa, salientam ainda mais o impacto elevado do consumo de peixe na Pegada Alimentar.

Além disso, o estudo identifica uma dependência da biocapacidade de países estrangeiros (como a Espanha, França, Brasil, ou mesmo a China) para produzir recursos alimentares, de modo a satisfazer a procura dos portugueses, sendo as categorias mais dependentes as de “pão e cereais” (em que se importa quase 90 por cento dos hectares globais necessários à sua produção), “açúcar, mel, doces, chocolate, etc.” (com um importação na ordem dos 80 por cento) ou “gorduras alimentares” (com cerca de 73 por cento).

Para além da esperada relação comercial com Países Europeus, o estudo aponta uma dependência de países como Uruguai (na carne), África Ocidental e Senegal (no peixe), EUA (no leite e produtos lácteos), Argentina, Canadá e Brasil (nas gorduras alimentares ou frutos), ou China (nos frutos e nos vegetais).

Políticas locais imprescindíveis

“Urge mudar hábitos alimentares e ter tolerância zero quanto ao desperdício”, sublinha Sara Moreno Pires garantindo que “o papel das políticas públicas é igualmente crítico para promover sistemas alimentares mais sustentáveis, desde a produção agrícola, ao processamento, à distribuição, ao consumo ou ao reaproveitamento dos alimentos, e para envolver todos nesta mudança”.

Dada a relevância de se estruturar e apoiar a governação das cidades em torno de sistemas alimentares mais sustentáveis, por estas desempenharem um papel fundamental na promoção de padrões alimentares resilientes e economicamente prósperos, pela sua proximidade e interação com diversos atores, este estudo identifica um conjunto de pontos fortes e fracos nas políticas de alimentação em seis cidades portuguesas:  Almada, Bragança, Castelo Branco, Guimarães, Lagoa e Vila Nova de Gaia.

Como importantes contributos dos municípios, o estudo destaca a sensibilização da população para a Pegada Ecológica da alimentação através de Calculadoras Municipais da Pegada Ecológica disponíveis nos websites destas Câmaras Municipais, a promoção de hortas urbanas, hortas sociais e hortas pedagógicas, ou iniciativas inovadoras como o Banco de Terra em Guimarães, através da sua Incubadora de Base Rural, ou a investigação agroalimentar, promovida pelo Município de Castelo Branco em parceria com o CATAA – Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar.

O Município de Vila Nova de Gaia destaca-se por inúmeras ações importantes, desde a divulgação de infografias de sustentabilidade alimentar na plataforma de educação a todos os encarregados de educação, a ações de avaliação do desperdício alimentar nas escolas ou cadernos de encargos para o fornecimento de refeições escolares promotoras da sustentabilidade alimentar. Este município é ainda signatário do Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana, um importante compromisso político assumido por muitos autarcas do mundo inteiro em 2015, para o desenvolvimento de sistemas alimentares baseados nos princípios da sustentabilidade e da justiça social.

Das principais fragilidades identificadas pelos investigadores, a falta de recursos humanos adequados e com conhecimento especializado para trabalharem estas temáticas (com grupos multidisciplinares de profissionais qualificados, de nutricionistas a engenheiros florestais e agrícolas) ou de estruturas municipais para a promoção integrada de uma política de alimentação, são alguns dos fatores mais críticos. Destacam-se ainda o frágil suporte a circuitos agroalimentares curtos, que aproximem os produtores dos consumidores e a produção alimentar periurbana às cidades; a falta de regulamentação que promova compras públicas sustentáveis e a redução do desperdício alimentar; a ainda frágil colaboração entre as autarquias e diferentes setores (produtores, escolas profissionais, terceiro setor, empresas), bem como a falta de um compromisso político forte orientado para políticas alimentares locais. A falta de estratégias alimentares municipais ou de políticas integradas dedicadas à alimentação saudável e sustentável é disso um exemplo.

O estudo mostra que é necessário e urgente investir em mais informação (que identifique e avalie os impactos das iniciativas locais), mais recursos humanos, bem como na capacidade dos governos locais para promoverem sistemas alimentares equitativos, resilientes e sustentáveis. A coordenação entre atores e políticas, sobretudo a nível intermunicipal, ou mesmo nacional (nomeadamente com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) é um passo necessário, bem como a sensibilização de todos os intervenientes na cadeia alimentar (da produção, ao processamento, distribuição, consumo e resíduos) para a mudança de comportamentos, de forma permitir um olhar renovado sobre como os sistemas alimentares se podem tornar mais sustentáveis em Portugal.

UNIVERSIDADE DE AVEIRO E DREAMDOMUS DESENVOLVEM SOLUÇÃO INOVADORA DE CONSTRUÇÃO MODULAR

De construção rápida, fácil, barata e sem gruas. Estas são as principais vantagens da solução inovadora de construção modular desenvolvida na Universidade de Aveiro (UA). Já patenteado a nível nacional e a aguardar patente internacional, o sistema permite que os módulos possam ser fabricados em diferentes tipos de materiais e ser utilizados na construção de pequenas habitações e outras instalações permanentes ou temporárias.

Sérgio Almeida (Dreamdomus), Carlos Relvas (UA) e

Sérgio Almeida (Dreamdomus), Carlos Relvas (UA) e o arqº Alberto Montoya 

 

“Trata-se de um sistema de construção modular baseado em blocos multifuncionais, cuja principal característica é permitir uma montagem rápida, segura e limpa que pode ser efetuada por qualquer pessoa”, aponta Carlos Relvas, o investigador do Departamento de Engenharia Mecânica da UA que concebeu o novo sistema.

“Em termos de sustentabilidade e de economia circular as construções resultantes deste sistema oferecem boas condições de habitabilidade e consumos energéticos mínimos, além de que os blocos são reutilizáveis permitindo alterações futuras”, aponta o cientista.

A conceção do sistema patenteado beneficiou de uma candidatura de projeto de I&D ao programa COMPETE 2020 – P2020, em co-promoção entre uma equipa de investigadores da UA (Carlos Relvas, António Ramos, Jorge Ferreira, Mónica Oliveira e Nelson Martins) e a empresa Dreamdomus, de onde resultou o seu nome de batismo “BrickITsmart” (www.brickitsmart.com ). O consórcio conta ainda com a participação do arquiteto Alberto Montoya.

Os estudos desenvolvidos no âmbito do projeto, permitem desde já concluir que os módulos garantem boas condições de habitabilidade e conforto e podem ser uma boa solução na utilização de espaços temporários multifuncionais ou até mesmo na criação de alojamento temporário nomeadamente residências para estudantes.

Reutilizável vezes sem conta

O BrickITsmart tem como principal caraterística a existência de um modulo base de 3x3 metros e 22,5 metros cúbicos que pode ser instalado em menos de 24 horas e com recursos mínimos, isto é, bastam uma ou duas pessoas para a sua instalação e sem recurso a gruas ou equipamentos auxiliares de elevação ou carga. A este módulo base podem ser acrescentados outros módulos idênticos ou com dimensões submúltiplo deste.

O sistema de construção modular, aponta Carlos Relvas, “é muito fácil de produzir, transportar e montar o que torna excelente a sua aplicação na construção pré-fabricada ou modular”. Este sistema “tem como elemento nuclear, um bloco dotado de uma geometria especifica que apresenta as seguintes vantagens: pode ser utilizado em paredes exteriores ou interiores; as paredes não racham, não precisam de manutenção e o seu acabamento interior e exterior pode ser personalizado”.

Leve, compacto, fácil de transportar e acondicionar, o investigador garante que o BrickITsmart permite uma montagem fácil e isenta de erros já que “a ligação entre os elementos é guiada, autoajustável, estável e desmontável, podendo ser montado em diferentes orientações atendendo à simetria dos encaixes de ligação”. Os blocos podem ser produzidos em diferentes tipos de materiais e serem reutilizados o número de vezes que se pretender uma vez que as ligações entre estes não é colada.

O desenvolvimento do sistema tem sido orientado para a sua utilização na área habitacional e de construção civil, mas o conceito poderá ser utilizado em outras áreas industriais, nomeadamente na indústria de mobiliário.

Sérgio Almeida, Carlos Relvas e Alberto Montoya.j

módulo (3).jpg

Módulo (1).jpg

Módulo (2).jpg