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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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BRAGA RECEBEU EMBAIXADORA DA AUSTRÁLIA EM PORTUGAL

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A Embaixadora da Austrália em Portugal, Indra McCormick, foi hoje, 6 de dezembro, recebida no Salão Nobre dos Paços do Concelho pelo presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.

A receção enquadra-se num conjunto de contactos que têm por objetivo estreitar laços com a comunidade diplomática de diversos países e abrir portas dos mercados internacionais à comunidade empresarial local.

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EMBAIXADORA DA AUSTRÁLIA EM VIANA DO CASTELO

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A embaixadora da Austrália em Portugal, Indra McCormick, esteve em Viana do Castelo para uma visita de trabalho, tendo sido recebida e acompanhada pelo Presidente da Câmara Municipal, Luís Nobre. A diplomata esteve nas empresas Corpower e Ocean Winds antes de ser recebida na Câmara Municipal, onde foi apresentada a dinâmica do concelho e ainda os diversos investimentos quer na economia azul, quer no que toca ao tecido empresarial e industrial do concelho.

Interessada nas empresas ligadas à economia do mar, a embaixadora visitou a Corpower e a Ocean Winds, ambas instaladas em Viana do Castelo e diretamente ligadas às novas tecnologias da economia azul. A Corpower Ocean é uma empresa sueca que está a testar o poder das ondas para gerar energia elétrica em Viana do Castelo, naquela que é uma tecnologia inovadora chamada "Wave Energy Converter" (WEC, ou conversor de energia das ondas, em português). Trata-se de um enorme dispositivo flutuante e ancorado ao fundo do mar, que usa a forte ondulação dos oceanos para produzir eletricidade e injetá-la na rede elétrica, através de um cabo submarino.

Já a Ocean Winds é o resultado de uma joint venture em 2019 entre a EDP Renewables (EDPR) e a ENGIE, que trabalham a energia eólica offshore e cujo primeiro parque eólico flutuante está situado em Viana do Castelo - o projeto Windfloat Atlantic, um projeto pioneiro, com 3 turbinas, as maiores do mundo na época, com capacidade de 8,4 MW cada recorrendo a uma tecnologia inovadora para permitir a exploração do potencial eólico no mar, em profundidades superiores a 40m.

Depois, Indra McCormick esteve na Câmara Municipal, onde agradeceu a hospitalidade e onde acordou uma eventual missão de embaixadas durante os meses de verão para conhecer a indústria vianense, conhecida pela sua diversidade, desde o papel, passando pela metalomecânica, pela construção naval, pela indústria automóvel, passado pelo turismo e pela economia do mar.

Na sua intervenção, o autarca Luís Nobre salientou a “economia muito diferenciada de Viana do Castelo” e apresentou ainda o regime de incentivos para a fixação de novos investimentos. Já a embaixadora sublinhou o interesse dos negócios australianos na economia azul, assim como salientou o facto de ter duplicado o número de turistas australianos em Portugal em apenas um ano.

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COMENDADOR CARLOS DE LEMOS: UM PALADINO DA COMUNIDADE LUSO-AUSTRALIANA

  • Crónica de Daniel Bastos

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas é a sua dimensão empreendedora e benemérita, como corroboram os percursos de diversos compatriotas que dinamizam atividades de relevo a nível económico, político, cultural e social.

Nos vários exemplos de patrícios que compõem e engrandecem a diáspora lusa, cada vez mais reconhecidos como uma mais-valia na promoção do país, destaca-se a trajetória do comendador Carlos de Lemos, antigo Cônsul Honorário de Portugal em Melbourne, na Austrália, e um dos mais devotados paladinos da cultura e história portuguesa no continente-ilha.

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O comendador Carlos de Lemos, acompanhado do historiador Daniel Bastos, no decurso de uma visita no mês de outubro à Capital do Minho

Natural de Melgaço, vila raiana no distrito de Viana do Castelo, onde nasceu em 1926, Carlos Pereira de Lemos iniciou a sua vida profissional como topógrafo em Portugal, trabalhando depois em Moçambique, África do Sul, Timor e na Austrália. No périplo que encetou pelo mundo, o alto-minhoto que começou a trabalhar com apenas 12 anos de idade numa loja em Melgaço, e já adolescente num café em Monção, conheceu personalidades marcantes como Nelson Mandela, Samora Machel, Rui Cinatti ou José Ramos-Horta.

Detentor de uma formação eclética, Carlos de Lemos foi estudante na África do Sul – Rhodes University e University of South Africa, onde se licenciou em Ciências Políticas e Sociologia. E pós-graduou-se em Pedagogia na Universidade de Melbourne, tendo sido professor de Sociologia e Ciências Políticas no Royal Melbourne Institute of Technology, e de línguas na Universidade de Monash, assim como representante do Banco Borges em Melbourne.

A chegada ao território australiano na década de 80, onde viria a estabelecer-se, marcou o princípio de uma profunda ligação à comunidade luso-australiana, atualmente constituída por cerca de 50 mil portugueses, essencialmente disseminados por metrópoles como Perth, Melbourne ou Sydney.

Paralelamente à sua atividade profissional, Carlos de Lemos tornou-se um importante dirigente associativo luso-australiano, através da criação de uma escola de português e de um programa de rádio. Em 1988, foi nomeado Cônsul Honorário de Portugal em Melbourne, incumbência que exerceu durante três décadas com intenso trabalho, num verdadeiro espirito de missão em prol da comunidade luso-australiana.

Nesse âmbito, foi o grande impulsionador do Festival Português de Warrnambool, uma cidade na costa sudoeste de Vitória, onde pelo seu incansável labor foi inaugurado em 2001 um padrão de homenagem aos navegadores portugueses, tendo inclusive sido dado a uma das ruas de Warrnambool o seu nome, “De Lemos Court”. Ainda, no alvorecer deste ano, o dinâmico nonagenário luso-australiano proferiu no Museu Marítimo de Warrnambool uma palestra onde abordou a tese da descoberta portuguesa da Austrália, que escora que terá sido o navegador Cristóvão Mendonça, por volta de 1522, o primeiro português a avistar as costas australianas, quando navegava na zona por ordem de D. Manuel I, dois séculos e meio antes do capitão inglês James Cook.

O notável percurso de vida de Carlos de Lemos, patenteado no seu livro História de Uma Vida, publicado em 2016 e prefaciado pela antiga secretária de Estado da Emigração, Manuela Aguiar, foi distinguido em 2002 com a Ordem de Mérito, no grau de Comendador, pelo então Presidente da República Jorge Sampaio. Mais recentemente Carlos de Lemos foi condecorado pelo Estado de Timor-Leste e pelo governo australiano com a Ordem da Austrália, assim como pelo Município de Melgaço com a atribuição da medalha de Cidadão de Mérito.

Uma das figuras mais conhecidas da comunidade luso-australiana, o exemplo de vida do comendador Carlos de Lemos, devotado paladino da cultura e história portuguesa no continente-ilha, relembra-nos a interpelação de Nelson Mandela: “Será que alguém pensa genuinamente que se não conseguiu algo foi por não ter tido o talento, a força, a resistência e a determinação nesse sentido?”.

EMPREENDEDORISMO LUSO NA AUSTRÁLIA: O CASAL JOSÉ E MARIA PEREIRA

  • Crónica de Daniel Bastos

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.

Nos vários exemplos de empresários lusos da diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento internacional do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso do casal luso-australiano José e Maria Pereira.

Originários do arquipélago da Madeira, José e Maria Pereira emigraram no final da década de 1980 para a Austrália, um país continental cercado pelos oceanos Índico e Pacífico, onde vivem atualmente cerca de 55 mil portugueses disseminados por metrópoles como Perth, Melbourne ou Sydney.

O trabalho, o esforço e a resiliência, valores coligidos no torrão natal, impulsionaram José Pereira, mais conhecido como Joe Pereira, um ano após a chegada ao continente-ilha, a comprar ao seu antigo patrão um pequeno talho chamado Sunshine Meats em Redfern, um subúrbio no centro da cidade de Sydney, apenas com três meses de experiência profissional no ramo e 500 dólares no bolso,

De modo a não sucumbir à concorrência das cadeias de supermercados, e a ultrapassar as dificuldades de um mercado extremamente competitivo e muito suscetível aos impactos das crises económicas, o casal optou por uma aposta estratégica na qualidade e diferenciação da gama de produtos. Fazendo uso da experiência de Maria Pereira em charcutaria desde os 16 anos, o casal oriundo da pérola do Atlântico, passou a oferecer uma panóplia de produtos como massas, pães frescos, óleos e queijos, para complementar a base de carne fresca.

O conceito diferenciador estabelecido pelo casal luso-australiano passou ainda pela criação de produtos fumados e assados ​​no forno, inspirados nos sabores gastronómicos da Madeira. Produtos premium assentes na herança portuguesa, como peito de frango defumado à portuguesa”, ou as tradicionais morcelas, farinheiras e enchidos gourmet, levaram José e Maria Pereira no alvorecer do séc. XXI a mudarem-se para uma fábrica em Marrickville, um subúrbio no Inner West de Sydney, e em 2011 a erigirem uma fábrica, com uma pastelaria-café, em Milperra, um subúrbio da cidade de Canterbury-Bankstown, na região sudoeste de Sydney.

A notável capacidade empreendedora do casal luso tem sido ao longo dos últimos anos alvo de várias distinções em terras australianas, como em 2014, quando os produtos Sunshine Meats e The Charcuterie Room @ Sunshine Meats foram premiados pela Australian Pork Corporation como o melhor presunto artesanal da Austrália. E em 2018, quando um dos seus produtos de eleição, o “peito de pato defumado” foi o produto mais inovador no Food and Beverage Industry Awards, durante o Sydney Royal Fine Food Show.

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O casal José e Maria Pereira - Sunshine Meats

O sucesso que o casal madeirense alcançou nas últimas décadas no mundo dos negócios, e que leva a que os seus produtos diferenciados e de qualidade possam ser encontrados em supermercados e lojas especializadas em Sydney, Melbourne, Brisbane e Perth, tem sido acompanhado de um importante apoio à comunidade luso-australiana.

Destacando-se, por exemplo, a ligação de Maria Pereira, e da filha Celina Pereira, também ela envolvida na gestão da empresa familiar, ao Portuguese Australian Women's Association NSW, uma associação que se assume como um fórum para a participação ativa e de empoderamento das mulheres luso-australianas.

Ainda no decurso deste Verão, no seguimento da visita de José e Maria Pereira à Quinta da Vigia, a convite do Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, o governante madeirense destacou de modo elucidativo o percurso de vida do casal luso-australiano: “Este madeirense, que emigrou para a Austrália no final dos anos 80, comprou um pequeno talho um ano após lá ter chegado e, com a sua visão, resiliência e inovação, criando produtos inspirados nos sabores e cheiros da sua terra natal, expandiu-se, sendo hoje um grande e reputado empresário no país que o acolheu. Dono de uma empresa de sucesso, a Sunshine Meats, que gere com a sua mulher e filha, este emigrante, que nos deixa tão orgulhosos, é mais um exemplo da perseverança e da capacidade de luta madeirenses. São, além de tudo o mais, um casal simpático e afável”.

COMENDADOR CARLOS DE LEMOS: UM PALADINO DA COMUNIDADE LUSO-AUSTRALIANA

Daniel Bastos

  • Crónica de Daniel Bastos

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas é a sua dimensão empreendedora e benemérita, como corroboram os percursos de diversos compatriotas que dinamizam atividades de relevo a nível económico, político, cultural e social.

Nos vários exemplos de patrícios que compõem e engrandecem a diáspora lusa, cada vez mais reconhecidos como uma mais-valia na promoção do país, destaca-se a trajetória do Comendador Carlos de Lemos, antigo Cônsul Honorário de Portugal em Melbourne, na Austrália, e um dos mais devotados paladinos da cultura e história portuguesa no continente-ilha.

Natural de Melgaço, vila raiana no distrito de Viana do Castelo, onde nasceu em 1926, Carlos Pereira de Lemos iniciou a sua vida profissional como topógrafo em Portugal, trabalhando depois em Moçambique, África do Sul, Timor e na Austrália. No périplo que encetou pelo mundo, o alto-minhoto que começou a trabalhar com apenas 12 anos de idade numa loja em Melgaço, e já adolescente num café em Monção, conheceu personalidades marcantes como Nelson Mandela, Samora Machel, Rui Cinatti ou José Ramos-Horta.

Detentor de uma formação eclética, Carlos de Lemos foi estudante na África do Sul – Rhodes University e University of South Africa, onde se licenciou em Ciências Políticas e Sociologia. E pós-graduou-se em Pedagogia na Universidade de Melbourne, tendo sido professor de Sociologia e Ciências Políticas no Royal Melbourne Institute of Technology, e de línguas na Universidade de Monash, assim como representante do Banco Borges em Melbourne.

A chegada ao território australiano na década de 80, onde viria a estabelecer-se, marcou o princípio de uma profunda ligação à comunidade luso-australiana, atualmente constituída por cerca de 50 mil portugueses, essencialmente disseminados por metrópoles como Perth, Melbourne ou Sydney.

Paralelamente à sua atividade profissional, Carlos de Lemos tornou-se um importante dirigente associativo luso-australiano, através da criação de uma escola de português e de um programa de rádio. Em 1988, foi nomeado Cônsul Honorário de Portugal em Melbourne, incumbência que exerceu durante três décadas com intenso trabalho, num verdadeiro espirito de missão em prol da comunidade luso-australiana.

Nesse âmbito, foi o grande impulsionador do Festival Português de Warrnambool, uma cidade na costa sudoeste de Vitória, onde pelo seu incansável labor foi inaugurado em 2001 um padrão de homenagem aos navegadores portugueses, tendo inclusive sido dado a uma das ruas de Warrnambool o seu nome, “De Lemos Court”. Ainda, no alvorecer deste mês, o dinâmico nonagenário luso-australiano proferiu no Museu Marítimo de Warrnambool uma palestra onde abordou a tese da descoberta portuguesa da Austrália, que escora que terá sido o navegador Cristóvão Mendonça, por volta de 1522, o primeiro português a avistar as costas australianas, quando navegava na zona por ordem de D. Manuel I, dois séculos e meio antes do capitão inglês James Cook.

O notável percurso de vida de Carlos de Lemos, patenteado no seu livro História de Uma Vida, publicado em 2016 e prefaciado pela antiga secretária de Estado da Emigração, Manuela Aguiar, foi distinguido em 2002 com a Ordem de Mérito, no grau de Comendador, pelo então Presidente da República Jorge Sampaio. Mais recentemente Carlos de Lemosfoi condecorado pelo Estado de Timor-Leste e pelo governo australiano com a Ordem da Austrália, assim como pelo Município de Melgaço com a atribuição da medalha de Cidadão de Mérito.

Uma das figuras mais conhecidas da comunidade luso-australiana, o exemplo de vida do Comendador Carlos de Lemos,devotado paladino da cultura e história portuguesa no continente-ilha, relembra-nos a interpelação de Nelson Mandela: “Será que alguém pensa genuinamente que se não conseguiu algo foi por não ter tido o talento, a força, a resistência e a determinação nesse sentido?”.

O MUSEU ETNOGRÁFICO PORTUGUÊS NA AUSTRÁLIA

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  • Crónica de Daniel Bastos

A comunidade portuguesa na Austrália, cujas raízes remontam à segunda metade do séc. XX com a chegada de um grupo de emigrantes da Ilha da Madeira à cidade portuária de Freemantle, destaca-se atualmente pela sua perfeita integração no continente-ilha, situado no hemisfério sul, na Oceânia.

Conquanto, os dados oficiais apontem para que vivam hoje pouco mais de 55 mil portugueses na Austrália, a comunidade lusa encontra-se disseminada por metrópoles como Perth, Melbourne ou Sydney, onde é possível encontrar centros culturais e recreativos, restaurantes e bairros onde se pode falar exclusivamente a língua de Camões.

A herança cultural lusa no território australiano é voluntariamente dinamizada e preservada, desde 10 de junho de 1997, pelo Museu Etnográfico Português na Austrália. Um espaço museológico, inaugurado nesse ano em Camperdown, o bairro de maior concentração de portugueses na cidade de Sydney, através de um grupo de compatriotas decididos a promover a cultura e tradições nacionais, não só no seio da comunidade lusa na Austrália, mas como também das diversas comunidades que constituem esta nação que se destaca pelo seu multiculturalismo.

O Museu Etnográfico Português na Austrália, que é ao mesmo tempo um centro cultural que dinamiza exposições temporárias, teatro, música e conferências, fomentando assim a coesão e identidade portuguesa junto dos emigrantes e lusodescendentes, alberga inúmeras réplicas e símbolos da pátria de origem. Como por exemplo, réplicas de caravelas, trajes do Minho, Madeira e de varinas de Lisboa, guitarras, olaria alentejana, rendas de bilros ou tapetes de Arraiolos.

O espólio do Museu Etnográfico Português na Austrália, que convida a uma viagem pelas culturas e tradições nacionais, tem sido ao longo das últimas décadas enriquecido com objetos doados ou emprestados por membros da comunidade luso-australiana, assim como pelo envio por parte de várias câmaras municipais de artigos alusivos às culturas e tradições dos seus concelhos.

O papel relevante da instituição na preservação e transmissão da herança cultural portuguesa na Austrália concorreu para quem em março de 2018, no decurso de uma visita oficial à Oceânia, o então Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, tenha atribuído a Placa de Mérito das Comunidades ao Museu Etnográfico Português na Austrália.

Enquanto espaço singular que concomitantemente dignifica a presença portuguesa na Austrália, valoriza a comunidade luso-australiana e divulga a língua e cultura pátria no continente-ilha, o Museu Etnográfico Português na Austrália constitui-se como um exemplo inspirador para as comunidades portuguesas no mundo, principalmente naquilo que deve ser o respeito pelo seu passado, a construção do seu presente e a projeção do seu futuro.

A COMUNIDADE PORTUGUESA NA AUSTRÁLIA

  • Crónica de Daniel Bastos

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No decurso do presente mês de março, o operador de serviço público de Rádio e Televisão de Portugal dedicou uma especial atenção à comunidade portuguesa na Austrália, através da realização de uma emissão, a partir do bairro mais de português de Sidney, o bairro de Petersham, onde se realiza anualmente o Festival do Bairro Português, ponto de reunião para milhares de portugueses e de outras comunidades desejosas de conviver com a cultura e tradições lusas.

Desde logo, é de enaltecer por parte do canal de televisão público, a realização de uma emissão dirigida às comunidades portuguesas. Porque, embora se enquadre no âmbito da missão da estação pública ao nível do reforço da coesão e identidade nacionais, a realização destas emissões são fundamentais para o esforço de aproximação às comunidades portuguesas, um dos mais importantes ativos estratégicos da política externa lusa. Sendo, nesse sentido, fundamental que as mesmas continuem a cobrir outras relevantes iniciativas socioculturais dinamizadas pelas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. 

No caso concreto do maior festival português realizado no continente-ilha, situado no hemisfério sul, na Oceânia, o programa televisivo teve o condão de desvendar uma comunidade luso-australiana, cujas raízes remontam à segunda metade do séc. XX com a chegada de um grupo de emigrantes da Ilha da Madeira à cidade portuária de Freemantle, perfeitamente estabilizada, integrada e organizada.

De facto, apesar de pequena, dados oficiais apontam para que vivam atualmente pouco mais de 55 mil portugueses na Austrália, a comunidade lusa encontra-se disseminada por metrópoles como Perth, Melbourne ou Sydney, onde é possível encontrar centros culturais e recreativos, restaurantes e bairros onde se pode falar exclusivamente a língua de Camões.

A abertura em 1997 do Museu Etnográfico Português em Sydney, e a realização desde 2002 do maior festival português, o Bairro Português Petersham Food & Wine Fair organizado anualmente pela câmara de Marrickville, evidenciam o orgulho na herança e raízes da comunidade luso-australiana. Assim como, a influência que a mesma tem exercido na Austrália, uma das economias mais desenvolvidas do mundo, ao longo das últimas décadas em áreas de atividade como a gastronomia e a restauração.

ORDEM DA AUSTRÁLIA PARA O MELGACENSE CARLOS PEREIRA DE LEMOS

O Cônsul honorário português mais antigo

O melgacense Carlos Pereira de Lemos, Cônsul Honorário de Portugal em Melbourne, foi condecorado pelo governo australiano com a Ordem da Austrália.

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Carlos Pereira de Lemos, o Cônsul honorário português mais antigo, com 92 anos, conta com mais de 30 anos enquanto responsável em Melbourne. Agora, foi distinguido pelo governo australiano com a Ordem da Austrália aquando da celebração do Dia da Austrália, pelos seus feitos beneméritos ao longo destes anos de enorme esforço e dedicação. Após a condecoração ser anunciada na imprensa de todo o país, foi parabenizado por dezenas de individualidades de renome através de emails, telefone e cartas. Condecorado pelos Estados Português, de Timor-Leste e Austrália, Carlos Pereira de Lemos é responsável por um consulado honorário que presta serviço a uma comunidade de cerca de 18 mil pessoas.

A Ordem da Austrália é altamente significativa nesse mesmo país, uma vez que a seleção é rigorosa. Uma Comissão investiga em detalhe a vida da pessoa e só seguidamente o Chefe de Estado aprova ou rejeita. É uma ordem de cavalaria estabelecida por Elizabeth II do Reino Unido, Monarca da Austrália, com o propósito de reconhecimento aos cidadãos australianos e outras pessoas por feitos ou serviços beneméritos. As pessoas premiadas que não são cidadãos australianos recebem-no na categoria de ‘honorários’.

De realçar que também o Município de Melgaço distinguiu Carlos Pereira de Lemos durante a cerimónia de atribuição das Medalhas de Mérito, inserida no Melgaço em Festa de 2017, com a medalha de Cidadão de Mérito. ‘A Câmara Municipal, como legítima representante da comunidade melgacense tem o dever de demonstrar gratidão e apreço institucionais aos cidadãos e instituições que, de qualquer forma, honraram, prestigiaram e promoveram o município, contribuindo para o seu desenvolvimento e bem-estar da população’, afirmou durante a cerimónia o autarca, Manoel Batista.

Sobre Carlos Pereira Lemos

Carlos Pereira Lemos começou a vida profissional como topógrafo em Portugal, trabalhando depois em Moçambique, em Timor e na Austrália. Foi estudante na África do Sul – Rhodes University e University of South Africa. Depois da licenciatura em Ciências Políticas e Sociologia fez a pós graduação em Pedagogia na Universidade de Melbourne e foi professor de Sociologia e Ciências Políticas no Royal Melbourne Institute of Technology e de línguas na Universidade de Monash, e representante do Banco Borges em Melbourne.

A sua atividade estendeu-se ainda ao âmbito associativo, no quadro do qual, como dirigente, criou uma escola de português e um programa de rádio.

Em 1988, foi nomeado Cônsul Honorário de Portugal em Melbourne, no Estado de Vitória, na Austrália, e agraciado com a Ordem de Mérito, no grau de Comendador, pelo Presidente Jorge Sampaio em 2002. Mais recentemente, foi também condecorado pelo Presidente de Timor Leste e, mais recentemente, pela Ordem da Austrália.

É ainda de destacar que foi o grande impulsionador da edificação de um ‘Padrão’ de homenagem aos navegadores portugueses Infante Dom Henrique e Vasco da Gama, em Warrnambool, que se tornou um lugar de culto da presença portuguesa. Em reconhecimento ao seu trabalho de promoção das relações bilaterais, a uma das ruas de Warrnambool foi dado o seu nome, ‘De Lemos Court’.

BRAGA COOPERA DIRECTAMENTE COM PAÍSES DAS MAIORES ECONOMIAS MUNDIAIS

Embaixadores do Grupo MIKTA vêem a Cidade em “crescente afirmação”

O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, recebeu esta Sexta-feira, 13 de Outubro, os embaixadores da Turquia, Coreia do Sul e da Austrália, pertencentes ao Grupo MIKTA. Trata-se de uma plataforma para uma diplomacia inovadora, criada em 2013, constituída pelo México, Indonésia, Coreia do Sul, Turquia e Austrália, sendo liderado pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos respectivos países.

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“Estes cinco países estão no grupo das 20 maiores economias do mundo. Estamos a falar de países de enormíssimo potencial com quem Braga já tinha estabelecido algumas relações, nomeadamente com a Austrália e com a Coreia. Agora, queremos ir mais longe e alargar essas relações a todos os países que compõem este grupo de trabalho”, referiu Ricardo Rio, durante a recepção que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Juntos, os países do Grupo MIKTA representam mais de 500 milhões de pessoas e um PIB que só fica atrás do americano e do chinês. E é com os olhos postos nesse potencial económico que o presidente da Autarquia Bracarense se prepara para visitar o continente asiático já na próxima semana. “Também por intermédio do embaixador da Coreia do Sul estarei de visita ao seu país para estabelecer relações directas com a cidade de Daejeon que tem uma dimensão tecnológica muito parecida com Braga e onde queremos estabelecer uma colaboração mais próxima”, explicou Ricardo Rio.

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No entanto, o Autarca antevê outras possibilidades de cooperação com todos os cinco países do Grupo, uma vez que “há muitas formas de colaboração do ponto de vista económico, social, académico e cultural, que Braga pode explorar e capitalizar em seu benefício”.

Um dos desígnios que une os países do Grupo MIKTA é a necessidade funcional de cooperar, coordenar e trabalhar construtivamente entre si e com outros Estados, diante dos desafios regionais e globais. Peter Rayner, embaixador da Austrália em Portugal, salientou que estes países “têm muitos assuntos em comum, sendo a economia e o comércio livre matérias de grande relevo”.

O diplomata, que já tinha visitado Braga a título individual, lembrou que “é a primeira vez que este Grupo de embaixadores se reúne fora de Lisboa”, sendo a Cidade de Braga a escolhida devido à sua “crescente afirmação”.

“Estão a acontecer muitas coisas em Braga. As suas empresas e instituições estão a ter um desempenho fantástico e queremos perceber o porquê dessa grande dinâmica. Nesse sentido, é importante para nós manter este contacto e reforçar as relações com Braga e com esta Região”, concluiu Peter Rayner.

Nesta deslocação a Braga, os diplomatas visitaram a StartUp Braga, a Universidade do Minho e o INL - Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia.

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BRAGA RECEBE EMBAIXADORES DA TURQUIA, COREIA DO SUL E AUSTRÁLIA

Os Embaixadores da Turquia, da Coreia e da Austrália, em Portugal, estiveram em Braga para uma visita organizada pela InvestBraga e pela Câmara Municipal de Braga e que se insere na estratégia de atração de investimento internacional.

O grupo de Embaixadores designado por MIKTA, é composto pelos representantes do México, da Indonésia, da Coreia, da Turquia e da Austrália. Este grupo tem como principal objetivo alinhar políticas e estratégias de atuação dos Embaixadores destes países em Portugal, sobre temas energéticos, economia e comércio, desenvolvimento sustentado, equidade de género, manutenção da paz, governação e contra terrorismo e segurança.

Os Embaixadores dos três países foram recebidos, ao início da manhã, na Câmara Municipal de Braga, pelo presidente do Município, Ricardo Rio, e pelo diretor da InvestBraga, Marcos Marques.

De seguida, os Embaixadores visitaram a Startup Braga, onde foram recebidos pela diretora Daniela Monteiro e contactaram com o trabalho desenvolvido pelas startups da comunidade.

Ao fim da manhã, realizaram uma visita à Universidade do Minho. Os Embaixadores reuniram com Carla Martins, Pró-reitora para a Internacionalização, e o Embaixador da Turquia aproveitou a oportunidade para cumprimentar os alunos turcos que frequentam a Universidade.

À tarde, os Embaixadores estiveram no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), onde foram recebidos pelo diretor, Lars Montelius, que lhes apresentou as áreas de investigação desenvolvidas pelo instituto, as parcerias e os projetos de investigação a decorrer.

As visitas dos Embaixadores, organizadas pela InvestBraga e pela Câmara Municipal de Braga, têm como objetivos dar a conhecer o trabalho da InvestBraga e abordar possibilidades de cooperação e inserem-se na estratégia para colocar Braga no radar da atração de investimento internacional.

“A visita conjunta dos embaixadores do grupo MIKTA é uma oportunidade de consertar estratégias e uma oportunidade para o desenvolvimento de relações económicas integradas com estes países”, explica Carlos Oliveira, e acrescenta que “já iniciamos uma relação económica com os embaixadores da Austrália e da Coreia do Sul, além do México, cujo Embaixador nos visitou no mês de setembro passado, e recebemos pela primeira vez o Embaixador da Turquia, com quem iniciamos agora relações de cooperação económica” .

BRAGA E AUSTRÁLIA EQUACIONAM NOVAS FORMAS DE COOPERAÇÃO

Embaixador recebido no Salão Nobre dos Paços do Concelho

O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, recebeu hoje, 6 de Dezembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o Embaixador da Austrália em Portugal, Peter Brian Rayner, que está a realizar uma visita de dois dias à Cidade.

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Na ocasião, o Autarca Bracarense reiterou o interesse em reforçar a ligação à Austrália, país que possui um “leque muito vasto de oportunidades do ponto de vista da atracção turística e empresarial”.

“A Austrália possui muitas áreas de convergência com aquilo que são os nossos interesses. Estamos certos que poderemos abrir portas a novas oportunidades de colaboração que, no futuro, traduzir-se-ão em benefícios concretos para a Cidade”, sustentou Ricardo Rio, lembrando que o Concelho possui os recursos e o conhecimento científico necessário para atrair grandes projectos de investimento.

Por seu turno, o Embaixador da Austrália deu conta do interesse de algumas empresas do seu país em investir em Portugal, nomeadamente do sector da mineração. “Existem várias empresas com interesse no lítio, um metal cada vez mais importante para a indústria automóvel, mais concretamente para as baterias dos carros eléctricos. Portugal tem uma das maiores reservas de lítio da Europa e, nesse sentido, existe margem para investir nesta área”, adiantou o diplomata. 

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BRAGA RECEBE EMBAIXADOR DA AUSTRÁLIA

Amanhã, Terça-feira, dia 6 de Dezembro, pelas 12h30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, Braga

O Município de Braga recebe amanhã o Embaixador da Austrália em Portugal, Peter Brian Rayner, que terá lugar Amanhã, Terça-feira, às 12h30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

A recepção irá contar com a presença do presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.