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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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BARCELOS PROMOVE TERTÚLIA “ARTESANATO E INCLUSÃO: MÃOS QUE TRANSFORMAM VIDAS”

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O Município de Barcelos promove, no próximo dia 22 de julho, no Auditório dos Paços do Concelho, uma tertúlia subordinada ao tema “Artesanato e Inclusão: Mãos que Transformam Vidas”. Esta iniciativa realiza-se no âmbito do Projeto CLDS 5G e é organizada em parceria com o Centro Social Cultural e Recreativo Abel Varzim (CSCRAV), o Centro Social da Paróquia de Arcozelo (CSPA) e a Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Barcelos.
Com entrada gratuita, mediante inscrição, a tertúlia, que decorre entre as 14h00 e as 16h30, pretende ser um espaço de partilha, reflexão e inspiração sobre o papel do artesanato como ferramenta de inclusão e transformação social.
O programa arranca com um momento musical pelo Grupo de Cantares de Cambeses e integra intervenções de várias entidades e especialistas. Entre os oradores previstos,  e com a sessão de abertura agendada para as 14h30, estão António Ribeiro, vereador da Ação Social e Saúde do Município; António Miranda, presidente da Direção do Centro Social Cultural e Recreativo Abel Varzim; Padre Marco Gil, presidente da Direção do Centro Social da Paróquia de Arcozelo; Fernanda Reis, presidente da Direção da Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Barcelos; e João Ferreira, diretor do Centro Distrital de Braga do Instituto da Segurança Social, I.P..
Durante a tarde, realiza-se um painel subordinado ao tema “Inclusão pela Arte”, moderado por João Silva, diretor do Departamento de Educação, Ação Social e Saúde do Município de Barcelos. Este momento irá contar com as intervenções de Helena Areias, Interlocutora para o Projeto CLDS 5G do Instituto da Segurança Social – Centro Distrital de Braga, com o tema “A importância do Projeto CLDS 5G para a Inclusão Social”. Seguir-se-á Raquel Portela, professora de Educação Especial do Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches, que irá falar sobre “A Arte como meio de superação e transformação pessoal”, e Ana Caridade, presidente da MUSA – Associação Artística e de Intervenção Social, com o tema “Artesanato e Comunidade: Criar Laços e Gerar Valor”.
Após este painel, terá lugar um debate, a que se seguirá a sessão de encerramento, com a intervenção da vereadora da Cultura, Turismo e Artesanato do Município de Barcelos, Maria Elisa Braga.
A fechar a tertúlia, será ainda possível apreciar a exposição “Mãos que transformam vidas”, patente no Claustro dos Paços do Concelho.
Para participar, basta aceder a este link: https://docs.google.com/forms/d/1XVmICUhz8MNdLTbr15gvUHqurnuuJRTc9ZBUZk4A7O8/edit

FIA LISBOA: VIANA DO CASTELO PARTICIPA NA MAIOR FEIRA INTERNACIONAL DE ARTESANATO DA PENÍNSULA IBÉRICA

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De 28 de junho a 6 de junho, a Câmara Municipal de Viana do Castelo marca presença na Feira Internacional de Artesanato (FIA), que decorre na FIL - Parque das Nações, em Lisboa. Esta é a maior feira internacional de artesanato da Península Ibérica e a segunda maior da Europa, já vai na sua 37ª edição e conta com 500 expositores e 31 países representados.

Promovida pela Fundação AIP, em colaboração com o IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional, a FIA Lisboa realiza-se durante nove dias e vai contar com 30 000 m2 de exposição de artesanato nacional, internacional e com uma área dedicada à gastronomia e animação. No ano de 2024, o evento recebeu 45.000 visitantes.

Viana do Castelo apresenta-se no Pavilhão 1 da FIL, onde estará representado o artesanato tradicional e contemporâneo de todo o país, incluindo ilhas. Esta participação do município vianense apresenta-se num stand promocional de 18 m2 que aposta na divulgação turística do concelho (stand nº 1D18), destacando a oferta de alojamento, restauração, serviços de animação turística, património natural e cultural, lazer, entre outros.

Em destaque, no stand de Viana do Castelo, estará o artesanato tradicional, com uma mostra dos Bordados de Viana Certificados e contando com a presença de uma das artesãs certificadas (Conceição Pimenta) a trabalhar ao vivo e a promover, dia 30 de junho, um workshop de iniciação à arte de bordar, onde serão ensinados os pontos básicos deste bordado tradicional.

Já nos dias 28 e 29 de junho, 5 e 6 de julho, no stand do Município, serão realizados momentos de degustação de doces tradicionais e Vinho Verde de produtores locais.

Esta participação será ainda aproveitada para divulgar o facto de Viana do Castelo ser em 2025 Capital da Cultura do Eixo Atlântico e integrar o Galardão “Vale do Lima - Região Europeia da Gastronomia e Vinho”.

A presença do Município é reforçada pela participação neste certame da Vianafestas, entidade promotora das festas do concelho, com um espaço de promoção da Romaria d’Agonia e da Feira de Artesanato de Viana do Castelo.

A FIA Lisboa é uma plataforma de excelência para a promoção da identidade e desenvolvimento dos territórios nacionais e estrangeiros designadamente ao nível económico, cultural e turístico. Apoia o desenvolvimento regional e as culturas locais, através de várias vertentes do património cultural material e imaterial – artesanato, gastronomia, recursos naturais, atividades culturais e turísticas, entre outras, procurando evidenciar micro, pequenas e médias empresas nacionais, entidades e organismos oficiais ligados a projetos que visam a promoção e divulgação dos territórios, bem como a venda dos produtos regionais.

ARCOS DE VALDEVEZ REALIZA OFICINA DE INICIAÇÃO AO MACRAMÉ

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O Município de Arcos de Valdevez, no âmbito do Contrato Local de Desenvolvimento Social

(CLDS 5G), está a desenvolver uma atividade de promoção do envelhecimento ativo,

Oficinas Séniores, dirigida à população com mais de 60 anos, residente no nosso concelho.

Nos dias 03 e 10 de julho, das 9h30 às 11h30, irá realizar-se na Biblioteca Municipal

Tomaz de Figueiredo a Oficina de Iniciação ao Macramé.

Convidamos todos/as interessados/as a inscrever-se junto do Serviço de Ação Social da

Câmara Municipal.

Poderá inscrever-se para uma das datas ou para as duas, se assim pretender.

|INSCRIÇÕES ABERTAS |

GALO DE BARCELOS: SÍMBOLO DE PORTUGAL DESDE SEMPRE OU CRIAÇÃO DO ESTADO NOVO?

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O tempo moldou-lhe os contornos de símbolo nacional. Mas será o Galo de Barcelos realmente uma herança imemorial ou uma criação moldada pelo Estado Novo? No seu novo livro, “Fact-Checking à História de Portugal”, o historiador Ricardo Raimundo desmonta alguns dos maiores mitos da narrativa nacional — e o famoso galináceo não escapa à análise. A obra convida-nos a revisitar o passado com espírito crítico. Da obra, publicamos o excerto “Galo de Barcelos: símbolo de Portugal desde sempre ou criação do Estado Novo?”

Qualquer turista que percorra as inúmeras lojas de recordações espalhadas pelas cidades de Lisboa ou Porto, ou em qualquer outra parte de Portugal com expressão turística, facilmente se apercebe de que existe uma figura reproduzida nos mais variados itens — desde os tradicionais pins até às miniaturas, passando pelos porta‑chaves, estampagens em T‑shirts, imagens, tudo nos mais diversos formatos, desde os mais pequenos até aos que impõem respeito. Falamos do Galo de Barcelos. Assim sendo, é frequente que o incauto turista associe o galináceo ao símbolo que melhor representa Portugal e os portugueses. Não é de levar a mal, já que até estes últimos, principalmente os que menos atenção prestaram nas aulas de História, reconhecem como verdadeiro e antiquíssimo representante do país o Galo de Barcelos.

Na realidade, estamos perante mais uma das invenções do Estado Novo, principalmente de um homem: António Ferro, diretor do Secretariado da Propaganda Nacional (futuro Secretariado Nacional da Informação), o grande responsável, nas primeiras décadas do regime ditatorial de Salazar, pela sua propaganda e imagem. Foi ele o autor e o dinamizador da “política do espírito”, tendo gerido a representação de Portugal no estrangeiro. Foi ainda comissário‑geral das exposições internacionais de Paris, em 1937, e de Nova Iorque, em 1939.

Desempenhou igualmente um papel crucial naquela que foi a grande realização do Estado Novo, a Exposição do Mundo Português, no ano de 1940, tendo dirigido a Revista dos Centenários, órgão de propaganda da mesma. Foi o fundador do Museu de Arte Popular e da Companhia Portuguesa de Bailado Verde Gaio e o presidente da Emissora Nacional em 1941. Na lista de tradições populares que criou, contabilizam‑se, a título de exemplo, as marchas populares em Lisboa, surgidas no ano de 1932, a aldeia mais portuguesa de Portugal, em 1938, que terminou com a eleição de Monsanto, e o famoso Galo de Barcelos.

O historiador Ricardo Raimundo.

Foi em 1931 que o galo foi elevado, pela primeira vez, à condição de símbolo de Portugal, numa fase em que António Ferro se multiplicava em ideias e iniciativas. E alcançou essa função por um motivo muito simples: a necessidade, sentida por Ferro, enquanto responsável pela organização do V Congresso Internacional da Crítica Dramática, Musical e Literária, realizado em Lisboa, de gerar o espanto nos congressistas estrangeiros que ele tinha conseguido fazer deslocar a Portugal. Para esse efeito, ofertar‑lhes‑ia, como recordação, uma peça única de arte popular.

Concebido pelos ceramistas de Barcelos, o galo circulava pelas feiras da região havia já alguns anos, sem apresentar qualquer valor significativo. Aparecia conectado, como não podia deixar de ser, a uma lenda bastante antiga, que remontava ao período medieval. De acordo com a mesma, os habitantes de Barcelos andavam muito inquietos devido a um crime, cujo autor ainda não tinha sido descoberto. Em certo dia, surgiu um galego, que se transformou no principal suspeito, e as autoridades decidiram prendê‑lo. Todavia, ele jurava inocência, argumentando que estava simplesmente de passagem por aquelas terras, em direção a Santiago de Compostela e em cumprimento de uma promessa que fizera. Sentenciado à forca, o homem implorou, em desespero, que lhe fosse concedida autorização para se apresentar ao juiz que o condenara. Obtendo resposta favorável, levaram‑no à residência do magistrado, que naquele preciso momento se encontrava a desfrutar de uma bela refeição na companhia de alguns amigos. Voltando a reclamar inocência, ao ver que nenhum dos presentes parecia acreditar no que afirmava, o galego apontou para um galo assado que repousava sobre a mesa e proferiu: “É tão certo eu estar inocente como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.” O juiz afastou o prato para o lado e não deu qualquer importância àquele apelo; todavia, quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu‑se na mesa e cantou.

O magistrado, tomando consciência do erro que tinha cometido, apressou‑se a correr para a forca e foi então que viu que o galego se salvou devido a um nó malfeito na corda. O homem foi prontamente libertado e mandado em paz. Alguns anos mais tarde, o galego terá regressado a Barcelos para mandar esculpir o Cruzeiro do Senhor do Galo em honra da Virgem Maria e de Santiago. Nele, mandou erguer um padrão de pedra, representando Santiago a salvar um enforcado.

O povo daquela região adorava aquela história e, ao perceber isso, António Ferro encarregou o realizador Leitão de Barros, então seu braço‑direito na organização do Congresso da Crítica, de arranjar os galos. Aquela tarefa foi abruptamente perturbada e interrompida pela Revolta dos Caçadores, que deflagrou em Lisboa, a 26 de agosto de 1931. Os instigadores daquele movimento pretendiam derrubar a ditadura militar. Contando com a participação dos aviadores de Alverca, a conspiração era comandada pelo Tenente‑Coronel Fernando de Utra Machado, que fora ministro das Colónias do governo republicano de António Maria Baptista, pelo Major‑Aviador Sarmento de Beires, pioneiro da aviação, e pelo comandante Agatão Lança, antigo governador civil de Lisboa. A reação a este movimento surgiu de imediato. Lideradas pelo brigadeiro Daniel de Sousa, governador militar de Lisboa, e pelo General Farinha Beirão, da Guarda Nacional Republicana (GNR), as forças fiéis ao regime no poder controlaram a situação ao fim de nove horas de intenso combate, que provocou a morte de cerca de 40 pessoas. Os mandantes da conjura acabaram por ser deportados para Timor. António Ferro não participou diretamente no combate aos revoltosos, mas na defesa do governo alinharam o alferes Jorge Botelho Moniz, que com ele havia participado na revolta de 18 de abril de 1925 (o Golpe dos Generais, desencadeado contra as instituições da I República), e o Capitão David Neto, seu correligionário no Golpe dos Fifis.

Ultrapassado aquele episódio e retomada a normalidade, Leitão de Barros deu continuidade aos trabalhos de que Ferro o incumbira, sem saber muito bem por onde deveria começar a busca. Recordava‑se muito vagamente de ter visto uns galos, alguns anos antes, numa feira do Senhor de Matosinhos, mas pouco mais. Decidiu então pedir ajuda ao seu colega Artur Maciel, fervoroso entusiasta do trabalho de António Ferro e apoiante da ditadura, que conhecia dos tempos da sua passagem pela Ilustração Portuguesa, na época em que aquele era redator de O Século da Noite e tinha fama de “enciclopédico”. Não dispondo também de grande informação, Maciel decidiu pedir ajuda à família Couto Viana, natural de Viana do Castelo, que prontamente resolveu o enigma. De acordo com o testemunho da família, o referido galo nascera em 1925, inspirado na lenda, e dois anos depois começou a ser vendido nas feiras da região. Os críticos estrangeiros que foram agraciados com o galo adoraram a surpresa e contribuíram amplamente para a sua divulgação.

As primeiras peças produzidas eram vermelhas, por serem cozidas a altas temperaturas. No entanto, Ferro logo mandou introduzir um conjunto de alterações, como, aliás, era seu timbre, sugerindo que os galos fossem pintados de branco, preto e amarelo, primeiro, e de outras cores mais folclóricas, depois. Neste plano de transformação, contou com o contributo extremamente importante do pintor natural de Barcelos, Gonçalves Torres, que lhe aplicou cores garridas e estilizou a crista e a cauda.

A aparição internacional do Galo de Barcelos ocorreu em setembro de 1935, quando António Ferro, chefiando o Secretariado da Propaganda Nacional, levou a Genebra uma memorável exposição de arte popular. Aí, obteve um sucesso inesperado. Em 1937, na Feira Internacional de Paris, o pavilhão português obteve o Grand Prix e a olaria barcelense brilhou, mais uma vez devido ao seu galo.

Estes sucessos foram‑se repetindo: em 1939, na Feira Mundial de Nova Iorque e na Feira Internacional de São Francisco; em 1940, o galo voltou a triunfar na Exposição do Mundo Português, com a sua colocação em lugar bem visível no pavilhão dedicado à vida regional.

créditos: Manuscrito

Foi aquele o momento escolhido para fazer dele, à vista de centenas de milhares de visitantes, nacionais e estrangeiros, o ícone que hoje conhecemos e que representa, muitas vezes, Portugal no estrangeiro. O animal voltaria a estar em destaque em 1947, na inauguração do Museu de Arte Popular, localizado em Belém, continuando, assim, a percorrer o caminho do sucesso. A atestar esta realidade, o Jornal de Barcelos, na sua edição de 2 de abril de 1959, concedia uma parte do seu espaço à transcrição de um telegrama que fora enviado de Paris, a 26 de março de 1959, no qual podia ler‑se: “[O]s galos de Barcelos inundam Paris, anunciando a Primavera. Era a internacionalização do Galo de Barcelos, enquanto marca do turismo português.

Entre os primeiros modelos e aqueles que figuraram na exposição de 1940, a morfologia do Galo de Barcelos evoluiu. Sofreria nova alteração já na década de 1950, período em que surgiu o negro como cor de fundo, que se tornou uma característica do atual galo. O aparecimento do negro deveu‑se à falta de pigmentos químicos durante a Segunda Guerra Mundial e à facilidade de obtenção da tonalidade, utilizando a cola de peixe como veículo e a fuligem das chaminés como pigmento.

Além disso, as técnicas anteriores à década de 30 do século XX não possibilitavam o fabrico de galos com mais de 15 centímetros de altura, sendo as peças dessa época, essencialmente, brinquedos com apito. Deste modo, os primeiros galos vermelhos, grandes e decorativos apareceram a partir dos anos 1930.

A partir da década de 1960, o galo parece ganhar vida própria. Surgem novas versões do animal, como os galos brancos, também conhecidos como «galos de noiva». Pensados pelo escritor e diretor do Palácio de Cristal do Porto, António Pinto Machado, por ocasião da realização dos casamentos de São João, estes objetos foram entregues pela primeira vez em 1961, no almoço realizado nos jardins do palácio. Cada um dos casais de noivos recebeu um galo pintado de branco e dourado, e a decorar as mesas estavam galos pintados da mesma forma e com corações vermelhos. Posteriormente, estes galos desceram até Lisboa para serem ofertados aos noivos de Santo António.

Lançadas as bases por António Ferro, foi já depois da sua morte que o galo ganhou ainda mais força como símbolo nacional. Em 1966, por ocasião da disputa do Mundial de Futebol em Inglaterra, foi a imagem da seleção nacional. No ano de 1974, num programa da estação de televisão italiana RAI, Portugal e o Galo de Barcelos foram as principais atrações.

No período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, o galo continuou a figurar em muitos cartazes de promoção de Portugal enquanto destino turístico. Apesar da mudança de regime, a imagem do país continuava muito similar à do Estado Novo: um país de tradições, de belas paisagens verdes, de sol e praia e, acima de tudo, muito hospitaleiro, graças à simpatia do seu povo.

Já em pleno século XXI, em 2007, a marca de cerveja Sagres, com o intuito de comemorar os 35 anos do lançamento da mini, convidou o ateliê de design Dasein a elaborar um conjunto limitado de rótulos especiais. Um deles tinha o Galo de Barcelos. No ano seguinte, o animal tornou‑se parte da coleção de primavera/verão do estilista Nuno Gama.

A Água do Vimeiro, no ano de 2010, elaborou uma campanha publicitária intitulada Ser Português, em que utilizava símbolos da nacionalidade numa coleção de oito molduras magnéticas. Acompanhando a sardinha, o azulejo, o elétrico, a caravela e a guitarra portuguesa, lá se encontrava o Galo de Barcelos. E, em 2015, a artista plástica Joana Vasconcelos foi convidada a reinterpretar tal símbolo, por ocasião das comemorações oficiais dos 450 anos do Rio de Janeiro. Assim, nasceu o Pop Galo, o símbolo ampliado a uma escala monumental. Com 3,5 toneladas de peso e cerca de dez metros de altura, revestem‑no, aproximadamente, 17 mil azulejos e cerca de 15 mil leds ocupam as superfícies coloridas da obra. Infelizmente, por questões imputadas à cidade brasileira, a obra acabou por não viajar para o outro lado do Atlântico e foi inaugurada em Lisboa, na zona da Ribeira das Naus, em 6 de novembro de 2016, aproveitando o facto de nessa semana ter início a Web Summit. Dali, viajou para Pequim, onde participou nas comemorações do ano chinês do galo, e esteve presente também em Bilbau.

Em dezembro de 2018, foi a vez de Barcelos, cidade que empresta o nome a este símbolo, acolher o Pop Galo. Não deixa de ser interessante que, por essa ocasião, a então secretária de Estado do Turismo tenha referido que “este galo é um dos seus [de Portugal] maiores símbolos, exibindo em todo o mundo as nossas tradições e autenticidades”, acrescentando que se encontrava em preparação uma campanha internacional do turismo português, no âmbito da qual a peça de Joana Vasconcelos seria usada para promover Portugal. Referiu ainda que o galo de Barcelos “é uma das peças mais simbólicas da nossa autenticidade”.

Com as devidas distâncias, não nos parece que o diretor do Secretariado da Propaganda Nacional se opusesse muito a estas declarações e estratégia. Deste modo se construiu um símbolo de Portugal. Não sendo visto como tal, transformou‑se, em função do trabalho de um homem, na representação de um povo, desde tempos remotos.

Fonte: SAPO

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LENDA DO GALO GANHA FORMAS DE BARRO EM BARCELOS

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Tendo como elemento central o barro, os atores do Teatro de Balugas contaram neste fim de semana passado, a Lenda do Galo no Paço dos Condes de Barcelos, modelando personagens, animais e objetos com muito humor à mistura. O trabalho combinou narração, manipulação de formas animadas e música, com os quais foi narrada uma das principais lendas associadas ao Caminho de Santiago. O espetáculo segue agora para a aldeia de Balugães, onde será apresentado brevemente na Igreja Românica de São Martinho, um dos mais importantes pontos de passagem do Caminho Português. A iniciativa da recriação da Lenda do Galo foi promovida pelo Município de Barcelos e continua nos meses de julho, agosto e setembro.

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BARCELOS ACOLHE DUAS EXPOSIÇÕES DE ARTESANATO NA TORRE MEDIEVAL E NO POSTO DE TURISMO

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Entre 6 de junho e 20 de julho, a Torre Medieval e o Posto de Turismo de Barcelos recebem duas exposições que destacam o artesanato local e a cultura popular.

Na Torre Medieval, estará patente a mostra “Alminhas - da Crença à Arte”, uma homenagem ao património identitário do concelho, refletido nas tradicionais alminhas e no Figurado de Barcelos. A iniciativa visa sensibilizar para a importância da preservação destes pequenos altares, enaltecendo a sua expressão artística através dos ofícios locais.

Paralelamente, o Posto de Turismo apresenta “Carlos Figueira: A Magia dos Brinquedos de Madeira”, a primeira exposição individual do artesão barcelense. A mostra inclui peças como galos de Barcelos, carrinhos, aviões, motas, máquinas de construção civil, lambretas e jogos de tabuleiro. O objetivo é despertar a curiosidade das crianças e a nostalgia dos adultos, promovendo o brincar sustentável, criativo e respeitador da natureza.

As exposições podem ser visitadas até 20 de julho. Os horários são os seguintes:

Posto de Turismo: segunda a sexta-feira, das 9h30 às 18h00; sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00; domingos e feriados, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 16h00.

Torre Medieval: segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h30; sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30.

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CELORICO DE BASTO ABRE INSCRIÇÕES PARA A XXVI FEIRA DE ARTESANATO E GASTRONOMIA E MOSTRA DE VINHOS

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Uma das maiores feiras de artesanato e gastronomia, com mais de 150 stands, decorre em Celorico de Basto de 13 a 17 de agosto, a Feira de Artesanato, Gastronomia e Mostra de Vinhos. As inscrições para participar nesta feira estão abertas e decorrem até ao final deste mês de junho.

  Este certame, que tem vindo a afirmar-se como um dos principais eventos do concelho, procura valorizar o artesanato tradicional, promover a gastronomia típica da região, destacar o vinho verde de excelência do concelho e reforçar o papel do turismo cultural e económico no desenvolvimento do território.

A inscrição para stands é feita através de formulário online disponível no site oficial da autarquia (www.mun-celoricodebasto.pt), durante o mês de junho. A seleção dos participantes é da responsabilidade da organização, que se reserva o direito de rejeitar candidaturas que não se enquadrem no âmbito e nos objetivos do evento.

A participação exige consulta das normas que regulamentam esta XXVI Feira de Artesanato e Gastronomia, disponíveis no mesmo site e que deverão ser criteriosamente respeitadas. 

Para mais informações, os interessados poderão contactar os serviços municipais através do telefone 255 320 300 ou do endereço eletrónico cultura@mun-celoricodebasto.pt.

NOVAS CRIAÇÕES ARTÍSTICAS PRESTAM HOMENAGEM AO AZULEJO E BORDADO DE VIANA DO CASTELO

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Desde esta terça-feira que a cidade de Viana do Castelo apresenta um novo conjunto de nove criações artísticas que prestam homenagem ao azulejo e ao bordado tradicional vianense.

A Câmara Municipal de Viana do Castelo promoveu o concurso de criação artística denominado “Coração de Viana” com a finalidade de fomentar a criação de peças de arte pública. As peças desenvolvidas valorizam, celebram e reinterpretam a tradição de azulejaria e do bordado de Viana do Castelo, certificado e absolutamente singular, e vão ficar expostas em diversos espaços urbanos.

Este concurso inseriu-se na programação cultural da VIII Capital da Cultura do Eixo Atlântico 2025.

AZULEJARIA

“TILE a Story”

Esta proposta pretende ser uma fusão entre o património azulejar com a identidade própria da cidade de Viana do Castelo e alguns dos seus símbolos, paisagens, ambientes e história. Primeiro importa explicar o nome da proposta. TILE a Story é um Tell a Story sobre o azulejo (tile). É nos livros que se encontram as histórias e esta é a história da proposta. A proposta assenta na criação para produção de um novo azulejo 15x15 cm, desenhado propositadamente para o concurso, que assume uma determinada padronização para ganhar uma forma concreta.

Telmo Roriz, 1.º prémio na categoria - Azulejaria

Local: Junto da Biblioteca Municipal

Banco à Vela

A peça de mobiliário urbano "Banco à Vela" celebra a riqueza cultural e histórica de Viana do Castelo, unindo a tradição dos azulejos portugueses à identidade naval da região. Concebido para acolher entre 4 a 5 pessoas, este banco assume a forma simbólica de um barco com uma vela, remetendo para as embarcações tradicionais dos pescadores vianenses.

Jorge Miguel de Freitas da Silva Rodrigues, 2.º prémio na categoria - Azulejaria

Local: Junto da Estátua de João Alvares Fagundes

O LEGADO

Este painel cerâmico foi concebido para ser colocado à saída do Museu de Artes Decorativas e representa uma reflexão sobre a nossa “pegada cultural”. É inevitável que partes do nosso património e memórias sejam apagadas, no entanto, o caminho que trilhamos terá repercussões na nossa cultura.

Maria Grácia Cordeiro da Costa, 4.º prémio na categoria - Azulejaria

Local: Parede exterior do Museu de Artes Decorativas – Rua General Luís do Rego

Azulejos Bordados de Sentimentos

A obra "Azulejos Bordados de Sentimentos" é uma peça de arte pública que entrelaça memória, tradição e inovação, transformando espaços urbanos em narrativas visuais vivas.

Maria Cristina Da Rocha Amorim Pimenta Martins, 5.º prémio na categoria - Azulejaria

Local: Museu do Traje

Obelisco

Uma difícil escolha ter que selecionar dentre as inúmeras manifestações artísticas da arte azulejar, alguma que pudesse refletir o que ao meu ver representa Viana, esclarece a artista.

Rebecca Laura Gouveia Gabino, 6.º prémio na categoria - Azulejaria

Local: Largo de São Domingos – Museu de Artes Decorativas

BORDADO DE VIANA DO CASTELO

Memórias Suspensas é uma instalação artística que homenageia o bordado tradicional de Viana do Castelo através de uma abordagem contemporânea e imersiva.

José Teibão, 1.º prémio na categoria - Bordado de Viana

Local: Antigos Paços do Concelho – piso 1

Arco apresenta-se como uma criação inspirada nos Bordados e nos gradeamentos que embelezam as varandas de Viana.

Vanda Sofia Carvalhais Balinha, 2.º prémio na categoria - Bordado de Viana

Local: Porta Mexia Galvão

Bordado de Viana

A intervenção pretende ser uma homenagem ao tradicional bordado de Viana do Castelo, representado de forma criativa ao longo da vedação do parque infantil da Marina.

Susana Sofia Loureiro Eiras do Rosário, 3.º prémio na categoria - Bordado de Viana

Local: Parque Infantil da Marina

Coração de Viana

Coração Viana - Trabalho realizado em baixo relevo com a técnica de Raku.

Agostinho Cunha, 5.º prémio na categoria - Bordado de Viana

Local: Exterior do Centro Cultural de Viana do Castelo

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MUNICÍPIO DE PONTE DE LIMA PROMOVE A EXPOSIÇÃO 'OS MAIOS'

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Ponte de Lima é referência a nível nacional e internacional pela singularidade do seu património, mas também pela sua cultura, tradições e costumes.

A Exposição d’Os Maios no centro histórico da vila assenta na comemoração e valorização das nossas tradições e costumes e atrai turistas e visitantes a Ponte de Lima, que lisonjeiam a forma peculiar e entusiasta de manter vivas as tradições do território.

É importante valorizar este legado de costumes especiais, tão identitários do nosso concelho, sendo estas comemorações e tradições que elevam Ponte de Lima para um pertinente patamar de distinção.

É com muita satisfação e orgulho que o Município de Ponte de Lima dá continuidade a esta celebração em conjunto com as Juntas de Freguesia, Escolas, IPSS’s e outras entidades do Concelho.

Assim, convida-se a visitarem a Exposição "Os Maios" entre os dias 1 e 7 de maio no exterior do edifício dos Paços do Concelho.

Podem contemplar a criatividade, a forma diversificada de elaboração e imaginação de todos os "Maios" presentes, elaborados pelas diferentes entidades do concelho.

BARCELOS: TORRE MEDIEVAL E POSTO DE TURISMO MOSTRAM ARTESANATO BARCELENSE

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São inauguradas, no próximo sábado, mais duas exposições de artesanato de autores barcelenses. Com abertura de portas marcada para as 16h00, a Torre Medieval acolhe “Minho, minh’Alma", composta por trabalhos de Cristiana Sá, bem demonstrativos da sua criatividade. No Posto de Turismo, Júlia Martins e Sérgio Pereira apresentam uma coleção de artefactos sob a designação “A arte de entrelaçar o vime”.

As duas exposições vão estar patentes ao público, até ao dia 25 de maio.

“A arte de entrelaçar o vime” por Júlia Martins e Sérgio Pereira

No Posto de Turismo, a exposição “A arte de entrelaçar o vime” pretende vincar que o concelho de Barcelos continua a ter uma expressão bastante importante na área da cestaria grossa, artesanato, firmado numa identidade e vitalidade muito próprias, em contraponto com o que tem sucedido em algumas regiões do país, que se verifica o quase total desaparecimento deste ofício.

Os artesãos - Júlia Martins e Sérgio Pereira - mostram os seus trabalhos em cestaria dos quais irradia a capacidade criativa, a qual fez com que as suas produções bem como os materiais que usam ganhassem novas formas e novos contextos, conferindo às peças que produzem contemporaneidade e enquadramento na sociedade atual.

“Minho, minh’Alma” por Cristiana Sá

Na Torre Medieval, a artesã, Cristiana Sá, apresenta “Minho, minh’Alma, uma exposição que reúne alguns dos seus trabalhos de cariz religioso e profano, tendo como maior inspiração as suas raízes. São peças artesanais vibrantes e de grande qualidade, que retratam um território, as suas tradições, usos e costumes, mas, acima de tudo, sentimentos.

Nesta exposição, percebe-se a competência de Cristiana Sá na área das artes plásticas, e das suas peças emana a intensa alma do Minho, uma terra cheia de cor, alegria, festa e saudade.

Ambas as exposições vão estar patentes até ao dia 25 de maio. No Posto de Turismo, de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 18h00; aos sábados, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00, e aos domingos e feriados, das 10h às 13h e das 14h às 16h. Na Torre Medieval, de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h30; aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30.

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MUNICÍPIO DE FAMALICÃO CELEBRA DIA DO ARTESÃO

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O Município de Vila Nova de Famalicão celebra no próximo dia 19 de março, o Dia do Artesão, com um conjunto de iniciativas que vão decorrer na Casa de Esmeriz.

As celebrações arrancam às 16h00, com um concerto de cordas da ARTAVE protagonizado interpretado por Leonor Sá [violino], Leonor Freitas [violino], Margarida Almeida [viola], Carolina Rasteiro [violoncelo] e supervisionado por José Ricardo Reis. Segue-se a inauguração da exposição “Mãos que Tocam”, da autoria de Joaquim Rodrigues e Rui Costa, que visa exibir os materiais usados e as diferentes fases de construção de instrumentos musicais de cordas. Decorrerá, também, uma conversa com o luthier famalicense Rui Costa e, por fim, o concerto Casa de Esmeriz Ensemble”, protagonizado por André Amaro (violoncelo), Carlos Carneiro (guitarra), Duarte Faria (violino) e Rui Costa (violino).

O evento terminará com um Verde de Honra.

A entrada é livre.