ARCOS DE VALDEVEZ: CASA TÍPICA DO SOAJO EM 1938
Pormenor da fachada principal duma casa do Soajo, destacando-se a escadaria, com um pequeno portão, e o alpendre de pedra assente sobre colunelos.
Fonte: Arquivo Municipal do Porto
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Pormenor da fachada principal duma casa do Soajo, destacando-se a escadaria, com um pequeno portão, e o alpendre de pedra assente sobre colunelos.
Fonte: Arquivo Municipal do Porto
A Confraria do Bom Jesus do Monte, em Braga, tem patente ao público a exposição ‘Raul Lino – Arquitetura e Património no Bom Jesus’, a decorrer no Centro de Memórias do Bom Jesus do Monte.
A mostra será inteiramente dedicada ao trabalho realizado por Raul Lino no Bom Jesus do Monte.
O arquiteto, que viveu nos séculos XIX e XX, projetou mais de 700 obras, entre as quais a Casa dos Patudos em Alpiarça, o Cinema Tivoli em Lisboa, o edifício dos Paços do Concelho de Sintra e o Pavilhão do Brasil na Exposição do Mundo Português em 1940.
Devido ao fato de ter conseguido articular a tradição portuguesa com as correntes inovadoras do século XX no domínio da arquitetura, é considerado uma personalidade única no panorama das artes em Portugal.
Arcos de Valdevez acolheu nos dias 19, 20 e 21 de Maio o II Encontro Internacional da Rede Horrea, constituída por Associações e Investigadores de Portugal e Espanha, que tem desenvolvido um trabalho de estudo e divulgação do património associado às construções de armazenagem de colheitas - celeiros elevados – em Portugal conhecidos como espigueiros ou canastros, e outras tipologias similares (caniços, canastros de varas, sequeiros, palheiros ou casas da eira).
Cerca de 70 participantes debateram o património associado a estas construções e aos seus valores materiais e imateriais, bem como metodologias para o seu inventário, salvaguarda e valorização, tendo ainda neste II Encontro Internacional sido apresentadas propostas para a formalização da Rede Horrea como Associação Internacional que abarcará associados institucionais e individuais, e que terá como principal objectivo a elaboração do processo de candidatura dos celeiros elevados a uma declaração como Património Imaterial pela UNESCO.
Do programa deste encontro científico, que contou com o apoio do Município de Arcos de Valdevez, constaram reuniões com representantes de diversos organismos (nomeadamente vários Municípios portugueses, Direcção Regional da Cultura do Centro, e Ministério de Cultura de Espanha) e foram proferidas diversas palestras por especialistas de Portugal, Galiza, Astúrias, Cantabria e Leon que abordaram temas como a classificação tipológica dos espigueiros (/hórreos), os valores imateriais associados a estas estruturas, metodologias de inventário e restauro, e ainda possibilidades para a sua integração em programas de dinamização local e regional, nas vertentes turística e cultural.
Durante as sessões foram ainda exibidos os documentários “Das Arquitecturas Tradicionais” (produzida pela AO Norte para a CIM Alto-Minho, e realizada por Carlos Eduardo Viana) e “Maestros del Horreo Asturiano” (dedicada ao registo dos conhecimentos e actividades dos mestres carpinteiros e marceneiros que ainda se dedicam à construção e restauro de hórreos nas Astúrias). Foi também apresentada a coleção de 5 livros “Parque Nacional Peneda-Gerês, Ambiente e Tradição”, tendo o autor Ricardo Prata proferido uma palestra dedicada ao fascículo sobre o Soajo.
Neste II Encontro Internacional também foi possível assistir e registar a execução de canastros de varas - uma tipologia de celeiro muito comum em algumas aldeias do concelho arcuense, e concelhos vizinhos - a qual se integrou num Workshop realizado no Campo do Trasladário e no Jardim dos Centenários, onde além de se ter executado pelos artesãos Armando Carriça e Manuel Freitas um caniço com recurso aos materiais e técnicas tradicionais (base em vigas de madeira, estrutura da câmara em técnica entrelaçada tipo cestaria de varas, e cobertura em colmo), foi ainda explorada por Rafael Freitas a possível construção de um modelo similar, mas com recurso a materiais reciclados.
O evento foi complementado com a realização de duas visitas aos relevantes conjuntos de espigueiros desta região transfronteiriça, nomeadamente à freguesia de Sistelo, classificada como Paisagem Cultural e Monumento Nacional, numa visita guiada por Fernando Cerqueira Barros onde se abordou a relação da paisagem agrária construída em socalcos que possibilitaram a cultura de regadio para o cultivo do milho maiz, trazido das américas no séc.XVI, e que sobretudo a partir do séc.XVII está intimamente relacionado com a proliferação de espigueiros nesta região; factores que levaram vários investigadores, entre eles Orlando Ribeiro, a apelidar este processo de “Revolução do Milho”; e à área do vale do Lima, tendo sido visitadas as eiras, espigueiros e o relevante conjunto de bases de canastros de varas existente em Vilarinho do Souto (Ermelo); no Soajo o grupo visitou o Centro Interpretativo e Etnográfico, analisando os diversos conteúdos sobre património material e imaterial existentes, tendo posteriormente percorrido os diversos conjuntos de espigueiros dispersos na vila, culminando na insubstituível visita à Eira do Penedo, onde se localiza o relevante conjunto de 24 espigueiros construídos integralmente em granito, classificados desde 1983 como Imóvel de Interesse Público.
Decorreram ainda visitas e oalestras na aldeia do Lindoso (Ponte da Barca) e na aldeia galega do Puxedo (Lobios).
A Confraria do Bom Jesus do Monte, em Braga, anunciou que se encontra em fase de preparação e instalação a exposição “Raul Lino – Arquitetura e Património no Bom Jesus” que vai ser inaugurada, às 18h00, a 02 de junho.
“A abertura da exposição decorre no Centro de Memórias do Bom Jesus do Monte”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
A mostra será “inteiramente dedicada ao trabalho realizado por Raul Lino no Bom Jesus do Monte.
O Arquiteto, que viveu nos séculos XIX e XX, assinou mais de 700 obras, entre as quais o Teatro Tivoli (Lisboa), o edifício dos Paços do Concelho (Sintra) e o sanatório Sousa Martins (Guarda).
LFS / Agência Ecclesia
II Encontro Internacional Rede Horrea estuda e valoriza espigueiros
19, 20 e 21 de Maio em Arcos de Valdevez
Entre os dias 19 e 21 de maio, Arcos de Valdevez acolhe o II Encontro Internacional da Rede Horrea, organizado pelo Grupo Horrea, um grupo de estudo e investigação em torno dos espigueiros da Península Ibérica, em colaboração com a Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, que englobará reuniões de trabalho, palestras, visitas, bem como a exibição de documentários.
Nesta edição, a organização realizará um workshop de construção de canastros de varas, em duas sessões, que será um interessante momento de partilha e transmissão de conhecimento desta técnica construtiva em desaparecimento, e tão comum no concelho de Arcos de Valdevez, com grandes concentrações de canastros deste género em Vilarinho do Souto e de Vilar de Suente, entre outros.
Para além do estudo deste património vernacular de grande importância, com a realização deste congresso é também intenção da organização formalizar a Rede Horrea, abranger novos parceiros e definir os próximos passos da elaboração da Candidatura à UNESCO das várias tipologias de espigueiros europeus, sobretudo ibéricos.
II ENCONTRO INTERNACIONAL REDE HORREA
19 a 21 de Maio de 2023
Arcos de Valdevez, Portugal
PROGRAMA
Sexta-feira, 19 de maio de 2023
15h00 - 15h30
Receção dos Participantes
Local: Auditório do Posto de Turismo de Arcos de Valdevez
15h30 - 18h00
Sessão de Apresentação do Projeto “Rede Horrea” e Reunião de Trabalho com a colaboração de representantes de instituições e associações convidadas e de todos os participantes do II Encontro Internacional da Rede Horrea
Local: Auditório do Posto de Turismo de Arcos de Valdevez
15h30 - 18h00
Workshop de Construção de Cestos de Varas - 1ª Sessão
Local: Campo do Transladário, Arcos de Valdevez
18:00 - 19:00
ATO SOLENE - II Encontro Internacional da Rede Horrea – Intervenção dos Representantes das Entidades Públicas Locais, Regionais e Nacionais presentes
Local: Auditório do Posto de Turismo de Arcos de Valdevez
SÁBADO, 20 de maio de 2023
9h00 - 9h30
Palestras do II Encontro Internacional Rede Horrea – Sessão de Abertura
Local: Auditório da Casa das Artes em Arcos de Valdevez
9h30 - 13h00
palestras
9h30 - Víctor Manuel Suárez García (Associação de Amigos do Celeiro Asturiano)
9h55 - O Celeiro Galego trala chegada do millo americano
Carlos Regueira (APATRIGAL)
10h20 - Os conteúdos imateriais do Celeiro Galego
Xosé María Lema Suárez (Professor de Xeografia e História)
10h45 - O Hórreo em León (Espanha)
Eloy Algorri García (Pesquisador)
11h10 - Projeto de Reconstrução do Hórreo Cantabro S.XVII
José Francisco Fernández Silio (AMHOCAN)
11h35 - Alma da Floresta
Fernando Mora (Associação dos Amigos do Celeiro Asturiano)
12h00 - Desafios para a valorização do Património Rural: cartografia e reabilitação de dois celeiros elevados na Região Centro de Portugal
Alice Tavares Costa (APRUPP)
12h30 – Debate
10h00 - 13h00 - Workshop de Construção de Cestos de Varas - 2ª Sessão
Local: Jardim dos Centenários, Arcos de Valdevez
13:00 - 15:00 - Intervalo para almoço
15h00 - Partida de Arcos de Valdevez - 1º dia de visitas
15:30 - 18:30 - Visita à aldeia de Sistelo - Paisagem Cultural (Sítio de Interesse Nacional/Monumento Nacional)
Centro Interpretativo da Paisagem Cultural de Sistelo; Núcleos Espigueiros; Socalcos para o cultivo de milheto
Visita guiada por Fernando Cerqueira Barros (CEAU/FAUP; APATRIGAL)
18h30 - 19h00 – Passeio Sistelo até Arcos de Valdevez
19h00 às 21h00 – Intervalo para almoço
21h00-12h00 – Sessão de Documentários e Apresentação do Livro
21h00 - PNPG: Ambiente e Tradição
Apresentação pelo Arqº Ricardo Prata da coleção de 5 fascículos sobre o Património Edificado e Imaterial do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Exibição de Registos Documentais e trechos da série “O Povo que Canta” de Michel Giacometti, baseada na edição da Soajo.
21h30 - Das Arquiteturas Tradicionais (33’; 2021)
Apresentação do Diretor Carlos Eduardo Viana
22h15 - Mestres do Espigueiro Asturiano (66’; 2022)
Apresentação do Produtor Fernando Mora Rodríguez
23h30 – Debate
DOMINGO, 21 de maio de 2023
8h30 - Partida de Arcos de Valdevez - 2º dia de visitas
9h00-10h00 - Visita à aldeia de Vilarinho do Souto (Ermelo)
Conjuntos de Eiras de Mallar, Espigueiros e Canastros de varas
10h30 - 12h00 - Visita à Vila do Soajo
Centro Interpretativo e Etnográfico da Eira do Penedo e Conjunto de Espigueiros Eira do Penedo (Interesse Público Imóvel)
12:00 - 13:30 - Intervalo para ou xantar
14h00 - 14h30 - Visita à aldeia de Parada do Lindoso (Ponte da Barca) - Espigueiros na Eira da Portela da Leija
Apresentação do Arquiteto António Menéres (da Equipa do Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa, 1955/61)
14h45 - 15h30 - Visita ao Conjunto de Espigueiros de Lindoso (Ponte da Barca) - (Imóveis de Interesse Público)
16h00 - 18h00 - Visita à aldeia de Puxedo (Lobios, Galiza)
Ecomuseu do Pan do Xurés; Eiras de Mallar, Forno Comunitário e Conjunto de Canastros
18h00 - 19h00 - Regresso a Arcos de Valdevez
Os dois melhores alunos dos cursos de Belas Artes e de Arquitetura, da Universidade do Porto, no ano letivo 2021/2022, Carlota Jardim e Gabriel Weber, respetivamente, foram distinguidos hoje, dia 12 de maio, com os Prémios Viana de Lima - Câmara Municipal de Esposende, em cerimónia realizada no Fórum Municipal Rodrigues Sampaio, em Esposende.
A décima edição dos Prémios Viana de Lima fica marcada pela inauguração da exposição “10 anos - Fundo Viana de Lima”, patente no edifício dos Paços do Concelho, assinalando uma década de vigência do protocolo (formalizado em 2010 e em vigor desde 2014) entre a Câmara Municipal de Esposende e a Universidade do Porto, dando cumprimento à vontade, expressa em testamento, do Arquiteto Alfredo Evangelista Viana de Lima.
De acordo com o estipulado, o Município de Esposende assegura a gestão da Casa das Marinhas, da autoria de Viana de Lima e propriedade da Universidade do Porto, e distingue, anualmente e por um período de 30 anos, os dois melhores alunos dos cursos de Arquitetura e de Belas Artes, sendo que, findo esse prazo, o imóvel passa a ser propriedade da Câmara Municipal. Os prémios, no valor unitário de 2000 euros, constituem, assim, uma homenagem aos filhos de Viana de Lima, Sílvia e Alexandre, estudantes de arquitetura e de pintura, respetivamente, que pereceram num acidente de viação.
“É com enorme alegria e sentido de compromisso que, ano após ano, voltamos a homenagear a memória e o gesto do Arquiteto Viana de Lima”, afirmou na sessão o Presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, assinalando que “estes prémios constituem uma forma de incentivar os estudantes de Arquitetura e de Belas Artes a serem cada vez melhores e a inspirarem-se naqueles que ousaram pensar e, acima de tudo, agir e fazer diferente”.
Felicitou os distinguidos desta edição, a quem desejou sucesso no percurso profissional, notando que o seu sucesso contribuirá para valorizar as suas obras, bem como os demais trabalhos que integram o Fundo Viana de Lima. Conforme estabelecido no protocolo, os premiados oferecem uma obra/trabalho da sua autoria para integrar o Fundo Viana de Lima, sendo que Carlota Jardim ofereceu a tela “Tromba d´óleo – 2022” e Gabriel Weber o trabalho “474 Jacaré Copacabana - O projeto de uma linha”.
Em jeito de balanço, Benjamim Pereira referiu que, ao longo da última década, visitaram a Casa das Marinhas “mais de 3000 pessoas, desde estudantes de arquitetura de todo mundo, ao simples curioso de uma arquitetura invulgar dos anos 50”. Lembrou que a Casa das Marinhas, Monumento de Interesse Público desde 2012, integra a organização internacional Fundação DOCOMOMO (Documentação e Conservação da Arquitetura e Urbanismo do Movimento Moderno) e deu nota da assinalável dinâmica resultante da colaboração com a Universidade do Porto, a quem agradeceu a parceria.
Na mesma linha, o Vice-Reitor da Universidade do Porto, Pedro Costa saudou a colaboração entre as duas instituições, na medida em que “garante a preservação e valorização do património de um património arquitetónico ímpar, bem como a sensibilização das novas gerações de estudantes para a genialidade do Arquiteto Alfredo Viana de Lima”. Neste contexto, realçou o “trabalho do Município na conservação e musealização da Casa das Marinhas, da qual ressalto a modernidade e a originalidade de Viana de Lima”. Afirmou que “a autarquia tem cumprido com elevação o seu compromisso de preservar o património arquitetónico que valoriza o Município de Esposende e eterniza quer o talento de Viana de Lima quer a importância histórica da chamada ‘Escola do Porto’”. Felicitando os alunos premiados, Pedro Costa referiu que “é um dia feliz quando podemos reconhecer publicamente o mérito dos nossos estudantes, porque é reconhecer também o mérito da Universidade do Porto”.
Em representação da Faculdade de Arquitetura, Filipa Guerreiro, Vogal do Conselho Executivo, expressou palavras de congratulação aos alunos distinguidos e agradeceu “o empenho e a qualidade com que a Câmara Municipal de Esposende tem levado a cabo este compromisso de salvaguardar a obra em memória do Arquiteto Alfredo Viana de Lima e dos seus filhos”. Filipa Guerreiro teceu elogios ao percurso académico do aluno premiado, Gabriel Weber, destacando o seu olhar sobre a arquitetura, saudando igualmente a aluna de Belas Artes distinguida.
A Diretora da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Lúcia Matos, reiterou “o impacto e a importância” dos Prémios Viana de Lima, considerando a distinção relevante, porque “premeia e, ao mesmo tempo, abre portas”, tanto ao nível de estudos de doutoramento como de carreiras artísticas. Agradeceu, por isso, ao Município, por garantir a atribuição dos Prémios e, em jeito de desafio, sugeriu que a cerimónia possa ocorrer na icónica Casa das Marinhas, a qual que “estabelece um entendimento entre as artes da pintura e da arquitetura”.
Pela proximidade que manteve com a família Viana de Lima, Sérgio Fernandez, Professor Jubilado da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, é um profundo conhecedor da Casa das Marinhas, edificado que considera “um ensinamento insubstituível” que muitos alunos de arquitetura têm tido a oportunidade de visitar. “É uma joia que é necessário preservar, ação que tem sido cumprida pela Câmara Municipal Esposende”, afirmou. A propósito dos Prémios Viana de Lima, Sérgio Fernandez felicitou o aluno premiado em arquitetura e saudou o Município por manter “esta colaboração fundamental para o ensino da arquitetura em Portugal”.
Em jeito de retrospetiva, Domingos Loureiro, Professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, aludiu aos alunos premiados nesta disciplina e realçou “o papel da atribuição destes Prémios como exemplo de qualidade dos autores e um momento de transformação na sua vida”.
Carlota Jardim e Gabriel Weber expressaram a sua satisfação pelo reconhecimento atribuído, agradecendo quer à Câmara Municipal e à Universidade do Porto, quer aos professores e aos familiares e amigos.
A sessão de entrega dos Prémios Viana do Lima incluiu a apresentação de um filme sobre o arquiteto Viana de Lima e um momento musical, protagonizado por Diogo Zão (piano) e Ernesto Clemente (barítono), com interpretação de três canções dedicadas a maio e à Primavera. O público presente na sessão teve, ainda, oportunidade de ver o tapete de junco que irá integrar a Casa das Marinhas e que foi confecionado no âmbito do trabalho que o Município tem vindo a promover para fomentar a arte do artesanato do junco, contrariando o seu desaparecimento, e promovendo a cesta de junco Forjães.
Quarta edição do prémio de arquitetura promovido pela autarquia.
Estão abertas as candidaturas para a quarta edição do Prémio Januário Godinho, promovido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão com o objetivo de promover a salvaguarda e valorização do património edificado.
Os interessados têm até ao dia 12 de junho para submeter a candidatura. Podem participar todas as entidades privadas que tenham promovido intervenções de reabilitação em 2021 e 2022 em qualquer edifício localizado nas áreas de reabilitação urbana do concelho ou, no caso das restantes áreas do território famalicense, em edifícios com idade igual ou superior a 30 anos.
O prémio é de frequência bienal e tem um valor pecuniário de 7 mil euros – 2 mil para o promotor da obra e 5 mil para a equipa projetista. O regulamento e a ficha de inscrição encontram-se disponíveis para consulta e download em www.famalicao.pt/premio-januario-godinho.
Recorde-se que o Prémio Januário Godinho foi criado em 2017 com o objetivo de promover a salvaguarda e valorização do património edificado, assim como promover a divulgação do trabalho desenvolvido por projetistas, construtores e promotores.
A reabilitação do Palácio da Igreja Velha, em Vermoim, foi a obra vencedora da primeira edição do prémio. O projeto de arquitetura foi da responsabilidade do gabinete VISIOARQ arquitetura, tendo como co-autores os arquitetos Vicente Gouveia, Nuno Poiarez, Pedro Afonso. A promoção da obra ficou a cargo da empresa Vetor Predileto Unipessoal. A reabilitação da “Casa Serafim e Esperança Oliveira”, no centro de Vila Nova de Famalicão, venceu a segunda edição da iniciativa. O projeto de arquitetura foi da responsabilidade do Atelier 15 Arquitetura, Lda. Os co-autores do projeto foram os arquitetos Sérgio Fernandez e Alexandre Alves Costa. A obra foi executada por Construções Silvério & Filho e promovida por Vítor Serafim Pereira Oliveira. A reabilitação e ampliação da moradia Quinta de São Tiago foi a obra vencedora da terceira edição. O projeto de arquitetura da obra foi da responsabilidade do gabinete NOARQ, NO Arquitetos Lda., tendo como autor o arquiteto José Carlos Nunes Oliveira. A promoção da obra ficou a cargo da empresa MT & Costa Sociedade Imobiliária, Lda. e a construção a cargo da empresa Henrique Cunha, Lda.
Recorde-se que Januário Godinho, figura incontornável da arquitetura moderna portuguesa, nasceu a 16 de agosto de 1910 no concelho de Ovar. Arquiteto eminentemente moderno, demarca-se dos seus pares, pela importância que prestou à tradição, ao contexto e ao património edificado, em toda a sua obra. A vasta obra que Januário Godinho deixou no nosso território e a sua sensibilidade no equilíbrio entre novo e tradição, constituem ensinamentos que merecem ser difundidos e homenageados através deste Prémio.
Da obra deixada em Vila Nova de Famalicão por Januário Godinho destaca-se o edifício dos Paços do Concelho e o antigo Tribunal; na freguesia de Antas o edifício para o Banco Português do Atlântico (1953); na freguesia de Brufe a casa Afonso Barbosa (1940-42); na freguesia do Louro várias construções na Quinta de Seara, propriedade do banqueiro Artur Cupertino de Miranda, o mercado, a igreja, a Casa do Povo, o centro paroquial e o cemitério. Na freguesia de Requião, cujo promotor foi o industrial Manuel Gonçalves, destaca-se o projeto da Casa Manuel Gonçalves, a Quinta de Compostela e a Têxteis Manuel Gonçalves.
Apontados de rascunho de carta dirigida a José Morgado sobre a região de Valença e Paredes de Coura e relato de caso clínico com data de 14 de Outubro de 1939.
Fonte: Universidade do Porto
Iniciativa promovida pelo Município é dinamizada pelo investigador Eduardo Pires de Oliveira
“Braga é uma Cidade a descobrir e, sobretudo, a redescobrir. Por essa razão concebemos um curso teórico e prático, onde na parte teórica passamos a informação mais recente sobre o barroco de Braga e do Minho bem como o conhecimento sobre o nosso vulto maior, André Soares. Já nas aulas práticas valorizamos sobretudo uma nova maneira de olhar as obras, de modo a que cada aluno possa aproveitar de forma totalmente inovadora o que aprende nas aulas teóricas.” É desta forma que o investigador Eduardo Pires de Oliveira descreve a acção de capacitação em ‘Património Artístico e Arquitectónico Bracarense’, que está a orientar e que está a decorrer ao longo do mês de Março, envolvendo cerca de 15 formandos.
A formação é promovida pelo município de Braga e insere-se no âmbito do Ciclo de formações SABER⟷FAZER: Património Artístico e Arquitectónico Bracarense, que dá continuidade ao plano de acção da Estratégia Cultural de Braga 2020-2030.
Esta acção incide especificamente no período histórico-artístico do “Tardobarroco e Rococó” e nos espaços patrimoniais bracarenses mais representativos desse período e tem percorrido vários espaços emblemáticos da cidade como a Avenida Central; a Igreja e Convento dos Congregados; a Praça Municipal, Igreja da Misericórdia e o Bom Jesus do Monte.
De acordo com a formanda, Rita Barros, “está a ser um privilégio poder aprender pormenores da História material e imaterial da cidade com o Prof. Eduardo Pires de Oliveira. O maior apoio que o Município pode garantir às empresas do sector do Turismo é, efectivamente, conhecimento aprofundado da cidade, para que quem faz a ponte com os visitantes possa fazer o melhor trabalho possível.”
A formação que termina no final do mês teve como destinatários agentes turísticos, profissionais do sector do turismo cultural, agentes e entidades do sector cultural e criativo que intervenham neste campo. A acção tem como objectivo apoiar a capacitação dos agentes turísticos, dos profissionais do sector do turismo cultural, bem como dos agentes ou entidades do sector cultural e criativo que intervenham neste campo, visando uma crescente valorização do património cultural e a qualificação do turismo cultural bracarense.
As sessões são dinamizadas por Eduardo Pires de Oliveira, reconhecido investigador do período, com inúmeras publicações dedicadas ao tema e período. Além de Doutorado em História de Arte na Faculdade de Letras da Universidade do Porto com o tema “André Soares e o rococó do Minho” (2012) é, também, Investigador integrado do Instituto de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Académico correspondente da Academia Nacional de Belas Artes.
O Arquiteto Francisco Manuel Marques Franco é natural de Viana do Castelo. Fez o curso de formação Carpinteiro Marceneiro e complementar de Construção Civil na Escola Industrial e Comercial de Viana do Castelo.
É licenciado pela Escola Superior de Artes do Porto e pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa.
Fonte: Centro Português de Fotografia
Aspeto geral de um prédio na Rua Cardeal Saraiva, em frente à fachada meridional da Igreja Paroquial de Ponte de Lima, vendo-se duas mulheres à varanda e uma criança sentada num degrau do piso térreo. Data de 1938.
Fonte: Arquivo Municipal do Porto
Fonte: Vieira, José Augusto. Ilustração: Almeida, João de. O Minho Pittoresco. Livraria António Maria Pereira. 1886
O elevado potencial de exploração científica e turístico-cultural dos recursos patrimoniais, especialmente evidenciados num notável conjunto de sítios arqueológicos, leva a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira a formalizar um protocolo de colaboração com a Universidade do Minho (UM), com o intuito de delinear e concretizar o desenvolvimento científico e estudo, a salvaguarda e valorização do património do concelho cerveirense.
De acordo com o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, este protocolo resulta de “um desejo comum de implementar formas consolidadas de colaboração, que satisfizessem simultaneamente os interesses de investigação e ensino da UM e os interesses de proteção, conservação e valorização do património arqueológico e arquitetónico de Vila Nova de Cerveira, numa perspetiva de qualificação e promoção do desenvolvimento do concelho”. Rui Teixeira afirma que a opção pela Universidade do Minho assenta “na reconhecida capacidade científica e técnica na área da Arqueologia e do Património, sustentada por experiências em projetos de investigação, de valorização e de divulgação de sítios e monumentos arqueológicos e arquitetónicos e de paisagens fortificadas”.
Na prática, esta cooperação entre o Município de Vila Nova de Cerveira e a Universidade do Minho poderá assumir o intercâmbio de especialistas, incluindo docentes, investigadores e técnicos, tendo em vista o fomento de atividades de estudo, investigação e fornecimento de serviços; a realização de trabalhos arqueológicos e peritagens especializadas; e a colaboração na realização de estágios dos alunos da UM; além de outras realizações de interesse mútuo a acordar entre ambas as instituições.
Reabilitação e ampliação da Quinta de São Tiago é a obra vencedora da terceira edição do prémio
O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, convida os órgãos de comunicação social para a entrega do Prémio Januário Godinho, marcada para a próxima segunda-feira, dia 21 de novembro, às 17h30, nos Paços do Concelho.
Recorde-se que a reabilitação e ampliação da moradia Quinta de São Tiago, em Vila Nova de Famalicão, é a obra vencedora da terceira edição do Prémio Januário Godinho, promovido pela autarquia famalicense com o objetivo de promover a salvaguarda e valorização do património edificado.
O projeto de arquitetura da obra foi da responsabilidade do gabinete NOARQ, NO Arquitetos Lda., tendo como autor o arquiteto José Carlos Nunes Oliveira. A promoção da obra ficou a cargo da empresa MT & Costa Sociedade Imobiliária, Lda. e a construção a cargo da empresa Henrique Cunha, Lda.
Com o valor de 7 mil euros, o prémio divide-se em 2 mil euros para o promotor e 5 mil euros para a equipa projetista.
Composto por dois pisos, o edifício apresenta uma matriz tradicional, com as características da região. De construção em blocos de granito e cobertura de águas em telha cerâmica, a casa muro com a rua adjacente apresenta um alçado embasado a granito com gateiras, janelas no piso superior e um pequeno painel de azulejo com a inscrição “Quinta de São Tiago”. O acesso faz-se através de um telheiro, a partir do qual se acede a um espaço exterior que distribui para os vários acessos ao interior da habitação e também para o jardim e zona de lazer. No interior, os espaços sucedem-se num contínuo visual em que a materialidade da preexistência é exposta nas partes comuns e mantida em toda a envolvente do edifício. As duas ampliações, a nascente e a poente, adotam linguagens diferentes, recorrendo a materiais como a pedra e madeira, e as volumetrias assumem o telhado de duas águas.
O prémio foi atribuído por unanimidade pelo júri da iniciativa que fala numa obra “meritória e bem conseguida”.
Ponte de Lima acolhe, em 2023, cerimónia de atribuição do Prémio Gonçalo Ribeiro Telles, Arquitetura e Paisagem
A vila de Ponte de Lima irá acolher, no próximo ano, a cerimónia de entrega do Prémio Gonçalo Ribeiro Telles, Arquitetura e Paisagem, uma decisão tomada unanimemente pelo júri do prémio.
O Prémio Gonçalo Ribeiro Telles é uma iniciativa da Causa Real em conjunto com a família Ribeiro Telles, o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, a Ordem dos Engenheiros, a Universidade de Évora e a Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas, que pretende anualmente homenagear a visão do Professor Gonçalo Ribeiro Telles, premiando personalidades que se tenham destacado nas áreas do ambiente e da paisagem e com percursos de vida ligados ao serviço cívico.
Para a cerimónia de atribuição do Prémio relativo à edição de 2022, o júri deliberou, por unanimidade, que o local seria a Vila de Ponte de Lima, estando, assim, agendada a sessão para o dia 25 de maio de 2023.
Os laureados da edição de 2021, cuja cerimónia decorreu este ano no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa, foram Alexandre Cancela d’Abreu, arquiteto paisagista e professor da Universidade de Évora, e Fernando Santos Pessoa, arquiteto paisagista e fundador do curso de Arquitetura Paisagista da Universidade do Algarve.
A atribuição do prémio realiza-se no dia 25 de maio, dia da data de nascimento de Gonçalo Ribeiro Telles.
Na senda das vagas contemporâneas de emigrantes portugueses para vários países do mundo, evidencia-se o ciclo transatlântico na passagem do séc. XIX para o séc. XX, e que teve como principal destino o Brasil.
Pressionados pela carestia de vida e baixos salários agrícolas, mais de um milhão de portugueses entre 1855 e 1914 atravessaram o oceano Atlântico, essencialmente seduzidos pelo crescimento económico da antiga colónia portuguesa. Procedente do mundo rural e eminentemente masculino, o fluxo migratório foi particularmente incisivo no Minho, um dos principais torrões de origem da emigração portuguesa para o Brasil.
Enobrecidos pelo trabalho, maioritariamente centrado na atividade comercial, e após uma vintena de anos geradores de um processo de interação social que os colocou em contacto com novas realidades, hábitos, costumes e posses, o regresso de “brasileiros de torna-viagem” a Portugal, trouxe consigo um espírito burguês empreendedor e filantrópico marcado pela fortuna, pelo gosto de viajar, e pelo fascínio cosmopolita da cultura e língua francesa.
Ainda que sintomática das debilidades estruturais do país, a emigração portuguesa para o Brasil entre o séc. XIX e XX, facultou através do retorno dos “brasileiros de torna-viagem”, os meios e recursos necessários para a transformação contemporânea do território nacional, com particular incidência no Noroeste de Portugal.
Como menciona Miguel Monteiro, no artigo O Museu da Emigração e os “Brasileiros” do Rio: o público e o privado na construção de modernidade em Portugal, recuando à segunda metade do séc. XIX, encontramos nos “brasileiros” aqueles que alcançando fortuna no Brasil, “construíram residências, compraram quintas, criaram as primeiras indústrias, contribuíram para a construção de obras filantrópicas e participaram na vida pública e municipal, dinamizando a vida económica, social e cultural”.
Estas marcas identitárias do ciclo do retorno dos "brasileiros de torna-viagem", encontram-se singularmente presentes no centro urbano de Fafe, uma cidade do interior norte de Portugal, situada no distrito de Braga, no coração do Minho, nomeadamente, ao nível arquitetónico, onde sobressaem belos edifícios e palacetes.
Estas antigas moradias, símbolos da afirmação, do prestígio dos “brasileiros de torna-viagem” e da sua fortuna, apresentam-se rebocadas e caiadas, ou cobertas com azulejos, estando presentes as cores do Brasil, com beirais de faiança, varandas estreitas com guardas de ferro forjado ou fundido, claraboias e estatuetas, átrios decorados com azulejo e escadarias de madeiras preciosas. Ao nível do seu interior, como sustenta Alda Neto em As Casas de Brasileiros: os movimentos migratórios e a construção de itinerários no Norte de Portugal, este é “é ocupado por um mobiliário rico, pela decoração das paredes inspirada nos postais ilustrados trazidos do Brasil, por porcelanas inglesas compradas através dos catálogos existentes na época. Os estuques são um outro elemento utilizado na decoração do interior destes edifícios. Estes são utilizados na decoração dos tetos e das paredes das principais divisões da casa, nomeadamente as salas de jantar e de estar. Os principais temas representados são animais e objetos característicos ou mesmo simbólicos ou motivos florais e geométricos”.
A arquitetura dos “brasileiros de torna-viagem” é hoje um dos ex-libris da “Sala de Visitas do Minho”, e um dos elementos centrais que impulsionaram o Município de Fafe a instituir no clarear do séc. XXI o Museu das Migrações e das Comunidades. Um espaço museológico, percursor no seu género em Portugal, que assenta a sua missão no estudo, preservação e comunicação das expressões materiais e simbólicas da emigração portuguesa, detendo-se particularmente na emigração para o Brasil na transição do séc. XIX para o séc. XX.
O concurso para a reconversão do edifício das Cortes na Câmara dos Deputados e Parlamento, hoje Assembleia da República (Palácio de S. Bento) foi ganho pelo arquitecto, urbanista e político português Miguel Ventura Terra (1866-1919) nascido em Seixas, Caminha.
ENTRADA DO VESTIBULO D´HONRA DA NOVA CAMARA DOS DEPUTADOS - LISBOA
UMA ENTRADA DA SALA DAS SESSÕES DA NOVA CÂMARA DOS DEPUTADOS - LISBOA
VESTIBULO D´HONRA DA NOVA CÂMARA DOS DEPUTADOS - LISBOA
SALA DOS PASSOS PERDIDOS DA NOVA CÂMARA DOS DEPUTADOS - LISBOA
SALA DAS SESSÕES DA NOVA CÂMARA DOS DEPUTADOS - LISBOA
Fonte: Centro Português de Fotografia
Pormenor duma janela quinhentista do Paço da Giela, ou Solar dos Limas, em Arcos de Valdevez, em 1938.
Fonte: Arquivo Municipal do Porto
Pormenor duma janela quinheitista do Paço da Giela, Solar dos Limas, em Arcos de Valdevez, em 1938.
Fonte: Arquivo Municipal do Porto