CAMINHENSES PREPARAM ROMARIA A SÃO JOÃO D’ARGA
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Os peregrinos, uma vez chegados ao local do santuário, situado a cerca de 800 metros de altitude, dão três voltas à capela findas as quais vão dar uma esmola ao santo… e outra ao diabo. Não vá ele fazer travessuras ao longo do ano!
A Romaria de S. João d’Arga, uma das mais conhecidas e visitadas do nosso concelho, está de volta nos dias 28 e 29 de Agosto, à freguesia de Arga de S. João. Na verdade, e tal como acontece ano após ano, após a subida ao monte, os peregrinos e visitantes dos nossos dias mantêm a tradição de dar três voltas à capela, seguindo-se da entregue de duas esmolas: uma ao santo…e outra ao diabo.
A noite de 28 para 29 é uma grande festa. A animação e a boa disposição são uma constante. Os romeiros oriundos dos concelhos vizinhos, pernoitam na zona envolvente ao Mosteiro para assistirem às cantigas ao desafio, dançarem ao som das concertinas, bem como provarem as especialidades locais, a aguardente com mel, a broa, o chouriço, o cabrito e o vinho verde, petiscos considerados já uma tradição.
Entre os romeiros existem muitos devotos, que se deslocam à serra somente para pagarem promessas e assistirem às cerimónias religiosas.
\r\nÉ, sem dúvida, a romaria mais genuína do concelho de Caminha, que merece ser visitada!
A tradição ainda é o que era! – milhares de romeiros vão rumar a Arga de S. João para cumprir promessas a S. João ou pedir-lhe ajuda para arranjarem casamento ou cura de verrugas, quistos, doenças de pele e infertilidade. Nem todos vão a pé como antigamente mas poucos são os minhotos que dispensam esta festa pois ela continua a ser uma das mais genuínas de toda a região e do país. E, até da vizinha Galiza não faltam os nossos irmãos galegos a comungar da mesma Fé – e da mesma identidade cultural!
Muitos ainda vão em ranchos como antigamente, subindo a pé o monte, cantarolando aqui e merendando acolá. Pelo caminho, o “penedo do casamento” é sítio obrigatório de paragem no percurso dos romeiros. Os solteiros atiram-lhe uma pedra para que esta fique em cima dele, dependendo o tempo de espera do casamento das tentativas feitas até o conseguir. Reza a lenda que o penedo “arranja testo para qualquer panela”… porém, como os tempos estão difíceis, vão ouvindo-se com frequência cantar os seguintes versos:
Ó meu Senhor S. João
Casai-me que bem podeis
Já tenho teias de aranha
Naquilo que bem sabeis
Uma vez chegado ao local do santuário, situado a cerca de 800 metros de altitude, os peregrinos dão três voltas à capela findas as vão dar uma esmola ao santo… e outra ao diabo!
Cumprida a devoção, a romaria dá lugar ao folguedo. Juntam-se os tocadores de concertina e abrem-se as goelas para os cantares ao desafio. Canta-se e dança-se no terreiro até ao amanhecer. Come-se e bebe-se nas tasquinhas à volta do santuário ou nas lojas dos “quarteis” onde também existe alojamento para pernoitar pois, caso contrário, terá de ser feito ao relento, na área envolvente do mosteiro. Apesar de ainda ser Verão, as noites são frias e, como agasalho, recomenda-se um copito de aguardente com mel, uma especialidade típica da Serra d’Arga.
Um poeta alfacinha de que não recordamos o nome, terá criado estes graciosos versos a repeito de S. João Baptista e de seu primo Jesus a quem baptizou nas águas do rio Jordão:
São João, reparem nisto,
Teve este grande condão;
Ao baptizar Jesus Cristo,
Foi quem fez de Cristo cristão
Mal despontam os primeiros raios de sol, é chegada a altura de regressar a casa. A aldeia regressa à sua habitual pacatez e o silêncio volta à serra. Apenas uma escassa centena de almas habita as pouco mais de duas dezenas de habitações que compõem Arga de S. João, abrangendo uma extensão de treze quilómetros quadrados.
- S. João d’Arga é uma das mais genuínas romarias minhotas. Para o ano lá voltaremos!
Fotos: Município de Caminha
A Romaria de S. João d’Arga, uma das mais conhecidas e visitadas do nosso concelho, está de volta nos dias 28 e 29 de Agosto, à freguesia de Arga de S. João. Na verdade, e tal como acontece ano após ano, após a subida ao monte, os peregrinos e visitantes dos nossos dias mantêm a tradição de dar três voltas à capela, seguindo-se da entregue de duas esmolas: uma ao santo…e outra ao diabo.
A noite de 28 para 29 é uma grande festa. A animação e a boa disposição são uma constante. Os romeiros oriundos dos concelhos vizinhos, pernoitam na zona envolvente ao Mosteiro para assistirem às cantigas ao desafio, dançarem ao som das concertinas, bem como provarem as especialidades locais, a aguardente com mel, a broa, o chouriço, o cabrito e o vinho verde, petiscos considerados já uma tradição.
Mostra fica patente, na Casa do Marco, em Arga de Baixo até 18 de agosto
A 26ª edição da Arte na Leira abre portas sábado, no final da tarde. A mostra promovida pelo artista Mário Rocha é, a cada ano, uma extraordinária surpresa que se renova, por muitos motivos, mas sobretudo pela singularidade de misturar, numa simbiose perfeita, a arte moderna e a rudeza imponente da Serra d’Arga. “E, de repente, chegamos à 26ª edição da Arte na Leira. Esta mostra realmente excecional, é um caso de longevidade, é um caso de persistência, é um caso de sucesso, é um caso de valor, de grande valor. Um valor que acrescenta prestígio ao nosso concelho, a todos nós”, sublinha o Presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages.
Sábado, 20 de julho, pelas 18h00, a exposição abre ao público e fica patente, na Casa do Marco, em Arga de Baixo, até 18 de agosto, podendo ser visitada todos os dias entre as 10h00 e as 19h00.
Quem visita a Arte na Leira tem, por norma, oportunidade de conviver com o seu promotor, que está pela casa e pela leira e vai recebendo os visitantes com a franqueza e simpatia que o caraterizam. Aliás, recebe o público naquela que é hoje a sua casa permanente e onde tem o seu atelier, porque o pintor decidiu há alguns anos trocar o bulício da cidade pela quietude da serra e mudou-se por inteiro para a Casa da Leira. Uma mistura de públicos improvável, porque tanto visitam a mostra artistas, gente do Porto, de Lisboa, vindo de propósito para ver os trabalhos, como pessoas que estão por cá de férias ou até os vizinhos, que aprenderam há 26 anos a conviver com a arte moderna, própria de outros ambientes.
A Arte na Leira é provavelmente um fenómeno de caraterísticas únicas que “deram certo”: “o Mário Rocha, talvez com aquela simplicidade de quem sonha e acredita sem reconhecer obstáculos, numa quase ingenuidade que só os artistas e as crianças partilham, há 26 anos, quis fazer o improvável - e fez! Podia ter sido uma aventura inconsequente, podia ter sido um caso isolado em que a serra se transformava em galeria, os montes inóspitos recebiam a visita de quem porventura, vindo de todo o lado, nunca teria tido de outra forma o privilégio de conhecer a nossa Serra d’Arga”, diz Rui Lages.
O Presidente da Câmara ainda acrescenta: “no máximo, podiam ter acontecido edições intermitentes, ano sim, outros uns tantos não, sim de novo. Mas não é nada disso. Nem a pandemia que ‘congelou’ o mundo foi capaz de contaminar a Arte na Leira. É imperturbável e incrivelmente inabalável, tem a robustez das pedras que povoam a serra. Estamos, como sempre, curiosos e ansiosos por conhecer a Arte na Leira 2024”.
Caminha. S. João d’Arga. A capela em dia de romaria, isolada no coração da serra de Arga.
Datas de produção: 1683 a 1899
Esta freguesia remonta as suas origens à data da fundação do Mosteiro de São João de Arga.
Este terá sido fundado em 661, por São Frutuoso, sofrendo na idade média obras de restauro, levadas a cabo pelos frades beneditinos.
Na lista das igrejas situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada, em 1258, por ocasião das Inquirições desse ano, São João de Arga é citada como uma das igrejas pertencentes ao bispado de Tui.
O rei não detinha o seu padroado, pagando o Mosteiro, pelo São Miguel, um tributo de 15 dinheiros para a coroa. Pertencia nessa época ao Julgado de Cerveira.
Em 1599, D. Manuel doou o padroado deste Mosteiro ao Marquês de Vila Real, tendo posteriormente, a partir de 1641, passado para a Casa do Infantado, que o conservou até 1834.
Segundo P. Cardoso, Arga de São João sujeitava-se no secular às justiças da vila de Caminha e no eclesiástico às de Valença.
Pertence à Diocese de Viana do Castelo desde 3 de Novembro de 1977.
HISTÓRIA CUSTODIAL E ARQUIVÍSTICA
Esteve na posse da igreja paroquial até à criação do Registo Civil, em 1911, publicada no Diário do Governo nº 41 de 20/02/1911. Nesta data as paróquias foram obrigadas, por lei, a entregar os livros de registo de baptismos, casamentos e óbitos às repartições do Registo Civil. O Decreto-Lei nº 3286, de 11 de Agosto de 1917, que cria o Arquivo Distrital de Braga, estipula na alínea i) do artº 1º que nele devem ser incorporados os cartórios paroquiais do distrito, nos termos do decreto 1.630 de 9 de Junho de 1915. No entanto, por despacho ministerial, e enquanto não foi instalado o Arquivo Distrital em Viana do Castelo, já então criado em 1965, aqueles arquivos foram sendo recolhidos pelo seu congénere bracarense. Finalmente, em 11 de Setembro de 1985, os livros e documentos dos arquivos paroquiais do distrito entraram, por transferência de Braga, no Arquivo Distrital de Viana do Castelo.
FONTE IMEDIATA DE AQUISIÇÃO OU TRANSFERÊNCIA
Livros entrados no Arquivo por transferência de Braga, onde se encontravam provisoriamente, em 11/9/1985 e por incorporações da Conservatória do Registo Civil de Caminha de 7/4/1988 e de 23/6/1998, e da Conservatória do Registo Civil de Viana do Castelo de 22/5/1986 e 2/2/2000.
Fonte: Arquivo Distrital de Viana do Castelo
Serra d’Arga – Serra da província do Minho a pouca distância do rio Lima, que separa os concelhos de Viana do Castelo, Ponte do Lima e Paredes de Coura. No geral é de constituição granítica; o xisto, porém, forma alguns dos contrafortes orientais. Dos seus contrafortes, pelo Sul, nascente e poente, sobressai vivamente a lomba maior, com mais de 600 metros de altitude. No alto de serra, que pode escalar-se tanto pela portela do Cavalinho, a Oriente, como pelo povo do Cerquido (para quem parta do Sul e Oriente), desdobram-se três vastas chãs a de S. João, a de Cezeda, a Grande ou da Bica. Desta amplíssima agra (da qual procederá o nome da serra, corrompido na prosódia) desfruta-se magnífico panorama.
Pululavam outrora os lobos na Arga; das frequentes monteadas perdura memória na freguesia de S. Lourenço da Montaria. A arborização é minguada; porém, nos lugares povoados encontram-se carvalheiras, sobreiros, pinheiros e azinheiros.
Não falhou aqui a população pré-histórica, do qual subsistem algumas lendas. Estas e vários achados moveram D. Rodrigo de Moura Teles, arcebispo de Braga (1704-28), a mandar efectuar pesquisas locais, que foram baldadas. Um dos contrafortes, o mais próximo do rio Lima, tem o nome de Castelo da Formiga; nele alguns vestígios restam de fortificação castrense.
No sentido oposto, em atalaia, fronteiro ao mar, ergue-se outro. O monte do Facho, do qual uma encosta se chama Ladeiro, por efeito das ladainhas cantadas aí pela irmandade dos clamores.
De entre as lendas poéticas da serra cabe distinguir a de Santo Oginha. Vida de salteador e ladrão passava nela um homem desconhecido. Certo monge do Mosteiro Máximo conseguiu convertê-lo, depois de aquele pretender mata-lo. Como penitência impôs-lhe o encargo de socorrer os viandantes nas dificuldades da travessia da serra. Ferventemente o cumpria. Um lavrador, ignorando tal conversão e temendo a sua maldade, à sachola o matou, num dia em que ele o ajudava a endireitar um carro de mato, e numa brecha escondeu o cadáver. Tempos depois acharam-no incorrupto.
Como caso de milagre se julgou o acontecimento e logo correu a voz de santo santo asinha (asinha=depressa), por tão breve passar de ladrão a santo. Asinha transformou-se depois em Oginha. Sobre o seu túmulo foi construída uma capela votiva. Há todavia, quem atribua esse nome à corrupção de Santa Eugénia, orago da igreja duma velha freguesia. A dita lenda fomentou a expressão popular: Quem no vê, parece um santóginha (sujeito pacato, humilde, embora patife).
Onde hoje fica a popular capelinha chamada de S. João de Arga houve o chamado Mosteiro Máximo de beneditinos o qual no séc. XVI, já despovoado, passou a abadia secular e se converteu em reitoria no padroado dos marqueses de Vila Real. As notícias deste convento são muito vagas, nebulosas. A tradição põe no séc. VII a sua fundação. Na chá dum dos montes xistosos, entre o dorso da Arga e o castelo da Formiga, subsiste a capela de Santa Justa, à qual, em 19 de Julho, concorre muito povo em romaria, inclusive da Galiza. Como advogada da esterilidade feminina, oferecem-lhe principalmente frangos e frangas brancos.
Os romanos parece que chamavam a esta serra Monte Medulio, e segundo alguns autores, aqui se levantava a cidade de Benis.
Os textos apresentados foram recolhidos em obras diversas
Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 18/2013, DR, 1.ª Série, n.º 119 de 24 junho 2013
Mosteiro beneditino românico e barroco, transformado em santuário de montanha em recinto fechado com igreja românica, do tipo da bacia do Minho, de planta poligonal, reformulada no séc. 18, em estilo barroco, e dois albergues dispostos frontalmente, de planta em L e dois pisos, de arquitectura popular. Altares em pedra, pintados, polícromos; imagens em pedra; albergues de dois pisos, com planta em L.
Igreja de planta poligonal composta pelos volumes desiguais e articulados horizontalmente da nave e capela-mor rectangulares, e sacristia, mais baixa e também rectangular adossada a S.. Coberturas em telhado de duas águas na igreja e de uma na sacristia. A frontaria, virada a O., tem portal axial de verga recta, ladeado e sobrepujado por óculos elipsoidais gradeados, terminando em frontão angular interrompido com aleta em voluta, encimado por cruz latina, alta, assente sobre plinto. Cunhais com pilastras toscanas encimadas por pináculos. Fachadas N. e S. semelhantes, sendo a nave percorrida por cornija sustentada por cachorrada lisa e decorada, excepto na zona próxima da frontaria, em que a diferença no aparelho do paramento demonstra a reconstrução que sofreu. São rasgadas por portal de vão rectangular, com arquivolta em arco apontado, de tímpano liso, sustentado por impostas lisas, sobre pés-direitos; na capela-mor, virada a N. abre-se uma pequena janela e a S. uma abertura quadrangular da sacristia. A fachada E. demonstra pela diferença de aparelhos dos paramentos obras de remodelação; no remate da empena, cruz grega pomeada. No interior, púlpito com base pétrea e varandim em madeira, pintado no lado do Evangelho. Arco triunfal de arco apontado, sublinhado por dois anjos tocheiros e envolvido por amplo retábulo, constituído por duas séries de colunas compósitas sustentando cornija com entablamento clássico, apresentando no intercolúnio as imagens de São João Evangelista, do lado da Epístola, e da Senhora da Conceição, do lado do Evangelho, estando encimadas por sanefas. No ático está gravada num quadro a cena do Baptismo de Cristo, enquadrada por imagens, em pedra, de Santa Ana, do lado do Evangelho e de uma outra imagem, do lado da Epístola. Tecto de madeira de perfil curvo e pavimento lajeado. Na capela-mor, antecedida por um degrau, altar em pedra, barroco, pintado, polícromo. As hospedarias, de planta em L, implantam-se frontalmente a N. e a S. da igreja, definindo o contorno do recinto em três dos seus lados e cujos lados menores enquadram o portal de entrada do terreiro. Formam quatro volumes, com dois pisos, cobertos com telhados de duas águas. Têm pequeno pé-direito, paramentos em aparelho irregular, fazendo-se o acesso por porta de verga recta. No piso térreo, destinado às vendas e tabernas, tem pavimentos cimentados e em terra batida, constituindo a zona frontal uma galeria aberta entrecortada pelos pilares que sustentam o varandim do piso superior. A este acede-se por escadas frontais, tendo o varandim parapeito em grandes lajes e pilares quadrangulares sustentando a cobertura, constituindo um corredor amplo pelo qual se faz a passagem para os compartimentos dos romeiros. As compartimentações efectuam-se por divisórias em madeira, tendo pavimento de soalho, e escassas janelas, de vão quadrangular.
Enquadramento Rural, isolado, plataforma em encosta de pendor acentuado, sobranceira à ribeira de São João, no contraforte N. da Serra de Arga, coberta com pinhal. Recinto de contorno rectangular com duas entradas, abertas no muro que o delimita.
Envolvendo a capela regista-se um murete constituído por lajes colocadas de cutelo, definindo o percurso de promessas. O retábulo-mor, com acesso através de um degrau, apresenta três séries de pilastras, decoradas com motivos que se prolongam nos toros do ático, em cujo remate está, em cartela subcircular, a representação da cena da Degolação de São João Baptista. Na capela-mor conserva-se inscrita num silhar a data 1333, em alto-relevo. A sacristia apresenta uma cobertura em abóbada de pedra, tendo um pavimento lajeado. Num cunhal da hospedaria da ala S. encontra-se inscrita numa cartela, em baixo-relevo, a data 1907. O portal do terreiro é delimitado por ombreiras de secção quadrangular, com base e cornija moldurada, sobrepujado por plinto de pináculo, tendo portão gradeado, alto, de duas folhas, ao lado do qual se encontram outros dois, de uma folha e de menores dimensão. Junto a uma das hospedarias encontra-se um sarcófago, servindo como pia de água. O terreiro está pontuado por alguns sobreiros de grande porte que ensombram os dois coretos, constituídos por bancada de planta quadrangular em alvenaria de granito, sendo só num caso coberto com alpendre metálico. Na bancada de um dos coretos, encontra-se reaproveitado um silhar com uma cruz patada.
Bibliografia:
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de - Alto Minho. Lisboa: 1987, pp. 154-155; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de - História da Arte em Portugal. Lisboa: 1986, vol. 3; COSTA, António Carvalho da - Corografia Portugueza e descripçam topografica do famoso reyno de Portugal. Braga: 1706, vol. 1, pp. 248-251; ALMEIDA, José António Ferreira de (org.) - Tesouros Artísticos de Portugal. Lisboa,:1976, p. 100-101; ALVES, Lourenço - Caminha e o seu concelho. Monografia. Caminha: 1985, pp. 281-285; OLIVEIRA, Ernesto Veiga de Santiago - A Romaria de S. Joao D'Arga, Geographica. Lisboa: 1971, 7 (28), pp. 3-15; «Secretário de Estado da Cultura marca presença. Mosteiro de s. João D'Arga reabilitado reabre ao público na segunda-feira». In Correio da Manhã. 22 agosto 2015, p. 15; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971; VIEIRA, José Augusto - O Minho Pittoresco. Lisboa: 1886, vol. 1, p. 175.
Fonte: Sistema de Informação do Património Arquitetónico
Autor: Desconhecido / Cedida por: Manuel Herculano de Chão Ribeiro / Fonte: Lugar do Real
Fonte: Galhardetes.com
Autor: José Esteves (Fotógrafo ambulante / Cedida por: Maria Vieira Pinheiro / Fonte: Lugar do Real
Jogadores de varapau em S. Lourenço da Montaria. Ao centro, sentado, com um varapau na mão, o abade Bouça. Na década de 1940.
Perde-se nos tempos a origem do jogo do pau na nossa região. Ela confunde-se com o quotidiano rural e pastoril no uso de instrumentos de lavoura como o cajado com que pastores e camponeses se faziam acompanhar.
Não raras as vezes, as lutas envolviam aldeias inteiras desencadeadas por rixas originadas pelas disputas territoriais, raparigas, animais ou outros bens, despertando a solidariedade entre vizinhos.
Munidos de varapaus com cerca de metro e meio de comprimento, eis que de vez em quando, nas feiras e romarias minhotas, soava bordoada de criar bicho… a pancadaria fazia parte da festa!
Com o tempo, este “divertimento” masculino foi-se estendendo a outras regiões do país como a Estremadura e o Ribatejo, um costume frequentemente retratado pelos grupos de folclore.
Entretanto, esta prática foi-se aperfeiçoando e transformando-se em desporto e a ser conhecido por “Jogo do Pau Português”.
Quem não sabe o que significa a expressão “pisar o risco”? Pois, pisar o risco significava aceitar o repto do desafio, pisando o risco previamente feito no chão com o próprio varapau, desafio lançado muitas vezes em defesa da honra.
A proliferação des armas de fogo foi substituindo a prática do jogo do pau sobretudo nos meios citadinos pelos duelos com recurso à pistola ou à espada, à escolha do desafiado e acomapanhados pelos respetivos padrinhos. A maioria das vezes, a contenda não ía além de uns ligeiros arranhões…
A partir da década de 30 do século passado, o Estado Novo impôs a proibição dos varapaus nas feiras a fim de evitar lutas sangrentas, fazendo as autoridades policiais estabelecer a ordem pública. E a prática do jogo do pau foi caindo em desuso, apenas se mantendo desportivamente nalgumas coletividades desportivas.
Autor: Desconhecido / Cedida por: Domingos Malheiro / Fonte: Lugar do Real
Autor: Desconhecido / Cedida por: Domingos Malheiro / Fonte: Lugar do Real
"(...) Mas saltara tão de improviso, que mal o viram relampejar, através do brejo, por uma das suas seitas, e num ápice se punha lá para a Cabração, em cujos tesos, a avaliar pelos latidos espaçados, os cães lhe perderam o rasto. Agora, em despeito da ressega, a cada passo os podengos soltavam a sua fanfarra e os gritos dos caçadores: cerca; aboca; ai, cãezinhos duma cana! repercutiam alacremente nas circunvolações dos oiteiros, debaixo do céu lavado.
O tojo, às duas margens do córrego, dava pela cinta dum homem; sobros e carvalhiços anões cresciam em touceiras tão fartas que a caça facilmente se escamugia e tinha bom encosto para alapardar-se."
Aquilino Ribeiro, em A Casa Grande de Romarigães
Autor: Desconhecido / Cedida por: Silvina Brito / Fonte: Lugar do Real
Anibal Gonçalves Coutada, soldado pertencente ao Regimento de Infantaria nº3, embarcou em 15 de Abril de 1917. Porém, foi punido por ter recusado embarcar em França para a frente, no dia 28 de Julho desse ano, alegando “doença que lhe não foi reconhecida”. Pela ocorrência foi punido com 15 dias de prisão correcional.
O referido soldado era natural de Arga de Baixo, no concelho de Caminha. Terminada a Grande Guerra, desembarcou em Lisboa a 19 de Abril de 1919.
Fonte: Arquivo Histórico Militar