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Delfim Guimarães foi o poeta de Ponte de Lima e da Amadora
Assinala-se em breve a passagem dos 150 anos sobre o nascimento do escritor e poeta Delfim Guimarães. O seu nome está ligado à cidade do Porto onde nasceu em 4 de Agosto de 1872.
A Lisboa onde trabalhou e fundou a editora “Guimarães, Libânio e Cª” que viria mais tarde a adoptar a denominação de Guimarães Editores. A Ponte de Lima à qual dedicou grande parte dos seus versos e também alguns dos seus romances, para além da sua enorme ligação familiar do qual foi inclusive Administrador do Concelho. E ainda à cidade da Amadora onde viveu e deixou importante obra cívica da qual salientamos a criação da Liga dos Melhoramentos da Amadora, responsável pela instituição da Escola Alexandre Herculano.
O nome de Delfim Guimarães encontra-se consagrado na toponímia de Lisboa, de Ponte de Lima e também da cidade da Amadora onde, aliás, dá o nome ao jardim que constitui a sua sala de visitas e aí tem erigido um busto. Apenas o Porto, cidade onde nasceu, não lhe prestou até ao momento a devida homenagem. A efeméride que este ano se assinala constitui uma excelente oportunidade para conhecer a vida e a obra deste escritor.
“Delfim Guimarães. O Poeta da Amadora” é o título da melhor biografia até ao momento produzida acerca da vida e obra do poeta e escritor Delfim Guimarães. Da autoria de Lopes Vieira, o livro é uma edição da Câmara Municipal da Amadora, publicado em 1989 e encontra-se actualmente esgotado. A passagem dos 150 anos sobre a data do seu nascimento justificaria seguramente uma segunda edição desta obra.
Neste livro, o autor traça de uma forma admirável o perfil do escritor Delfim Guimarães, acrescentando à sua biografia a sua obra literária e a sua intervenção cívica, não apenas no domínio profissional como ainda como cidadão interventivo na sua época que deixou uma obra cujos frutos continuam a ser colhidos pelas actuais gerações. Referimo-nos principalmente à sua acção política e cívica naquela localidade que viria a ser o actual Concelho da Amadora, nomeadamente através da criação da Liga de Melhoramentos que, entre outras iniciativas, foi responsável pela fundação das Escolas Alexandre Herculano.
Lopes Vieira convida-nos a uma digressão através da obra literária do escritor Delfim Guimarães, apresentando-nos muitos dos seus poemas, grande parte dos quais dedicados ao Ponte de Lima, facto que por si só justificaria o seu reconhecimento como “O Poeta de Ponte de Lima” – se foi na Amadora que ele viveu grande parte da sua vida e pelo seu progresso social se bateu, não restam dúvidas de que foi a Ponte de Lima que dedicou os seus versos!
Localizado na freguesia das Águas Livres, o imóvel dominou em tempos um vasto território, na então aldeia da Damaia, encontrando-se atualmente rodeado por uma urbanização dos anos 60.
A construção do edifício data do Século XVIII, tendo o corpo central da fachada norte sido restaurado no Século XIX. Trata-se de uma casa de campo típica da região lisboeta, com reboco cor-de-rosa e pilastras de pedra que possuía uma capela particular cujo orago era a Nossa Senhora da Conceição.
Do seu conjunto destacam-se os múltiplos telhados que compõem o edifício e os conjuntos de painéis de azulejos.
Da sua história, sabe-se que em 1813 a quinta era habitada apenas pelos caseiros e que, na primeira década do Século XX, viveu lá o Padre Himalaya, famoso pelas suas invenções.
Em 2003, a Câmara Municipal da Amadora adquiriu o imóvel, com o objetivo de assegurar a sua preservação.
A Quinta dos Condes da Lousã foi classificada como Imóvel de Interesse Público, pela publicação em Diário da República de 24 de dezembro de 2012.
Fonte: https://www.cm-amadora.pt/
A Presidência do Conselho de Ministros - Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, através da Portaria n.º 740-AS/2012 publicada em Diário da República n.º 248/2012, 1º Suplemento, Série II de 2012-12-24, Classifica como monumento de interesse público a Casa da antiga Quinta Grande, também denominada Quinta dos Condes da Lousã, na Rua Carvalho Araújo, 13, Damaia, freguesia da Damaia, concelho da Amadora, distrito de Lisboa.
Nasceu em 9 de dezembro de 1868, em Cendufe, Arcos de Valdevez.
Aos 15 anos foi para o Seminário de Braga (Colégio Espiritano), onde adquiriu o gosto pelo experimentalismo e pela intervenção técnica, graças aos métodos de ensino inovadores ali praticados.
Durante o seminário modificou o seu nome de batismo, acrescentando-lhe Himalaya, devido à alcunha que um colega lhe dera por ser de elevada estatura.
É ordenado padre em 1891.
Em 1900 iniciou em Paris as suas experiências com o protótipo de um forno solar, batizado “Pyrheliophero”, que, traduzido à letra, significa “eu trago o fogo do Sol”.
Em 1904, o aparelho foi apresentado na Exposição Universal em Saint Louis, nos EUA, e premiado com o “Grand Prize da Lousiana Purchase Exposition”.
Ainda nos EUA, fabrica a “Pólvora Sem Fumo” ou Himalayte, pólvora que resiste a grandes choques e temperaturas sem risco de explosão.
Regressa a Lisboa em 1906, onde continuou a desenvolver a sua faceta de inventor e investigador. Durante alguns anos dedicou-se, filantropicamente, à prática da naturopatia junto das populações carenciadas na Damaia e Amadora. O seu interesse pela constituição de um laboratório levou-o a tentar vender, em 1925, a quinta que tinha na Damaia, onde viveu alguns anos antes de partir para a Argentina.
Voltou da Argentina em 1932, doente. Alguns meses depois, a 21 de dezembro de 1933, morria, com 65 anos, em Viana do Castelo.
Fonte: https://www.cm-amadora.pt/
Palacete dos Condes da Lousã encontra se em estado de degradação. A Câmara da Amadora, adquiriu o palacete mas até à data não houve qualquer intervenção. Tem uma magnífica área de quinta de recreio Um espaço que podia ser preservado com uma reabilitação que permitisse o seu usufruto pelos moradores do concelho. Para quando?
Texto e foto: Susana Vilar
Este palácio está a cair... É património camarário.
Situado na rua Carvalho Araújo (Amadora), o palácio dos Condes da Lousã teve uma significativa importância na história da freguesia da Damaia. Era a casa principal da Quinta Grande da Damaia, que noutros tempos dominou uma vasta área, tendo sido pertença do conhecido cientista padre Himalaia (1868-1933).
É uma casa de campo, típica da região, com pilastras em pedra e reboco cor-de-rosa. A sua mais notável característica é o revestimento de belos painéis de azulejo recortado (século XVIII), de temática alegórica, no alçado posterior (Quatro Estações) e no terraço lateral sul (Virtudes).
Era na ermida desta quinta que ocorria anualmente uma concorrida festa popular em honra da padroeira, Nossa Senhora da Conceição.
Fonte: Susana Vilar / https://www.facebook.com/scardoso.vilar
Fonte: Illustração Portugueza, 2ª Série, nº. 452, 19 Outubro 1914 / Hemeroteca Municipal de Lisboa
Em 16 de Dezembro de 2017, o jornal “O Observador” publicou uma excelente reportagem acerca de um dos estabelecimentos de restauração da região de Lisboa, pertença do limiano David Alves Rodrigues – vulgo “David da Buraca”. O BLOGUE DO MINHO recupera essa publicação.
O famoso restaurante celebra meio século de existência e foi a propósito da data redonda que fomos conhecer a tasca que virou império.
Num dia de muito vento e chuva, a árvore centenária que morava à entrada do David da Buraca, restaurante icónico que celebra o seu 50.º aniversário este sábado, 16 de dezembro, caiu em cima de um camião da Schweppes. A confusão agravou-se: a árvore tinha deitado abaixo uns cabos de eletricidade. No meio da confusão, um senhor que morava umas casas acima decidiu ajudar. Pegou nos cabos sem qualquer tipo de proteção e imediatamente ficou colado, por culpa da corrente elétrica. O homem tentou largar os ditos cabos, mas não havia como. Ao ver este cenário, um dos condutores que estava parado no trânsito saiu do carro, foi à bagageira e tirou de lá um pau enorme. Correu em direção ao eletrocutado e começou a bater-lhe nos braços. “Só assim é que o homem conseguiu soltar-se. Por pouco não morria!”. Esta é uma história que facilmente podia ser contada num filme de Quentin Tarantino mas, como se costuma dizer, a realidade muitas vezes ultrapassa a ficção.
“Tudo isto aconteceu há uns bons anos”, conta ao Observador David Alves Rodrigues, o “David” que aparece no letreiro do restaurante. Hoje, com 78 anos, o empresário recorda este e muitos outros episódios que marcaram a vida deste espaço nos arredores de Lisboa que, só por si, já merecia uma adaptação ao grande ecrã. Superação, postas mirandesas, grandes figuras da história do país e resiliência — não falta nada à biografia deste restaurante que começou como uma pequena tasca e hoje faz parte de um “império” que inclui uma quinta em Caneças, uma cafetaria e outras três casas onde quem manda é a comida tradicional portuguesa.
De Ponte de Lima ao Príncipe Real
O relógio batia nas dez e meia da manhã quando o Observador chegou ao número 20 da Estrada da Buraca. O parque de estacionamento estava praticamente vazio, pouco se passava neste trecho de alcatrão por onde “toda a gente tinha de passar”, antes da construção da 2.ª Circular, artéria importante de acesso ao centro alfacinha. Contudo, mesmo à porta do restaurante, a uns poucos metros de onde tínhamos estacionado, já se via alguma movimentação. “Não pá, não quero comprar caracóis”, dizia um senhor de cabelo branco meio curvado. O rapaz que tentava impingir os seus gastrópodes atirou a toalha ao chão e nós seguimos atrás do ancião.
Era assim a primeira cozinha do David da Buraca, algures no final dos anos 60, início os anos 70. ©Fotografia cedida por David Alves Rodrigues
Já dentro do restaurante — um impressionante complexo com seis salas de refeição espalhadas por dois edifícios grandes e uma espécie de pavilhão –, a pergunta inevitável: o senhor é que é o David da Buraca? “Sou sim, muito prazer”, respondeu o velhote com uma voz muito calma, tímida e com uns quantos decibéis a menos, dado o barulho que já vinha da cozinha. Panelas enormes fumegavam, dois recipientes transbordavam com pernis assados e, no meio disto tudo, carrinhas de fornecedores não paravam de chegar. “Aquele senhor leva ali uns quilos que porco preto”, dizia David referindo-se a um jovem que transportava sobre o ombro uma enorme secção de carne embalada em plástico. Rapidamente começamos um tour pelo gigante onde todos os dias comem duzentas pessoas, “mais coisa menos coisa”, e que celebra o seu 50.º aniversário este sábado, 16 de dezembro. Enquanto caminhávamos, o nosso cicerone ia falando da sua vida.
“Eu não sou de cá [Lisboa], vim de Ponte de Lima sozinho quando tinha 12 anos”, vai contando. “Vinham uns para Lisboa e nós queríamos seguir o mesmo caminho, sabe como é”, conta. Os que já tinham assentado arraiais na capital prometiam integração facilitada e emprego e isso foi o que bastou para David deixar “a terra”. “Saí na estação do Rossio, subi as escadinhas do Duque e segui para o Príncipe Real”, explica. À sua espera estava um emprego como carvoeiro, os rapazes que andavam de porta em porta a vender carvão, combustível muito procurado, principalmente por restaurantes e casas de pasto. “Foi assim que comecei a entrar em contacto com o mundo da restauração”, acrescenta.
"O" David da Buraca no seu escritório.
A adaptação à nova vida não foi fácil e David não esconde isso: “No início chorava muito, queria voltar para a minha terra, mas depois foi passando.” O que ajudou a atenuar esse sentimento? A rotina, claro, mas o tio, familiar com quem vivia, também deu uma ajuda. “Uma vez disse-me: ‘Se falas mais em voltar para a tua terra dou-te tantas chapadas como cabelos brancos tenho na cabeça!’… E ele já tinha o cabelo todo grisalho!”, sorri.
Aos poucos foi conciliando o trabalho do carvão com o da comida, começando a trabalhar “em algumas casas de pasto” por Lisboa. Depois de ter passado por duas ou três, estabeleceu-se numa que ficava “no fundo da Calçada dos Mestres, em Campolide”. O tempo tinha passado e David, já com “26 ou 27 anos”, começou a ser “chateado” por Domingos Duarte, um “primo de uns primos” que o queria envolver num negócio. “Já fiquei com aquilo na Buraca”, dizia-lhe. Domingos queria que David aceitasse ser sócio dele numa pequena tasca nesta zona perto de Benfica. Depois de alguma hesitação, o sim definitivo surgiu e no dia 16 de dezembro de 1967 o David da Buraca abria portas — “lembro-me perfeitamente, fizemos a escritura na rua Rodrigo da Fonseca”.
E o sócio não levou a mal que o restaurante ficasse só com o seu nome? A resposta surpreendeu: “Foi uma espécie de medida de marketing. Sempre que tinha mudado de casa, antes, montes de clientes vinham atrás de mim para o novo sítio. Achámos que fazia sentido o meu nome aparecer, que traria mais clientes”, explica o septuagenário. A verdade é que foi isso mesmo que aconteceu.
O David da Buraca original ocupava um pequeno espaço que hoje corresponde à sala de refeições que fica do outro lado da rua do Panças, outro conhecido restaurante de comida tradicional. Havia um balcão que percorria todo o lado esquerdo (de quem entra vindo da rua) e umas quantas mesas soltas. Nessa fase inicial os clientes vinham mais “para beber um copito”, mas aos poucos David começou a cozinhar petiscos como filetes de bacalhau ou um caldinho de camarão (“vendíamos carradas disso!”). Algum tempo depois da inauguração a mulher juntou-se no restaurante e desde então nunca mais deixaram de trabalhar juntos (“olhe que já estamos casados há 54 anos”, diz com orgulho).
A fama foi crescendo a ritmo acelerado, este “era um bairro antigo, muita gente morava aqui mesmo ao lado” e muitas outras pessoas passavam-lhe à porta todos os dias, estivessem elas a caminho do futebol — “o pessoal do Casa Pia ou do Benfica, por exemplo, vinha cá comer antes do jogo e depois regressava no fim, para picar qualquer coisa”. O Cardeal Cerejeira, por exemplo, era uma das pessoas que ali passava todos os dias. Não ia ao restaurante com muita frequência — “o chauffeur dele é que vinha cá muitas vezes, gostava muito de morangueiro [um tipo de vinho muito aromático e refrescante que é tido como sendo de baixa qualidade]” — mas numa das visitas brindou Maria Matos, a mulher de David, com uma bênção original: “Uma vez, antes de se ir embora, disse-lhe ‘Que Deus te abençoe e que de um ovo faças muitos bifes’ “, conta, entre gargalhadas.
Na altura da mudança para o novo emprego, David foi viver com a mulher e o filho de dois anos para “um quartinho muito pequeno” que havia dentro do restaurante. Não havia muitas casas disponíveis ali perto e ir morar para mais longe “estava fora de questão”. Só mais tarde se mudaram para umas águas furtadas ao lado do restaurante.
A cozinha do David da Buraca
Dois anos depois da inauguração, David decide comprar o espaço do lado e aumentar o restaurante. A clientela não parava de crescer, trabalhavam todos os dias das sete e meia da manhã às duas, três da madrugada (“a minha mulher até lavava a roupa dos empregados!”) e isso foi motivo suficiente para se dar a primeira expansão do David da Buraca. Antes disso, porém, a vida deste limiense sofreu uma reviravolta trágica e inesperada.
“Comprámos o segundo edifício pouco depois do falecimento do meu filho”, disse David. Subitamente, a sua cara mudou e ficou com um semblante mais pesado. “Ele tinha 21 anos quando faleceu… e um filho de seis meses”, conta. De forma súbita, o primogénito da família Matos adoeceu e não conseguiu superar a misteriosa enfermidade. “Fomos abaixo um bocadinho, mas foi preciso continuar”, contou David.
Os novos edifícios, os banquetes e os casamentos
“Epá, vamos ter de ter cuidado com a cabeça aqui!”, disse David enquanto nos guiava pelas escadas que dão acesso ao piso superior do David da Buraca. No topo da escadaria estava um andaime improvisado com tábuas: “Mudámos e pintámos todos os telhados, estamos ainda a acabar de arrumar tudo”, explica o cicerone.
Na antiga sala de refeições, empregados do David da Buraca almoçam antes de servirem um casamento
“Tínhamos um terraço muito grande e quisemos aproveitá-lo também”, conta, antes de explicar que assim que essa obra ficou concluída (“Algures em 75, não me recordo bem”) o David da Buraca passou a organizar banquetes e casamentos (área que viria a explorar ainda mais, principalmente depois de comprar a Quinta da Estrela, em Caneças). Uns anos mais tarde era concluída a última fase de expansão: foi comprado um terreno vizinho e isso permitiu a construção de um pavilhão novo, feito de raiz, e o parque de estacionamento.
No meio de tudo isto, David não quis perder a ligação “à terra” e decide abrir um pequeno café e restaurante em Ponte de Lima. Trabalhava todos os dias da semana e às sextas-feiras seguia rumo ao Norte para trabalhar mais um pouco. “Era duro”, admite, mas ao menos essas viagens faziam com que regressasse a Lisboa com alguns ingredientes que só “lá em cima” é que conseguia encontrar. “Tinha lá um talho muito bom” e quando havia falta de bacalhau comprava-o em Aveiro, a caminho de Lisboa.
Hoje já não faz estas viagens, mas não é por isso que deixou de receber produtos limianos: “Ainda me trazem umas vitelas de vez em quando”, explica. A conversa divergia cada vez mais para a comida e por isso mesmo foi impossível não perguntar se David tinha algum prato favorito na sua ementa. A resposta foi diplomática, “gosto de tudo”, mas não é grande apreciador de açorda e bacalhau com natas. Os clientes, por sua vez, tendem a gravitar em volta do pernil assado (“vendo daquilo às toneladas!”), do arroz de polvo ou até do javali.
David (à dir.) e o filho Paulo (à esq.)
São muitas as histórias de celebridades e políticos que por aqui já passaram e o próprio David orgulha-se de enumerar alguns. Começa por falar de Marcelo Rebelo de Sousa, o “senhor professor” que sempre foi muito simpático e que “organizou muitos jantares de grupo” nos tempos em que lecionava. “Vinha cá muitas vezes com os alunos”, explica, entusiasmado. A última vez que por aqui passou, recorda, foi antes de se candidatar à Presidência da República (PR). David admite que já pensou muitas vezes em convidá-lo a lá passar, mas não o quer “maçar” porque “ele tem muito que fazer”.
“O pessoal do Benfica” também é presença recorrente no seu restaurante. Recorda com alguma saudade os tempos em que Eusébio, Humberto Coelho, António Simões e Toni se juntavam para grandes almoçaradas. O “Pantera Negra” até tinha uma mesa favorita, num dos cantos da sala de refeições principal.
Qual é o segredo do sucesso?
Trabalham 25 pessoas todos os dias no David da Buraca. Há quem lá esteja há 40 anos e muitos funcionários já se “estabeleceram” em restaurantes próprios.
A pequena tasca dos anos 60 transformou-se no Grupo David da Buraca, aglomerado de vários negócios de restauração que foram distribuídos por diferentes membros da família. Paulo, o segundo filho de David e Maria Matos, está no restaurante original desde 87. “Quando não te safas na escola, tens de trabalhar”, contou o herdeiro. Atualmente, é ele quem gere este espaço, o pai já lhe passou o testemunho apesar de ainda lá estar todos os dias. Vera Rodrigues, a única filha do casal, ficou encarregue de gerir a cafetaria do grupo, um pequeno espaço chamado Jardins de Benfica.
As redondezas do restaurante já mudaram muito. Não há um terço do tráfego que havia antes, os descampados que rodeavam o negócio (e onde punham os cozinheiros novos “a caçar gambuzinos” à noite, em jeito de brincadeira) deram lugar a enormes urbanizações, mas o David da Buraca continua firme. “Ainda nos visitam clientes que frequentavam a tasca onde tudo começou”, diz David. “Há quem já traga os bisnetos, veja lá!”
Quando questionado sobre como foi possível garantir este nível de sucesso, o empresário é humilde: “Muito esforço, a ajuda dos meus empregados e, especialmente, da minha mulher, que sempre me acompanhou”, explica.
“Há uns tempos”, conta, “tentaram comprar-me isto tudo, uns brasileiros que não paravam de andar atrás de mim…”. Cheio de orgulho, David explica que não aceitou e nunca aceitará. “Sabe, para trabalhar na restauração é preciso ter-se muito gosto por esta vida… Eu sinto-me confiante, gosto muito de tudo isto e vou continuar a vir cá sempre que puder.”
Fonte: Diogo Lopes / https://observador.pt/
O senhor da esquerda é o que interessa: porque é o verdadeiro David e por causa daquele bigode
O culto da árvore – atualmente celebrado como Dia da Árvore e da Floresta – no qual se insere a festa que lhe era dedicada constituiu uma das iniciativas que os republicanos fomentaram nos começos do século passado com vista à introdução na sociedade portuguesa de novos valores e símbolos com os quais procuraram substituir os valores tradicionais associados à Igreja Católica e ao Cristianismo em geral. Tratava-se, com efeito, de uma campanha de penetração ideológica nos meios rurais, promovida pela própria maçonaria, utilizando para esse meio os seus próprios órgãos de propaganda como era o caso do jornal “O Século Agrícola”, suplemento do jornal “O Século” dirigido por Magalhães Lima que, conforme o próprio título sugere, propunha-se promover a secularização da sociedade.
Tratava-se, com efeito, de criar uma nova liturgia, celebrado por altura do equinócio da Primavera, preconizando o retorno aos antigos ritos pagãos anteriores ao estabelecimento do Cristianismo em detrimento das celebrações da Páscoa e da Ressurreição de Jesus Cristo, crença essencial da fé cristã.
A “Festa da Árvore” realizou-se pela primeira vez no Seixal em 1907, por iniciativa da Liga Nacional de Instrução, tendo nos anos que se seguiram atingido especial visibilidade as que tiveram lugar na Amadora por iniciativa da Liga de Melhoramentos da Amadora, organização de inspiração republicana onde pontificava o escritor Delfim Guimarães.
De uma maneira geral, a realização da “festa da árvore” ocorreu nas localidades onde os republicanos dispunham de maior organização, sobretudo nas regiões mais a sul do país. Porém, é sabido que em Viana do Castelo também dispunham de uma certa influência, mantendo inclusive em funcionamento uma loja maçónica – a Loja Fraternidade – com mais de três dezenas de membros.
A revista Ilustração Portugueza, de 30 de março de 1914, dá-nos conta da realização nesse ano da festa da árvore em Viana do Castelo, nos seguintes termos: “Em Viana do Castelo a festa da árvore teve o concurso de todas as autoridades civis e militares, escolas oficiais e particulares. No Campo da Agonia foram plantadas duas laranjeiras e duas cerejeiras tendo assistido imenso povo. Falaram o alferes sr. Alpedrinha e o sr. Dr. Rodrigo Abreu sendo o cortejo dirigido pelo capitão sr. Malheiro. As tropas da guarnição da cidade também tomaram parte n’essa encantadora cerimónia em que foi exaltado o culto da árvore que O Século Agrícola tanto tem propagandeado.”
A comemoração do Dia da Árvore manteve-se durante a vigência do Estado Novo, desprovida contudo da carga ideológica que inicialmente encerrava, tendo chegado até aos nossos dias como um ritual que se cumpre anualmente como um aceno à chegada da Primavera.
Não obstante o propósito original de tal iniciativa, a comemoração do Dia da Árvore e da Floresta, dirigida especialmente às crianças em idade escolar, veio cumprir uma função pedagógica e cívica, sensibilizando-os para a necessidade de preservação da floresta e do meio ambiente.
Carina Alexandra é entrevistada em directo. E o tocador Daniel Sousa leva a sua concertina
O programa de Cristina Ferreira vai na próxima sexta-feira contar com a participação do Rancho Folclórico Dançar é Viver. Carina Alexandra, uma das pessoas responsáveis pelo grupo – sobrinha da fundadora, srª Isabel Cerqueira – será entrevistada em directo.
Também o exímio tocador arcuense Daniel Sousa vai participar neste programa, mostrando os seus dotes na concertina.
Entretanto, as gravações da actuação do rancho folclórico já foram feitas e tudo promete para que o programa que vai para o ar já na sexta-feira será do agrado de todos os telespectadores em geral e dos minhotos em particular.
Constituído há 28 anos por minhotos e seus descendentes radicados no concelho da Amadora, nos arredores da capital lisboeta, o Rancho Folclórico Dançar é Viver tem ao longo dos seus 25 anos de existência vindo a promover os usos e costumes das gentes do Minho.
Este grupo folclórico tem como principal objetivo preservar e divulgar os usos e costumes das gentes minhotas, mantendo assim a tradição das raízes do seu povo e, ao mesmo tempo, preservar a união e a identidade cultural dos minhotos que um dia tiveram de deixar as suas terras de origem à procura de melhores condições de vida.
O Grupo de Danças e Cantares da Madeira vai no próximo dia 6 de Julho participar no FolkLoures’19 – Encontro de Culturas, uma grandiosa iniciativa de cariz tradicional organizada pelo Grupo Folclórico Verde Minho em colaboração com a Câmara Municipal de Loures.
Constituído há mais de três décadas por madeirenses radicados na região de Lisboa, este grupo folclórico está sediado no vizinho concelho da Amadora e é o único que no continente representa os usos e costumes tradicionais das gentes do Arquipélago da Madeira, actualmente constituída como Região Autónoma.
Rancho Folclórico Dançar é Viver é a "embaixada" do folclore do Minho no concelho da Amadora
O Rancho Folclórico Dançar é Viver celebra hoje 28 anos de existência, afirmando-se como o mais lídimo embaixador das tradições minhotas no concelho da Amadora. O BLOGUE DO MINHO endereça-lhe as melhores felicitações!
Constituído por minhotos e seus descendentes radicados no concelho da Amadora, nos arredores da capital lisboeta, o Rancho Folclórico Dançar é Viver, ao longo dos seus 28 anos de existência, tem vindo a promover os usos e costumes das gentes do Minho.
Este grupo folclórico tem como principal objetivo preservar e divulgar os usos e costumes das gentes minhotas, mantendo assim a tradição das raízes do seu povo e, ao mesmo tempo, preservar a união e a identidade cultural dos minhotos que um dia tiveram de deixar as suas terras de origem à procura de melhores condições de vida.
Fundado a 12 de janeiro de 1991, o Rancho Folclórico Dançar é Viver esteve sediado durante 12 anos na Freguesia da Falagueira. Atualmente, possui nova sede social na Freguesia da Encosta do Sol, também no concelho da Amadora.
O seu Festival de Folclore realiza-se todos os anos inserido nas comemorações do aniversário do Município da Amadora e da freguesia onde se encontra sediado. E, é com bastante empenho que, através dos seus cantares, danças e dos seus trajes, representa condignamente o Minho na vertente do folclore e da etnografia, contribuindo para a aproximação dos minhotos que vivem na região e na preservação da sua cultura.
Desde a sua criação, o Rancho Folclórico Dançar é Viver tem participado em centenas de festas e romarias por todo o país, além de várias representações no estrangeiro, de entre as quais se destacam as realizadas em Espanha, França e Luxemburgo.
A 44ª edição da São Silvestre da Amadora realizou-se hoje, dia 31 de dezembro 2018, tendo alcançado, pela primeira vez, mais de 2.000 atletas inscritos na corrida de 10 km e na Corrida das Crianças.
Rui Pinto, atleta do Sport Lisboa e Benfica, entrou para a história da prova: é o atleta masculino com mais triunfos na corrida (quatro vitórias).
Posicionadas na meta, segurando a faixa e saudando os atletas à chegada, as lindas minhotas conferiram àquela jornada desportiva um especial encanto e singular beleza bem característicos das mais belas moças da nossa região – mais uma vez, o Rancho Folclórico Dançar é Viver afirmou-se como o mais lídimo embaixador das tradições da nossa região naquele concelho dos arredores de Lisboa.
Fotos: HMS Sports | Walter Branco, Paulo Lopes e Luís Ferreira
Dentro de poucas horas vai ser dado o sinal de partida para mais uma edição da prestigiada Corrida de S. Silvestre da Amadora, por sinal uma das mais antigas do nosso país e seguramente a mais antiga que se realiza no continente.
Posicionadas na meta de chegada, segurando a faixa e saudando os atletas, lá estarão as lindas moças do Minho trajadas à vianesa, conferindo àquela jornada desportiva um especial brilho e encanto.
Trata-se de jovens minhotas radicadas no concelho da Amadora e que, juntamente com as suas famílias, constituem o Grupo Folclórico Dançar é Viver, um lídimo embaixador das tradições da nossa região naquele concelho dos arredores de Lisboa.
Este ano, celebra a 44.ª edição, sendo a corrida de São Silvestre mais antiga de Portugal Continental. Realiza-se no último dia do ano, pelas 18h00. Ao longo das artérias desta cidade dos arredores da capital, milhares de pessoas apinham-se para assistir à passagem dos atletas, apoiando os seus ídolos e incentivando-os a prosseguir no seu esforço.
O Padre Manuel Himalaya, um dos maiores cientistas e visionários portugueses da viragem do século XIX, nascido em Arcos de Valdevez, faz este domingo, dia 9 de Dezembro, 150 anos. É uma figura de grande importância para o concelho arcuense e para a região, que deixou a sua marca por vários países do mundo, como França, EUA ou Argentina, sempre em busca de novas abordagens científicas e de conhecimento.
Em Agosto, e de forma a homenagear o Padre Manuel Himalaya, no ano em que completaria 150 anos de vida, o Município de Arcos de Valdevez iniciou as obras de intervenção na antiga Escola do 1º Ciclo, onde serão criadas as “Oficinas de Criatividade Himalaya”, uma plataforma de promoção da ciência educativa, tendo nas crianças, jovens e famílias o seu principal público-alvo.
O percurso excecional deste homem, que culminou em 1904 com o Grande Prémio da Exposição Internacional de St. Louis, nos EUA, é a base de desenvolvimento do projeto, que incorporará um espaço documental e biográfico sobre o próprio Himalaya, recorrendo a tecnologia de última geração, e diversas salas e espaços dedicados à exploração e descoberta das Ciências, com destaque para o uso do Sol, com a fantástica máquina solar, o Pirelióforo, e das múltiplas áreas do Conhecimento abrangidas pelo investigador, como a Ecologia e a Eco sustentabilidade, numa visão verdadeiramente holística. O projeto global tem um investimento de 1,5 milhões de euros e será realizado com recurso a fundos comunitários.
Para o Presidente da Câmara Municipal, João Manuel Esteves, este é um projeto que também tem outra extensão, como o percurso na ecovia e pontos-chave conectados com a sua presença, como a casa onde nasceu, viveu e o cemitério que o alberga, todos na freguesia de Cendufe;
De referir também que, anteriormente a autarquia inaugurou a requalificação do Parque Infantil da Ponte Nova, que também se centra no Padre Himalaya.
Para João Esteves este é mais um investimento no concelho e na criação de um espaço de oportunidades, de conhecimento e aprendizagens, que irá contribuir para o desenvolvimento sustentável de Arcos de Valdevez.
Alegrai-vos sempre no Senhor
O Senhor está a chegar!
Epístola de S. Paulo aos Filipenses: 4:4
Iniciativa do Grupo de Danças e Cantares Alto do Moinho
Hoje foi dia de alegria na Igreja da Divina Misericórdia – Paróquia de Alfragide, no concelho da Amadora. O Grupo de Danças e Cantares Alto do Moinho, sediado naquela localidade e constituído por gentes do Douro Litoral radicadas na região da grande Lisboa, levou a efeito o primeiro Encontro de Cantares ao Menino Jesus.
Para o efeito, contou com a disponibilidade e colaboração do Pároco de Alfragide, Padre Nélio Rodrigues Tomás, que acolheu os paroquianos e outros visitantes com uma simpatia que apenas contribui para aproximar os fieis.
O anfitrião – Grupo de Danças e Cantares Alto do Moinho – convidou para participar neste evento o Rancho Folclórico Verde Minho, o Grupo de Folclore das Terras da Nóbrega e o Rancho Folclórico da Ribeira de Celavisa, digno representante das gentes arganilenses na região de Lisboa.
Os cantares ao menino Jesus constituem um costume onde se cruzam tradições cristãs e pagãs que estiveram na sua origem, convindo não confundir estas com festividades profanas – o paganismo foi a religião dos camponeses e, tal como outras formas de espiritualidade, também ela constituiu uma maneira de entendermos a nossa religação ao divino!
Estas manifestações de carácter religioso e etnográfico têm vindo a reproduzir-se sobretudo na região de Lisboa por iniciativa de grupos folclóricos predominantemente do Minho e Beira Litoral, sendo contudo de lembrar também aqui a importância do rigor quanto à escolha do cancioneiro como dos trajes tradicionais em uso na época natalícia, caracterizada pelo frio e dias de curta duração solar.