SÓCIOS E AMIGOS DA EX-CASA DO MINHO EM LOURENÇO MARQUES (MOÇAMBIQUE) CONFRATERNIZAM ESTE ANO EM VILA VERDE
O próximo almoço-convívio dos sócios e amigos da ex-Casa do Minho em Lourenço Marques (Moçambique) vai ter lugar no próximo dia 27 de Abril, em Atiães, no concelho de Vila Verde, conforme cartaz que abaixo se apresenta
Para onde quer que vá, o minhoto leva consigo a Fé e a alegria, fazendo reviver as tradições mais genuínas da nossa região. Era o que sucedia em Moçambique, nomeadamente por ocasião das festividades da Páscoa, mais concretamente entre a comunidade que se reunia em torno da ex-Casa do Minho de Lourenço Marques, atual cidade do Maputo.
À semelhança do que se verifica nas nossas vilas e aldeias, os minhotos realizavam o compasso pascal e a cruz era dada a beijar a todos quantos compareciam à festa. E não faltavam sequer as moças com os seus trajes domingueiros.
Há cinquenta anos, o processo histórico então vivido na sequência do golpe militar do 25 de abril deu início a uma descolonização dos territórios ultramarinos que trouxe de regresso à metrópole os nossos conterrâneos e, consequentemente, à extinção da Casa do Minho em Lourenço Marques e outras congéneres existentes na Beira e em Luanda.
Os minhotos e amigos que fizeram parte da Casa do Minho de Lourenço Marques – atual cidade de Maputo – vão este ano reunir-se em Atiães, no concelho de Vila Verde, no próximo dia 27 de Abril para mais um convívio anual, desta feita em Amares. Trata-se do XXVI Convívio que assinala simultaneamente o 69º aniversário da fundação daquela instituição regionalista em terras moçambicanas, à época parte integrante de Portugal.
Fotos: António Barreira
Os antigos territórios ultramarinos portugueses foram também o destino de muitos minhotos que decidiram ali construir as suas vidas. Rumando diretamente a partir da metrópole ou fixando-se após o cumprimento do serviço militar naquelas paragens, Angola e Moçambique vieram a tornar-se a segunda terra para muitos dos nossos conterrâneos que assim trocavam a estreita courela pela desafogada machamba ou simplesmente empregavam-se na atividade comercial das progressivas cidades de Luanda e Lourenço Marques, atual Maputo.
Porém, a recordação do Minho distante não os abandonou e permaneceu sempre nos seus corações. E, a provar esse amor filial, criaram as suas próprias associações regionalistas a fim de manterem mais viva a sua portugalidade e as raízes minhotas. Em Lourenço Marques, fundaram a Casa do Minho em 1955, já lá vão 69 anos!
Durante duas décadas consecutivas, aquele foi o ponto de encontro das nossas gentes em terras moçambicanas. Ali se construíram novas amizades e conservavam as suas tradições. A constituição de um Rancho Folclórico no seio daquela associação foi um dos melhores exemplos do seu apego às origens. Até que a descolonização veio alterar o rumo das suas vidas e determinar a extinção da Casa do Minho.
Não obstante, muitos dos minhotos e amigos da Casa do Minho, que dela fizeram parte ou de alguma forma por lá passaram, não esquecem esses tempos saudosos e continuam a reunir-se todos os anos em alegre e amistosa confraternização, partilhando recordações e revivendo a terra que também amaram – Moçambique!