“Á Memória de Herculano” é o título de um poema de cariz patriótico da autoria do escritor e poeta Delfim Guimarães, publicado em 1910, por ocasião da “celebração do centenário do nascimento do egrégio historiador português” ocorrida em 28 de março daquele ano, e editado pela Livraria Editora Guimarães & Cª, editora fundada pelo próprio autor.
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Com vasta obra literária, o escritor Delfim Guimarães nasceu no Porto em 4 de agosto de 1872, encontrando-se também ligado a Ponte de Lima, terra à qual dedicou a maioria dos seus versos e ainda á cidade da Amadora onde viveu e veio a falecer em 6 de julho de 1933.
O livro cuja imagem reproduz foi pelo autor oferecido a Henrique Marques, na dedicatória tratado como “bom amigo e camarada”.
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“Asas de Portugal” é o título de um poema de cariz patriótico da autoria do escritor e poeta Delfim Guimarães, publicado em 1922, por ocasião da primeira travessia aérea do Atlântico Sul levada a cabo por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, no contexto das comemorações do primeiro centenário da independência do Brasil.
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O poema foi escrito na Amadora, terra com grandes tradições aeronáuticas, e editado pela Livraria Editora Guimarães & Cª, editora fundada pelo próprio autor.
Com vasta obra literária, o escritor Delfim Guimarães nasceu no Porto em 4 de agosto de 1872, encontrando-se também ligado a Ponte de Lima, terra à qual dedicou a maioria dos seus versos e ainda á cidade da Amadora onde viveu e veio a falecer em 6 de julho de 1933.
O livro cuja imagem reproduz foi pelo autor oferecido à Redação do jornal Diário de Notícias.
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O Parque Delfim Guimarães situa-se no centro da Amadora, na zona mais antiga da cidade, entre a Avenida Elias Garcia e a linha de caminho de ferro que, desde finais do século XIX, contribuiu decisivamente para a expansão do primitivo aglomerado urbano designado como Porcalhota.
Correspondendo ao mais antigo e emblemático espaço verde do concelho, construído na década de 30 do século XX, por iniciativa da então estrutura municipal sediada em Oeiras foi primeiro apelidado de Jardim-Parque da Amadora, ocupando os terrenos agrícolas situados nas imediações do bairro Santos Mattos, primeiro conjunto habitacional da cidade.
O espaço integrado no Parque organiza-se a partir de uma pérgola central, dotada de fonte e bancos em redor. A partir deste espaço definem-se caminhos sinuosos, pontuados por canteiros de roseiras e herbáceas. O jardim possui, igualmente, alguns elementos importantes para a história local como o busto do poeta Delfim Guimarães que deu o nome ao espaço e que se encontra implantado numa rotunda intermédia assim como algumas lápides comemorativas de efemérides locais.
Inicialmente o parque integrou um tradicional espaço com areia balouços e escorregas, conjunto que, depois de ter sido reformulado, se transformou num moderno parque infantil obedecendo às novas normas de segurança. Igualmente numa intervenção mais recente foi criada uma "zona de estadia formal", dotada de bancos e cadeiras.
História
O Parque Delfim Guimarães deve o seu nome ao poeta que viveu e faleceu na cidade (1872-1933) tendo contribuído para esta iniciativa o tenente Cândido Pinheiro, vereador da Câmara de Oeiras, residente na então freguesia da Amadora. O conjunto ajardinado foi inaugurado a 27 de Junho de 1937, na presença do Presidente da República, General Óscar Carmona, escassos dias depois de a Amadora ter sido elevada à categoria de vila. Em 1997 o jardim foi sujeito a obras de reconversão a cargo da Arquiteta Paisagista Patrícia França, tendo estas sido parcialmente concluídas em 2002. Em 2015 o espaço foi novamente objeto de uma intervenção, apostando-se desta vez numa poda algo radical das árvores existentes, intervenção esta com impactos negativos no valor paisagístico do conjunto, tendo sido reduzidas as áreas de sombra e a bela mancha verde que caraterizava o local. De notar que este é um dos poucos espaços verdes existentes na zona central da cidade tão intensamente urbanizada, algo que hoje se sabe ser indispensável para a melhoria da qualidade de vida da população.
Paulo Fernandes/IPPAR/2007. Atualizada por Maria Ramalho/DGPC/2015.
Fonte: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/
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Placa toponímica no Parque Delfim Guimarães, na Amadora, exibindo a heráldica do concelho de Oeiras em relação à qual a Amadora pertencia à época.
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Escultura no Parque Delfim Guimarães, na cidade da Amadora
PONTE DO LIMA
Ponte do Lima, berço de meu Pae,
Jardim encantador do nosso Minho,
É para ti que grande parte vae
Do meu carinho…
Tam engraçada, tam risonha e clara,
Toda em vinhedos, milharaes, pomares,
- Labruja, Freixo, Rebordões, Seara –
Que belos ares!
Tuas montanhas, rudes serranias,
Não teem inveja, á serra do Marão;
Tuas ermidas e alvas casarias
Lindas que são!
Fazes lembrar-me ás vezes, deslumbrante,
A nobre Coimbra – em ponto pequenino…
Beija-te os pés o Lima sussurrante
E cristalino…
És a mais bela, a mais fagueira estância
De quantas formam o diadema astral
D’esta pátria gentil, toda fragância,
Que é Portugal…
O teu viçoso campo-santo encerra
Cinzas queridas de parentes meus…
Bem hajas sempre, carinhosa terra,
Benza-te Deus!
Ali repousa meu avô paterno,
E à sua beira, em níveo caixãozinho,
Dormindo um sono sossegado, eterno,
Tenho um anjinho…
Assim, velando o sono da inocente
Filhinha que perdi de tenra idade,
Vejo, sorrindo, o bravo combatente
Da Liberdade.
Ai! Não te esqueço, terra sonhadora,
De frescas sombras, de saudável clima;
Castelã senhoril, dominadora,
Do rio Lima!
Se não é como filho que te quero,
Porque ao Porto consagro eu esse afecto,
A ti voto eu também culto sincero,
Amor de neto…
Amor de neto? Não; maior ainda!…
Dei-te uma filha à terra, ao chão de abrolhos,
E outra ahi me nasceu, graciosa e linda,
Luz dos meus olhos!
Se a minha filha, com amor filial,
Recorda a terra amada em que nasceu,
Com que feição ardente e paternal
Te quero eu!…
Ponte do Lima, berço de meu Pae,
Jardim encantador do nosso Minho,
É para ti que grande parte vae
Do meu carinho…