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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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QUEM FOI A ARTESÃ BARCELENSE ROSA RAMALHO?

𝗥𝗼𝘀𝗮 𝗥𝗮𝗺𝗮𝗹𝗵𝗼 pôs as mãos no barro desde criança, mas só ficou célebre na arte da olaria tradicional portuguesa depois de ficar viúva.

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De origens humildes, filha de um sapateiro e de uma tecedeira, Rosa Barbosa Lopes nasceu em 1888 na freguesia de S. Martinho de Galegos, em Barcelos. A partir de uma expressão de uma frase recorrente da avó ao seu pai – “Não saias daqui, põe-te à sombra dos ramalhos!” – juntou ao seu nome o apelido Ramalho pelo qual ficou conhecida.

Nunca frequentou a escola e com apenas sete anos, a troco de algum dinheiro, começou por fazer tiras de cestas em casa de uma vizinha que modelava uns bonecos toscos em barro, imitando as cestas em vime que vira umas mulheres ciganas fazer.

Casou aos 18 anos, juntando-se ao seu marido no ofício de moleiro para sustento da família. Teve 8 filhos (três morreram à nascença) e durante os quase 50 anos de casamento, o barro tornou-se apenas num passatempo familiar com as crianças.

Só em 1956, tinha então 68 anos, é que se dedicou novamente à arte de moldar o barro, dando asas à sua imaginação fértil. Inspirada pela vida rural minhota que a envolvia e pelo imaginário fantasmagórico de infância produziu peças retratando cenas como a matança do porco e as procissões, passando por bruxas, lobisomens, bichos e monstros de um universo surreal que a distinguiria entre os barristas da região.

Percorreu feiras locais e regionais do norte de Portugal e foi na feira das Fontainhas no Porto que o pintor António Quadros reparou no seu trabalho, divulgando-o e contribuindo assim para o seu reconhecimento, tendo também sugerido que assinasse as suas peças retirando a sua obra do anonimato.

Umas das mais importantes ceramistas portuguesas, elevou a arte do figurado de barro de Barcelos, tendo trabalhado até ao fim dos seus 89 anos de vida.

Fonte: EGEAC