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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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QUEM É O ARCUENSE RUI AGUILAR CERQUEIRA – ANTIGO DIRIGENTE DO RANCHO FOLCLÓRICO E DA CASA DO MINHO EM LOURENÇO MARQUES (MOÇAMBIQUE) ?

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Rui Aguilar Cerqueira nasceu em 1955, no Hospital Miguel Bombarda, em Lourenço Marques, como então se designava a capital de Moçambique, actual cidade do Maputo. Descende pelo lado paterno de naturais de Arcos de Valdevez – o pai chamava-se Abel Cerqueira – e, por parte da mãe, Maria Adelaide Varela Aguilar Cerqueira, de lisboetas.

Viveu, estudou e trabalhou como até aos 22 anos Agente Técnico de Apuramentos Estatísticos no Ministério da Agricultura, em Lourenço Marques.

Após a independência de Moçambique ocorrida em 25 de Junho de 1975, regressou a Portugal na companhia de toda a família e fixou residência em Braga.

Recomeçando a vida, deu então inicio a uma nova vida profissional, passando a exercer funções nas empresas multinacionais alemãs “Grundig Electrónica Portuguesa”, “Blaupunkt Auto Rádio Portugal, Lda ” e “BOSCH BRG”, durante 38 anos, como Técnico de Electrónica-Oficial.

Praticou desporto e foi atleta federado em Hóquei em Patins e Voleibol.

Durante a sua permanência em Moçambique, integrou a Casa do Minho de Lourenço Marques e o seu Rancho Folclórico composto por 80 elementos, representando a região minhota, com as suas danças e cantares tradicionais, com especial incidência no Alto Minho.

Sendo o seu falecido pai o ensaiador do grupo, era natural que os seus dois filhos ainda de tenra idade integrassem o Rancho juntamente com outras crianças, formando assim o respectivo Rancho Infantil cuja constituição ocorreu por volta de 1959. Tinha por essa altura apenas 4 anos de idade e o seu irmão, com apenas 2 anos, tornou-se a mascote do grupo folclórico.

Com o decorrer do tempo e atingida a idade indicada para passagem ao grupo dos adultos, tornou-se o par marcante e aquele que exercia a “voz de comando”.

Para além de grandes exibições em Moçambique, o Rancho Folclórico da Casa do Minho em Lourenço Marques também se deslocou a África do Sul, Rodésia, Suazilândia entre outros países africanos, tendo recebido numerosas lembranças e até ganho diversos festivais folclóricos cujos troféus reuniu nas instalações da su sede social. À época era bastante comum a realização de concursos para avaliar o desempenho dos grupos folclóricos.

Com a independência política, todas as casas regionais e demais associações portuguesas existentes em Moçambique foram nacionalizadas, ficando os minhotos privados da sua Casa do Minho.

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Porém, a recordação do Minho distante não os abandonou e permaneceu sempre nos seus corações. E, a provar esse amor filial, criaram as suas próprias associações regionalistas a fim de manterem mais viva a sua portugalidade e as raízes minhotas. Em Lourenço Marques, fundaram a Casa do Minho em 1955.

Durante duas décadas consecutivas, aquele foi o ponto de encontro das nossas gentes em terras moçambicanas. Ali se construíram novas amizades e conservavam as suas tradições. A constituição de um Rancho Folclórico no seio daquela associação foi um dos melhores exemplos do seu apego às origens. Até que a descolonização veio alterar o rumo das suas vidas e determinar a extinção da Casa do Minho.

Não obstante, muitos dos minhotos e amigos da Casa do Minho, que dela fizeram parte ou de alguma forma por lá passaram, não esquecem esses tempos saudosos e, todos os anos continuam a reunir-se no Minho em alegre e amistosa confraternização, partilhando recordações e revivendo a terra que também amaram – Moçambique!

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Na foto que apresentamos pode ver-se o rancho infantil, encontrando-se em cima, à direita, em primeiro lugar, o seu irmão Fernando Cerqueira (já falecido) e, em seguida, o sr. Rui Cerqueira. Nas duas fotos seguintes surge o seu pai, na qualidade de ensaiador, na frente a dançar o malhão traçado e, na outrao seu pai de gravata no meio do grupo. Estas fotos datam de 1960. Nas duas seguintes aparece Rui Aguilar Cerqueira, de barbas, na frente como o par marcante.

Actualmente, todos os minhotos ainda vivos que viveram naquele ambiente minhoto em terras moçambicanas – à época território português! – desde sócios, dirigentes, antigos componentes do rancho seus familiares e amigos, reunidos por Rui Cerqueira, encontram-se anualmente num almoço de confraternização, por ocasião do aniversário da associação, sempre numa diferente cidade minhota. E este “toque a reunir” que junta invariavelmente cerca de duas centenas de convivas, ocorre ininterrupetamente desde há 28 anos, tal é a saudade que os anima e o amor ao rincão natal!

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