QUEM É ARTUR COIMBRA – UM HISTORIADOR A QUEM FAFE DEVE OS MAIORES CONTRIBUTOS NA INVESTIGAÇÃO DA SUA HISTÓRIA?
Artur Coimbra é uma personalidade por demais conhecida e respeitada em Fafe para que ousemos colocar a questão a saber de quem realmente se trata. Mas, perdoem-nos os leitores pois não resistimos de com humildade apresentálo através do BLOGUE DO MINHO. Faltam-nos as palavras para irmos além da sua própria biografia.
Artur Ferreira Coimbra nasceu em 10 de Maio de 1956, no lugar da Borralha, freguesia de Salto (Montalegre), filho de pai fafense que foi trabalhar para as minas, nos anos de 1950 e de mãe natural daquele lugar, que também aí laborava.
Com apenas dois anos de idade, a família rumou à freguesia de Serafão, no município de Fafe, onde fez a escola primária. Cursou depois a Telescola, em Garfe (Póvoa de Lanhoso), seguindo-se o Colégio Municipal de Fafe e o então Liceu Sá de Miranda, em Braga, onde concluiu o ensino secundário.
Em 1980, instalou-se em Fafe, onde integrou o executivo da Câmara Municipal de Fafe, em regime de permanência, com acção na área da cultura, no mandato 1980-1982, numa altura em que frequentava a Faculdade de Letras da Universidade do Porto, cuja licenciatura em História concluiu em 1982.
Mais tarde, concluiria o Curso de Especialização em Assuntos Culturais no Âmbito das Autarquias, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1995) e o Mestrado em História das Instituições e Cultura Moderna e Contemporânea na Universidade do Minho (2000), com a dissertação sobre o tema Paiva Couceiro e a Contra-Revolução Monárquica (1910-1919), que publicou em 2000, na editora fafense Labirinto.
A partir de 1983, ingressou na carreira de Técnico Superior no Município de Fafe. Dois anos depois, seria nomeado chefe de Divisão da Cultura e Desporto da autarquia. Mantém cargos dirigentes até hoje (actualmente é Chefe de Divisão da Cultura e Turismo), com acção funcional da informação à política cultural, programação cultural nos espaços municipais, gestão das bibliotecas e arquivos, gestão da Casa Municipal de Cultura (fundada em 1984), coordenação das publicações, organização de eventos históricos e literários, entre muitas outras. Em 2016, foi nomeado director dos Museus Municipais de Fafe.
Fundou (1981, enquanto vereador) e coordenou durante mais de três décadas o Boletim Municipal de Fafe. É o responsável-coordenador desde o início da revista cultural Dom Fafes, fundada em 1994 e da qual foram publicados até agora 22 números.
Foi um dos fundadores, em 1990, e é presidente até à actualidade do Núcleo de Artes e Letras de Fafe e coordenador de todas as suas actividades, eventos e publicações.
Começou a escrever bem cedo e publicou o seu primeiro livro de poesia, O Prisma do Poeta, em 1978, quando tinha apenas 22 anos.
A partir daí editou mais meia dúzia de obras na área da poesia, a última das quais Palavras à procura de voz (2018).
Dada a sua formação académica e por paixão, dedicou-se à investigação no âmbito da História Local, tendo publicado até agora mais de duas dezenas de livros, maioritariamente sobre a história e a memória de Fafe e das suas gentes, valores e instituições, freguesias e património, entre as quais várias biografias, e as obras Dicionário dos Fafenses; Desafectos ao Estado Novo – Episódios da Resistência ao Fascismo em Fafe (com 3 edições); Fafe – Apontamentos de História Local; O Associativismo em Fafe; António Marques Mendes – Íntimo e Universal; Fafe – 30 Anos de Poder Local (1976-2006) – Alguns Aspectos; Associação Desportiva de Fafe – 50 Anos de História; Teatro-Cinema de Fafe – Memória para o Futuro; Escola Industrial e Comercial de Fafe – Memória e Testemunhos e Fafe, Meu Amor. Textos e imagens sobre o concelho.
É autor da monumental e mais actualizada monografia sobre o concelho, com o título Fafe – a Terra e a Memória (2ª edição, 2016), obra inteiramente a cores e com mais de 600 páginas.
Em 2019, foi o vencedor do Prémio Literário A. Lopes de Oliveira, para o género "Estudos Histórico-sociais de Âmbito Local ou Regional", promovido pelo município de Fafe, com a sua obra Bombeiros Voluntários de Fafe – Uma História de Heroísmo desde 1890, publicada em 2017.
Contam-se pelas dezenas os prefácios, posfácios e colaborações em obras colectivas das áreas da poesia, conto e historiografia.
Apaixonado pelo jornalismo, foi correspondente durante décadas de jornais nacionais (Jornal de Notícias e Diário de Notícias), das agências nacionais de notícias (ANOP e depois a Lusa) e colaborador da imprensa local e regional (jornais de Guimarães, Felgueiras, Cabeceiras e Póvoa de Lanhoso, entre outros).
É colaborador do diário Correio do Minho (Braga), há mais de 45 anos e é Director Adjunto e colaborador há anos do jornal Povo de Fafe.
Recebeu diversos prémios jornalísticos pelo seu trabalho literário e foi galardoado com as mais altas condecorações do Município de Fafe (Medalha de Ouro de Mérito Concelhio) e da Junta de Freguesia de Fafe (Medalha de Ouro), ambas em 2003.
Foi fundador de diversas associações e integra os órgãos sociais de instituições locais: além do Núcleo de Artes e Letras de Fafe (presidente da Direcção), da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fafe (vice-Presidente da Direcção), Confraria da Vitela Assada à Moda de Fafe (vice-Presidente da Direcção), Academia de Música José Atalaya e Academia de Letras de Trás-os-Montes (presidente do Conselho Fiscal, em ambos os casos).