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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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QUEM AINDA SE RECORDA DO ESCANO – UMA PEÇA DA NOSSA MOBÍLIA TRADICIONAL?

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Quem alguma vez em tempos recuados entrava em casa de pobres lavradores no Minho, Trás-os-Montes ou na Galiza, deparava não raras as vezes na cozinha, junto à lareira, com uma curiosa peça de mobília – o escano ou escanho.

Tratava-se de um banco largo e comprido, de espaldar alto, com assento móvel que serve de tampa a uma caixa dentro da qual se fazem alguns arrumos. E, ao mesmo tempo, lugar de convívio nas noites longas e frias do inverno.

O termo escano deriva do latim scamnum e o assento também é designado por escabelo, curiosamente uma palavra por diversas vezes citada na Bíblia. No país vizinho, é recorrente designar por escanos os assentos dos deputados como sinónimos de mandatos.

Os seus ornamentos, principalmente nos apoios dos braços, indicaval geralmente a posição social do dono da casa. E, uma armação de madeira que se pode baixar, faz por vezes de mesa.

Ainda é vulgar encontrar-se estas peças de mobiliário nas casas rurais do interior. Porém, as que atualmente se vendem nas feiras não passam de uns caixotes toscos sem graça alguma. Mas, não deixa de ser interessante a recuperação da nossa mobília tradicional, nomeadamente pela sua utilidade, ainda que afastado do calor abrasador das lareiras.

Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 392; Moraes, 1994, vol. II, p. 446; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 228; Lexicoteca,  985, vol. I, p. 945. CO e OV