PONTE DE LIMA: KIRCH DE ALHEIRA DE GALO NO MORGADO´S – CRÓNICA DE TITO DE MORAIS
Ontem teve lugar uma inovação na cozinha Pontelimesa, mercê da paciência, estudo e combinação de ingredientes do Chef Filipe Morgado, para com o nosso Clube de Gastronomia de Ponte de Lima. No seu “laboratório de gastronomia na Feitosa”, como o apelidou a semana passada o amigo Alberto Pita Meireles, o produtor dos vinhos Lethes, na sua Quinta de Vilar em Arcozelo, frente à sede do concelho, que participou na nossa improvisada tertúlia sobre Eça de Queirós e a cozinha portuguesa lá no Morgado ´s Tavern, houve petisco surpresa! Os clubistas e mais alguns amigos satisfizeram o palato com uma Kich (ou Quiche) de alheira de galo da MinhoFumeiro, confecionada á base de ovos mexidos, farinha, grelos, dente de alho e coberta de cebola aos anéis, que depois de ir ao forno, num ápice esgotou…
Foi uma adaptação de prato da cozinha francesa, de influência alemã, o célebre Kunchen da Alsácia, região franco- germânica onde se situa a cidade – irmã de Ponte de Lima desde 1989 – Vandoeuvre - Les Nancy – com significativa presença de conterrâneos oriundos das freguesias de Rebordões, Facha e Vitorino dos Piães, entre outras.
Como que uma singela evocação dessa amizade, o Chef Morgado acolheu, trabalhou e apresentou-nos um bolo salgado, na linha da tradição do Kich Lorraine! E, aproveitamos para registar a simbiose entre esse e o Kich de Alheira de galo: o Ducado de Lorraine (Lorena em português), teve como capital a cidade francesa de Nancy, situada a uma centena de quilómetros do Luxemburgo, e o Duque Stanislas (Estanislau I 1677-1766) homenageado como patrono e estátua na praça principal construída entre 1751-1755, foi monarca das duas nações, a Polónia e a Lituânia. Sobre a especialidade gastronómica – Quiche Lorraine – é tradição ter surgido por intermédio de seus cozinheiros, numa adaptação de receituário do século XVI, em cuja composição entravam barriga de porco, massa de pão e ovos, receita alterada no século XIX, com a adoção do queijo, como acontece actualmente. Mas, se na Feitosa surgiu uma variante dum ícone da cozinha internacional, ele se juntará a outras versões: Kich de queijos, cogumelos e tomate, por exemplo.
Agora, foi a vez de surgir um produto límio – francês, iguaria acrescida dum enchido produzido na Correlhã, como entretém antes do prato principal chegar á mesa.