PONTE DE LIMA: FAMÍLIA CAXADINHA – UMA DINASTIA DE GRANDES TOCADORES E CANTADORES AO DESAFIO
O apelido Cachadinha identifica no Minho uma dinastia de grandes tocadores de concertina e exímios cantadores ao desafio – uma família de Ponte de Lima que sobressai na arte de cantar ao improviso à maneira da nossa região, no seguimento do cancioneiro medieval galaico-minhoto das cantigas de escárnio e mal-dizer.
Joaquim Cachadinha foi o patriarca de uma dinastia de cantadores ao desafio, de entre os quais salientamos Zé Cachadinha e Pedro Cachadinha.
Também ele era um cantador imprescindível nas afamadas Feiras Novas de Ponte de Lima.
A sua voz e estilo inconfundível na maneira de cantar não se perdeu na animação da feira ou das desgarradas no terreiro da imperdível romaria de S. João d’Arga. Ela chega até nós através das suas gravações em disco vínil e fica desse modo perpectuado no tempo. E, sobretudo, deixou continuadores da sua arte de bem cantar ao desafio!
Zé Cachadinha – nome artístico de José da Silva Sousa – uma das figuras mais emblemáticas dos cantares ao desafio do Alto Minho.
Natural de Bárrio, Ponte de Lima, filho de Joaquim Cachadinha, o precursor neste tipo de cantares, Zé Cachadinha aprendeu a arte com o pai e já tinha atingido o meio século de carreira.
Zé Cachadinha deixou-nos no dia 10 de junho de 2019, Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Com ele, apagou-se também uma das vozes mais inconfundíveis e genuínas das cantigas ao desafio.
Nascido em Ponte de Lima, Pedro Cachadinha é porventura o mais jovem de uma dinastia de cantadores ao desafio que dão voz a uma das nossas tradições mais genuínas – os cantares ao desafio!
Pedro Cachadinha é um cantador imprescindível nas afamadas Feiras Novas de Ponte de Lima.
Como refere o seu “clube de fãs” no facebook, “Pedro Cachadinha mostra-se com atitude, dono dum timbre ùnico e um jeito de vagabundo, lava roupa suja, sem maldade mas a ganhar todas as batalhas...”
Porém, esta tradição estende-se a quase toda a família e é já seguida pelos mais novos – quais jovens bardos que seguirão as pisadas dos seus antecessores e manterão viva uma das nossas mais ricas tradições.