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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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POETA VIANENSE ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA NASCEU HÁ 103 ANOS!

António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo a 24 de Janeiro de 1923, filho de um ilustre minhoto e de uma asturiana, e faleceu em Lisboa a 8 de Junho de 2010. Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, gastrólogo e autor de livros para crianças, foi também empresário teatral, director artístico, encenador e ator.

Com vasta obra publicada nas mais variadas vertentes literárias, António Manuel Couto Viana foi um dos maiores poetas do nosso tempo. Ensaísta, poeta, dramaturgo, tradutor e encenador, O livro de poemas O Avestruz Lírico, publicado em 1948, marca o início da sua carreira literária.

Ao longo da sua vasta carreira literária e artística, publicou mais de uma centena de livros, muitos dos quais traduzidos para inglês, francês, castelhano e mandarim, vulgo chinês. Encenou e dirigiu companhias de Ópera do Teatro Nacional de São Carlos, do Círculo Portuense de Ópera e da Companhia Portuguesa de Ópera. A sua paixão pelo teatro começa desde muito novo, quando recebeu por herança o Teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo, mantendo-se sempre durante toda a vida ligado a companhias de teatro para a infância.

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António Manuel Couto Viana à conversa com o Engº Manuel de Sá Coutinho (Aurora) e Carlos Gomes (Administrador do BLOGUE DO MINHO).

Da sua obra literária salientamos:

  • O Avestruz Lírico(1948)
  • No Sossego da Hora(1949)
  • O Caminho É por Aqui(1949)
  • Era uma Vez... Um Dragão(1950)
  • O Coração e a Espada(1951)
  • Em Louvor do Teatro Infantil(1951)
  • Auto das Três Costureiras(1952)
  • A Face Nua(1954)
  • O Fidalgo Aprendiz(1955)
  • A Tentação do Reino(1956)
  • O Acto e o Destino(1957)
  • Um Espinho da Flor(1959)
  • Mancha Solar(1959)
  • O Milagre de Ourique(1959)
  • A Rosa Sibilina(1960)
  • Do Cimo desse Telhado(1962)
  • Relatório Secreto(1963)
  • Poesia (1948/1963)(1965)
  • O Teatro ao Serviço da Criança(1967)
  • Desesperadamente Vigilante(1968)
  • Antígona, Ajax e Rei Édipo(1970)
  • O Avarento(1971)
  • O Senhor de Pourceaugnac(1971)
  • Pátria Exausta(1971)
  • Em Redor da Mesa(1972)
  • 10 Poesias de Agustin de Foxá(1973)
  • Raiz da Lágrima(1973)
  • O Almada Que Eu Conheci(1974)
  • 2 "Modernistas" do Alto Minho(1976)
  • 709 Poesias de Reclamo à Casa Brasileira(1977)
  • Coração Arquivista(1977)
  • Nado Nada(1977)
  • Voo Doméstico(1978)
  • João de Deus e um Século de Literatura Infantil em Portugal(1978)
  • As Pedras do Céu(1979)
  • Júlio de Lemos, num Retrato Breve e Leve(1979)
  • Retábulo para Um Íntimo Natal(1980)
  • As (E)vocações Literárias(1980)
  • Morte e Glória de Narciso no Poeta Alfredo Pimenta(1982)
  • Frei Luís de Sousa à Luz de Novas Luzes(1982)
  • Ponto de Não Regresso(1982)
  • Para um Encontro com o Poeta Alfredo Pimenta(1983)
  • Versos de Cacaracá(1984)
  • Uma Vez uma Voz: Poesia Completa - 1948-1983(1985)
  • as antologias “Tesouros da Poesia Popular Portuguesa”(1984)
  • Postais de Viana(1986)
  • O Senhor de Si(1991)
  • Café de Subúrbio(1991)
  • Colegial de Letras e Lembranças(1994)
  • A Gastronomia no Teatro e na Poesia Portuguesa(1994)
  • Bom Garfo e Bom Copo(1997)
  • Por Outras Palavras(1997)
  • Comeres em Lisboa: Roteiro Gastronómico(1998)
  • Prefiro Pátria às Rosas(1998)
  • Dez Peças de Teatro Infantil
  • Teatro Português d'Outrora Agora
  • Restos de Quase Nada(2007)
  • Disse e Repito(2008)
  • Bichos diversos em verso(2008)
  • Que é que eu tenho Maria Arnalda?(2009)
  • Cancioneiro do Rio Lima(2001).
  • 60 anos de poesia(2 vols.) (2004)

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A POESIA ESTÁ COMIGO

                                 Queres cantar fados, ler sinas

                                 Por ruas tortas, escusas?

                                 Ou tens pretensões mais finas?

                                 - Não me esperem nas esquinas:

                                 Não marco encontros a musas.

                                

                                 Cantem outros a desgraça

                                 Em quadras fáceis, banais,

                                 Cheias de mofo e de traça:

                                 Soluços de fim de raça,

                                 Com vinho, amor, ódios, ais.

                                

                                 E dos parques silenciosos

                                 De estátuas, buxo e luar,

                                 Cresçam sonetos cheirosos,

                                 Requintados, vaporosos

                                 Qual uma renda de altar.

                                

                                 Para mim basta o que tenho:

                                 Umas rimas sem valia,

                                 Mas próprias, do meu amanho;

                                 Minha colheita, meu ganho

                                 - Poesia! Poesia!