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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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PAREDES DE COURA: EM 1938 O ESTADO NOVO TEMEU AS GENTES DE COURA A PROPÓSITO DOS BALDIOS

“Não era possível levar por diante o plano, a não ser deslocando contingentes da guarda republicana ou do exército que contivessem a exaltação do povo.” – Querubim Guimarães

Na sessão de 26 de Abril de 1938 da Assembleia Nacional foi debatida a proposta de lei do povoamento florestal. Questão deveras complexa porquanto colidia com a problemática dos baldios. No referido debate interveio o deputado católico Querubim Guimarães que, a dada altura, fez alusão a Paredes de Coura receando “a exaltação do povo”.

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“É de notar que as câmaras municipais e as juntas de freguesia sentem muitas vezes a necessidade de acabar com pastagens e aquisições de matos e lenhas em baldios extensos, reconhecendo que se podia dispensar esse logradouro. Mas lutam com dificuldades tremendas, por vezes, em virtude da pressão dos povos, que julgam tudo aquilo seu e muito seu. Eu conheço tuna extensão de baldios que em tempos se quis aproveitar para várias plantações e sementeiras: Paredes de Coura. A Câmara aforou vários terrenos desses e as juntas de freguesias várias, com o fundamento de não estarem demarcados os baldios municipais e paroquiais, opuseram-se a isso, para assim irem ao encontro das reclamações dos povos interessados nesse logradouro extensíssimo, demasiado extenso para as necessidades locais. Não era possível levar por diante o plano, a não ser deslocando contingentes da guarda republicana ou do exército que contivessem a exaltação do povo.”

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Querubim do Vale Guimarães era natural de Coimbra, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Era agricultor e exercia a profissão de advogado. Definia-se a si mesmo como católico e nacionalista. Militante da Acção Católica desde a sua fundação em 1928, integrava a ala mais radical da direita católica. Monárquico constitucionalista, Sidonista, foi eleito senador pelo círculo de Aveiro. Era ainda Presidente da Comissão Distrital de Aveiro da União Nacional. Foi deputado em diversas legislaturas entre 1935 e 1949.