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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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PAREDES DE COURA: COLÓNIA AGRÍCOLA DA BOALHOSA – NÚCLEO DE VASCÕES

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Em 1956, O Ministério da Economia autorizou a Junta de Colonização Interna a celebrar contrato para a execução da empreitada de “construção de quinze casas geminadas na Colónia Agrícola da Boalhosa, concelho de Paredes de Coura”. Tratou-se do Decreto nº 40817, publicado no Diário do Governo nº 227/1956, I Série, de 20 de Outubro de 1956.

Colonia Agricola

De acordo com a ficha histórico-artística da Direção-Geral do Património Cultural, a “Colónia agrícola construída na década de 50 do séc. 20, pelo Estado, no âmbito da política de reestruturação agrária do Estado Novo, conduzida pela Junta de Colonização Interna, com o objetivo de tornar cultiváveis extensas áreas de terreno baldio.

O núcleo habitacional, de modelo concentrado, organiza-se em leque pela encosta, estruturado por três ruas paralelas, onde se distribuem quinze habitações, geminadas, inseridas em lotes de terreno.

As casas possuem planta retangular e coberturas em duas águas, com as fachadas evoluindo em dois pisos, adaptados ao declive do terreno, o térreo destinado a apoio agrícola e o segundo a habitação, em granito aparente, o material típico da região, ou rebocadas. São rasgadas por vãos retilíneos, sem molduras, a principal virada a sul e ao vale, com dois pisos, tendo no térreo porta central entre janelas de peitoril e, no piso superior, janelas, e a fachada posterior com apenas um piso, onde se abrem vãos jacentes.

A colónia integra ainda equipamentos de utilização coletiva, nomeadamente a escola primária e a residência do professor, que foram recentemente reabilitados e adaptados a Centro de Educação Ambiental e de Investigação. O forno comunitário, a capela e o posto médico, inicialmente previstos no projeto, acabaram por não ser construídos, por falta de verbas.”

Relativamente à sua cronologia:

“1948 - após o levantamento e cadastro dos baldios pela Junta de Colonização Interna, procede-se à criação do modelo de reestruturação agrícola do país, tendo em vista a instalação de trabalhadores rurais em colónias agrícolas, a quem se oferecia casa, terreno de cultivo e sementes, para a primeira campanha, em troca dos colonos entregarem ao Estado um sexto da sua produção;

1952 - início da elaboração do projeto da Colónia Agrícola da Boalhosa, pela Junta de Colonização Interna, a última das sete inicialmente previstas; o projeto inicial compreendia dois núcleos, o da Lameira do Real, com implantação em Arcos de Valdevez e Monção, e o de Vascões, em Paredes de Coura, que acabou por ser o único a ser projetado; o projeto urbanístico da Colónia incluía a construção de quinze habitações geminadas, para 30 famílias, distribuídas por três arruamentos: a Rua de Cima, a Rua do Meio e a Rua de Baixo, uma escola primária, a casa do professor, um forno comunitário, uma capela e um posto médico, bem como o fornecimento de água canalizada, sistema de combate a fogos e sistema de rega dos campos; o forno, posto médico e a capela acabaram por nunca ser construídos, por falta de financiamento;

1957 - instalação dos primeiros colonos na Colónia Agrícola da Boalhosa;

1971 - viviam na Colónia apenas dez famílias; 23 julho - alvará de reconhecimento da Sociedade de Agricultores da Boalhosa, Ld.ª, encarregue de gerir a produção de batata de semente, a pecuária de carne e leite, o centeio e o milho;

1988, 26 dezembro - Decreto-Lei nº 482/88 extingue a Colónia Agrícola, tendo o Estado vendido as casas e os terrenos aos colonos que o desejaram;

2004, 27 abril -Despacho n.º 8484/2004, DR, 2.ª série, n.º 99, retirando o alvará de reconhecimento como sociedade de agricultura de grupo à Sociedade de Agricultores da Boalhosa, Ld.ª; 2007 - inauguração do CEIA - Centro de Educação e Interpretação Ambiental do Corno de Bico, que inclui edifício feito de raiz, destinado à investigação e divulgação dos recursos naturais da Paisagem Protegida do Corno de Bico, a antiga casa do professor e a escola primária de Chã de Lamas que, após recuperação, foram adaptados a centro de acolhimento e a cantina, respetivamente; 2020, 07 fevereiro - publicação da abertura de procedimento de classificação da Colónia Agrícola da Boalhosa - núcleo de Vascões, em Anúncio n.º 18/2020, DR, 2.ª série, n.º 27

Bibliografia:

MUNICÍPIO DE PAREDES DE COURA - área de Reabilitação Urbana da Colónia de Vascões. Proposta de Delimitação da ARU. Paredes de Coura: junho de 2006 (https://www.paredesdecoura.pt/wp-content/uploads/2017/10/PROPOSTA_DELIMITACAO_COLONIA_AGRICOLA_VASCOES_FINAL.pdf), [consultado em 23 abril 2021)

Fonte: SIPA

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