MINHO: O QUE É A “VENDA”?
Em todas as aldeias do Minho existe um estabelecimento a que vulgarmente designamos por “venda”. Trata-se de uma pequena mercearia, geralmente associada a uma taberna, local onde se pode adquirir os mais variados produtos, incluindo ferramentas, adubos, pesticidas e, de um modo geral, tudo o que é necessário à actividade do lavrador.
Venda da Cabração, no concelho de Ponte de Lima
Por razões sanitárias, os bens alimentares e de consumo ficavam fisicamente separados dos demais.
Em virtude da distância em relação às vilas e outros centros populacionais de maior dimensão, a “venda” constituiu desde sempre um entreposto fundamental de apoio às pequenas comunidades. E, não raras as vezes, servia de ponto de distribuição do correio e de ligação ao chamado “carro de praça”.
Em face das suas características e utilidade, a “venda” tornou-se o ponto de encontro dos vizinhos, local de convívio privilegiado entre todos os conterrâneos, quantas vezes à luz trémula das velhas candeias. Não confundir a “venda” com os modernos cafés que vão abrindo um pouco por tudo quanto é sítio… a “venda” sempre foi uma instituição de utilidade pública!
Por toda a parte do mundo onde os portugueses chegaram, desde as mais recônditas paragens do Brasil ao interior dos antigos territórios africanos, lá encontramos a “venda” dos portugueses – muitos dos quais minhotos! – a prestar o seu serviço a populações quase esquecidas e muitas vezes analfabetas.
A “venda” ocupa um lugar na História da organização económica e social do minhoto e dos portugueses em geral.