JORNADAS E EXPOSIÇÃO MARCAM CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO DA FÁBRICA BARCELENSE
A Câmara Municipal de Barcelos vai comemorar o centenário da Fábrica Barcelense com a realização de umas Jornadas e de uma exposição documental e de equipamentos, no dia 4 de dezembro, na Biblioteca Municipal de Barcelos.
As jornadas, a decorrer a partir das 9h30, com entrada livre, contam com a participação de José Manuel Lopes Cordeiro, Coordenador Científico do Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave, que falará da “indústria têxtil dos vales do Cávado e Ave”; Mário Costa, professor e coordenador do livro “O Turismo em Barcelos”, que abordará o tema “um roteiro da indústria em Barcelos”, e encerrarão, da parte da manhã, com a deposição de uma coroa de flores junto ao monumento a João Duarte.
Da parte da tarde, a partir das 14h30, Gaspar Sousa Coutinho, diretor-geral da Barcelcom Têxteis, S.A., atual proprietária da Fábrica Barcelense, abordará o tema “A intemporalidade e a gestão de uma empresa familiar”, seguindo-se Cristina Calheiros, da Universidade Católica, e Aprígio Guimarães, da Universidade Nova de Lisboa, que falarão do “Desafio da Descarbonização nas cidades e contributo das empresas”.
As jornadas encerram com a inauguração de uma exposição documental e de equipamentos alusiva ao centenário da Fábrica Barcelense, no mesmo dia, às 17h. Esta mostra está patente ao público até 31 de janeiro, na Biblioteca Municipal.
Quando em 1921, João Duarte, com um grupo de amigos de Barcelos e do Porto, constituiu a sociedade por quotas que fundaria a Fábrica Barcelense, abria-se uma nova época na história da indústria, em Barcelos, pois a existente limitava-se à serração de madeiras e à cerâmica.
Em 5 de março de 1921, é feita a escritura da sociedade por quotas, “A Barcelense, Limitada”, com sede em Barcelos, no notário da cidade do Porto, Dr. Ponce de Leão, com o objetivo de exercer a indústria de artigos de passamanaria, à qual poderia agregar a de qualquer outro ramo, podendo dedicar-se ainda a qualquer comércio, exceto bancário.
A Fábrica Barcelense iniciou a sua atividade com o fabrico de rendas e passamanarias, mas os problemas que se foram deparando com a dificuldade na importação de acessórios e material de fabrico, obrigaram, em 1931, a lançar-se no fabrico de meias e peúgas, surgindo, em 1935, a secção de tinturaria. Mais tarde, foi dotada com fiação de lã, e, finalmente, em 1960, com a fabricação de malhas e confeções.