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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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HISTÓRIA DA GASTRONOMIA: NO MINHO O CALDO É VERDE!

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Disse um dia o escritor transmontano Miguel Torga, “…no Minho tudo é verde, o caldo é verde, o vinho é verde…

Ao tempo dos nossos avoengos, a refeição do lavrador era constituída geralmente pelo caldo ao qual se acrescentava um naco de carne de porco retirada da salgadeira para dar mais consistência. À época, no meio rural não se sonhava com entradas nem sobremesas… e comia-se ao calor da lareira onde dominavam a luz projetada pelo lume bailando com as sombras e escutava-se, até horas tardias, histórias muitas vezes repetidas mas sempre deslumbrantes de bruxas e maus-olhados.

O cado verde era então uma especialidade requintada – atualmente diríamos gourmet – apenas acessível à mesa do aldeão, acompanhado com uma fatia de broa de milho, daquele que era cultivado na leira e confeccionado no forno da casa. Verduras esmeradamente fatiadas a que se juntam as batatas e o chouriço numa medida que só a mestria da mulher minhota – qual chef da mais requintada cozinha tradicional – era capaz de criar como se de uma obra magnífica de cor e paladar que só os mais consagrados mestres seriam capazes de conceber, digno de figurar nos mais famosos museus de arte.

Mas não duvideis: o caldo verde é uma das magníficas obras de culinária da cozinha tradicional minhota!

Foto: Wikipédia