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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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GENTES DE VILA PRAIA DE ÂNCORA LEVARAM HOJE NOSSA SENHORA DA BONANÇA EM PROCISSÃO NAVAL AO ENCONTRO DA NOSSA SENHORA DA ÍNSUA – FOTOS DE ABÍLIO COSTA

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Começaram hoje em Vila Praia de Âncora as Festas em honra de Nossa Senhora da Bonança, a Padroeira dos homens do mar. Milhares de forasteiros acorreram àquela vila piscatória e estância turística do Alto Minho para assistir e participar nas festividades, nomeadamente na procissão naval de Nossa Senhora da Ínsua.

A Procissão Naval de Encontro em Honra de Nossa Senhora da Ínsua e Nossa Senhora da Bonança marcou a tarde de hoje. Vila Praia de Âncora engalanou-se a preceito para ver passar o andor da padroeira ricamente ornamentado. E, no Portinho – aninhado junto às robustas muralhas do Forte da Lagarteira – o povo apinhava-se para ver partir a padroeira e contemplar os enfeites dos modernos barcos de pesca que das velhas apenas conta a História.

Disse o escritor Raúl Brandão, na sua obra “Os Pescadores”, o seguinte: “Daqui até à Póvoa de Varzim a povoação mais importante de pescadores é a Lagarteira (Âncora), na segunda reentrância da costa. Deito-me a pé pela estrada, através do lindo pinheiral do Estado, que, de cismático, me lembra António Nobre, e fico perdido de sonho no Moledo. Em 13 de Agosto de manhã há uma ligeira névoa, um nada, um bafo. São nove horas. O azul entontece. Perco a linha da paisagem, o verde escuro do pinheiral que vai até ao mar, e tudo isto se me afigura uma larga concha azul, formada pelo mar azul e pelo céu azul, com uma borda de areal onde alguns velhos moinhos em fila batem as asas para meu encanto. O forte da Senhora da Ínsua fica num extremo da curva, onde a amplidão do azul é infinita, a penedia a desfazer-se em espuma… Não posso. Por mais que queira não posso arredar-me daqui, com a cabeça estonteada. Fico. E só ao fim da tarde é que consigo chegar a Âncora, com dois jactos de azul metidos pelos olhos dentro. Logo hoje, até muito tarde, não se apaga do céu um doirado de iluminura, que se prolonga até noite velha e morre com aflição…”

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